Categoria fez contraproposta e espera resposta do governo, semana que vem. Situação de precarização da carreira já provocou a evasão de 50 professores doutores
A greve dos professores da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), que já dura 68 dias, não tem previsão para ser encerrada, de acordo com deliberação da assembleia realizada no final da tarde de quinta-feira 5. O comando de greve espera para a próxima terça-feira uma resposta do governo à contraproposta feita pela categoria.
As negociações têm como base o cumprimento do acordo celebrado em 2016, que serviu para por fim à paralisação de 4 meses, naquele ano. O foco é a valorização da carreira. A Associação dos Docentes da Unimontes (Adunimontes) acusa o governo do Estado de não ter cumprido sua parte no acordo. Durante a assembleia, os professores reclamaram muito do reitor João Canela, que, segundo eles, tem adotado postura autoritária em relação aos participantes do movimento. Citaram a tentativa de corte do ponto, a retaliação aos profissionais designados e a adoção de um calendário que sobrepõe dois semestres e desconsidera a paralisação.
As duas primeiras medidas foram descartadas depois de reunião com representantes do governo, no ultimo dia 3. Os centros de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) e de Ciências Humanas (CCH) anunciaram apoio à greve, paralisando suas atividades e divulgando notas de repúdio.
Presente à assembleia, a tesoureira do Diretório Central dos Estudantes (DCE), Brenda Carvalho, disse que o movimento tem o apoio dos estudantes. Segundo ela, a luta dos professores é por uma universidade melhor para todos.
Evasão de cérebros – De acordo com os relatos, ao longo dos últimos 30 anos a Unimontes tem sofrido um processo de precarização, sendo necessário recuperá-la. Por conta disso, 50 professores doutores já teriam deixado a universidade.
A categoria deliberou discutir o calendário letivo somente depois de encerrada a greve; garantir o gozo de 30 dias de férias em janeiro; implantar núcleos de informação dentro do campus, para esclarecer os rumos do movimento aos professores que ainda não aderiram ao movimento; desenvolver atividades no campus, semana que vem, em meio às negociações; exigir a suspensão do calendário; e elaborar moções de repúdio contra as últimas medidas anunciadas pela reitoria.