UFMG celebra seu 55º aniversário de atuação em Montes Claros
Nos últimos 20 anos, nenhuma unidade da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) cresceu tanto quanto o Instituto de Ciências Agrárias (ICA), que ganhou novos cursos, desenvolveu sua pós-graduação, incrementou sua pesquisa em sintonia com o desenvolvimento do semiárido e é dono de uma das mais potentes estruturas de extensão da Universidade. A avaliação é da reitora Sandra Regina Goulart Almeida, que conduziu, nesta última segunda-feira (13), a cerimônia de comemoração dos 55 anos de presença da UFMG em Montes Claros e da expansão da Moradia Universitária Cyro Versiani dos Anjos, que ganhou 40 novas vagas e passa acolher 148 residentes. A cerimônia foi realizada no auditório do bloco C do ICA e reuniu dirigentes da Administração Central da Universidade – na data, a Reitoria foi transferida simbolicamente de Belo Horizonte para Montes Claros – gestores e ex-gestores da Unidade, estudantes, professores e servidores técnico-administrativos, autoridades regionais e imprensa local. “São 55 anos da presença aqui. Não é pouca coisa”, disse Sandra Goulart, que citou outro marco na história da unidade, os 15 anos de transformação do Núcleo de Ciências Agrárias em Instituto de Ciências Agrárias, sua atual configuração. “É uma unidade que nasceu sem departamento, um modelo de organização considerado mais arrojado e que outras unidades buscam seguir”, destacou a dirigente. O professor Helder dos Anjos Augusto, diretor da Unidade desde 2022, disse que o ICA representa a consagração de um projeto de vida de muitos estudantes de todo o país, em especial do Norte de Minas Gerais. “Percorremos quilômetros e quilômetros no Norte e Nordeste de Minas e até no Sul da Bahia. Conhecemos a realidade de nossa região. Parte de nossos estudantes são de famílias socialmente vulneráveis”, disse Helder. Para superar essa dificuldade estrutural, os estudantes da UFMG em Montes Claros contam com a assistência estudantil, cujo carro-chefe, segundo Helder dos Anjos é a Moradia Universitária Cyro Versiani dos Anjos. “Moradia é uma das grandes barreiras ao acesso de estudantes pobres. A existência dela garante permanência e contribui para a redução de desigualdades e equalização de oportunidades”, salientou o diretor. HOMENAGEM A UM AMANUENSE A Moradia Universitária Cyro Versiani dos Anjos homenageia o escritor mineiro, nascido em Montes Claros, autor de clássicos da literatura brasileira como O amanuense Belmiro. Cyro, ex-estudante e ex-professor da UFMG, foi vice-presidente da primeira mesa diretora da Caixa do Estudante Pobre, instituição organizada em 1930 com a finalidade de angariar fundos para assistência aos estudantes com dificuldades socioeconômicas da UFMG. “Ele foi uma fonte de inspiração de nossa política de assistência”, afirmou a reitora Sandra Goulart. Os estudantes que se mudaram há pouco mais de mês para o novo bloco da moradia são, em certa medida, beneficiários do legado do escritor montes-clarense. Um deles é Matheus Lopes do Nascimento, 19 anos, que cursa o segundo semestre de Agronomia. Nascido em Jaíba, há cerca de 200km de Montes Claros, o jovem, que morava em um condomínio nas imediações do campus, vê a nova casa também como “um novo ciclo de oportunidades e perspectivas de futuro”. Em sua cidade natal, Matheus trabalhava na área de irrigação de uma empresa produtora de uvas. Escolheu a UFMG por ser uma “instituição renomada” e também por inspiração de um antigo chefe, formado no ICA, cuja competência profissional admira. HISTÓRIA A origem do campus Montes Claros remonta à data de 11 de outubro de 1964, quando o Ministério da Agricultura criou o Colégio Agrícola “Antônio Versiani Athayde”. Inaugurada em 2 de julho de 1966, a instituição com sede em Montes Claros oferecia formação profissional de segundo grau para os trabalhadores da agricultura. Em 1968, a escola foi incorporada à UFMG, data considerada como marco da presença da Universidade na região. Atualmente, o ICA oferece cursos de Graduação em Administração, Agronomia, Engenharia de Alimentos, Engenharia Agrícola e Ambiental, Engenharia Florestal e Zootecnia. Juntos, somam 242 vagas anuais. O campus da UFMG no Norte de Minas também oferece mestrado em Produção Animal, em Produção Vegetal, em Sociedade, Ambiente e Território (em parceria com a Unimontes) e em Alimentos e Saúde. A instituição mantém ainda especialização em Recursos Hídricos e Ambientais e Doutorado em Produção Vegetal.
