– O deputado Padre João (PT-MG) criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal, que negou o pedido da Procuradoria Geral da República (PGR) para prender o senador Aécio Neves (PSDB-MG), mas, por 3 votos a 2, determinaram o afastamento dele do seu mandato e seu recolhimento noturno em casa.

“Olha que essa denúncia ainda não é nada diante do que ocorreu na Cidade Administrativa e da lista de Furnas. Se ele não fosse do PSDB, já estaria preso há muito tempo. Ele espertamente é do PSDB, mantém-se no PSDB com suas relações com o setor da Polícia Federal, com o setor do Ministério Público, com o setor do próprio Judiciário, onde ele encontra proteção, porque a ligação dele com o tráfico de cocaína é óbvia, como também a da família Perrella, e ninguém é preso nesses episódios”, disse o petista. “Não se trata de algo que eu tenha contra o Aécio, mas é o Aécio que está em conflito com a lei, e não é de hoje”, reforçou.

Aécio foi denunciado pelos crimes de corrupção passiva e obstrução à Justiça. Por ocasião da delação de Joesley Batista, um dos donos da JBS, Aécio apareceu em gravações pedindo R$ 2 milhões, sob a justificativa de que precisava pagar um advogado para defendê-lo na Lava Jato. Em 18 de maio o senador foi afastado do mandato. Em seguida, o inquérito foi fatiado e, por sorteio, a parte relativa ao tucano caiu com Marco Aurélio. Em 30 de junho, o ministro devolveu o mandato de Aécio. A PGR recorreu.

Padre João também criticou qualquer tentativa que venha a ocorrer por parte do Legislativo para tentar salvar o senador. “É lamentável essa postura também corporativa destas duas Casas: da Câmara e do Senado. E, aqui, quando as Casas se omitem, é verdade, o Judiciário tem que agir. Então, não há inconstitucionalidade nesse afastamento do mandato do senador Aécio Neves como também não o seria o pedido de mandado de prisão de Aécio Neves”, avaliou.

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