O Hospital Universitário Clemente de Faria, da Universidade Estadual de Montes Claros, suspendeu o fornecimento de carne no almoço e jantar dos seus pacientes; desativou 10 leitos hospitalares; e ameaça paralisar alguns serviços do Pronto Socorro, conforme alerta realizado, ontem de manhã, pela superintendente Priscila Menezes, durante encontro realizado com os deputados de Montes Claros, Marcelo de Freitas e Leninha, além do deputado de Manga, Paulo Guedes e o deputado de Curvelo, Virgílio Guimarães, quando foi apresentado o relatório da crise financeira vivida pelo hospital, único 100% público de Montes Claros. No ano passado, o Estado deixou de repassar R$13 milhões a Unimontes e neste ano, está fazendo a mesma coisa.

Os dados impressionaram os deputados e seus representantes. O curioso é que na quinta e sexta-feira, o governador Romeu Zema, estará em Montes Claros, inclusive com agenda marcada às 15 horas no campus da Unimontes. Nenhum deputado da base de sustentação do governador compareceu, pois foram apenas Marilene Leninha (Montes Claros), Paulo Guedes (Manga) e Virgílio Guimarães (Curvelo), todos do PT, além de Marcelo Freitas, do PSL, de Montes Claros. A direção da Unimontes não acredita que ocorreu boicote, mas apenas ajustamento de agenda.

O relatório mostra que aumentou o número de pacientes por dia que são atendidos no HU, pois em 2016 foram 4.954 e em 2017, subiu para 5.414. Ocorreu a expansão da taxa de ocupações de leitos, passando de 83,6% em 2016 para 101,1% em 2017. Por sinal, permanecem internados no Pronto Socorro em média de 33 pacientes/dia, além da capacidade instalada de 20 leitos. A Unimontes pediu a autorização para a contratação de mais servidores, mas isso ainda não foi permitido.

Na reunião, o reitor, Padre Antônio Alvimar, lamentou que a Unimontes tivesse aberto campus em outras cidades, para atender os vieses políticos, mas sem caracterizar a verdadeira expansão do ensino superior. Citou que a crise financeira vivida pelas prefeituras está causando impactos, pois muitos municípios deixaram de garantir o transporte dos professores que vão dar aulas, pois isso não é contabilizado como despesa na educação, assim como o Ministério Público apertou a fiscalização.

Ele ainda citou que o corte determinado pelo Estado compromete a atuação da instituição, pois tinha que reduzir a quantidade de professores, mas atuou com habilidade para isso não ocorrer.
O deputado Marcelo Freitas anunciou que marcará uma audiência no Ministério da Educação, para saber como o Governo federal poderá ajudar a Unimontes. Ele pediu que a instituição revisse seu projeto de interiorização, para evitar que várias vagas fiquem ociosas, propôs ainda a criação de cotas especificas para o estudante do Norte de Minas. A deputada Marilene Leninha salientou a necessidade de fortalecer a Unimontes e definir os critérios para ser criada a Subsecretaria de Ensino Superior na pasta de Educação.
Com Girleno Alencar – Jornal Gazeta

 

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