“Não dá outra coisa nos jornais do primeiro dia útil do ano. A artilharia para uma condenação unânime de Lula, no dia 24, começou e vai ficar mais pesada até lá”, analisa o jornalista Fernando Brito, mencionando textos de Monica Bergamo, Miriam Leitão e Merval Pereira sobre o assunto; “Especula-se o quanto se quer com o que seria o voto popular, sem a menor cerimônia em relação ao que esse voto vai representar. E como se a condenação de Lula fosse fazer desaparecer a representação que, nele, faz o eleitor daquilo que deve ser o governo do país”, diz Brito
Por Fernando Brito, do Tijolaço – Não dá outra coisa nos jornais do primeiro dia útil do ano.
A artilharia para uma condenação unânime de Lula, no dia 24, começou e vai ficar mais pesada até lá.
Falta pouco ou nada para assumir-se uma nova versão da fala de Carlos Lacerda em 1950: “o Sr. Getúlio Vargas não pode ser candidato. Se for,não pode ser eleito. Se eleito, não pode tomar posse. Se tomar posse, não pode governar”.
Na coluna de Monica Bergamo, na Folha, começam as especulações de que só um “placar” de 3 a zero “resolve” a extirpação de Lula do pleito de 2018.
Miriam Leitão vem no mesmo tom: “Se os juízes do TRF-4 votarem de forma unânime confirmando a condenação do ex-presidente Lula, os recursos que os advogados do ex-presidente apresentarem não terão efeito suspensivo da pena. Sendo assim, ele estará, muito provavelmente, fora da disputa (…)Se o ex-presidente Lula não estiver na disputa, os votos lulistas não serão transmitidos todos para a pessoa que ele apoiar.”
Lamento, não sei informar se a colunista de O Globo esteve entre os 17 ganhadores da mega-sena da virada, com seu potencial de premonição.
Merval Pereira segue o coro: “Dia 24 começa a se definir a situação de Lula, o PT provavelmente, depois de uma batalha jurídica, terá que indicar outro candidato ou, menos provável, apoiar alguém já lançado, como Ciro Gomes do PDT. As pesquisas mostram que, com a saída de Lula, quem ganha mais é Marina Silva e o próprio Bolsonaro.”
Especula-se o quanto se quer com o que seria o voto popular, sem a menor cerimônia em relação ao que esse voto vai representar. E como se a condenação de Lula fosse fazer desaparecer a representação que, nele, faz o eleitor daquilo que deve ser o governo do país.
Tratam a eleição como se fosse uma corrida de cavalos e estão dispostos a jogar suas fichas em quem as pesquisas indicarem tiver a “pule” maior.
Depois chamam a nós, da esquerda, de “populistas”….