Havaianas, Bis, Avon…: as marcas que bolsonaristas tentaram cancelar

Neste fim de ano, bolsonaristas decidiram criar uma campanha para boicotar a Havaianas por propaganda em que a atriz Fernanda Torres diz que as pessoas não devem começar 2026 com “o pé direito”, mas com “os dois pés”. A extrema-direita interpretou a fala como uma provocação. Fernanda Torres em campanha publicitária para a marca Havaianas. Foto: Reprodução Neste fim de ano, bolsonaristas decidiram criar uma campanha para boicotar a Havaianas por propaganda em que a atriz Fernanda Torres diz que as pessoas não devem começar 2026 com “o pé direito”, mas com “os dois pés”. A extrema-direita interpretou a fala como uma provocação. Essa não é a primeira vez que os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro decidem “cancelar” uma marca. Em 2023, eles tentaram boicotar a marca de chocolate Bis por conta de uma peça publicitária com o influenciador Felipe Neto. Na ocasião, a Mondelēz Brasil, dona da Lacta, esclareceu que a escolha de Neto se deu pela sua relevância no universo gamer e de entretenimento, sem intenção de apoio político explícito. Mesmo assim, eles incentivaram seguidores a promover a hashtag “#BisNuncaMais”. Outra marca atacada pela extrema-direita foi a Avon, de cosméticos. Em outubro do ano passado, a empresa rompeu com a influenciadora bolsonarista Jojo Todynho após ela retirar a música “Arrasou Viado” de plataformas de streaming. Ela já havia deixado de aparecer em propagandas da marca em março de 2024 e, após notícias, seus seguidores e outros bolsonaristas criaram a hashtag “#BoicoteAvon” para protestar contra a empresa. Ao longo dos últimos anos, bolsonaristas elegeram diversos inimigos por diferentes motivos. A marca de laticínios Piracanjuba também entrou na lista por ter Ivete Sangalo, que já criticou o ex-presidente, como garota-propaganda desde 2019. Luiza Trajano, dona da Magazine Luiza, também foi vítima dos extremistas. Em 2023, ela sofreu ataques e foi alvo de uma campanha de “cancelamento” por aparecer em uma foto ao lado da primeira-dama Janja da Silva durante um evento em Nova York. Eles ainda tentaram boicotar os filmes “Ó Pai, Ó 2”, de Lázaro Ramos, e “Guerra Civil”, produção americana que tinha no elenco o ator Wagner Moura.
Novos documentos mostram Epstein e Trump “negociando” menina de 14 anos

Documentos recém-divulgados ligados ao caso Jeffrey Epstein mostram uma troca perturbadora de mensagens entre o agressor sexual condenado e Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, envolvendo uma vítima de 14 anos identificada como “Jane Doe”. Os arquivos foram tornados públicos pelo Departamento de Justiça dos EUA. De acordo com um trecho, Epstein apresentou uma menor a Trump durante uma visita ao resort de Mar-a-Lago. Epstein menciona a garota, perguntando: “Essa é boa, certo?”, após o que Trump sorriu e acenou positivamente com a cabeça. “Ambos riram, e Doe se sentiu desconfortável, mas, na época, era muito jovem para entender o porquê”, afirma o documento. Os registros alegam ainda que Epstein continuou a abusar da vítima nos anos seguintes. No final de 1994, Epstein supostamente agrediu Doe em sua casa, dizendo a ela como se comportar com fotógrafos que deveriam tirar fotos dela como se fossem “de modelo”. O documento observa que, quando profissionais mais tarde a fotografaram, tal conduta não ocorreu. O abuso é descrito como tendo se intensificado ao longo do tempo, citando repetidas agressões sexuais nas propriedades de Epstein em Palm Beach, Nova York e Novo México. Também afirma que Doe frequentemente viajava com Epstein e Ghislaine Maxwell no jato particular. As táticas psicológicas de Ghislaine, cafetina de Epstein, utilizava para atrair adolescentes vulneráveis para o ciclo de abuso ficaram expostas. O método era sutil e envolvente: ela demonstrava carinho, fazia piadas e criava a ilusão de escuta atenta. Apesar de o aliciamento de vítimas por Maxwell ser um fato há muito conhecido, a divulgação dos documentos do julgamento dela em seu processo federal de Manhattan é oportuna. Os documentos revelam o depoimento de um policial ao júri em 2020 sobre uma entrevista com uma mulher que afirmou ter sido abusada por Epstein quando menor. Ela relatou que suas visitas iniciais à casa de Epstein, nas quais não houve abuso, eram classificadas como “estranhas”. Mas “Maxwell normalizava a situação para ela”, conforme relatou o agente da lei. “Ela agia como uma irmã mais velha e descolada e fazia comentários como, ‘É isso que os adultos fazem’”. A mulher comentou que viu Maxwell de topless na piscina de Epstein. Quando os abusos sexuais de Epstein começaram, relatou, às vezes havia outras mulheres presentes, incluindo Maxwell. “Em geral, começavam com uma das garotas massageando Epstein — normalmente os pés dele”, disse o agente ao relatar o depoimento. “Maxwell ficava provocando as outras meninas. Ela agarrava os seios da garota e orientava as meninas sobre o que fazer.”
