“Através da fumaça, duas coisas são claras: as políticas de Bolsonaro são profundamente destrutivas para a floresta amazônica, e dissuadi-lo exigirá muito mais sutileza no exterior e mais determinação dos adversários e até dos aliados em casa”, diz a revista inglesa

– O jornal inglês The Economist voltou a destacar os impactos negativos das queimadas na Amazônia na imagem do presidente Jair Bolsonaro (PSL), apontado pela imprensa internacional como “irresponsável” diante da catástrofe ambiental. Em reportagem publicada nesta quinta-feira (29), o jornal disse que “os incêndios da Amazônia poderiam queimar Jair Bolsonaro”, mencionando também que a comunidade internacional tem razão em se preocupar com a situação, mas que devem mostrar “sutileza” ao lidar com o Brasil.
A revista fez uma recapitulação dos acontecimentos mais marcantes dos últimos 10 dias envolvendo a Amazônia. O texto cita as reuniões do G7, a recusa do governo em aceitar a ajuda financeira do grupo e as intrigas que se desenrolaram entre Bolsonaro e o presidente da França, Emmanuel Macron.

“Através da fumaça, duas coisas são claras: as políticas de Bolsonaro são profundamente destrutivas para a floresta amazônica, e dissuadi-lo exigirá muito mais sutileza no exterior e mais determinação dos adversários e até dos aliados em casa”, menciona a publicação
A persuasão e influência do agronegócio no governo brasileiro, fragilizando as políticas ambientais, também foi uma das questões levantadas pelo jornal. “Diplomatas brasileiros no exterior apresentam que seu país está comprometido com a interrupção do desmatamento. Em casa, o presidente pisca para quem o pratica”, escreveu o The Economist.

O jornal também cita a pressão que a população está fazendo no governo para confrontar o governo em suas decisões ambientais. “A maioria dos brasileiros se preocupa com as mudanças climáticas. Enquanto o presidente falava na televisão no dia 23 de agosto sobre os incêndios, houve protestos e pancadaria em partes prósperas das cidades, inclusive de quem ajudou a elegê-lo. Mas interromper suas práticas de desmatamento exigirá ação política organizada e protestos”, completou.

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