Festas de Agosto são homenageadas pela Acadêmicos de Niterói na Marquês de Sapucaí
Integrantes dos grupos de catopês, marujos e caboclinhos, foram de Montes Claros ao Rio de Janeiro para participar do desfile que homenageou a cultura montes-clarense. https://globoplay.globo.com/v/12344953/ Por Núbia Istela, g1 Grande Minas Penúltima escola a percorrer a avenida do samba na madrugada deste sábado (10), a Acadêmicos de Niterói, a mais jovem escola da Série Ouro do Carnaval carioca, celebrou mestre Zanza e a manifestação cultural bicentenária de Montes Claros. Com o enredo “Catopês: Um Céu de Fitas”, a escola da região metropolitana do Rio de Janeiro apresentou a origem e as nuances dos catopês, exaltando o a sua relevância multicultural e o sincretismo religioso que permeia os grupos de marujos e caboclinhos. Para enfatizar essa relação de fé tão única, a Acadêmicos de Niterói levou Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e o Divino Espírito Santo à avenida. Mestre Hermínio, da Marujada, disse que nunca imaginou uma festa desse tamanho em homenagem às raízes montes-clarenses. “Eu quero aprender a explicar como está meu coração. E quero descobrir se é verdade tudo isso que estou vivendo aqui. Meu coração está batendo para quase quinhentas mil pessoas de Montes Claros que têm prestigiado a gente”, ressalta. As fitas de agosto tremularam na avenida, o grito de liberdade, os símbolos da fé e devoção à Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e o Divino Espírito Santo, e as cores das vestes dos reinados emocionaram Mestre Zanza Junio, que desfilou ao lado da mãe e dos irmão no carro alegórico de 16 metros de altura que homenageia o saudoso Mestre Zanza. “Foi muito maior do que eu imaginei. Uma emoção gigantesca em dividir isso com as pessoas. A luta foi muito grande, mas nos ensinou a crescer. Acreditamos na força da fé, que envolve os catopês, marujos e caboclinhos, e de fato, estar aqui é um mérito dos mestres ausentes, em especial meu pai”, disse. Para mestre Cacicona, essa madrugada vai ficar para sempre marcada na memória dela. Desde ao samba-enredo até os elementos semelhantes aos das Festas de Agosto. “Eu nunca vou esquecer esse dia. Dessa homenagem ao mestre Zanza. Estou muito feliz em ter saído de Minas para presenciar essa maravilha”, comemorou. A festa para a Escola Acadêmicos de Niterói ainda não acabou. Ela ainda briga pelo título de campeã. A apuração dos votos ocorre na próxima quarta-feira (14). “Demos o nosso recado. Catopês, um céu de fitas deu samba e marcou história na Marquês de Sapucaí. Seremos campeões. Aguardem a quarta-feira de cinzas”, vibrou o presidente da escola, Hugo Junior.
Governo Lula investe R$ 121 bi em MG e manda recados a Zema
Dos investimentos previstos para Minas, R$ 28,3 bilhões serão destinados a ferrovias e R$ 33 bilhões às rodovias A primeira visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Minas Gerais desde o início de seu terceiro mandato no Planalto foi marcada por diversos recados ao governador mineiro, Romeu Zema (Novo-MG). Em evento no Minascentro, em Belo Horizonte (MG), na manhã desta quinta-feira (8), Lula anunciou um pacote de R$ 121,4 bilhões de investimentos em obras e projetos no estado. O presidente estava acompanhado de 11 ministros. Dos investimentos previstos para Minas, R$ 28,3 bilhões serão destinados a ferrovias e R$ 33 bilhões às rodovias, incluindo a esperada duplicação do trecho da BR-381 entre Belo Horizonte e Caeté (MG). A maioria dos anúncios está no âmbito do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Segundo Lula, 2024 “é o ano em que começa a colheita” de tudo que sua administração plantou ao longo do ano passado. “É uma proposta de obras públicas que começou a ser construída com a primeira convocação que fiz, em janeiro de 2023, numa reunião em que todos os governadores foram chamados para dizerem quais as obras que eram prioritárias. Os 27 compareceram e, depois de algum tempo, apresentaram aquilo que era considerado mais importante”. Lula lembrou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), parceiro de Zema, ignorou Minas. “Se eu perguntasse para a imprensa uma obra de infraestrutura que o governo passado fez aqui no estado de Minas Gerais, certamente vocês não teriam essa obra, porque não existiu”, provocou. Entre as iniciativas anunciadas hoje pelos ministros está a retomada das obras do Hospital Universitário de Juiz de Fora e investimentos de R$ 778 milhões em seis aeroportos (Divinópolis, Governador Valadares, Ipatinga/Santana do Paraíso, Montes Claros, Uberaba e Uberlândia). Em indireta a Zema, Lula criticou políticos que evitam o diálogo por razões políticas e ideológicas, em prejuízo ao próprio governo. “O que eu quero é que a gente construa no país uma relação civilizada”, afirmou. “Eu já convivi com tanta gente adversária, com tanta gente que não gostava de mim – e que eu também não fazia nenhum apreço de gostar. Mas a gente precisa ter a responsabilidade do relacionamento.” Lula emendou: “Nós temos que conversar com quem não votou na gente – e conversar com respeito”. Mais cedo, Lula falou com exclusividade à jornalista Edilene Lopes, da Rádio Itatiaia. Embora tenha atendido aos principais pleitos de Zema relacionados ao PAC, o presidente usou a entrevista para abordar o tema que mais aflige o Palácio Tiradentes: o endividamento colossal de Minas com a União. Em cinco anos, Zema se pendurou em recursos judiciais para não pagar nenhum centavo da dívida, que cresceu mais de R$ 50 bilhões sob seu governo e chegou a R$ 165,6 bilhões. Lula fez questão de lembrar que a proposta em discussão no Planalto chegou às suas mãos por iniciativa do presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, que também é mineiro. O plano – que está sob análise no Ministério da Fazenda – propõe a federalização da Cemig (51%) e da Copasa para abater cerca de R$ 80 bilhões da dívida. “Não interessa para nós ter um estado endividado, sem nenhuma capacidade de investimento”, resumiu Lula. “Nós não queremos sufocar Minas Gerais. Dentro do que for possível, queremos construir um acordo com Minas e com os estados brasileiros para resolver o problema do endividamento.” Mesmo sem citar o nefasto regime de recuperação fiscal proposto por Zema, Lula deu a entender que essa saída está fora de cogitação. Durante a cerimônia no Minascentro, Pacheco voltou ao assunto: “Meu papel hoje é de fazer um pedido respeitoso ao presidente, que é de ter um olhar diferenciado para Minas Gerais – um estado que tem muitas dificuldades e que precisa do seu olhar”. Alexandre Silveira – que anunciou R$ 47 bilhões para Minas em projetos de transição e segurança energética – reforçou o pedido. Além de Silveira, participaram da comitiva federal os ministros Camilo Santana (Educação), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), Esther Dweck (Gestão e Inovação), Helder Melilo (Cidades, interino), Marcio Macêdo (Secretaria-Geral da Presidência), Nísia Trindade (Saúde), Paulo Pimenta (Comunicação Social), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Renan Filho (Transportes) e Rui Costa (Casa Civil).