Valorização do salário mínimo, em R$ 1.621,00, reforça renda e combate desigualdades

Nota técnica do Dieese aponta que política de valorização do salário mínimo amplia consumo, reduz desigualdades e fortalece a economia, com impacto direto sobre emprego e proteção social A partir de 1º de janeiro de 2026, o salário mínimo (SM) oficial no Brasil será fixado em R$ 1.621,00, o que representa reajuste nominal de 6,79% em relação ao valor anterior. Reajuste impacta 61,9 milhões de brasileiros e injeta R$ 81,7 bi na economia; Previdência terá custo adicional de R$ 39,1 bi. De acordo com a Nota Técnica nº 289 divulgada nesta segunda (22) pelo Dieese, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, o reajuste real do piso nacional tem efeito direto na renda de milhões de trabalhadores, aposentados e beneficiários de programas sociais. A política de valorização do salário mínimo volta a ocupar posição central na estratégia de desenvolvimento econômico e social do país. Após anos de estagnação e perdas inflacionárias, a recomposição do salário mínimo representa um movimento de reconstrução do poder de compra das camadas populares e de fortalecimento do mercado interno. Com o novo valor, o salário mínimo passará a comprar 1,93 cestas básicas em São Paulo — o maior patamar desde 2019. Desde 2002, o piso nacional acumula ganho real de quase 100%, resultado da política permanente de valorização retomada em 2023 após anos de estagnação. Impacto direto na redução das desigualdades O estudo destaca que o salário mínimo é um dos instrumentos mais eficazes de redução das desigualdades no Brasil. Como parcela significativa da população recebe rendimentos vinculados a ele, qualquer ganho real tem efeito redistributivo imediato. Além dos trabalhadores formais, o reajuste beneficia aposentadorias, pensões e benefícios assistenciais, ampliando a proteção social e reduzindo a vulnerabilidade econômica das famílias de baixa renda. Estímulo à economia e ao mercado interno Outro ponto central da nota é o impacto macroeconômico positivo. O aumento do salário mínimo impulsiona o consumo, especialmente nos setores de comércio e serviços, dinamizando economias locais e regionais. Segundo a análise, o efeito multiplicador da renda nas camadas populares contribui para o crescimento econômico sem pressionar de forma relevante a inflação, contrariando argumentos recorrentes do discurso fiscalista. Sustentabilidade fiscal e responsabilidade social A Nota Técnica também rebate a ideia de que a valorização do salário mínimo compromete as contas públicas. O documento aponta que parte do impacto fiscal é compensada pelo aumento da arrecadação, decorrente do maior nível de atividade econômica. Além disso, reforça que políticas de austeridade que comprimem renda tendem a aprofundar desigualdades e fragilizar a coesão social, produzindo custos econômicos e sociais de longo prazo. Salário mínimo como instrumento de desenvolvimento Por fim, o estudo reafirma que o salário mínimo não deve ser tratado apenas como variável fiscal, mas como instrumento estruturante de desenvolvimento. Sua valorização está associada à melhoria das condições de vida, ao fortalecimento do trabalho formal e à reconstrução de um projeto nacional baseado na inclusão social. A retomada dessa política sinaliza uma inflexão em relação ao período de desmonte e reafirma o papel do Estado na promoção do crescimento com justiça social. O salário mínimo de 2026 será de R$ 1.621, resultado de um reajuste nominal de 6,79%. O cálculo considerou a inflação medida pelo INPC (4,18%) e um aumento real limitado a 2,5%, devido ao novo regime fiscal. Cerca de 61,9 milhões de brasileiros têm renda vinculada ao piso nacional. O reajuste gerará um incremento total de R$ 81,7 bilhões na economia, sendo os maiores impactos entre beneficiários do INSS e empregados formais. Com 70,8% dos beneficiários recebendo até um salário mínimo, cada real de aumento tem impacto de R$ 380,5 milhões na folha previdenciária. O reajuste de R$ 103,00 elevará os gastos em cerca de R$ 39,1 bilhões anuais. Enquanto na esfera federal apenas 0,76% dos servidores ganham até um SM, nos municípios essa fatia chega a 10,72%. O impacto no orçamento é maior nas prefeituras do Norte e Nordeste. Entre 2004 e 2014, o salário mínimo acumulou ganhos reais expressivos. A partir de 2015, os reajustes foram moderados e, entre 2019 e 2022, limitaram-se a repor a inflação, sem aumento real. A retomada de ganhos a partir de 2023 ocorre agora sob limites fiscais. Em janeiro de 2026, o salário mínimo poderá adquirir 1,93 cestas básicas em São Paulo, o maior índice desde 2019. Ainda assim, o valor necessário para suprir necessidades básicas segue acima do piso oficial.
