– Viralizou nas redes sociais vídeo que mostra o reitor da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Antônio Alvimar, tentando intimidar o professor Rafael Baioni, durante reunião do Conselho Universitário.
Após comentar fala de Alvimar sobre a estabilidade no número de casos de Covid-19, Baioni, que, além de conselheiro é diretor da Associação dos Docentes da Unimontes (Adunimontes), foi chamado pelo reitor de “psicólogo azedo”.
A discordância se deu especialmente na parte da fala do reitor em que ele elogia o governador Romeu Zema (Novo) ao considerar “baixa” a ocupação de leitos de UTI em Montes Claros. Na sua vez de falar, o conselheiro alertou sobre a necessidade de se manter um distanciamento crítico.
“Somos Estado e não governo”, disse, lembrando que Minas tem uma das maiores subnotificações de contaminação pelo coronavírus, além de o governador ser apoiador de primeira hora do presidente Jair Bolsonaro, reconhecido mundialmente como o pior governante no enfrentamento à pandemia. Até o domingo (23), Minas Gerais registrava, oficialmente, 4.790 mil mortes e caminhava para os 200 mil casos confirmados. Em Montes Claros, eram 70 óbitos e 4.483 casos confirmados.
Na sua fala, Baioni aproveitou para lembrar que foi exatamente durante a pandemia, quando a categoria não pode se mobilizar, que Zema enviou à Assembleia Legislativa a proposta de reforma da Previdência do funcionalismo público, considerada por analistas a mais cruel do país. Ele disse que a diretoria da Adunimontes estava realizando uma campanha de arrecadação de cestas básicas para alunos carentes quando foi surpreendida pelo anúncio da reforma.
Chamou a atenção o fato de a reação ser desproporcional e claramente pessoal. Na resposta, Antônio Alvimar foi agressivo e se referiu a Baioni nominalmente. Reiteou os elogios ao governo Zema e disse que o conselheiro estava com “dor de cotovelo”. Em seguida, tentou impedir que ele respondesse, mas outro conselheiro cedeu seu tempo.
“Jamais se dirija de novo a mim de forma pessoal. Aqui eu não sou Rafael, sou um conselheiro. Essa é uma forma de desrespeito e intimidação gravíssimas já praticada pelo senhor outras vezes”, reagiu. Segundo ele, a postura do reitor pode estar ligada a uma cultura coronelista da região, que costuma personalizar as coisas.
O ECN está aberto para publicar a opinião do Reitor, caso ele queira manifestar.