O ministro Alexandre de Moraes, do STF, mandou processos contra políticos do PSDB começar do zero na primeira instância. Dentre os beneficiados pela medida estão o senador mineiro Aécio Neves e os deputados paranaenses Valdir Rossoni e Luís Nishimori.

Os processos foram remetidos às justiças de Minas Gerais e do Paraná, haja vista o novo entendimento acerca do ‘foro por prerrogativa de função’ que prevê permanência no STF apenas as ações cujos crimes ocorreram durante o mandato do parlamentar e estejam ligados às funções do cargo.

Quando é acionada contra políticos do PSDB, a Justiça costuma demorar bastante para decidir. Vide o caso do ex-governador mineiro Eduardo Azeredo, que recentemente obteve o benefício de um novo julgamento. Sua ação penal demorou mais de 12 anos para ser apreciada, mesmo assim não foram esgotados os recursos na segunda instância. (A ação contra Lula demorou seis meses).

No caso de Aécio, a bronca dele é de quando era governador de Minas. O tucano teria fraudado licitações para construir a Cidade Administrativa.

Já Valdir Rossoni responde por prevaricação e é investigado na Operação Quadro Negro.

Luís Nishimori respondia no STF pelo emprego de nove “funcionários fantasmas” quando era deputado estadual no Paraná, entre os anos de 2003 e 2010, implicando desvio do total de R$ 2,8 milhões.

Além do trio — Aécio, Rossoni e Nishimori –, a decisão do ministro Alexandre de Moraes também beneficiou mais cinco parlamentares: Roberto Rodrigues Goes, César Hallum, Carlos Henrique Amorim, Lamarck Gomes e Ricardo Cavalcanti.

Aécio vai para “juízes amigos de Minas”. Viram, bobinhos do foro privilegiado?

Por Fernando Brito

Na hipocrisia brasileira, as coisas são o contrário do que parecem.

O fim do foro privilegiado, disseram a você, agilizaria o julgamento dos políticos acusados de crimes.

Celeridade, celeridade, celeridade, bradavam os colunistas dos grandes jornais.

E hoje, na Folha, lê-se que Alexandre de Moraes, mandado diretamente do PSDB para o Supremo, acaba de remeter para a Justiça de Minas Gerais o inquérito sobre as propinas supostamente pagas a Aécio Neves pela construção do Centro Administrativo do Estado.

Aquela mesma justiça estadual onde, por anos arrastou-se o processo do “mensalão mineiro”, novela que ainda não terminou e que corre o risco de ter como epílogo a prescrição da pena dada a Eduardo Azeredo, ex-presidente nacional do PSDB, já perdido nas brumas da memória pública.

Embora vá ser muito difícil Aécio Neves livrar-se , de imediato, do outro processo que se lhe move, o da mala da JBS, ficam maiores as possibilidades de que, findo seu mandato, também este tenha o mesmo destino.

E em Minas, como se sabe, até um aeroporto privado, para uso de lazer, vira uma obra de infraestrutura, essencial para escoar a produção da indústria da pequena cidade de Cláudio.

Que, como se sabe, é conhecida pelo grande número de fundições de ferro, um material levíssimo, adequado para transporte aéreo.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

1 × um =