STF vincula racismo estrutural a graves violações de direitos fundamentais

Supremo Tribunal Federal reconhece a existência de racismo estrutural e determina que a União elabore ou revise, em até 12 meses, um plano nacional de enfrentamento O STF reconheceu, por unanimidade, a existência de racismo estrutural no Brasil ao concluir o julgamento da ADPF 973 (Vidas Negras), determinando que a União elabore ou revise, em até 12 meses, um plano nacional de enfrentamento com metas, monitoramento e participação da sociedade civil. A Corte vinculou o racismo estrutural a violações graves de direitos fundamentais da população negra em áreas como vida, saúde, segurança pública, alimentação e acesso à educação. Decisão consolida medidas em várias áreas O Supremo afastou a tese do “estado de coisas inconstitucional”, mas estabeleceu um conjunto de medidas obrigatórias para o poder público, incluindo políticas em educação, saúde, comunicação, segurança alimentar, proteção da vida, fortalecimento de ações para quilombolas e formação de agentes públicos de segurança. A decisão também prevê a ampliação de programas de agentes territoriais em periferias e escolas, com foco em prevenção e enfrentamento ao racismo nos territórios. Ao reconhecer o caráter estrutural do racismo, o STF afirma que as próprias instituições do Estado são produtoras e reprodutoras da desigualdade racial e, por isso, têm o dever de adotar políticas permanentes de correção. Para movimentos negros, o julgamento se coloca na mesma linha de decisões que validaram as cotas raciais nas universidades públicas e consolidaram o Estatuto da Igualdade Racial. Para o novo secretário nacional de Combate ao Racismo do PCdoB, Edson França, historiador e militante histórico do movimento negro, a decisão se apoia em um acúmulo de lutas anteriores, nas quais o Supremo já teve papel decisivo. Segundo ele, o STF volta a cumprir uma função de “puxar a fila” em momentos-chave da agenda antirracista. “Tivemos um momento igualmente importante na aprovação das cotas nas universidades públicas, que resultou na incorporação de negros e negras nas universidades federais e estaduais e também na aprovação do Estatuto da Igualdade Racial”, afirma. Para França, o tribunal “tem se mostrado à altura de sua função institucional e como um poder altamente relevante para os avanços na sociedade brasileira”. PCdoB vê decisão afinada com sua trajetória Edson França avalia que o conteúdo do julgamento “bebe” em uma construção coletiva em que o PCdoB teve protagonismo, especialmente desde a criação da primeira estrutura ministerial voltada para igualdade racial. Ele lembra a atuação do partido na formulação do plano nacional citado na ADPF e na elaboração do Estatuto da Igualdade Racial, tendo o saudoso dirigente comunista Benedito Cintra como um dos principais articuladores no Congresso. Para França, não há novidade de fundo em relação ao que o partido já defende. “Não há nenhuma medida alienígena àquilo que construímos”, resume. Ele destaca que o PCdoB participou de forma “orgânica e sistemática” do debate público sobre a situação da população negra no país, e que a decisão consolida o luta do Partido ao conferir legitimidade constitucional a essa agenda. Unanimidade expõe isolamento do bolsonarismo A unanimidade do plenário ganha peso político adicional, na avaliação de França, porque inclui ministros indicados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, que fez discursos aterrorizando os direitos de quilombolas, povos indígenas e políticas de igualdade racial. “É uma unanimidade que mostra que as instituições têm poder de absorver e mudar o pensamento das pessoas”, afirma. Ele reforça que o resultado “encorpa” a luta antirracista em um momento em que setores conservadores buscam revogar conquistas recentes. No caso de Santa Catarina, por exemplo, a Assembleia Legislativa aprovou o fim das cotas raciais nas universidades estaduais, medida que já é questionada por entidades e especialistas em