– O chefe do Executivo estadual de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e outros 19 governadores assinaram uma carta aberta, nessa segunda-feira (17), reclamando das declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre alguns temas.
– As reivindicações têm relação com o desafio feito pelo presidente para a retirada do imposto sobre os combustíveis. Além disso, os governantes questionaram as falas de Bolsonaro com relação à morte do ex-capitão da Polícia Militar do Rio de Janeiro, Adriano da Nóbrega.
O imposto citado pelo mandatário é o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O presidente quer que os governadores retirem a cobrança estadual, se isso ocorrer, Bolsonaro prometeu fazer o mesmo em âmbito nacional.
“Eu zero o federal se eles zerarem o ICMS. Está feito o desafio aqui agora. Eu zero o federal hoje, eles zeram o ICMS. Se topar, eu aceito. Tá ok?”, disse o presidente.
A proposta não é bem vista pelos governadores já que, segundo eles, o imposto é vital para a “sobrevivência dos Estados”.
Quem assinou?
No documento, os chefes do Executivo Estadual enfatizaram que as recentes declarações do presidente Bolsonaro “não contribuem para a evolução da democracia no Brasil”.
Um convite para o que o presidente participe do próximo Fórum Nacional de Governadores foi feito no final da carta. O evento acontecerá no dia 14 de abril.

Confira os governadores que assinaram a carta:
Gladson Cameli (Progressistas-AC)
Renan Filho (MDB-AL)
Waldez Góes (PDT-AP)
Wilson Lima (PSC-AM)
Rui Costa (PT-BA)
Camilo Santana (PT-CE)
Ibaneis Rocha (MDB-DF)
Renato Casagrande (PSB-ES)
Flávio Dino (PCdoB-MA)
Reinaldo Azambuja (PSDB-MS)
Romeu Zema (Novo-MG)
Helder Barbalho (MDB-PA)
João Azevedo (Cidadania-PB)
Paulo Câmara (PSB-PE)
Wellington Dias (PT-PI)
Wilson Witzel (PSC-RJ)
Fátima Bezerra (PT-RN)
Eduardo Leite (PSDB-RS)
João Doria (PSDB-SP)
Belivaldo Chagas (PSD-SE)
Governadores que não assinaram:
Ronaldo Caiado (DEM-GO)
Mauro Mendes (DEM-MT)
Ratinho Júnior (PSD-PR)
Marcos Rocha (PSL-RO)
Antônio Denarium (PSL-RR)
Carlos Moisés (PSL-SC)
Mauro Carlesse (DEM-TO)
Morte do ex-policial
No último sábado (15), Bolsonaro culpou a Polícia Militar da Bahia pela morte do ex-capitão Adriano da Nóbrega, suspeito do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. “Quem é responsável pela morte de capitão Adriano? PM da Bahia, do PT. Precisa falar mais alguma coisa?”, disparou.
Além do assassinato de Marielle e Anderson, Adriano da Nóbrega era apontado como autor de outros homicídios, sendo um dos criminosos mais procurados do Estado do Rio de Janeiro – segundo a polícia do Rio, comandava o Escritório do Crime, formado por matadores de aluguel.
Os governadores criticaram a afirmação do presidente dizendo que ele está se “antecipando a investigações policiais para atribuir fatos graves à conduta das polícias e de seus governadores”.