– Categoria trabalha pelo sistema remoto, mas teme retorno sem segurança e ameaça greve –
Professores da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) estão trabalhando remotamente, mas cogitam paralisar as atividades caso a universidade precipite o retorno às aulas presenciais sem que todo o protocolo de segurança seja cumprido.
A informação foi dada pela presidente da Associação dos Docentes da Unimontes(Adunimontes), Ana Paula Thé, durante assembleia virtual realizada na quinta-feira, 15, Dia Mundial dos Professores. “Não compactuaremos com a irresponsabilidade de gestores que não têm preocupação com a vida, mas apenas com a tentativa de demonstrar uma falsa normalidade”, disse Ana Thé.
Segundo ela, oportunamente a entidade definirá uma nova assembleia para discutir o assunto, caso seja anunciado o retorno sem que o campus e os campi da Unimontes espalhados pela regiãoestejam preparados para receber alunos, professores e demais servidores. A professora reiterou que a Adunimontes exigirá que a universidade tome todas as medidas de infraestrutura para propiciar um ambiente seguro para todos, sob pena de a categoria cruzar os braços.
O encontro dos docentes foi justamente para discutir o ensino remoto e o retorno presencial. No início do mês a Secretaria de Estado da Saúde lançou um protocolo sanitário de retorno às atividades presenciais. Isso não significa retornas às atividades, visto que a estratégia de autorização e retomada das aulas está sob a responsabilidade da Secretaria de Estado de Educação e do Comitê Extraordinário Covid-19.
De acordo com informe do governo, cabe à Secretaria, por exemplo, a compra e a distribuição das máscaras e EPIs para o retorno das atividades presenciais na rede pública estadual, além de recomendações para os estabelecimentos de ensino e elaboração e atualização do protocolo.
Durante a assembleia, os professores demonstraram preocupação com a possibilidade de retorno, pois não existe protocolo específico que contemple o aspecto pedagógico nem adaptações físicas para evitar o contágio pelo Covid-19. A professora Bárbara Figueiredo, coordenadora do campi de São Francisco, informou que a situação nesses locais é ainda pior que na sede, pois falta até papel higiênico. “Como imaginar que teremos máscaras e álcool gel?”, questionou.
Ela, que também integra o Comitê Covid-19 da Unimontes, disse que outro motivo de apreensão é o fato de os alunos da região transitarem em ônibus lotados. Até o momento o governo do Estado ainda não informou como vai fazer e nem quanto irá custar a implementação do protocolo para o retorno às aulas.