constitucionalidade. Para França, a decisão do STF abre espaço para contestar iniciativas como essa. Reconhecimento do racismo estrutural muda o patamar Um dos pontos centrais do julgamento, na visão do secretário, é o reconhecimento explícito do racismo estrutural. Ao afirmar que o racismo estrutura a sociedade e atravessa as instituições, o Supremo consolida a base jurídica para políticas específicas e permanentes. França lembra que, durante décadas, o mito da democracia racial foi usado para negar a existência do racismo e bloquear políticas públicas. Ao reconhecer o caráter estrutural do problema, o STF afirma que “as instituições do Estado são também promotoras desse racismo”, o que obriga o poder público a agir de forma sistemática. Esse entendimento, argumenta, “instrumentaliza de modo permanente o avanço da igualdade racial”, ao vincular o reconhecimento do problema à obrigação de políticas concretas. Luta do PCdoB se alinha às medidas do STF O PCdoB realizou uma Conferência de Combate ao Racismo que aprovou uma plataforma nacional de enfrentamento às desigualdades raciais. O que foi reafirmado, recentemente, no 16º Congresso Nacional do Partido. De acordo com Edson França, essa plataforma “se conecta e dialoga perfeitamente” com as medidas apontadas pelo STF. Ele afirma que “não há distância, desconexão ou contradição” entre o que o tribunal determinou e o que a militância comunista já vem defendendo em governos, parlamentos e movimentos sociais. A diferença, diz, é que agora o partido atua “ancorado na legitimidade que o STF dá à matéria”, o que, em sua visão, tem potencial para “dobrar instituições” resistentes à agenda antirracista. Leia entrevista completa com Edson França secretário nacional de Combate ao Racismo do PCdoB Vermelho – Por que a decisão do STF na ADPF Vidas Negras é tão importante na luta contra o racismo? Edson França – Não é a primeira vez que a sociedade brasileira e suas instituições se valem do Supremo para avançar na pauta antirracista. Tivemos um momento igualmente importante na aprovação das cotas nas universidades públicas, que resultou na incorporação de negros e negras nas universidades federais e estaduais e também na aprovação do Estatuto da Igualdade Racial. Essas ações afirmativas estão ancoradas no entendimento de sua legitimidade a partir de uma decisão unânime do STF, em ADPF movida pelo então PFL, que queria evitar a implementação das cotas no Brasil. O Supremo tem se mostrado à altura da sua função institucional e como um poder altamente relevante para os avanços na sociedade brasileira. Vermelho – Como
Lula inaugura Ponte da Integração entre Brasil e Paraguai

Obra teve investimento de R$ 1,9 bilhão e liga Foz do Iguaçu a Presidente Franco, no Paraguai. Esta é a segunda conexão sobre o Rio Paraná e visa desafogar fluxo da Ponte da Amizade Em Foz do Iguaçu (PR), o presidente Lula inaugurou nesta sexta-feira (19) a Ponte Internacional da Integração Brasil-Paraguai. Com recursos do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) pela Itaipu Binacional, a obra teve orçamento de R$ 1,9 bilhão. “Eu tive o prazer de construir a primeira ponte em 500 anos entre Brasil e Bolívia. Lá na cidade de Brasiléia, no Acre. Eu tive o prazer de construir a primeira ponte em 500 anos entre o Brasil e Peru, em Assis Brasil, no Acre. E agora eu estou tendo o prazer de construir a segunda ponte para o Paraguai [a primeira é a da Amizade], uma ponte mais poderosa, maior, maravilhosa … vejam, ela não tem pilar, ela é totalmente linda. Numa demonstração de respeito do governo do Paraguai e do governo do Brasil”, afirmou Lula. “Por essa ponte vão transitar alguns bilhões de dólares de interesse das economias brasileira e paraguaia. Nessa ponte vai transitar os povos do Brasil e Paraguai para fazer negócios, trabalhar, vender e comprar. O que interessa é fazer com que as duas economias cresçam. Porque enquanto tem presidente querendo construir um muro para o pobre não atravessar para o seu país… tem gente querendo fazer guerra para que o outro não passe para o seu lado, nós aqui, latino-americanos, sul-americanos, paraguaios e brasileiros vamos dizer ao mundo que nós somos da paz”, completou Lula. A partir da cerimônia, o tráfego na ponte será liberado gradualmente, iniciando por caminhões sem carga. Ainda restam obras viárias do lado paraguaio que permitam a