O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu guerra contra a Operação Lava Jato: o ministro Alexandre de Moraes autorizou dez operações de busca e apreensão em seis estados do país. Na mira, computadores, telefones e documentos. Militares da reserva que pregaram o fechamento do STF e alguns procuradores foram chamados a prestar depoimento. Segundo a jornalista Daniela Lima, na coluna Painel, “investigadores que acusaram o STF de pactuar com a corrupção serão ouvidos”.
A Corte também ordenou buscas na casa do general da reserva do Exército brasileiro Paulo Chagas, cogitado como companheiro de chapa de Jair Bolsonaro nas eleições de 2018. Foi candidato derrotado ao governo do Distrito Federal pelo PRP, com apoio de Bolsonaro.
“Caros amigos, acabo de ser honrado com a visita da Polícia Federal em minha residência, com mandato de busca e apreensão expedido por ninguém menos do que ministro Alexandre de Moraes. Quanta honra! Lamentei estar fora de Brasília e não poder recebe-los pessoalmente”, disse.
A ação acontece na esteira da decisão do ministro do STF que censurou reportagem do site O Antagonista e da revista Crusoé, de extrema direita, ligadas à Lava Jato, que postaram uma reportagem que trazia um codinome “O amigo do amigo de meu pai” que, segundo as publicações, seriam usados pela Odebrecht para se referir ao presidente da Corte, Dias Toffoli.
Procuradores que tiveram contato com o documento da Odebrecht que cita o presidente do STF, Dias Toffoli,serão ouvidos. “Ministros dizem que é preciso entender 1) o timing da provocação que levou à menção e 2) o vazamento e suas motivações”, escreve Daniela Lima.
Com as ações, o STF declara guerra à Lava Jato, com desdobramentos imprevisíveis para a relação da Corte com o governo Bolsonaro, especialmente Sérgio Moro, e o ativismo judicial da extrema-direita no país.