TUDO DOMINADO: O conselho de ética do Senado Federal arquivou a representação contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG) por 12 votos a quatro. Ele foi flagrado negociando propinas de R$ 2 milhões com o empresário Joesley Batista; seu primo Fred Pacheco e sua irmã Andrea estão em prisão domiciliar
Com Aécio solto, senadores decidiram manter o arquivamento da decisão que barrou a cassação do tucano
O Conselho de Ética do Senado confirmou o arquivamento do pedido de cassação do mandato de Aécio Neves (MG), presidente afastado do PSDB. Por 11 votos a 4, os senadores decidiram manter a decisão do presidente do colegiado, João Alberto Souza (PMDB-MA), que em 23 de junho arquivou a decisão monocraticamente.
Após as delações da JBS se tornarem públicas, a Rede e o PSOL pediram ao conselho que cassasse o mandato de Aécio por quebra de decoro parlamentar. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, chegou a pedir a prisão do tucano ao Supremo Tribunal Federal, mas o ministro Edson Fachin negou. Após o caso ser redistribuído no STF, o novo relator, Marco Aurélio Mello, devolveu o mandato de Aécio.
Segundo a PGR, Aécio tinha um plano para barrar as investigações da Lava Jato, inclusive por meio da escolha de delegados da Polícia Federal que investigariam os parlamentares, e pediu propina a Joesley Batista, da J&F. Na terça-feira 4, Aécio voltou ao Senado e disse ter sido vítima de uma armadilha.
Na quinta-feira 6, o senadores votaram a respeito a aceitação ou não do recurso apresentado pela Rede acerca da decisão de João Alberto Souza.
A base do governo Michel Temer foi decisiva no resultado. O PSDB está dividido a respeito do desembarque do governo, e Aécio, enrolado na Justiça, lidera a ala que deseja permanecer com Temer, apesar das denúncias.
Confira como votaram os senadores:
Quem votou “não” para salvar Aécio:
Airton Sandoval (PMDB-SP)
Romero Jucá (PMDB-RR)
Hélio José (PMDB-DF)
Davi Alcolumbre (DEM-AP)
Flexa Ribeixo (PSDB-PA)
Eduardo Amorim (PSDB-SE)
Gladson Cameli (PP-AC)
Acir Gurgacz (PDT-RO)
Telmário Mota (PTB-RR)
Pedro Chaves (PSC-MS)
Roberto Rocha (PSB-MA)
Quem votou “sim” pela continuidade da ação:
Lasier Martins (PSD-RS)
José Pimentel (PT-CE)
João Capiberibe (PSB-AP)
Antonio Carlos Valadares (PSB-SE)