liberação do fluxo total, previsto para o final de 2026. Esta é a segunda ponte de ligação entre as nações sobre o Rio Paraná, sendo a primeira a Ponte da Amizade, até agora a única conexão viária que tem fluxo diário de 100 mil pessoas e 45 mil veículos. A iniciativa visa desafogar o tráfego entre os países, hoje concentrado na ligação mais antiga. Para o funcionamento da nova ponte, o governo Lula também entregou uma série de obras viárias, como a nova rodovia Perimetral Leste que conta com 14,7 quilômetros de extensão e se conecta à BR-277. A obra tem 760 metros de extensão e liga Foz à cidade paraguaia de Presidente Franco. Também faz parte do complexo a nova aduana Brasil-Paraguai, onde funcionarão importantes órgãos como a Receita e a Polícia Federal.
Tchau – Câmara cassa mandatos de Eduardo Bolsonaro e Alexandre Ramagem

Vivendo nos Estados Unidos, os deputados foram cassados por falta A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados cassou os mandatos dos deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Alexandre Ramagem (PL-RJ), nesta quinta-feira (18). Os efeitos da cassação são distintos: enquanto Eduardo mantém os direitos políticos, Ramagem perde a elegibilidade por um período a ser determinado pela Justiça.As decisões foram tomadas levando em conta o excesso de faltas em sessões da Câmara, após a saída de ambos do país. Eduardo Bolsonaro se autoexilou nos Estados Unidos desde o início do ano e Alexandre Ramagem fugiu para o mesmo país, em setembro, após a condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF).Os membros da Mesa Diretora realizaram a votação, após a apresentação de dois relatórios favoráveis às cassações, emitidos pelo 1º secretário, deputado Carlos Veras (PT-PE). O prazo para a apresentação das defesas dos dois parlamentares havia se encerrado um dia antes.Com a decisão, o presidente da Câmara Hugo Motta tenta evitar o desgaste que passou com o caso da deputada Carla Zambelli, em que o pedido de cassação foi submetido ao plenário, que decidiu mantê-la, mesmo com decisão contrária do STF. Direitos políticosEmbora cassados, os deputados enfrentarão diferentes consequências do processo. A cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro ocorreu por decisão administrativa da Câmara, que pune a conduta parlamentar, mas não acarreta suspensão ou perda dos direitos políticos. Com isso, Eduardo segue elegível e pode participar da disputa política em 2026, desde que atenda aos requisitos legais para o registro da candidatura junto à Justiça Eleitoral.No caso de Ramagem, a cassação decorre de condenação judicial, com efeitos mais amplos. Quando a perda do mandato é consequência de sentença criminal transitada em julgado, há suspensão dos direitos políticos, conforme previsto na Constituição Federal. Brasil de Fato
STF derruba marco temporal, mas facilita acesso de terras indígenas para exploração: ‘Inconstitucional’

Relator Gilmar Mendes rejeita a tese, mas apoia exploração econômica das TIs e rechaça retomadas Nesta quarta-feira (17), o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para derrubar a tese do marco temporal para a demarcação de Terras Indígenas (TIs). Com seis votos, os ministros decidiram pela inconstitucionalidade da tese que estabelece que os povos indígenas do Brasil só poderão reivindicar a demarcação dos territórios ocupados no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal. Segundo essa norma, as áreas ocupadas antes ou retomadas após essa data não poderiam ser legalmente entregues aos indígenas. O voto dos ministros, no entanto, abriu uma brecha facilitando o acesso de pessoas não indígenas a esses territórios para práticas econômicas, como atividades de mineração e agropecuária. “Isso é proibido pela Constituição, porque o usufruto [das terras] é exclusivo dos povos indígenas”, alerta Rafael Modesto, assessor jurídico do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), entidade que há quase 50 anos trabalha na defesa dos direitos dos povos originários. Nesse tema, o ministro Flávio Dino foi o único a se posicionar contra a permissão da exploração desses territórios. Além de Dino, já votaram os ministros Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Dias Toffoli, Luiz Fux e Gilmar Mendes, relator dos processos. Em seu posicionamento, Mendes reconhece as violências sofridas por esses