– A Operação Lava Jato sofreu na noite desta quinta-feira 14 sua segunda grande derrota em apenas dois dias. Trata-se da decisão do Supremo Tribunal Federal, por 6 votos a 5, a favor da competência da Justiça Eleitoral para julgar crimes comuns – como corrupção e lavagem de dinheiro – conexos com delitos eleitorais.

Na última terça-feira 12, a força-tarefa da Lava Jato já havia tomado um grande golpe, com a manifestação da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, contra a fundação bilionária da investigação, que seria administrada pelo Ministério Público e teria dinheiro oriundo da Petrobrás.

Durante a sessão, alguns ministros manifestaram duras críticas aos procuradores, como Gilmar Mendes, que em seu voto acusou o procurador Deltan Dallagnol de pegar dinheiro da Petrobrás para fazer fundo eleitoral. “Sabe-se lá o que podem estar fazendo com esse dinheiro”, disse. “Isto é um modelo ditatorial. Se eles estudaram em Harvard, são uns cretinos, não sabem o que é processo civilizatório”, disparou.

Votaram para enviar os processos para a Justiça Eleitoral os ministros Marco Aurélio (relator), Alexandre de Moraes, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Celso de Mello e Dias Toffoli, presidente da Corte. Para dividir os processos com a Justiça comum, votaram os ministros Edson Fachin, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Fux e Cármen Lúcia.

O julgamento foi desempatado pelo presidente da Corte, ministro Dias Toffoli, o último a votar no caso. Dias Toffoli afirmou que sua posição sempre foi a mesma, de manter a jurisprudência do STF, por isso, acompanhou o relator.

“Todos aqui estamos unidos no combate a corrupção. Tanto que são raros os casos de reversão de algum processo, de alguma condenação, de alguma decisão. Todos também estamos aqui na defesa da Justiça Eleitoral”, afirmou Toffoli.

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