Novo ‘calorão’ eleva as temperaturas em MOC e região
Defesa Civil orienta hidratação constante, além de evitar exposição desnecessária ao sol Uma onda de calor assola diversas regiões do país desde o último final de semana e agora atinge Montes Claros, elevando os termômetros para impressionantes 40°C desde a última segunda-feira (13). Nos últimos dias, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec MG) enviou alertas sobre o aumento das temperaturas, orientando a hidratação constante e a evitar exposição excessiva ao sol. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), vinculado ao Ministério da Agricultura e Pecuária, nesta última terça-feira (14), Montes Claros e outras cidades do norte de Minas Gerais estavam sob alerta laranja. Esse alerta indicava baixa umidade, variando entre 20% e 12%, com um grau de severidade perigoso. Isso implica riscos como incêndios florestais e impactos na saúde, como ressecamento da pele, desconforto nos olhos, boca e nariz. “Estamos vivenciando diversas oscilações de temperatura devido a uma crise climática. Com temperaturas atingindo níveis extraordinários, cada momento se torna agonizante contra o calor intenso. Enfrentando esse desafio, eu busco frequentar ambientes mais frescos, me mantendo sempre hidratada e adoto roupas leves” comenta a estagiária, Maria Eduarda Pereira Aguiar. Segundo Renan Laughton, coordenador da estação meteorológica da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), a primavera apresenta dois extremos: um pouco do inverno no começo e um pouco do verão no final da estação — “Como estamos chegando próximo ao verão a tendência é o calor e nossa região é característica desse calor intenso. Nesse momento estamos sob influência de uma massa de ar quente sobre a região sudeste e centro-oeste o que está possibilitando esse calorão. A tendência é que as temperaturas fiquem elevadas até meados da próxima semana em torno dos 40° com possibilidade de pancada de chuva não muito expressiva e sem possibilidade de amenizar as temperaturas”, diz. De acordo com o Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (SIMGE), o tempo seco será generalizado com valores mínimos de umidade relativa do ar abaixo dos 30%. CUIDADOS O médico Alisson de Araújo explica que o calor extremo é muito desfavorável à população, pois causa ressecamento das vias aéreas, contribuindo para o surgimento de doenças no trato respiratório, além de irritação na pele, desidratação corporal e até mesmo dermatites. “É considerável hidratar as narinas com soro fisiológico e consumir muito liquido sendo de preferência a água”, aconselha.O médico ainda aconselha evitar atividades físicas intensas em horário que o sol estiver mais intenso, além de um cuidado especial com idosos e crianças. “Importante umidificar o quarto para dormir. O ventilador é contraindicado por ressecar ainda mais as vias respiratórias. Hidratação é o ponto principal nesse período sendo aconselhável a ingestão de frutas ricas em liquido como a melancia e até mesmo a água de coco”, finaliza.
