Para representante dos professores, a universidade se comporta de forma obscura na elaboração do seu estatuto

A Comissão Estatuinte da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) adiou para 5 de agosto o prazo para as inscrições de delegados e para o dia 31 de julho o da submissão de propostas. A mudança se deu devido à baixa procura.
A Associação dos Docentes da Unimontes (Adunimontes) já havia alertado para a inconveniência de estabelecer o mês de julho para as inscrições, por causa da baixa divulgação e do menor fluxo de professores e alunos na universidade nesse período. Julho é dedicado à finalização de semestre e recesso.
Além disso, há coincidência com eventos dos movimentos sindical e estudantil, promovidos pela Associação Nacional de Docentes do Ensino Superior (Andes) e União Nacional dos Estudantes (UNE). Por isso, a entidade tinha proposto que o calendário da estatuinte (processo pelo qual será definido o estatuto da instituição) só começasse em agosto, o que inicialmente foi rechaçado pela reitoria.
Para a Adunimontes, a negativa em adiar a data de inscrições foi uma das formas de a reitoria impor uma proposta sem levar em consideração a comunidade acadêmica, que sempre lutou pela implementação desse instrumento.
O processo começou a ser discutido no fim do primeiro semestre de 2017, mas desde então, segundo a entidade, a gestão da universidade trabalha para definir o estatuto a portas fechadas, na medida em que não divulga as ações e deixa de mobilizar alunos, técnico-administrativos e docentes.
De acordo com a Adunimontes, sucessivos calendários foram vencidos sem a suspensão ou prorrogação oficial, de modo que a comunidade acadêmica manteve-se desinformada, desmobilizada e alheia ao seu andamento.
“A quem interessa o silenciamento da comunidade acadêmica na construção do estatuto?”, questiona nota divulgada pela entidade. Apesar de tudo, a entidade pede à comunidade acadêmica o envio de propostas, tendo em vista que a universidade é um bem da sociedade e seu estatuto é um instrumento que ultrapassa a temporalidade da atual gestão.
“Assim, evita-se que o estatuto seja moldado aos interesses de alguns, não aceitando a tentativa de silenciamento e reafirmando que a universidade é de todos e para todos e que nos empenharemos, sempre, para preservá-la democrática e plural”, conclui a nota.

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