– Salários da educação já eram pagos de forma precária mesmo antes da pandemia do coronavírus. Categoria ainda não recebeu 13º de 2019 –
* Por Waldo Ferreira
Com a pandemia do coronavírus, o governo Zema encontrou mais uma justificativa para aprofundar as restrições ao pagamento da maioria das categorias de trabalhadores do Estado, entre elas a educação, que já sofre com a falta de valorização.
A Associação dos Docentes da Unimontes (Adunimontes) divulgou nota em que repudia decisão do governador Romeu Zema (Novo) de pagar os salários do mês de abril exclusivamente aos servidores da segurança pública e da saúde, deixando de fora as demais.
A entidade ressalta que compreende a prioridade dada aos serviços públicos que contemplam as medidas necessárias para conter o avanço do coronavirus, bem como o tratamento dos infectados e o socorro às famílias com ajuda financeira para garantir-lhes o sustento nesse período.
No entanto, lembra que outros serviços públicos são fundamentais para o funcionamento do Estado e da vida das pessoas. E que eles estão sendo realizados em casa, de forma remota ou presencialmente, pelos servidores de suas áreas.
“A queda na arrecadação e a crise pelo Codiv-19 não podem ser justificativas para o não pagamento de salários, a maioria há muito tempo defasados”, diz a Adunimontes, lembrando que algumas categorias nem receberam o 13º Salário de 2019, como professores e professoras da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).
“Enquanto se pratica essa crueldade com os servidores, são concedidas isenções fiscais no valor de R$ 6 bilhões a empresas que ameaçam demitir em plena pandemia e o Estado continua a pagar a dívida com a União, o que já foi suspenso por ouros governadores. Isso, em que pese não se realizar há muito tempo uma auditoria sobre as questionadas dívidas públicas de Minas Gerais”, critica a nota de repúdio.
De acordo com o documento, “ameaçar o sustento de milhares de servidores da educação, meio ambiente, vigilância sanitária e fisco, entre outras tantas categorias, em plena pandemia, é de uma enorme falta de humanitarismo e a prova de que este governo não valoriza a educação e as demais categorias de trabalhadores do Estado.
A presidente da Adunimontes, Ana Paula Thé, ressalta que os professores que farão os testes do coronavírus em Montes Claros ainda terão que lidar com a falta de salários. “Estamos todos trabalhando em home office, com as aulas da graduação sendo realizadas a distância. As orientações e atividades de pesquisa permanecem sendo realizadas, sem a menor perspectiva de salário no mês”, lamentou.
- Jornalista, assessor de comunicação da Adunimontes