Representantes do PSB Mineiro – (Foto: Reprodução)

O PSB de Minas Gerias abriu uma representação contra o integrante da bancada mineira, deputado federal Júlio Delgado (PSB-MG), após fotos atestarem que o parlamentar descumpriu o a orientação do Diretório Nacional e votou a favor do atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ainda durante a corrida pelo comando da Casa, em 1º de fevereiro. Candidato de Jair Bolsonaro (sem partido), Lira foi eleito por 302 votos no primeiro turno do pleito.

Ainda no fim de 2020, por unanimidade, o PSB Nacional havia decidido proibir qualquer tipo de apoio ao candidato do governo Bolsonaro na disputa à presidência da Câmara, por entender que este defendia bandeiras contrárias à sigla.

A resolução, ainda segundo o presidente da legenda, Carlos Siqueira, refletia uma das “diretrizes do partido” e que deveriam nortear a bancada e militância a partir de uma uniformidade das decisões”. Em conjunto com PT, PDT, PCdoB e Rede, o PSB definiu em janeiro apoio à candidatura do deputado Baleia Rossi (MDB-SP), decisão que foi fundamentada em uma carta assinada pelos partidos.

“Atitude intolerante e arbitrária”
Em um documento que reúne as assinaturas do suplente de deputado estadual, Igor Versiani, do ex-vereador e secretário-geral do PSB de Montes Claros, Fábio Neves, do presidente municipal do PSB de Itacambira (MG), Osmano Sousa, e do presidente do PSB de Patos/MG, Marcionílio Rocha Filho, o grupo diz ser que a atitude foi absolutamente intolerante e arbitrária”.

No texto, o colegiado ressalta que além “afrontar, de forma despudorada e insolente” a decisão nacional, a razão mais intolerável de tal posicionamento reside no fato de Arthur Lira representar os interesses de um “presidente da República que, em dois anos de mandato, acumulou um passivo social, econômico, político e moral que encontra sua síntese na absoluta indiferença frente à morte de mais de 200 mil brasileiros vitimados pelo coronavírus”.

Retrocesso representado por Bolsonaro
Eles destacam, ainda, que Jair Bolsonaro “afronta os princípios democráticos, cujo projeto de poder depende, para sua realização, da destruição de requisitos legais e institucionais da civilidade política, duramente conquistados após o fim da ditatura militar. Um presidente que faz apologia de crimes contra a humanidade, como a tortura, e de seus perpetradores, os torturadores”, apontam em outro trecho.

O grupo ainda reiteram que a vitória de Lira significa submeter o Congresso, “hoje uma frágil linha de resistência a esses desatinos, ao obscurantismo e ao retrocesso representado por Bolsonaro”.

Interpelação do deputado no Conselho de Ética
Desta forma, os signatários da Carta rechaçam o apoio de Delgado a inclinações ideológicas que se alinham a Bolsonaro e defendem que o congressista seja submetido à disciplina partidária.

Eles pedem que a direção do PSB, a partir do Conselho de Ética, interpelem o deputado a respeito do voto e reafirmam que “atitudes contrárias ao PSB orquestradas por Delgado” tiveram início após a votação da reforma da previdência, quando o mesmo congressista votou contra, mas declarou publicamente que o partido havia cometido “estelionato eleitoral” em entrevista à revista Veja, evidenciando a desconformidade com os princípios do PSB.

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