Patos, gado …

Para empresários que já foram chamados de “capitães da indústria”, temos de convir que andam deprimentes os novos apelidos dados aos integrantes da outrora poderosa Federação das Indústrias de São Paulo.

Afinal, a instituição que foi criada pelo “Conde” Francisco Matarazzo, que se consolidou sob as mãos de Roberto Simonsen (líder da criação do Sistema Ses-Senai) e tantos outros empresários de peso, como Luís Eulálio Bueno Vidigal e Mario Amato, parecia que ia tomar novos rumos com a ascensão de Josué Gomes da Silva, dono de uma das raras tecelagens que ainda sobrevive no país e, como filho do ex-vice de Lula nos seus dois primeiros mandatos (José Gomes da Silva) teria condições privilegiadíssimas de diálogo com o novo governo.

Parecia…Porque o bolsonarismo reinante no empresariado paulista está tratando de derrubar o presidente da Fiesp pelo gravíssimo crime de não ser hostil ao presidente que o povo escolheu.

Sim, porque não há nenhuma outra “acusação” da Josué, muito menos aquelas de malversação de recursos, violações estatutárias ou abandono do cargo, únicas que o regimento da Fiesp prevê para justificar uma destituição.

Portanto, um golpe meramente político, para colocar à testa da Fiesp alguém que faça oposição sistemática ao governo recém-eleito.

É o estranho método que Paulo Skaf inaugurou ao fazer do “pato” o mascote da quebra da normalidade institucional.

A mais poderosa entidade empresarial brasileira vai, portanto, ter o seu comando indo parar numa decisão judicial, enfraquecendo-a justo no momento em que o país enfrenta o desafio de reindustrializar-se e realizar, afinal, uma reforma tributária…

Portanto, algo que merece incluir-se, ao lado do pato e do gado, também um burro…

Publicado originalmente em Tijolaço 

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