Viagem ao litoral baiano foi organizada pela empresa Stylle Turismo, que teria se recusado a compensar prejuízos causados aos passageiros

O que seria um agradável passeio se transformou num drama para os 52 passageiros que partiram de Montes Claros e Francisco Sá em uma excursão para Porto Seguro, no litoral baiano.
A viagem, organizada pela Stylle Turismo ao valor médio de R$ 750 por pessoa, apresentou uma série de problemas, incluindo pane elétrica no ônibus, atrasos na chegada ao destino e falta de local adequado para as refeições.
O ônibus saiu de Montes Claros na noite de quarta-feira, com chegada a Porto Seguro prevista para o meio-dia da quinta-feira (26), mas próximo a Salinas sofreu uma pane elétrica e parou repentinamente no meio da pista, totalmente às escuras. A falta de informação e a demora para a evacuação do veículo causou pânico geral, pois o risco de uma tragédia era iminente.
Famílias com crianças e idosos permaneceram por mais de 2 horas na pista, até que um eletricista, vindo de Salinas, conseguiu resolver parcialmente a avaria, possibilitando que o ônibus chegasse até o Posto Jenipapo, logo à frente. Lá, os passageiros, ainda assustados, aguardaram por mais 2 horas a chegada de uma bateria, vinda de Montes Claros.
Com o atraso – a excursão só chegou a Porto Seguro após às 17 horas -, os turistas perderam o dia de praia, o que causou revolta.. Ante as cobranças por uma compensação das horas no domingo, dia previsto para o retorno, a empresa acenou apenas com a promessa de um desconto de 10% numa viagem futura.
A proposta não agradou, pois a ideia era alongar a permanência no domingo, para que as pessoas pudessem ir à praia, já que isso não foi possível na quinta. “A empresa quer lucrar com próprio erro. Ou seja, lesa o cliente e propõe que ele contrate novamente seu serviço para ganhar um hipotético desconto. Não viajo jamais com eles”, desabafou um turista.
Na volta, por volta das 13 horas de domingo, ainda em Porto Seguro, todos foram levados para almoçar num restaurante sem nenhuma estrutura para receber centenas de turistas de outras excursões, além dos moradores da própria cidade. Muitos ficaram sem almoçar, devido à demora no atendimento, o que provocou longas filas, e a má qualidade da comida. Passageiros também reclamaram da sujeira nos banheiros.
Às 22h30 o ônibus parou em um restaurante localizado no quilômetro 859 da BR-116, em Vitória da Conquista. O motivo da parada, anunciado pela empresa, era o jantar. O gerente do local, entretanto, informou que o estabelecimento não servia refeição após às 22 horas. Quem já não tinha conseguido almoçar teve que encarar longas horas de viagem com fome. O martírio só terminou pouco depois das 6 horas da manhã de segunda-feira (30), com o desembarque em Montes Claros.
A vendedora Michele Roseane Carvalho classificou a experiência como um “show de horrores”. Ela informou que contratou a viagem por indicação do irmão do dono. “Em nenhum momento a empresa olhou o lado do cliente. Jamais nos perguntaram o que seria melhor para nós, uma forma de compensar tudo que passamos. Todos nós investimos nessa viagem, que não é barata, com a intenção de descansar, relaxar, e só tivemos aborrecimentos”, disse, revoltada.
Segundo ela, sua decepção com a Stylle Turismo começou já no momento de contratar o pacote. “No Instagram fui informada que havia vaga para o dia 21. Já no whatsapp a informação foi a de que não havia disponibilidade para esse dia”, revela Michele. Ela acredita que a empresa poderia ter contornado facilmente a situação, em respeito a dezenas de pessoas que correram risco de morte durante a madrugada, numa estada perigosa, e depois passaram por inúmeros contratempos durante a estadia em Porto Seguro, por omissão e negligência. Um dos episódios que mais causou indignação foi o momento do almoço. “Eles poderiam ter compensado as horas no domingo e as pessoas teriam almoçado onde quisessem, ao invés de levar todo mundo para um restaurante superlotado, sem ar-condicionado, estrutura e com banheiros imundos”, denunciou, revelando que não pretendo viajar de novo com a empresa.
A postura negligente surpreendeu as irmãs Shirley e Ester, que disseram já ter participado de outras viagens com a Stylle Turismo sem a ocorrência de problemas.
Fiel ao apelido de “Lombardi”, como é conhecido, por sua discrição, Célio, o dono da Stylle Turismo, não apareceu para dar esclarecimentos sobre os ocorridos relatados pelos passageiros. A reportagem tentou desde segunda-feira falar com ele, mas uma funcionária que se apresentou como Suzy, contactada via whatsapp, se recusou a dar qualquer informação sobre seu paradeiro, informando que estava “cumprindo ordens” e teria sido orientada a não informar nem mesmo o nome completo do chefe e muito menos seu contato.
Segundo ela, a direção da empresa estava reunida com advogados para resolver como se pronunciar a respeito.

 

Este espaço continua à disposição, caso a empresa resolva prestar esclarecimentos.

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