QUEBRA DE SIGILO DE MARIZ INDICA AÇÃO CONTRA TEMER

 O criminalista Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, advogado que defendeu Michel Temer das acusações da JBS e, ao final do governo do emedebista, pediu para sair da defesa, diz, em entrevista ao jornal O Estado de S Paulo, que teve seu sigilo bancário quebrado porque fez pagamentos ao empresário Lúcio Funaro, que aparentemente o delatou. Mariz diz ter repassado cerca de R$ 300 mil a Funaro como “devolução de honorários” e que tudo estaria documentado.

Delator na Lava Jato, Funaro tenta provar que recebeu recursos de Mariz a mando de Temer. Esses recursos seriam provenientes da JBS, o que explicaria a frase “tem que manter isso, viu?” dita por Temer ao empresário Joesley Batista, no Palácio da Alvorada.

A reportagem afirma que Mariz não teme a quebra do sigilo bancário de seu escritório nem dele próprio. “Não temo de forma alguma”, disse o criminalista. A matéria acrescenta ainda que “a informação sobre o decreto judicial que abre o sigilo das contas da banca Mariz de Oliveira, uma das mais tradicionais do País, foi noticiada pelo jornal O Globo na sexta, 15. A ordem partiu do juiz Vallisney de Oliveira, da 10.ª Vara Federal de Brasília, e atinge também 15 empresas. Mariz disse que ainda não teve acesso à ordem judicial, mas acredita que ela ocorreu no âmbito de uma investigação sobre o ex-presidente Michel Temer, sob suspeita de tentar silenciar o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ) e o corretor Lúcio Bolonha Funaro, que virou delator na Operação Sépsis – investigação sobre desvios e fraudes na Caixa.”

O jornal ainda destaca: “Mariz defendeu ambos, Temer e Funaro. À defesa do ex-presidente ele renunciou no dia 29 de dezembro passado por ‘impedimento legal e ético’. Temer é alvo de três acusações formais da Procuradoria-Geral da República e de mais cinco inquéritos em curso na Polícia Federal. O impedimento surgiu a partir do momento em que foram arroladas testemunhas de acusação contra Temer que o próprio Mariz já havia defendido em outras ações. Uma dessas testemunhas é o corretor Lúcio Bolonha Funaro, delator do ex-presidente.”

Se ficar provado que Temer tentou silenciar duas testemunhas – Cunha e Funaro – ele poderá ser alvo de ações coercitivas determinadas pelo juiz Vallisney.

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