povos – mas defende medidas que favorecem os invasores dos territórios. O voto do relatorEm trecho de seu voto, Gilmar Mendes afirma que “nossa sociedade não pode conviver com chagas abertas séculos atrás que ainda dependem de solução nos dias de hoje”. No posicionamento, Mendes alerta que a fixação da data limite de 5 de outubro de 1988 expõe os povos originários a uma “situação de difícil comprovação para comunidades indígenas que foram historicamente desumanizadas com práticas estatais ou privadas de retirada forçada, mortes e perseguições”. Apesar disso, o relator se posicionou em favor da regra que permite aos ocupantes ilegais a permanência na terra até o recebimento da indenização. O voto de Mendes também favorece a realização de atividades agropecuárias nas Terras Indígenas, desde que tenham participação da comunidade e não resultem em arrendamento das terras. Outro ponto desfavorável para os indígenas é a possibilidade da oferta de um território equivalente em outra localidade, em caso de dificuldade no processo de demarcação, conforme alerta Ricardo Terena, advogado da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). “A gente sabe que os nossos territórios não têm terra equivalente, não é simplesmente um pedaço de terra. Tem toda uma posse tradicional, ancestral, sobre aquela região”, diz. Ricardo acompanhou de Brasília (DF) a votação. Do lado de fora do prédio do STF, ele esteve com outros representantes da Apib e com povos e lideranças indígenas da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), em um ato contra a PEC 48 – a proposta que visa alterar a Constituição Federal para definir um marco temporal para a demarcação das terras tradicionalmente ocupadas pelos povos indígenas. Um dia antes do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o marco temporal das terras indígenas, na terça-feira (9), o Senado aprovou, em votação acelerada, a PEC. O julgamento, realizado em plenário virtual, discute a constitucionalidade da lei 14.701, que trata da demarcação, do uso e da gestão das terras indígenas brasileiras – e terá continuidade nesta quinta-feira (18), quando devem votar os ministros Edson Fachin, Cármen Lúcia, André Mendonça e Nunes Marques. Os ministros apreciam quatro ações que questionam a lei do marco temporal. Proibição das retomadasEm outro ponto contraditório, a proposta de Gilmar Mendes proíbe as chamadas retomadas dos territórios indígenas e permite a expulsão à força dos ocupantes dessas áreas. “Ele diz que, se os indígenas a partir de agora fizerem a retomada, não precisa de decisão judicial para a polícia tirá-los [da área ocupada]”, explica Modesto. Retomadas são ações organizadas pelos indígenas, quando um grupo ocupa um território invadido por não indígenas, como forma de pressionar o poder público pela regularização das suas terras. “E os indígenas usam as retomadas como instrumento de pressão, inclusive, para que o poder executivo dê celeridade aos processos de demarcação e para que [os indígenas] não fiquem eternamente nas margens das rodovias ou em áreas em que não conseguem se reproduzir física e culturalmente”, diz o assessor. No voto, o ministro equipara esses movimentos às invasões dos territórios ancestrais, que colocaram à margem de suas terras e suas culturas os habitantes originários. “Ou seja, sob qualquer ângulo que se analise o problema, as invasões, as retomadas e a expulsão são atos ilícitos e assim devem ser compreendidos para evitar que a barbárie e o caos se instalem definitivamente e sejam a tônica no campo”, informa o texto do relator. De acordo com a proposta do ministro, o plano estabelece protocolos de desocupação humanizada e responsabilidade civil e penal para quem violar a paz no campo. Na prática, no entanto, os indígenas são alvo de ações violentas por parte de jagunços e de agentes do estado, como o que se vê há anos no Mato Grosso do Sul onde, cada vez mais isolados pelos pastos e plantações de monocultura, os Guarani e Kaiowá organizaram retomadas e são alvos constantes de intimidação, ameaças e assassinatos. Em setembro deste ano, pelo menos dois indígenas foram atingidos por balas de borracha em uma investida da Tropa de Choque no município de Caarapó. A cerca de 140 quilômetros dali, um jovem indígena foi assassinado em um ataque armado à retomada Pyelito Kue, no município de Iguatemi, em novembro.