TV Record abafa agressão da apresentadora Ana Hickmann
A TV Record tem abafado o caso gravíssimo da agressão à apresentadora Ana Hickmann, que é funcionária da rede desde 2004. Por Altamiro Borges O empresário bolsonarista Alexandre Correa, que é famoso por sua postura agressiva, segue abençoado pelos bispos da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), dona da emissora. O programa Domingo Espetacular, seu jornalístico dominical, sequer noticiou a abertura do boletim de ocorrência contra o agressor. Segundo apurou o site de entretenimento F5, da Folha, a Record decidiu abafar a violência. “O caso aconteceu no sábado (11), mas veio à tona neste domingo (12). O F5 apurou que a orientação foi pela alta direção da emissora, para preservar a comandante do programa Hoje em Dia. A TV de Edir Macedo só pretende falar do assunto quando a ex-modelo se sentir confortável… Nos bastidores da TV, o fato chamou a atenção porque a Record tem uma forte cobertura sobre casos polícias com celebridades, com direito a retrospectiva ao fim do ano para relembrar as maiores polêmicas. Sua concorrente direta, a Globo noticiou o caso no Fantástico”. O cinismo do empresário bolsonarista Ana Hickmann registrou o boletim de ocorrência em uma delegacia de Itu, interior de São Paulo. Num primeiro momento, o ricaço negou que tivesse agredido a esposa. Logo na sequência, porém, ele confessou o crime em mensagem postada no Instagram. “De fato, na data de ontem, tive um desentendimento com a minha esposa, situação absolutamente isolada, que não gerou maiores consequências… Gostaria de esclarecer que jamais dei uma cabeçada nela, como inveridicamente está sendo vinculado na imprensa”, afirmou o cínico bolsonarista. Conforme o registro no boletim de ocorrência, Alexandre Correa pressionou a apresentadora contra a parede e ameaçou desferir cabeçadas. Quando ela se desvencilhou e correu para a área externa da casa, o empresário fechou com força uma porta de correr, prendendo seu braço esquerdo, que ficou ferido. Esse não é o primeiro caso de violência registrado contra o psicopata. Nesta segunda-feira (13), Rogério Gentile lembrou no site UOL que “Alexandre Bello Correa já foi condenado pela Justiça paulista por ofensas contra um médico cubano”. Agressão a médico cubano que o atendeu “O marido de Ana Hickmann, em fevereiro de 2017, foi atendido na emergência do hospital Samaritano de Sorocaba, no interior paulista, após passar mal em sua casa de campo localizada na cidade vizinha de Itu. Estava com dificuldade para respirar e com uma forte dor de cabeça. Dias depois, considerando não ter sido bem atendido no hospital, passou a atacar o médico de nacionalidade cubana que o havia atendido”. Numa das suas nojentas postagens, ele chamou a pessoa que o socorre de “bosta”. Em outra, o fascistinha rosnou: “Moral da história: médico cubano é igual a petista: não vale porra nenhuma”. No processo aberto contra o agressivo bolsonarista, o médico alegou ter sido vítima de xenofobia e disse ainda que, em razão da repercussão das postagens, ele foi demitido do hospital. “Como se não bastasse a perda do emprego, o autor [do processo] teve consequências ainda mais graves, pois, além de ser hostilizado na rua por pessoas da cidade, ainda se viu diante de um quadro de depressão pelo ocorrido”, afirmou seu advogado à Justiça. “O empresário foi condenado em primeira e em segunda instância a pagar uma indenização de R$ 10 mil ao médico, valor a ser atualizado por correção monetária e juros”, informa o colunista do UOL. Proibido de ingressar na sede da Record A TV Record conhece bem o comportamento violento do marido da apresentadora da emissora. Como lembra Daniel Castro, no site Notícias da TV, “o empresário Alexandre Correa está há três anos proibido de entrar nas instalações da emissora na Barra Funda, zona oeste de São Paulo. O motivo? Correa, de 51 anos, questionou o procedimento de identificação para uso do estacionamento e teve uma discussão feia com os seguranças. Lutador de jiu-jitsu, ele tem histórico de agressividades. Com ele, muita coisa se resolve no grito e na porrada”. “Este jornalista sabe disso desde 2009. O empresário não gostou de uma nota que publiquei sobre as primeiras gravações de Ana Hickmann à frente do dominical ‘Tudo É Possível’, sua estreia como apresentadora solo. Correa deixou duas mensagens ameaçadoras em minha caixa postal. Em uma delas, dizia com todas as letras que iria me ‘quebrar’ se me encontrasse. A Folha de S.Paulo, jornal em que trabalhava na época, me orientou a fazer boletim de ocorrência no 77º Distrito Policial (Santa Cecília, na zona oeste da capital paulista)”, relata. O jornalista lembra ainda que o empresário bolsonarista “também foi agressivo nas redes sociais com Adriane Galisteu e Chris Flores e foi flagrado batendo em um motoqueiro, em 2015, no trânsito de São Paulo. A cena foi testemunhada por passageiros de um ônibus, que fotografaram a situação… Ao ver que foi fotografado por uma mulher no ônibus, Correa xingou a passageira e mostrou o dedo do meio”.
