Apesar disso, representações de docentes defende cumprimento dos protocolos de imunização
* Por Waldo Ferrreira
O retorno às aulas presenciais a partir de março, mesmo sem vacinação, preocupa os professores da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). A Adunimontes, sindicato que representa os docentes, defende que a volta às atividades normais só é possível com segurança, ou seja, com a vacina. Os professores da Unimontes estão trabalhando em sistema de home office.
No entanto, mesmo avaliando que a educação deve ser considerada uma atividade prioritária, a entidade está alinhada com a posição do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes), que é contrário à promoção da categoria a grupo prioritário. A medida é defendida pela Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes).
A Federação lançou semana passada uma campanha cobrando imediata vacinação de educadores. A entidade sugere uma alteração na fila de prioridades estabelecidas no Plano de Imunização do país para incluir docentes entre os primeiros a serem imunizados, desrespeitando o plano elaborado por técnicos vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Assim como o Andes, a Adunimontes repudia essa iniciativa, alegando que, além de desrespeitar os protocolos estabelecidos pelo SUS, “fragmenta a luta da classe trabalhadora por vacina gratuita e imediata para todas e todos”.
“Defendemos o respeito ás prioridades”, diz nota do Andes. “A nossa luta nesse momento deve se intensificar e deve ter como foco exatamente exigir do governo federal vacina gratuita para todos e todas, respeitando os protocolos das agências internacionais de saúde, as indicações de como a vacinação deve ser estruturada e quais são as prioridades. É muito importante a gente, enquanto classe trabalhadora, entender o papel de um processo de imunização, que deve ser coletivo, que só tem sentido e efeito se for coletivo. Por isso, privilegiar alguns grupos ou exigir furar a fila de um processo organizado de vacinação é muito incoerente com a luta dos trabalhadores e das trabalhadoras, com a perspectiva da imunização coletiva, com a perspectiva de classe”, reforça a nota.
A presidente da Adunimontes, Ana Paula Thé, avalia que o retorno às atividades presenciais nas instituições de ensino se dê só após a vacinação de todas e todos. E que isso não se resolverá com a vacinação apenas dos professores. Segundo ela, é preciso exigir a colocação na prática de um plano nacional de vacinação que garanta acesso geral ao imunizante, que não está disponível em quantidade suficiente, por causa da inércia do governo federal.
Em concordância com o Andes, Ana Thé reitereaa defesa do processo de imunização que respeite as prioridades e que garanta vacina gratuita e geral, através do SUS, sem espaço para que uma determinada categoria fure a fila. Para ela, isso não vai resolver o problema que é a necessidade de imunização coletiva, para que haja segurança no exercício da atividade presencial.
Ela explicou que os professores estão numa etapa da vacinação posterior aos agentes de saúde e idosos e à frente dos servidores da segurança pública.
* Jornalista