Declarações de Zema sobre aumento contribuição previdenciária e privatização revolta servidores
A declaração do governador de Minas Gerais Romeu Zema de que deve propor o aumento da contribuição previdenciária do funcionalismo público estadual caiu como uma bomba entre os servidores e está provocando revolta. A Polícia Militar, por exemplo, que tem alto poder de mobilização, por prestar serviço essencial e ter um número grande de servidores, foi pega de surpresa segundo Marco Antônio Bahia, presidente da ASPRA (Associação de Praças da Polícia Militar).
“Nós já estamos há quatro anos sem nenhuma reposição das nossas perdas inflacionárias e tem um cenário de ficar mais uns dois ou três. A nossa tropa já está toda mobilizada haja vista que nós não temos salário em dia, 13º nosso até hoje o governador não anunciou e ainda vem colocar um projeto pra majorar nossa previdência. Eu quero dar um aviso ao nosso governador que se ele vier com essa intenção ele vai ter um grande problema na Polícia Militar e no Corpo de Bombeiro. Então seu governador se o senhor quiser enviar o projeto para recuperar a receita de Minas Gerais pode até enviar, mas não com o sacrifício dos nossos militares”.
Geraldo Henrique da direção do Sindipúblicos, que representa os servidores administrativos, disse que os trabalhadores não aceitarão ser responsabilizados. “Nós não suportaremos mais retirada de direitos. Nós, servidores do poder Eexecutivo, já carregamos nas costas congelamento de salários desde 2013, pagamentos atrasados que vem acontecendo desde 2016 e em 2018 ficamos sem receber nosso 13º”.
A intenção de privatizar a CEMIG, também reafirmada por Zema, revoltou servidores da companhia que disseram que não vão deixar que ele efetue o processo de privatização, segundo Jeferson Silva, do Sindieletro. “ Nós vamos travar uma grande luta envolvendo movimentos sociais, sindicatos, Assembleia Legislativa e demais aliados para manter a Cemig estatal, com as devidas prerrogativas de uma estatal”.
Tanto a privatização de estatais quanto a reforma da previdência do funcionalismo fazem parte dos pré-requisitos para adesão ao acordo de recuperação fiscal do governo federal para suspensão do pagamento das dívidas dos estados com a União. A alíquota atual de contribuição do servidor para a previdência é de 11% do salário, a proposta do governo federal seria subir até 14%.