Senador tem imóveis não declarados, além de um Porsche avaliado em cerca de R$ 350 mil. O veículo está em nome de sua irmã

 Segundo informações do jornal O Globo, o ex-jogador e senador Romário (Podemos-RJ) ocultou grande parte do seu patrimônio a fim de fraudar credores que o acionam na Justiça.

Dois apartamentos na Barra da Tijuca que faziam parte dos imóveis não declarados já foram identificados pela Justiça e serão utilizados para pagar parte das dívidas do político.

Os bens de Romário, os declarados e os que não possuem registro, são avaliados em R$ 9,6 milhões. Um levantamento feito pelo jornal juntamente com a Procuradoria da Fazenda revela que o senador e duas de suas empresas devem algo em torno de R$ 36,7 milhões em dívidas com o Estado, com outras empresas e com pessoas físicas.

Os apartamentos

Os dois apartamentos já descobertos pela Justiça estavam registrados em nome da construtora Cyrela até 2016, ainda que tenham sido comprados pelo ex-jogador em 2005, e pagos em 2008.

Após determinação da Justiça, a empresa revelou que o real proprietário dos imóveis é a empresa Romário Sports Marketing, da qual Romário é um dos principais sócios. Os apartamentos teriam sido leiloados no último ano para quitar parte da dívida do senador com a empresa Koncretize, que prestou serviços a um restaurante do ex-jogador. O leilão arrecadou R$ 2,86 milhões, o senador entretanto declarou na época da campanha que seus bens totalizavam R$ 1,3 milhão.

A Cyrela ainda financiou Romário nas campanhas de 2010 e 2014 através de empresas que foram doadoras e têm a construtora como sócia. Ao todo, foram R$ 100 mil reais doados, mas a empresa afirma que todas as doações foram feitas dentro da legalidade.

O senador afirmou através de sua assessoria de imprensa que a empresa não pode ser confundida com a pessoa física de Romário: “os imóveis não são meus, pertenciam à empresa.” O ex-jogador porém é dono de 99% do capital da Romário Sports Marketing de acordo com declaração enviada em 2014 para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Outros imóveis

Uma casa de luxo, avaliada pela prefeitura do Rio de Janeiro em R$ 6,4 milhões, em um condomínio da Barra da Tijuca, também fazem parte das investigações. O imóvel foi vendido por Adriana Sorrentino, ex-mulher do ex-jogador Edmundo, no final de 2015 e ela confirma que o comprador foi Romário.

O imóvel continua no nome de Adriana porque, de acordo com ela, o valor ainda não foi totalmente quitado. Entretanto comprovantes revelam que parcelas do IPTU de 2017 foram pagos por Zoraidi de Souza Faria, irmã de Romário. O senador nega que seja dono do imóvel.

Além da casa, um Porsche Macan Turbo, ano 2014, avaliado em R$ 350 mil, também é parte do patrimônio não declarado e poderá ser usado na quitação das dívidas. O carro está registrado no nome da irmã do ex-jogador e acumula 67 multas, a maioria por excesso de velocidade. Em sua defesa Romário disse não haver impedimento de usar o carro da irmã emprestado.

Outro Lado

A irmã do ex-jogador não respondeu os questionamentos feitos pelo O Globo. Já o ex-jogador se manifestou em suas redes sociais nesse domingo (25) e afirmou que possui dívidas como qualquer outro cidadão e que “essas vêm sendo quitadas ao longo dos anos. Essas disputas judiciais nada têm a ver com a atividade política”.

Sobre a declaração do patrimônio, Romário afirma que “todo o meu patrimônio vem sendo declarado à Receita Federal, totalmente dentro da legalidade. Tenho uma empresa de marketing que gere minha carreira esportiva, a Romário Sports, e essa empresa tem como sócia minha irmã Zoraidi. Portanto, todo patrimônio declarado em seu nome é compatível com a sua renda”.

O senador ainda acusou O Globo de usar a matéria politicamente tentando associar a sua figura a qualquer caso de corrupção.

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