População brasileira vai parar de crescer em 2041, prevê pesquisa do IBGE

A partir deste ano, a população do país deve diminuir, até chegar aos 199,3 milhões em 2070. Os dados fazem parte das primeiras Projeções de População do IBGE com dados do Censo 2022 O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) prevê que a população brasileira vai parar de crescer em 2041, quando chegará a 220,43 milhões de habitantes. A partir deste ano, a população do país deve diminuir, até chegar aos 199,3 milhões em 2070. Os dados fazem parte das primeiras Projeções de População do IBGE com dados do Censo Demográfico 2022, divulgadas nesta quinta-feira (22). A gerente de Estudos e Análises Demográficas do IBGE, Izabel Marri, afirma que esse recuo será bastante desigual regionalmente. “A migração entre unidades da federação é um fator muito importante nas dinâmicas populacionais. Alguns estados são a origem e outros, o destino desses migrantes. Isso vai fazer com que cada estado tenha sua inflexão populacional em um momento diferente”, explica. Rio Grande do Sul e Alagoas devem ser os primeiros a reduzir sua população, já em 2027, com o Rio de Janeiro logo a seguir, em 2028. Por outro lado, Mato Grosso deve ser o último estado a fazer essa inflexão, em algum momento após 2070. Já Santa Catarina e Roraima devem começar a reduzir sua população em 2064. A pesquisa registrou ainda que, de 2000 a 2023, a taxa de fecundidade do país recuou de 2,32 para 1,57 filho por mulher. Entre os estados, a taxa mais alta foi de Roraima (2,26) e a mais baixa, do Rio de Janeiro (1,39). Essa mesma taxa deve recuar até 1,44 em 2040, quando atinge seu ponto mais baixo. As Projeções de População orientam políticas públicas das três esferas de governo e permitem que o IBGE atualize as amostras de suas pesquisas domiciliares. A gerente diz que a principal importância das projeções é informar qual é a população do país a cada ano, pois os censos demográficos ocorrem apenas a cada dez anos. “Essa informação, por idade e sexo, é fundamental para se elaborar políticas públicas voltada para crianças, idosos ou para a força de trabalho. Além disso, esses dados são a base para o cálculo do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e dos Estados (FPE)”, afirma. Ela lembra que a redução da taxa de fecundidade ocorre desde os anos 1960. “Vários fatores contribuíram para isso, como a urbanização, a entrada das mulheres no mercado de trabalho e o aumento da escolaridade feminina, além da popularização da pílula anticoncepcional. Com isso, as taxas de fecundidade recuaram gradativamente de uma média de mais de seis filhos por mulher para os patamares atuais”, explica. Outros dados divulgados pelo IBGE: – A idade média da população brasileira atingiu 35,5 anos em 2023 e deve subir para 48,4 anos em 2070. – Idade média em que as mulheres tinham filhos era de 25,3 anos em 2000, passou para 27,7 anos em 2020 e deverá chegar a 31,3 anos em 2070. – Número de nascimentos por ano recuou de 3,6 milhões em 2000 para 2,6 milhões em 2022, e deve cair para 1,5 milhão em 2070. – De 2000 a 2023, taxa de mortalidade infantil recuou de 28,1 para 12,5 óbitos por mil nascidos vivos. Esse indicador cairá para 5,8 em 2070. – Esperança de vida ao nascer subiu de 71,1 anos em 2000 para 76,4 anos em 2023, e deve chegar aos 83,9 anos em 2070. – De 2000 a 2023, proporção de idosos (60 anos ou mais) na população brasileira quase duplicou, subindo de 8,7% para 15,6%. Em 2070, cerca de 37,8% dos habitantes do país serão idosos. – A idade média da população era de 28,3 anos em 2000, subiu para 35,5 anos em 2023 e deve chegar aos 48,4 anos em 2070

