Militares são os que mais custam para o sistema previdenciário e os mais poupados nas mudanças
De longe, a maior distorção da reforma da previdência em tramitação no Congresso é o fato de excluir os militares das Forças Armadas das novas regras. Essa categoria é a que mais pesa para a previdência e a que mais desfruta de privilégios. Isso se mantém. São os únicos a ganharem um projeto à parte e diferenciado de reforma, tratados como cidadãos especiais.
Pelo menos em nível nacional, os integrantes da Aeronáutica, Exército e Marinha são as categorias mais privilegiadas historicamente. Eles são um dos únicos servidores que se aposentam com base no último salário que ganham, geralmente o maior de toda a carreira. A contribuição que eles possuem não é para a aposentadoria e sim para as pensões. Quem acaba pagando pelo salário do aposento deles são os civis. A reforma da previdência dos militares aumenta a contribuição deles, mas de forma pontual. Eleva de 7,5% para 10,5%. Os servidores civis contribuem para a aposentadoria com 11%, com a reforma esse percentual pode chegar a 14%.
O custo com servidores militares inativos da União cresceu de 2016 a 2018 em 12,69%, chegando a R$ 22,14 bilhões. Já o crescimento de gastos com a previdência dos civis, que engloba o INSS, cresceu 11,49% no mesmo período. O dado é do Portal da Transparência. Conforme informações divulgadas pela imprensa, em média, por mês, os militares reformados e das Forças Armadas recebem R$ 13,7 mil de benefício, sendo que 55% dos ativos se aposentam com idade que varia entre 45 a 50 anos.
A reforma da previdência dos militares não ataca os privilégios da farda, preservando até mesmo o mais absurdo deles, que é a pensão vitalícia para as filhas solteiras (no papel) de militares falecidos. Além de manterem benesses, o pequeno sacrifício que eles farão na previdência ou pagarão a mais em contribuição está sendo compensado no projeto com aumentos salariais. Para eles não haverá nenhuma perda financeira. É por isso, para manter integralmente as suas rendas, que a reforma dos militares tramita em projeto separado. Que caminha a passos de tartaruga no Congresso
Via Os Novos Inconfidentes