Marcelo Pereira de Aguiar foi preso e liberado em seguida, após pagar  fiança de R$ 6.000

O colecionador de arma, no jargão dos seus conhecido como CAC (colecionador, atirador esportivo ou caçador), Marcelo Pereira de Aguiar, suspeito de executar um morador de rua em Santo André (SP) no último dia 11, foi preso em flagrante por porte ilegal de arma no dia 1 de março deste ano.

Isso foi divulgado pela imprensa nos últimos dias. Também se informou que o suspeito, antes de ser preso, tentou se passar por autoridade policial (delegado da Polícia Federal), assim buscando criar uma justificativa para estar armado no meio da rua.

Na ocasião, acabou preso em flagrante delito por porte ilegal de arma, crime (Lei 10.826/03, Art 14) pelo qual responde até hoje, em liberdade, após ter pago fiança de R$ 6.000.

O que a Polícia Civil do Estado de São Paulo não informou é que a prisão de Aguiar se deu na madrugada do dia primeiro de março, quando o suspeito de homicídio, após ter ingerido duas garrafas de vinho, segundo ele mesmo narrou e um laudo pericial confirmou, parou em um bar para tomar uma dose de uísque, e então passou a brandir uma pistola com 14 balas no pente, em frente a um bar na rua Dr. Baeta Neves, em São Bernardo do Campo(SP), visivelmente embriagado, ameaçando quem por ali passava, ao ponto de fazer desmaiar de medo um cidadão, e ao ver este homem no chão, passou a dizer que era policial, no que chamou a atenção e a desconfiança de mais pessoas, que ligaram para a polícia, que foi ao local e constatou que ali se dava uma ocorrência, qual seja, um homem bêbado, armado, ameaçando pessoas e causando pânico.

No último dia 20, Aguiar teve sua prisão preventiva decretada no âmbito deste processo (além  de ter tido prisão ordenada na investigação da morte do morador de rua), evidenciando que a Justiça reconheceu o erro no relaxamento da prisão em flagrante.

Os fatos acima estão narrados no Inquérito 206620, lavrado no Primeiro Distrito Policial de São Bernardo do Campo, ao qual o DCM teve acesso, cujos principais documentos seguem anexados nesta reportagem (abaixo).

Também se lê nos mesmos autos que o colecionador de armas e empresário alegou, já na Delegacia de Polícia, após ser preso em flagrante por porte ilegal de arma, que portava sua pistola Sig Sauer .380 com 14 cartuchos, ainda que não tivesse direito para tanto, porque se sentia inseguro sem ela nas ruas, dada a violência que se vê no Brasil.

Já no distrito policial, afirmou que estava arrependido de tudo, e afirmou que não faria mais uso indevido da sua arma.

Hoje, é o principal e único suspeito da execução inexplicável de um morador de rua.

A embriaguês de Aguiar, o desmaio por medo da vítima e as ameaças armadas de Aguiar com sua arma não são hipóteses.

São fatos narrados por testemunhas e por laudos periciais, como se vê nos documentos presentes nesta reportagem.

O presidente Jair Bolsonaro assinou decreto no último dia 7 permitindo que colecionadores de armas registrados – como Aguiar – possam ir de casa ao lugar de treinamento (ou participar de competições) com as suas armas carregadas de munição, desde que tenham posse de seu certificado de Registro de Colecionador, Atirador e Caçador.

A maior liberdade para os CACs comprarem, portarem e fazerem uso de armas e munições é uma bandeira manifesta do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), ele próprio um CAC orgulhoso.

De acordo com o parlamentar, os colecionadores de armas não devem ser tratados como bandidos ou assassinos.

Tá certo.

Via Diário do Centro do Mundo

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