Em busca de capacitação da mão de obra e da diversificação das fontes de renda, produtores rurais da cidade de Lontra participaram do curso de Móveis em Bambu, oferecido pelo Sistema FAEMG/SENAR/INAES em parceria com Sindicato dos Produtores Rurais de Montes Claros. Os alunos aprenderam desde a fase de coleta do bambu até as técnicas de produção, que podem ser usadas na fabricação de diversos objetos, como cadeiras, bancos, mesas e peças de decoração.

“Mostramos qual a época certa e como coletar o bambu, o tratamento necessário para curar, aumentando a vida útil do material e evitando ataque de bichos, e as técnicas na confecção dos materiais. Todos saem do curso com uma peça pronta, que neste caso foi um banco, mas eles estão preparados para produzir diversos tipos de móveis”, explicou o ecólogo e instrutor do curso, Ricardo Oliveira Latini.

Versatilidade

Material versátil e com diversas aplicabilidades, o bambu é muito usado ao redor do mundo, em especial nos países asiáticos. No Brasil, as técnicas de construção, inclusive para a engenharia civil, começam a se abrir para o uso do material. “O país começa a dar passos maiores com o bambu, o que traz benefícios ambientais grandes. O bambu tem grande capacidade de absorver CO2 da atmosfera, substitui bem a madeira e o aço, e a planta renova rapidamente. É uma matéria prima extraída que brota anualmente”, lembrou o instrutor.

O tema despertou o interesse do pequeno produtor rural Maikon Douglas Gonçalves. Ele, que produz hortaliças, banana e cana, também faz serviços como montador de móveis na cidade. A expectativa é aliar os conhecimentos para investir no ramo, como mais uma fonte de renda na propriedade.

“Já estou me organizando e pretendo aproveitar a propriedade para o plantio de algumas mudas de bambu. Foi a primeira vez que usei este tipo de material, e o resultado foi muito bom. Todos em casa gostaram e por onde fui passando, o pessoal perguntava se eu queria vender o banco. Vou aproveitar o conhecimento que já tenho para construir novos materiais, agora com bambu, além de ensinar meus familiares”.

União que faz a força

No decorrer do curso, os alunos já demonstraram interesse em se unir para conseguirem produzir de forma conjunta peças em bambu. O instrutor aproveitou o ânimo dos participantes para traçar noções de empreendedorismo e alternativas de uso e comercialização dos materiais.

“Quando penso no pessoal do campo, de modo geral muitos têm bambuzais e a aplicabilidade dele na propriedade pode ser muito grande. Além disso, tem a questão ambiental e o fato de ser uma fonte de renda paralela. Eles podem, inclusive, plantar para vender ao mercado, que está em crescimento no uso do bambu na produção de diversos materiais. O primeiro passo é ter conhecimento e, a partir daí, visualizar possibilidades, que é exatamente o que eles estão fazendo”, finalizou Ricardo Oliveira Latini.

FOTO BAMBU 02 – Ao final do curso, todos os alunos produziram um banco feito de bambus
FOTO BAMBU 03 – Técnicas para fabricação de móveis foram repassadas pelo instrutor

* Ricardo Guimarães é jornalista e assessor de comunicação do Escritório Regional do SENAR

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