– A diretora-adjunta do Instituto Ethos, Ana Lúcia de Melo Custódio diz que a dificuldade de inserir os negros no mercado de trabalho tem nome: racismo. Ela diz que o problema passa por aquilo que o recrutador pensa ser o candidato “ideal” para a vaga em determinada empresa —e, de acordo com esse imaginário, esse potencial funcionário não é negro.

A reportagem do jornal Folha de S. Paulo destaca que “os negros são 64,2% dos desempregados no Brasil, embora representem 55,7% do total da população, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística)”.

E acrescenta: “a participação de pretos e pardos entre os desocupados cresce desde o início da série, iniciada em 2012. Haveria falta de talentos para ocupar vagas? ‘É exatamente o contrário’, diz Custódio. ‘Quando a gente ignora uma parte da população que não entra ou não ascende nas empresas, estamos desperdiçando talentos’, diz.”

A matéria ainda explica a percepção de Custódio e do Instituto Ethos sobre o mecanismo de perpetuação do racismo no regime das contratações: “no último levantamento do Ethos, em 2016, quando questionados se a participação dos negros nos diferentes níveis da empresa era adequada, os gestores respondiam que sim. ‘Tem-se a percepção de que as coisas vão bem, mas os dados dizem outra coisa’.”

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