Brasileiros que deixaram Gaza viveram dias de tensão e angústia
Relembre principais momentos da travessia dos brasileiros em Gaza – Agência Brasil – O cruzamento da fronteira de Gaza com o Egito neste domingo (12) representou mais um capítulo na jornada do grupo de 32 pessoas – 22 brasileiros de nascimento, sete palestinos naturalizados brasileiros, três palestinos familiares próximos, 17 crianças, nove mulheres e seis homens – para escapar do conflito entre o Hamas e Israel que já deixou mais de 12 mil mortos, dos quais cerca de 1.200 israelenses e 11 mil palestinos, sendo quase 70% mulheres e crianças. Depois de um mês de agonia, o grupo de 32 pessoas chegou ao Cairo, onde dorme nesta noite. O avião que transportará os brasileiros vai decolar do Cairo às 11h50 (hora local) de amanhã (13). O pouso em Brasília está previsto para as 23h30. Duas pessoas do grupo, que constavam da lista original, desistiram da repatriação e decidiram permanecer em Gaza. A jornada de repatriação, marcada por momentos de tensão, angústia e terror, teve início no dia 7 de outubro, logo após o atentado do Hamas a Israel. Foram dias de espera aguardando a inclusão na lista de pessoas autorizadas a atravessar a passagem de Rafah, o que só ocorreu na sétima lista. Mesmo com a inclusão, os brasileiros ainda tiveram que aguardar, já que a fronteira de Rafah, em Gaza, para o Egito foi fechada no sábado (4) após ataque a ambulâncias, que deixou vários palestinos mortos e feridos. A fronteira permaneceu fechada nos dias seguintes por razões de segurança. Na sexta-feira (10), ataques aéreos de Israel atingiram ao menos três hospitais na Faixa de Gaza e mantiveram a fronteira fechada. Como a saída dos brasileiros e demais estrangeiros está condicionada à transferência dos feridos da Faixa de Gaza ao Egito, os confrontos em torno dos hospitais dificultaram a logística para saída das ambulâncias. Autoridades palestinas disseram que um bebê morreu e dezenas de outros pacientes estavam em risco devido ao cerco israelense a um dos hospitais. Com o fechamento, os brasileiros tiveram que retornar aos abrigos, até que a autoridade da fronteira de Gaza anunciasse que a passagem terrestre de Rafah para o Egito seria reaberta neste domingo para quem tem passaporte estrangeiro. Foram momentos de frustração desde o início do périplo dos brasileiros, logo após o Exército israelense anunciar intensa incursão terrestre e determinar o êxodo dos palestinos do norte de Gaza, habitada por mais de 1 milhão de habitantes, para o Sul, no dia 13 de outubro. No dia seguinte, uma parte dos brasileiros, que estavam abrigados em uma escola da Cidade de Gaza, iniciaram a jornada para Rafah O governo brasileiro já havia mandado, no dia 12 de outubro, uma aeronave VC-2 (Embraer 190) da Presidência da República para resgatar brasileiros. Na ocasião, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que havia entrado em contato com o ministro das Relações Exteriores do Egito, Sameh Shoukry, a fim de garantir uma passagem humanitária para os brasileiros fazerem a travessia entre Gaza e o Egito, a partir de onde seria mais viável permitir um retorno seguro. Isso não ocorreu, no entanto, de imediato. Os brasileiros, que estavam em dois grupos, nas cidades de Rafah e Khan Yunis, ao sul da Faixa de Gaza, tiveram que esperar uma pausa nos bombardeios para se deslocar com segurança. As cidades chegaram a registrar o maior número de mortes causadas pelos bombardeios de Israel no fim de outubro. Segundo a representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia, os brasileiros relataram intenso bombardeio “com o uso de algum produto que afeta a respiração: ‘parece gás lacrimogêneo’”. Durante esse período, os brasileiros sofreram com difíceis condições de sobrevivência. Foram momentos sem energia, sem comunicação. No dia 27, a empresa de telefonia Palestina Jawal informou o corte de todas as comunicações com a Faixa de Gaza. O Escritório de Representação do Brasil em Ramala, na Cisjordânia, só conseguiu retomar