No caso da companhia de energia, presidente afirma não haver outro caminho para ela a não ser sua entrega à iniciativa privada

A Cemig e a Copasa são algumas das empresas estatais cuja venda o governo federal está impondo a Minas para entrar no Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Nesta segunda-feira (10/06), durante a prestação de contas do governo mineiro na Assembleia, o presidente da Cemig Cledorvino Belini defendeu a privatização da companhia de energia. Já a presidente da Copasa, Sinara Meireles, indicou que essa não é a melhor saída para sua empresa.

Segundo Sinara, a Copasa é responsável por atender 589 municípios e desses, cerca de 200 dão lucro à empresa. Ou seja, questiona-se a viabilidade da privatização da estatal, se seria um bom negócio. Além disso, em cada uma das cidades onde atua a empresa, há um contrato com a prefeitura local para explorar ou comercializar a água, o que dificultaria para um possível futuro dono, que herdaria uma carga enorme de contratos sob sua responsabilidade.

Em relação à Cemig, conforme destacou seu presidente, Cledorvino Belini, não haveria outro caminho se não a privatização. Conforme explicou, para os próximos 10 anos seriam necessários R$ 21 bilhões para ela se manter. R$ 6 bilhões a própria empresa teria condições de aportar, os outros R$ 15 caberiam ao Estado. Porém, levando em conta sua situação de penúria, o sócio estatal não conseguiria capitalizar a empresa. Portanto, na avaliação de Belini, seria oportuno entregar a Cemig ao capital privado, que teria condições de aportar os recursos que ela precisa.

A grande pedra no caminho de Zema para as privatizações é o referendo popular que a Constituição Estadual exige.

Presidente da Cemig perde paciência com deputada

Questiona-se se Cledorvino Belini saberá conduzir o debate sobre a privatização da Cemig com o gesto desta segunda (10)

Talvez esta segunda (10/06) tenha sido a primeira vez na vida do presidente da Cemig, Cledorvino Belini, que ele teve que se defrontar com um dos principais desafios da vida pública: saber ouvir as críticas do outro. Ao ser questionado pela deputada Beatriz Cerqueira (PT) sobre a viabilidade da privatização da Cemig e questões desse âmbito, Belini perdeu o controle esperado de um homem público.

“São 120 mil pessoas debaixo das linhas de transmissão. A senhora sabe qual é o risco disso daqui? De vidas, vidas humanas que estão ali debaixo e nunca foi feito nada, um cabo que se rompe pode matar duas mil pessoas. E o senhores deputados façam o seu papel também”, disse irritado e batendo na mesa. Muitos na plateia questionaram se Belini faria isso se tivesse respondendo a um homem.

O fato, porém, é que, conforme ele mesmo pontuou a jornalistas, são 45 anos de experiência na iniciativa privada, mundo onde os outros o ouviam. Trabalhou na gestão da JBS e da Fiat, por exemplo. Agora que dirige uma empresa pública, está sujeito às considerações positivas e às críticas. “Ah, desculpa, esse é meu jeito”, redimiu-se. Em tempos de discussão sobre a privatização da Cemig, que divide a esfera pública, é de se questionar se Belini está pronto para receber as duras críticas dos parlamentares. Confira o episódio.

Via: Novos Inconfidentes

 

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