PSG vence o Flamengo nos pênaltis e conquista a Copa Intercontinental

Rubro-Negro desperdiça quatro cobranças de pênaltis e fica com o vice-campeonato. Franceses são campeões mundiais pela primeira vez O jogoNão deu. O Flamengo lutou, batalhou, chegou a levar a decisão da Copa Intercontinental para os pênaltis, mas não conseguiu ser campeão mundial pela segunda vez. Nesta quarta-feira, no Estádio Estádio Ahmad bin Ali, no Catar, os Rubro-Negros empataram com o PSG por 1 a 1 no tempo regulamentar. Mas, na hora cobrar as suas penalidades, viu brilhar a estrela do até então desconhecido Safonov, goleiro reserva que pegou incríveis quatro penalidades para dar o primeiro título mundial para os franceses. Saúl, Pedro, Léo Pereira e Luiz Araújo desperdiçaram as cobranças. Com bola rolando, Kvaratskhelia e Jorginho marcaram os gols. Vice amargo e dolorosoO Flamengo esteve muito perto de conquistar o título da Copa Intercontinental, mas agora soma o seu segundo vice-campeonato — de forma amarga. Após levantar a taça em 1981, na geração de Zico, Júnior, Leandro e companhia, o Rubro-Negro também tinha sido derrotado na decisão para o Liverpool em 2019. Em Mundiais, coleciona uma queda na semifinal para o Al-Hilal, em 2022. Novamente disputando uma decisão, foi superado pelo Paris Saint-Germain nas penalidades. Quatro pênaltis perdidosChega a ser curioso que o gol do Flamengo no tempo regulamentar tenha sido de pênalti, com Jorginho. Mas, quando a disputa foi para as penalidades, o Rubro-Negro foi mal demais. Das cinco cobranças, quatro foram desperdiçadas — com Saúl, Pedro, Léo Pereira e Luiz Araújo. De la Cruz foi o único que converteu a sua penalidade.O herói do PSG foi Matvey Safonov, que é o goleiro reserva da equipe francesa. Com a saída de Donnarumma para o Manchester City, o PSG chegou a contratar Lucas Chevalier, do Lille, transformando o russo na segunda opção do time francês. Hoje, ele corresponde os 20 milhões de euros investidos na sua contratação em julho de 2024. Antes, defendia o Krasnodar, da Rússia. Noite complicada para RossiQuem também terá dor de cabeça ao dormir será o goleiro Rossi. O goleiro do Flamengo foi o centro das atenções por cometer duas falhas graves, ambos no tempo regulamentar. Na primeira, ao tentar salvar uma bola que sairia pela linha de fundo, deixou o gol aberto e viu Fabián Ruiz marcar. Foi salvo pelo VAR, que assinalou escanteio no lance. Depois, após cruzamento de Doué, tentou afastar e “ajeitou” a bola para Kvaratskhelia marcar. A primeira estrelaDo outro lado, o PSG conquista o seu primeiro título mundial. Nesta temporada, os parisieneses também faturaram o seu primeiro título da Liga dos Campeões. Porém, na Copa do Mundo de Clubes, ficaram com o vice-campeonato após serem superados pelo Chelsea na decisão. Na segunda vez que tiveram de conquistar o mundo, venceram o Flamengo e enfim ficaram com a taça. Como foi o primeiro tempo?Domínio total do PSG no primeiro tempo. Mas a decisão da Copa Intercontinental passa pelas mãos e pés de Rossi. O goleiro do Flamengo foi o centro das atenções por cometer duas falhas graves. Na primeira, ao tentar salvar uma bola que sairia pela linha de fundo, deixou o gol aberto e viu Fabián Ruiz marcar. Foi salvo pelo VAR, que assinalou escanteio na bola no lance. Depois, após cruzamento de Doué, tentou afastar e “ajeitou’ a bola para Kvaratskhelia marcar.O PSG teve mais posse de bola, mas volume de jogo e mais finalizações. O Flamengo assustou em apenas dos momentos, ambos com Pulgar: um chute de fora da área e uma cabeçada livre após boa cobrança de escanteio. Como foi o segundo tempo?O PSG tinha o jogo controlado até um lance bobo comprometer toda a atuação. Após um lateral batido errado, Arrascaeta ficou com a bola dentro da grande área e sofreu um toque de Marquinhos. Pênalti marcado e convertido por Jorginho. Ainda no tempo regulamentar, o zagueiro voltou a ficar marcado por um gol perdido debaixo da trave, no último lance da partida. Felizmente para ele, não custou caro. Prorrogação e pênaltisA prorrogação foi morna, sem grandes oportunidades. Flamengo e PSG pareceram cansados em campo e a falta de pernas fez as chances claras diminuírem consideravelmente. Já nos pênaltis, Safonov virou o herói pegando quatro penalidades e garantindo o título do PSG. Fonte: Globo Esporte