o contato com os brasileiros no dia seguinte. “Restabelecemos o contato com nossos nacionais nas duas cidades, e continuaremos monitorando a situação”, informou o embaixador Alexandro Candeas, responsável pelo escritório. Em Rafah, o grupo era formado por 18 pessoas, das quais nove crianças. Em Khan Younes, eram nove crianças, cinco mulheres e dois homens. Eles passaram por dificuldades para conseguir água e alimentos e tiveram que contar com o apoio da representação brasileira na Cisjordânia para conseguir itens básicos de alimentação. Os brasileiros sofreram ainda com os bombardeios de Israel, que também atingiram o sul de Gaza. No dia 30, novo bombardeio atingiu um prédio ao lado da residência de uma das famílias de brasileiros em Khan Yunes. O fato foi registrado por Hasan Rabee, de 30 anos, que relatou o susto com o bombardeio. “Acabou de cair uma bomba atrás desse prédio. Meu Deus do céu. As bombas não param. Está vendo a rua como ficou? As bombas não param. As crianças estão bem assustadas”, relatou o palestino naturalizado brasileiro. Ele foi à rua para mostrar a destruição no prédio ao lado de onde estava abrigado. Contou que vizinhos tentavam salvar as pessoas atingidas pela bomba. “A casa que foi atacada ao lado de onde a gente está. Bastante gente ferida. Cidadãos fazendo ajuda humanitária para resgatar os feridos. Absurdo”, lamentou. Hasan vive em São Paulo e foi a Gaza com as duas filhas e a esposa para visitar a família, poucos dias antes do início do conflito. O palestino naturalizado brasileiro contou à Agência Brasil que não já encontrava água mineral ou gás de cozinha. “Água mineral a gente não tem, porque não acha. Antigamente, 500 litros (de água potável) eram 10 shekels, hoje 500 litros são 100 shekels, mas você não acha nunca. Não tem energia para filtrar essa água. Fruta é muito difícil achar na feira. A única coisa que a gente acha bastante é o pepino, o resto você não acha fácil ”, relatou. Saída A demora na inclusão dos brasileiros vinha causando muita expectativa. A primeira lista autorizou um grupo de 450 estrangeiros a deixar a Faixa
Dólar cai para R$ 4,86 e fecha no menor valor em dois meses
Bolsa sobe 2,29% e atinge nível mais alto desde agosto de 2021 – Agência Brasil – A queda da inflação nos Estados Unidos fez o mercado financeiro global ter um dia de euforia. O dólar caiu para abaixo de R$ 4,90 e fechou na menor cotação em quase dois meses. A bolsa de valores subiu mais de 2% e atingiu o nível mais alto desde agosto de 2021. O dólar comercial encerrou esta terça-feira (14) vendido a R$ 4,862, com forte queda de R$ 0,046 (-0,93%). A cotação chegou a abrir próxima da estabilidade, mas despencou com a divulgação de que a inflação ao consumidor nos Estados Unidos desacelerou em outubro e ficou abaixo das expectativas. Essa foi a terceira queda seguida da moeda norte-americana, mas, nas duas sessões anteriores, os recuos haviam sido de pequena intensidade. A cotação está no menor valor desde 18 de setembro, quando tinha fechado em R$ 4,85. A divisa acumula queda de 3,55% em novembro e de 7,92% em 2023. No mercado de ações, o dia teve fortes ganhos. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 123.166 pontos, com forte alta de 2,29%. No maior patamar desde 3 de agosto de 2021, o indicador foi impulsionado pela perspectiva de que o ciclo de altas dos juros nos Estados Unidos está perto do fim. Nesta terça, o Departamento de Trabalho dos Estados Unidos divulgou que a inflação ao consumidor da maior economia do mundo ficou em zero no mês passado e em 3,2% nos 12 meses terminados em outubro. Em setembro, o índice tinha subido 0,4% e somado 3,7% em 12 meses. A desaceleração dos preços diminui as pressões para que o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) eleve os juros básicos nos Estados Unidos, atualmente entre 5,25% e 5,5% ao ano. Juros menos altos em economias avançadas estimulam a migração de capitais para países emergentes, como o Brasil, pressionando para baixo o dólar e valorizando a bolsa.
