No União Brasil, a saída de Elmar Nascimento (BA) da liderança deve abrir espaço para um tom mais duro contra o governo. Entre os cotados estão Mendonça Filho (PE), crítico ferrenho do Planalto, e Pedro Lucas Fernandes (MA), que representa uma postura mais pragmática. Apesar disso, Mendonça desponta como favorito após acumular apoios significativos. Em resposta, o governo mobilizou ministros ligados ao partido para adiar a definição, prevista agora para fevereiro.
Já no Republicanos, a liderança será redefinida após Hugo Motta (PB) ser cotado para a presidência da Câmara. Gilberto Abramo (MG), aliado do governador Romeu Zema (Novo), é o nome mais forte e representa uma postura crítica ao PT. Outro postulante, Luciano Vieira (RJ), enfrenta resistências por ter sido eleito pelo PL antes de migrar para o Republicanos. O processo é conduzido pelo presidente do partido, Marcos Pereira, que defende a escolha de um deputado filiado desde 2022.
No PP, a continuidade de Doutor Luizinho (RJ) como líder reforça a ligação do partido com a oposição. Luizinho tem proximidade com o grupo político de Jair Bolsonaro e deve manter uma postura de confronto com o governo. Situação semelhante ocorre no PL, onde Altineu Côrtes (RJ), considerado pragmático, será substituído por Sóstenes Cavalcante (RJ), conhecido pelo perfil combativo.
A bancada evangélica também deve ganhar uma liderança mais alinhada à oposição com a saída de Silas Câmara (Republicanos-AM). Otoni de Paula (MDB-RJ) e Gilberto Nascimento (PSD-SP) são os principais cotados, com Otoni recebendo críticas por sua aproximação recente com os petistas.
Diante desse cenário, o ministro Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, nega qualquer interferência do governo nas disputas internas das bancadas. No entanto, o Planalto já enfrentou dificuldades em articular lideranças, como no caso da bancada ruralista, que continuará sob o comando do opositor Pedro Lupion (PP-RS).
A crescente hostilidade no Congresso reflete um contexto de polarização acentuada e amplia os desafios para o governo Lula em 2025. Além de lidar com uma base fragmentada, o Palácio do Planalto precisará intensificar o diálogo com lideranças adversárias para evitar paralisia legislativa e garantir a aprovação de pautas prioritárias.