Crise é jogada no colo do trabalhador
A empresa Toyota, uma fabricante automotiva japonesa, afirmou que irá demitir mais 400 trabalhadores até o dia 5 de agosto, quando encerrará o terceiro turno da planta de Sorocaba, no interior de São Paulo. Somando-se aos 340 que foram dispensados anteriormente, chegamos agora ao total de 740 demitidos, mais um número trágico para a classe trabalhadora dentro da destruição do golpe de Estado.

Em outra planta, na cidade de Porto Feliz, onde são fabricados os motores da empresa, foram mais 100 funcionários jogados no “olho da rua”, onde também foi anunciado o encerramento do terceiro turno.

Setores da imprensa noticiaram que houve uma “má interpretação” das informações do fabricante, com a divulgação de que seriam demitidos 400 colaboradores apenas em Sorocaba. Porém, a fábrica quer eliminar todas as vagas criadas para o terceiro turno, o que não muda em nada as demissões. Cinicamente, declararam que a última leva será demitida ao longo do mês de julho e não toda agora de uma vez. Quanta benevolência!

Para finalizar, vale analisar brevemente de onde veio o grande golpe que levou às demissões que estamos presenciando. No final do mês de maio, o fraco desempenho nas exportações da marca, principalmente pela crise da Argentina, que era o maior importador dos automóveis brasileiros da marca, foi o golpe de misericórdia. A empresa preparou durante esse tempo as demissões dos temporários na primeira leva, o que, lembremos, é mais uma grande vitória do fim da CLT feita pelos golpistas, e sem pensar nas famílias dos operários, agora irá encerrar um turno inteiro para manter seus lucros.

Aqui temos o reflexo da crise capitalista mundial, que atingiu a Ford, a Mercedes Benz no Brasil, e, para que os patrões possam salvar os seus lucros, atacam frontalmente os empregos da classe operária, especialmente nos países oprimidos como é o caso da Argentina e do Brasil. Na Argentina, a mão de obra vem ficando cada vez mais barata, o desemprego aumenta exponencialmente, a crise interna do país é brutal. No Brasil, idem! E o melhor de tudo, segundo a nova CLT – que ainda será mais atacada com a destruição total dos sindicatos -, agora os patrões podem mandar embora todo dia milhares de trabalhadores temporários, contratar de novo mais barato, até chegarem no lucro ideal sobre o suor de seus escravos assalariados.

Por isso é preciso derrotar o golpe no Brasil e derrotar a direita argentina nas ruas, organizando amplas massas, os operários, estudantes, colocando os partidos de esquerda nas ruas contra o golpismo imperialista. Isso é resultado da política de intervenção dos EUA nesses dois países.

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