Presidente Lula sanciona lei para reduzir filas do INSS
Norma também trata de atendimento a populações indígenas – Agência Brasil – Os pedidos de aposentadorias e benefícios terão análise mais rápida na Previdência Social. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou a Lei nº 14.724/2023, que cria o Programa de Enfrentamento à Fila da Previdência Social (PEFPS), que pretende reduzir o tempo de espera no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Publicada em edição extraordinária do Diário Oficial da União na noite desta terça-feira (14), a lei resulta de medida provisória editada em julho e aprovada pela Câmara dos Deputados em outubro e pelo Senado no último dia 1º. Para reduzir as filas, o programa prevê a retomada do bônus de produtividade aos funcionários que trabalharem além da jornada regular, tanto na análise de requerimentos de benefícios como na realização de perícias médicas. O programa também autoriza, em caráter excepcional, a aceitação de atestados médicos e odontológicos ainda não avaliados para conceder licenças médicas ou para acompanhamento de tratamento da família sem perícia oficial. Terão prioridade no recebimento dos bônus os funcionários e médicos peritos que trabalharem em processos administrativos com mais de 45 dias ou com prazo final expirado. Os servidores administrativos do INSS receberão bônus de R$ 68 por tarefa; e os médicos peritos, de R$ 75 por perícia. O adicional de produtividade foi pago em 2019, com a mesma finalidade de diminuir as filas nos pedidos de aposentadorias, pensões e auxílios. Outras medidas Além da redução das filas do INSS, a lei traz medidas relativas ao atendimento à população indígena e à reestruturação de cargos no Poder Executivo Federal. A lei transforma cargos efetivos vagos em outros cargos efetivos e em comissão ou funções de confiança, para atender à demanda de órgãos e entidades do governo. A lei também simplifica a gestão de cargos e funções para ampliar o prazo das contratações temporárias para a assistência à saúde de povos indígenas e, por fim, estabelece regras específicas de pessoal para exercício em territórios indígenas. Funai A nova lei também altera a Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993, que trata de contratações na Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). Os concursos públicos para a autarquia agora deverão reservar de 10% a 30% das vagas para a população indígena. Os servidores públicos em exercício na Funai e na Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde poderão trabalhar em regime de revezamento de longa duração, conforme o interesse da administração. Pela legislação, o trabalho nessa modalidade permite que o servidor permaneça em regime de dedicação ao serviço por até 45 dias consecutivos, assegurado um período de repouso remunerado que pode variar da metade ao número total de dias trabalhados. A lei determina ainda que somente pessoas aprovadas em concursos públicos poderão exercer atividades diretas nos territórios indígenas. Os processos seletivos poderão prever pontuação diferenciada aos candidatos que comprovem experiência em atividades com populações indígenas.
Umbanda completa 115 anos em meio à intolerância religiosa
Desde o ano 2000, a religião vem ressurgindo, diz babalorixá O Dia Nacional da Umbanda será comemorado neste 15 de novembro, mas existe uma questão forte a enfrentar. A intolerância religiosa é uma preocupação entre seus seguidores. O pai Fernando D’Oxum, da Tenda Espírita São Lázaro, do bairro Pita, em São Gonçalo, região metropolitana do Rio, disse que nos anos 1980 houve uma expansão da religião no Brasil, mas a partir daí ocorreu um “grande processo negativo por parte de integrantes de algumas igrejas pentecostais, que começaram a demonizar esta religião”. Segundo o babalorixá, dos anos 2000 para cá, a religião afro-brasileira vem ressurgindo. “Até por causa de uma escola muito poderosa, que é a escola paulista que nos ajudou muito na divulgação do culto no Brasil, e hoje está espalhada no país todo, com grande força em São Paulo, Rio de Janeiro e não posso tirar a grande força também que é a do Rio Grande do Sul”, afirmou. A preocupação é dividida com o pai Wilker Jorge Leite Filho, do Templo Umbandista Estrela do Amanhã (Tueda), de Bangu, na zona oeste do Rio, para quem a intolerância atualmente não ocorre mais de uma forma velada. “Isso existe, e acho que vai existir sempre. Se estamos em um planeta de prova e expiação, se estamos ainda crescendo aqui no planeta Terra, ainda tem uma mistura muito grande de espíritos com entendimento, espíritos sem entendimento, então, essa