Abalo sísmico foi de 2.3 na escala Richter, segundo registros da UnB e da Unimontes. Cidade tem histórico de tremores, provocados por falha geológica

 A terra tremeu em Montes Claros, no Norte de Minas, na madrugada deste sábado (5/3). O abalo foi de 2.3 na Escala Richter, de acordo os registros do Núcleo de Estudos Sismólogos da Universidade Estadual de Montes Claros (NES/Unimontes) e do Observatório Sismológico (Obsis) da Universidade de Brasília (UnB).
Considerado leve, o abalo sísmico não causou danos, mas assustou muito os moradores, principalmente pelo fato de ter ocorrido no meio da madrugada, às 2h22. Muitas pessoas relataram nas redes sociais que estavam dormindo e acordaram ao ouvir um “estrondo”. Montes Claros tem um histórico de abalos sísmicos.
De acordo com estudos do Observatório Sismológico da UnB e do Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (IAG- USP), a causa dos fenômenos é uma falha geológica de dois quilômetros de extensão situada uma profundidade de 1 a 2 quilômetros, próximo da área urbana do município (entre a Vila Atlântica e o Parque Estadual da Lapa Grande).

Segundo o Observatório Sismológico da Universidade de Brasília, o epicentro do tremor da madrugada deste sábado foi verificado na zona rural do município, entre a sede e o distrito de Nova Esperança, na mesma região onde está localizada a falha geológica.
Antes do susto da madrugada deste sábado, os moradores da cidade-polo do Norte de Minas tinham sentido o chão balançar pela última vez na noite de 31 de janeiro de 2019. Na ocasião foi registrado na cidade um tremor de 1.4 graus na Escala Richter.

Recorde em 2012
A população de Montes Claros viveu uma “onda” de três anos sucessivos – 2011, 2012 e 2013 de registros de abalos sísmicos. O maior deles, de 4.2 graus na escala Richter, ocorrido em 19 de maio de 2012, atingiu cerca de 60 casas, sendo que oito delas foram interditadas na região da Vila Atlântica, que fica em cima da falha geológica, segundo os estudos.

Em março de 2013, Montes Claros recebeu a visita de uma missão japonesa, que deslocou até a cidade mineira para orientar os moradores sobre a prevenção de desastres e sobre as medidas devem ser adotadas para prevenir danos quando ocorrem abalos sísmicos. A delegação foi integrada por especialistas do Centro de Pesquisas e Mitigação de Desastres da Universidade de Nagoya.

Registros sísmicos realizados pelo Observatório Sismológico da UnB e pelo Centro de Sismologia da USP que pequenos tremores de terra sucessivos ocorreram no município a partir de 1995. Os fenômenos aumentaram nos anos seguintes, principalmente, em 1999, 2010, 2011, 2012, 2013 e 2014.

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