Autores abandonam festival literário na Colômbia em protesto contra María Corina Machado

O Hay Festival, evento internacional de literatura e artes realizado em Cartagena, na Colômbia, enfrenta controvérsias antes de sua próxima edição, marcada para janeiro. Ao menos três convidados cancelaram participação após a inclusão da política venezuelana María Corina Machado na programação, segundo informou o jornal britânico “The Guardian”. Os cancelamentos partiram de autores que declararam oposição às posições públicas de Machado, incluindo manifestações de apoio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e à possibilidade de intervenção militar na Venezuela. A escritora colombiana Laura Restrepo anunciou sua saída em carta pública, afirmando que “nenhuma plataforma deve ser concedida, nem público facilitado, a alguém que, como Machado, promove posições e atividades que subjugam nossos povos e minam a soberania de nossos países”. 🛑Muy lamentable la politización y derechización del @hayfestival dirigido por @cfuenteslaroche que ahora invita a Maria Corina como “ponente” de no sé qué, me imagino experta en vender la patria a USA. Felicidades a la congruencia de Laura Restrepo quien ya canceló su… pic.twitter.com/rmBvmAT2Zl — Sanjuana Martínez Montemayor (@SanjuanaNews) December 16, 2025 O também colombiano Giuseppe Caputo comunicou sua retirada mencionando ataques aéreos dos Estados Unidos no Caribe, que resultaram em mortes, e disse preferir se afastar do festival diante do convite. O escritor afirmou em suas redes sociais que acha melhor “se retirar de um festival realizado às margens do bombardeado mar do Caribe, que decidiu convidar alguém que dedicou um prêmio da paz ao fascista responsável por esses crimes”. A participação de María Corina Machado no Hay Festival está mantida. Ela deve participar de uma conversa virtual com o jornalista venezuelano Moisés Naím no dia 30 de janeiro. A equipe da política informou ao “The Guardian” que ela não comentará os protestos. Em comunicado, a organização do festival declarou respeitar a decisão dos autores, mas afirmou que defende o diálogo aberto e diverso como parte da liberdade de expressão e da troca de ideias.
Chefe da Casa Branca expõe crises internas e diz que Trump tem “personalidade de alcoólatra”

A chefe de gabinete da Casa Branca, Susie Wiles, afirmou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem “personalidade de alcoólatra” em entrevista à revista “Vanity Fair”, publicada nesta terça-feira (16). A reportagem reúne relatos sobre disputas internas no governo e descreve divergências em temas como imigração, tarifas comerciais e condução administrativa. Veja aqui no X, antigo twitter As declarações fazem parte de 11 entrevistas concedidas por Wiles ao autor Chris Whipple ao longo do primeiro ano do segundo mandato de Trump. Primeira mulher a ocupar o cargo de chefe de gabinete, ela disse que a convivência com um pai alcoólatra a preparou para lidar com “personalidades fortes”. Segundo Wiles, Trump não bebe, mas age com “a convicção de que não há nada que ele não possa fazer. Nada, zero, nada”. Wiles também afirmou que o vice-presidente JD Vance “é um teórico da conspiração há uma década” e classificou sua mudança de crítico para aliado de Trump como “meio política”, associada à disputa pelo Senado. Ela ainda criticou a atuação do bilionário Elon Musk à frente do Departamento de Eficiência Governamental, especialmente pelo desmonte da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID).