Revista britânica, uma das mais prestigiadas do mundo liberal, afirma que decisão do presidente de romper com austeridade fiscal, com a anuência de Paulo Guedes, trarão impactos destrutivos às finanças do país

Depois do jornalão norte-americano The New York Times denunciar as manobras de Jair Bolsonaro, em conluio com Donald Trump, para “melar” a eleição presidencial de 2022, agora foi a vez da mais influente revista do mundo no segmento econômico liberal, a The Economist, editada no Reino Unido, fazer considerações nada positivas sobre o mandatário ultrarreacionário do brasileiro.

Num artigo publicado nesta quinta-feira (11), a publicação com sede em Londres deixou sua análise já muito bem exposta no título do texto: “Bolsonaro faz mal à economia brasileira”, ilustrando-o com uma charge do chefe do Executivo federal com uma torneira vazando dinheiro no lugar de seu nariz.
A análise começa lembrando quem é Jair Bolsonaro, um oficial da reserva do Exército, de pensamentos de extrema direita, que nunca foi liberal e que para isso utilizou Paulo Guedes para ganhar a confiança do mercado em relação às suas intenções sobre o tema. Guedes, por sua vez, é retratado como um “economista de livre mercado”, mas que tenta de forma dissimulada arranjar desculpas para apoiar as ideias e decisões nada liberais de seu chefe.

Na sequência, a Economist lembra que as posturas liberais de Bolsonaro só duram enquanto as eleições transcorriam, dizendo que seu governo fez algumas tímidas mudanças regulatórias em pensões e deu autonomia ao Banco Central (BC), já durante a gestão, mas que isso foi substituído por um governo que descaradamente usa bilhões para comprar apoio político no parlamento.

As pancadas mais duras são as que revelam a entrega do governo ao centrão, garantindo que o líder radical não sofresse um processo de impeachment por sua desastrosa condução da pandemia da Covid-19, que levou o país a uma “calamidade sanitária”. Essa entrega, segundo a revista britânica, culminou com a mais recente aprovação na Câmara da PEC dos Precatórios, que “arrombou o teto de gastos”, numa tentativa desesperada de reeleição no próximo ano, já que os índices de popularidade de Bolsonaro são cada vez mais baixos.

O artigo diz ainda que o Auxílio Brasil, o eleitoreiro programa de distribuição de renda, de caráter provisório, que pretende dar R$ 400 para 17 milhões de famílias até o final da próxima disputa pelo Palácio do Planalto, vem sendo visto com desconfiança, ponto em que a publicação europeia rasga elogios ao Bolsa Família, citando positivamente o ex-presidente Lula, franco favorito para vencer a próxima eleição.

No fim, a conclusão da análise da The Economist não deixa dúvidas sobre a forma como Jair Bolsonaro é visto inclusive pelo mundo dos negócios.

“Seu enfraquecimento mostra que Bolsonaro não é ruim apenas para o meio ambiente, para os direitos humanos e para a democracia, mas também para a economia do Brasil”, diz o último parágrafo do texto.

Via Revista Fórum

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