O Instituto de Ciencias Agrárias da Universidade Federal de Minas Gerais, em Montes Claros, não vai avançar para a etapa 2 do plano para o retorno presencial de atividades não adaptáveis ao modo remoto. A decisão foi tomada pela Reitoria na tarde da última sexta-feira, dia 8, com base em recomendação do Comitê Permanente de Enfrentamento do Novo Coronavírus e na análise da Comissão de Acompanhamento do Conselho Universitário. A medida vale para toda UFMG; de acordo com o plano, a expectativa era evoluir para a fase 2 ainda neste mês, mas o agravamento da pandemia em Minas Gerais, com o aumento expressivo de casos de covid-19 e de internações, forçou a Universidade a manter-se na fase 1.
“A situação epidemiológica atual exige ainda o controle do fluxo de pessoas nos campi e o redobramento dos cuidados individuais e coletivos de biossegurança. Assim, permaneceremos na Etapa 1, situação de funcionamento da Universidade, com teto de ocupação de espaços físicos de até 20%. As recomendações da Etapa 1 do Plano de Retorno devem ser mantidas, e novas autorizações para atividades presenciais deverão ser adiadas até que a situação epidemiológica em Belo Horizonte e em Montes Claros esteja mais controlada”, afirmaram, em comunicado, a reitora Sandra Regina Goulart Almeida e o vice-reitor Alessandro Fernandes Moreira.
Os dirigentes informam ainda que a UFMG segue acompanhando o cenário epidemiológico, e as decisões institucionais continuam sendo tomadas de forma cuidadosa e criteriosa. “A vacina está a caminho, mas a crise sanitária e seus profundos impactos em todos os segmentos da sociedade ainda são muito graves e exigem, mais do que nunca, paciência, responsabilidade e senso de coletividade”, defendem Sandra e Alessandro. Na nota, a reitora e o vice-reitor enfatizam a importância do acesso ao MonitoraCovid-19 UFMG, cujo objetivo é “evitar que pessoas com sintomas ou em contato com casos de covid-19 realizem atividades presenciais na UFMG ou em campos de estágio”.
Sandra e Alessandro também lamentaram a perda de mais de 200 mil vidas para a covid-19, manifestaram o desejo de que: “os princípios de equidade e universalização do SUS sejam respeitados e garantidos no plano nacional de imunização para o controle da pandemia” e reafirmaram a responsabilidade social e o cuidado com a vida das pessoas como princípios norteadores de todas as decisões tomadas pela UFMG. “Há diversas atividades de ensino, extensão e pesquisa que têm contribuído direta ou indiretamente com o enfrentamento da pandemia e suas consequências. A manutenção de algumas dessas atividades, como os estágios na área da saúde, vem sendo decidida de forma compartilhada com os serviços da rede pública de saúde”, justificam os dirigentes.
Anunciado em setembro, o plano de retorno prevê quatro etapas (0 a 3) de evolução do retorno presencial das atividades não adaptáveis. Cada etapa é definida pelo número máximo de pessoas (servidores, estudantes e trabalhadores terceirizados) que circulam na unidade simultaneamente, representando um teto de ocupação para cada setor ou espaço físico. O objetivo é reduzir significativamente o número de pessoas em circulação em cada unidade e garantir condições para o distanciamento social, implementação progressiva do monitoramento e controle de surtos. Na etapa 1 (estágio atual), o teto de ocupação é de 20%. O critério de percentagem das equipes deverá ser combinado ao da viabilidade de distanciamento social. Na segunda etapa, o limite deverá subir para 40%. Para isso, será necessário que a cidade esteja em alerta verde, no mínimo, há dois meses e que não tenha ocorrido surto da doença na UFMG.
O aumento gradual das atividades presenciais até o retorno pleno – etapa 3 – estará condicionado ao controle da pandemia ou à existência de vacina eficaz e disponível para ampla cobertura da população. A evolução para um novo estágio deverá ser autorizada pela Reitoria, com base na assessoria do Comitê de Enfrentamento ao Novo Coronavírus e na análise da Comissão de Acompanhamento do Conselho Universitário, e será orientada pelos indicadores epidemiológicos e assistenciais das cidades, pelo grau de adesão da comunidade da UFMG às medidas comportamentais e pela ausência de surtos.