São mudanças superficiais e midiáticas, feitas sob medida para sacudir e sensibilizar as redes sociais, novo modo de nossos políticos governarem
Por: Bianca Alves – Os Novos Inconfidentes Novos Inconfidentes
A reforma administrativa de Zema chega à Assembleia como mais uma política de miudezas de seu governo. Ao ser anunciada, prometia uma economia em quatro anos de R$ 1 bilhão, ou R$ 250 milhões por ano. O que já não era grande coisa, quando comparada por exemplo aos gastos com a folha de pessoal, que é de R$ 3 bilhões por mês. Cálculos do departamento técnico da Assembleia, porém, apontam para uma economia ainda menor – meros R$ 39 milhões anuais ou menos de R$ 200 milhões ao final de quatro anos. Se o cálculo anterior acenava com uma redução de despesas de pífios 0,72%, a nova projeção apronta para um percentual cinco vezes menor. Ou oito, se for computado um substitutivo de última hora, que cria novos cargos comissionados.
Em matéria no site Os Novos Inconfidentes, sua criadora Raquel Faria já apontava: “nos últimos 30 anos, pelo que se recorda, nenhum governador deixou de fazer sua reforminha, sempre com a justificativa de reduzir despesas e aumentar a eficiência da máquina. A proposta de Zema repete o roteiro batido. É mais do mesmo”, escreveu. “A prova de que as sucessivas reformas não produziram os efeitos esperados é o fato de que o Estado, depois de exaustivamente reformado, ostenta hoje um déficit crônico e recorde. O reformismo deu em calamidade financeira”, completou Raquel.
A extinção de secretarias e cargos proposta pelo governo se junta assim a outras miudezas sem efeito prático, como a venda de aviões, que colocou R$ 2 milhões no cofrinho do governador e não paga sequer o que o governo deve de vigilância nas escolas – o débito é de R$ 11 milhões. Da posse até agora, Zema comemorou economia com bufê na posse, que teve suco e pão de queijo doados por empresas. Também alugou uma casa na Pampulha, para gastar menos gasolina em seus deslocamentos para a Cidade Administrativa. Está doando o salário, cancelou medalhas e comendas, além de fotos suas nas repartições públicas. Em tempos de crise, gastar menos é imperativo. Afinal, caro é o que não resolve problemas. Como mudanças superficiais de efeito apenas midiático, feitas sob medida para sacudir e sensibilizar as redes sociais, novo modo de nossos políticos governarem.