ignorância ainda vai existir por muito tempo”, ressaltou. Ocorrências Dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro indicam que, em 2021, houve 33 ocorrências de ultraje a culto religioso em todo o estado do Rio de Janeiro. Em relação a 2020, representa um aumento de 10 casos Naquele ano, as delegacias da Secretaria de Estado de Polícia Civil fizeram 1.564 registros de ocorrência de crimes que podem estar relacionados à intolerância religiosa, o que significa mais de quatro casos por dia. No total, estão incluídos os casos de injúria por preconceito (1.365 vítimas); e preconceito de raça, cor, religião, etnia e procedência nacional (166). De acordo com o instituto, a injúria por preconceito “é o ato de discriminar um indivíduo em razão da raça, cor, etnia, religião ou origem. Já o preconceito de raça, cor, religião, etnia e procedência nacional tem por objetivo a inferiorização de todo um grupo étnico-racial e atinge a dignidade humana”. “A tipificação criminal é determinada pela ridicularização pública, impedimento ou perturbação de cerimônia religiosa”, destacou o ISP, que tem o objetivo de mostrar para a sociedade que intolerância religiosa é crime e tem que ser denunciada Tendas Outra dificuldade desta religião é saber quantas tendas e casas de santo existem no Brasil. Pai Fernando D’Oxum disse que não tem a informação de quantas estão instaladas no país, mas, atualmente, em São Gonçalo são cerca de 400. O líder espiritual defendeu a realização de uma pesquisa que possa identificar a localização das casas de santo e qual é a população de povos de terreiros de umbanda no país “Seria maravilhoso se a gente conseguisse mapear, mas por conta da violência, alguns terreiros escolhem ficar absolutamente escondidos, porque têm medo de que, uma vez expostos, esses grupos neopentecostais agressivos possam ir lá e depredar o patrimônio. Tem uma discussão sobre violência a ser feita ainda”, ressaltou. Segundo Fernando D’Oxum, é difícil verificar o número de umbandistas no Brasil. “As pessoas, em um censo, por exemplo, não dizem que são umbandistas, elas se dizem espíritas, e aí já começa uma grande confusão. Esta tem sido uma batalha nossa para que o umbandista se reconheça como umbandista e não como espírita. Fora os que no censo se dizem católicos, porque têm um acesso mais facilitado. Para o pai Fernando D’Oxum, a Umbanda é uma religião que nasceu na cidade de São Gonçalo e foi anunciada pelo médium Zélio Fernandino de Moraes, no dia 16 de novembro de 1908, embora, na véspera, o médium tenha feito uma manifestação na cidade vizinha Niterói, data que acabou sendo marcada como Dia da Umbanda. “É uma religião brasileira que a gente entende como 100% brasileira, com influências do povo indígena, dos hindus e de várias vertentes da religiosidade brasileira e, logicamente, do catolicismo. É uma religião que se predispõe à caridade, à prática de ajuda ao outro e que hoje está presente em quase todos os continentes. Uma religião que avançou mundo à fora”, disse pai Fernando. Sincretismo Na visão do babalorixá, a umbanda toma um pouco a vertente da matriz africana do candomblé quando começa a reconhecer e adaptar os orixás, que são os guias, e que chegaram com os negros do povo da áfrica no Brasil. Além disso, tem o sincretismo, que surgiu da necessidade das pessoas escravizadas associarem um orixá a um santo da igreja católica. Foi assim que São Sebastião é Oxossi, São Jorge é Ogum, Nossa Senhora dos Navegantes e Iemanjá, Nossa Senhora da Conceição é Oxum e Santa Bárbara é Iansã, entre outros. Assim, os escravizados podiam professar a sua fé nas fazendas onde viviam De acordo com pai Fernando, o sincretismo vem se modificando ao longo dos anos e, atualmente, algumas casas não fazem mais altares com santos católicos. “Algumas casas de Umbanda não fazem mais sincretismo nos altares, ou seja, os santos católicos em algumas casas já não estão mais presentes nos altares.” Por considerar São Gonçalo como o berço da umbanda, que é muito poderosa na cidade, diante dos desafios desta religião, o babalorixá propõe a criação de uma lei municipal que determine a inclusão dela no calendário oficial da cidade. Preservação Pensando em preservar o patrimônio histórico, a tenda espírita criou o projeto do Museu da Umbanda, que ainda não tem uma sede física, mas vem avançando desde 2009. Pai Fernando destacou que uma peça importante desse patrimônio foi perdida com a demolição da casa do médium Zélio Fernandino de Moraes, em Neves, bairro de São Gonçalo, onde a Umbanda foi anunciada em 1908. A prefeitura da época não realizou a desapropriação do imóvel.
