Após votar a favor da reforma trabalhista, a deputada declarou apoio à reforma da Previdência de Temer

 A golpista deputada, que votou pelo impeachment da presidenta honesta Dilma Rousseff, para colocar uma gangue no Palácio do Planalto; e na reforma trabalhista, que tirou direitos dos trabalhadores, acaba de declarar voto favorável à reforma da Previdência.

Segundo o jornal Hoje em Dia, a ainda deputada Raquel Muniz participou de uma reunião na Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), ontem (18), em Belo Horizonte, juntamente com lideranças empresarias e políticas do Estado para um almoço com o ministro chefe da Secretaria de Governo da Presidência, Carlos Marun.

“As pessoas já estão compreendendo que estamos trabalhando em uma legislação que vai impactar no futuro na vida de nossos filhos e nossos netos”, declarou a deputada.

A reunião faz parte da estratégia do Palácio do Planalto, que vai abrir as torneiras das emendas parlamentares para tentar aprovar a reforma da Previdência antes do fim de fevereiro e consolidar a estratégia de montar uma ampla frente eleitoral com todos os partidos da base aliada.

Raquel Muniz integra a Comissão Especial da Reforma da Previdência. Ela é esposa de Ruy Muniz, que foi preso pela Polícia Federal, por corrupção, quando era prefeito de Montes Claros.

Segundo o jornal Estado de São Pauloo governo Michel Temer avalia ter um “arsenal” maior do que o usado em votações importantes do ano passado para convencer o Congresso a votar a matéria e aglutinar a base.

Do ano passado, somente em restos a pagar de emendas parlamentares – que podem ser destinadas por deputados federais e senadores a redutos eleitorais – e novas emendas do Orçamento deste ano são mais de R$ 20 bilhões. Somados outros R$ 10 bilhões que o governo estima economizar ainda neste ano caso a reforma da Previdência seja aprovada, e que seriam usados em obras que podem render dividendos eleitorais aos aliados neste ano, o valor do “arsenal” de Temer pode superar R$ 30 bilhões.

Na avaliação do Planalto, a reforma é o que falta para a construção de uma candidatura única de centro e, assim, assegurar a maior parcela de tempo no rádio e na TV e do fundo eleitoral.

Contag contesta os golpistas

‘É mentira que os trabalhadores rurais estão fora dessa reforma da Previdência’

Edjane Rodrigues, da Contag, afirma que pressão sobre parlamentares continua. “Quem votar pela reforma da Previdência está votando contra a classe trabalhadora, e vamos dar a resposta à altura”

 Rede Brasil Atual – Quem vê a propaganda do governo Temer a respeito da “reforma” da Previdência vai se deparar com a informação de que os trabalhadores rurais não serão afetados pela aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 287). No entanto, trata-se de uma propaganda enganosa, segundo Edjane Rodrigues, secretária de Políticas Sociais da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).

“É mentira que os rurais estão fora dessa reforma da Previdência”, afirma. “A emenda aglutinativa deixa muito clara a exigência da contribuição previdenciária mensal e individual para agricultores e agricultoras familiares. Esse é um dos principais pontos e, na nossa avaliação, exclui pelo menos 60% da agricultura familiar dos sistemas de proteção previdenciária”, pontua Edjane. Hoje, a contribuição previdenciária dos agricultores familiares é feita com base em uma alíquota de 2,3% sobre a venda de sua produção.

Outro ponto destacado pela secretária da Contag se relaciona à elevação da idade de aposentadoria para os assalariados e assalariadas rurais. “A proposta prevê igualar com os urbanos, passando para 65 anos os homens e 62 as mulheres, o que significa um grande aumento de dificuldades de comprovação do tempo de trabalho, algo gerado inclusive pela descontinuidade dos contratos e pela alta informalidade, além da penosidade que essas pessoas enfrentam nas atividades rurais.”

A Contag cita dados de 2015 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, segundo a qual 44,2% da população brasileira ocupada começou a trabalhar antes dos 14 anos. No entanto, existe uma grande diferença entre trabalhadores urbanos e rurais em termos de ingresso no trabalho: enquanto 34% das mulheres e 45,3% dos homens que moram em áreas urbanas iniciaram antes dos 14 anos, no campo, os índices chegam a 70,2% da população ocupada feminina e 78,2% da masculina.

Segundo Edjane, a entidade segue realizando um trabalho de mobilização e pressão sobre deputados e senadores. “Estamos dialogando com parlamentares dizendo que quem votar pela reforma da Previdência – e este é um ano eleitoral – está votando contra classe trabalhadora, e vamos dar a resposta à altura”, afirma. “Se a gente não mantém uma política como a da Previdência Social, tão importante, que ajuda as pessoas a permanecer no campo, como vamos garantir que os jovens de hoje possam produzir com qualidade os alimentos colocados na mesa dos brasileiros?”

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