PGR defende que Robinho cumpra pena por estupro no Brasil
O ex-jogador é alvo de um pedido de homologação de sentença estrangeira, requerido pelo governo da Itália, onde ele foi condenado Por André Richter – Repórter da Agência Brasil – Brasília A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu nesta-terça-feira (14) que o ex-jogador de futebol Robinho cumpra no Brasil condenação por estupro definida pela Justiça da Itália. O parecer foi enviado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Robinho é alvo de um pedido de homologação de sentença estrangeira, requerido pelo governo da Itália, onde o ex-jogador foi condenado em três instâncias pelo envolvimento em um estupro coletivo, ocorrido dentro de uma boate de Milão, em 2013. A pena imputada foi de nove anos de prisão. No parecer, o subprocurador Carlos Frederico Santos afirma que todas as questões legais foram cumpridas e permitem que a sentença de Robinho seja cumprida no Brasil. Além disso, Santos afirmou que impedir o cumprimento da pena permitiria a impunidade do ex-jogador. “Ao se efetivar a transferência da execução da pena, respeita-se a vedação constitucional de extradição de brasileiros natos ao mesmo tempo em que se cumpre o compromisso de repressão da criminalidade e de cooperação jurídica em esfera penal assumido com o Estado requerente”, afirmou. A Itália chegou a solicitar a extradição de Robinho. A Constituição brasileira, contudo, não prevê a possibilidade de extradição de cidadãos natos. Por esse motivo, o país europeu decidiu requerer a transferência da sentença do ex-jogador. Dessa forma, o STJ vai analisar se a condenação pode ser reconhecida e executada no Brasil. A defesa de Robinho defende a tradução completa do processo italiano para garantir a ampla defesa do ex-jogador.rr
Ex-prefeito de Itacarambi foi preso em operação do Ministério Público
Por C lara Mariz – EM Rubinar Barbosa, ex-prefeito de Itacarambi, no Norte de Minas, foi preso durante uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), em Montes Claros, na segunda-feira (13/11). Ele estava foragido desde 2014, quando foi condenado por fraude de processo licitatório e crime de responsabilidade por se apropriar de bens ou rendas públicas. Rubinar esteve à frente da administração do município entre 2009 e 2012. “Usando técnicas especiais de investigação e após trabalho de inteligência, equipes do Gaeco Regional de Montes Claros conseguiram localizar e prender o ex-prefeito escondido na cidade de Montes Claros”, informou o Ministério Público de Minas Gerais. Na época em que os crimes foram cometidos, o Ministério Público de Minas Gerais apurou que o ex-prefeito e outros agentes públicos fraudavam um processo licitatório destinado à aquisição de ônibus para a Secretaria Municipal de Educação de Itacarambi. Além disso, ainda segundo o órgão, com aquisição de veículos superfaturados, os envolvidos desviaram valores do município. Segundo as investigações, somente em Januária e Itacarambi, entre o fim de 2011 e o fim de 2012, foram desviados cerca de R$ 5 milhões por meio de fraudes em licitações para aluguel de máquinas e contratação de serviços de limpeza pública, pavimentação de ruas e outras obras. Após o trânsito em julgado da condenação, a Vara Criminal de Execuções Penais e da Infância e Juventude Infracional e de Precatórias Criminais da Comarca de Januária expediu o mandado de prisão contra o ex-prefeito. No entanto, na época ele não foi encontrado e, por isso, considerado foragido. Por meio de nota enviada ao portal G1, o advogado de Rubinar Barbosa, Petrônio Fernandes, afirmou que a prisão do ex-prefeito não possui base legal e se aconteceu em virtude de um mandado de uma pena já cumprida por seu cliente. “E é (a prisão) objeto de recurso junto ao Superior Tribunal de Justiça, por meio de Habeas Corpus para que seja revogada.”