Eleições 2024: cresce em 78% o número de eleitores menores de 18 anos

De acordo com a Constituição, o voto é obrigatório para os eleitores entre 18 e 70 anos, sendo facultativo para as demais faixas etárias O Brasil possui 1.836.081 eleitores menores de 18 anos, sendo 724.324 (0,46% do eleitorado) de 16 anos e 1.111.757 de 17 anos (0,71%). Comparado as eleições municipais de 2020, quando se alistaram 1.030.563, houve um crescimento de 78% dos que podem votar no dia 6 de outubro. Diferente do perfil geral do eleitorado, onde as mulheres (52,47%) são maioria entre os eleitores, na faixa etária menor há o predomínio masculino: são 362.230 (50,01%) de homens contra 362.094 (49,99%) de mulheres. Na faixa de 17 anos há uma inversão. As mulheres são 559.248 (50,30%) contra 552.509 (49,70%) dos homens. De acordo com a Constituição, o voto é obrigatório para os eleitores entre 18 e 70 anos, sendo facultativo para as demais faixas etárias. Os dados estão disponíveis nas estatistas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que diz que a reversão foi iniciada em 2022, com crescimento de jovens eleitores acima de 51% na comparação com a última eleição geral. O TSE diz que desde 2018 as estatísticas do eleitorado brasileiro habilitado para votar mostram que o número de eleitoras e eleitores cresceu 6,21%, passando de 147 milhões para 156.454.011 pessoas nas Eleições 2022. Ao Tribunal, a cientista política e doutora pela Universidade de Brasília (UnB) Marcela Machado, afirma que o interesse dos jovens brasileiros pela disputa eleitoral pode ser justificado pelo recente histórico da política no país. Ela diz que as pessoas entenderam que tudo é política. “Então não dá para ficar isento. Falamos sobre política em todas as rodas. As pessoas estão muito mais conscientizadas de que a política é algo que toca a todo mundo, e muito dessa conscientização é por conta das redes sociais: vídeos, ações e linguagens mais palatáveis para atingir esse público”, afirma. Engajamento Além disso, a cientista diz que o relacionamento dos jovens com a política tem forte relação com o “engajamento” do pleito. “Eleições municipais tratam de temas a nível local, que, às vezes, não se convertem em engajamento. Por conta justamente dessa característica ‘paroquial’ das eleições municipais, as disputas são travadas entre famílias, entre lado ‘a’ e lado ‘b’. Na eleição geral, a tônica é mais social, coletiva. Naturalmente, engaja mais pessoas”, argumenta. Para ela, o interesse dos jovens também tem relação com a falta de conhecimento sobre o que faz um prefeito ou vereador, por exemplo. “Toca muito na questão da educação política. Jovens de 16 e 17 anos, se não sabem para que serve, qual é a função, o que vem de um vereador ou o que faz um prefeito, não se estimulam a participar daquele evento democrático”, diz a doutora. A pesquisadora também acredita que parte desse crescimento da consciência cidadã dos jovens com o processo eleitoral pode ser atribuído às campanhas lançadas pelo TSE. “O TSE aproveitou a oportunidade das redes sociais para informar esse público [com idade menor de 18 anos], de maneira mais incisiva, de que esse jovem eleitor é importante na política, com a mensagem clara: ‘Não deixe de participar’”, diz

Lula anuncia Auxílio Gás para mais de 20 milhões de famílias até 2025

Trata-se do programa Gás para Empregar, que visa aumentar a oferta de gás natural e diminuir o preço ao consumidor final O presidente Luiz Inácio Lula da Silva encaminhou nesta segunda-feira (26) ao Congresso projeto de lei que prevê a ampliação do acesso ao Auxílio Gás para mais de 20 milhões de famílias até 2025. Hoje, já são atendidas com o benefício 5,6 milhões de famílias. “Quando a gente resolve fazer uma política de gás, é porque o gás hoje tem que ser um instrumento da cesta básica do povo brasileiro, que muitas vezes não consegue comprar o botijão de gás, que sai da Petrobras a R$ 36 e é vendido em alguns estados a R$ 140, R$ 120, R$ 130”, disse Lula durante a solenidade de lançamento da Política Nacional de Transição Energética (PNTE). Para aprimorar a política vigente do Auxílio Gás, o projeto propõe aumento da disponibilização de recursos, que podem chegar a R$ 13,6 bilhões durante o ano de 2026. Em dezembro de 2025, serão atendidas mais de 20 milhões de famílias. “Ainda convivemos, infelizmente, com a face perversa da pobreza energética, que afeta principalmente mulheres e crianças, com consequências devastadoras para a saúde. O uso da lenha para cozinhar ainda é causa de mortes prematuras”, explica o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. “São famílias, em sua maioria, que vivem em locais afastados, como quilombolas e ribeirinhos. Essa proposta chega para nos ajudar a reverter esse quadro, combatendo a desigualdade social no país e levando mais dignidade e segurança para essas famílias.” PNTE De acordo com a pasta das Minas e Energia, a PNTE terá a participação da sociedade por meio do Fórum Nacional de Transição Energética (Fonte), onde serão ouvidos diversos atores públicos e privados para apresentar recomendações ao CNPE. O PNTE será articulado com outras iniciativas governamentais, como o PAC, o Plano Clima, a Nova Indústria Brasil e o Pacto pela Transformação Ecológica. São dois eixos. O primeiro de abordagem setorial, contemplando setores industrial, transportes, elétrico, mineral e petróleo e gás natural. O segundo de abordagem transversal, focado em marcos legais e regulatórios, combate à pobreza energética e desigualdades e ambiente atrativo para investimentos.

Amagis repudia ataques contra a juíza de Montalvânia

A Associação dos Magistrados Mineiros (Amagis) vem a público repudiar os ataques sofridos pela juíza Laura Helena Xavier Ferreira, titular da Vara Única da Comarca de Montalvânia (MG), veiculados em grupos de WhatsApp, que desfere ofensas, mentiras e imputa condutas criminosas em desfavor da magistrada. Os referidos ataques à magistrada configuram, inclusive, ataques ao Poder Judiciário, e as graves ofensas e inverdades propagadas em desfavor da magistrada não ficarão impunes. A Amagis já está tomando as devidas providências, tanto na esfera criminal quanto na cível e eleitoral, para a apuração e punição dos responsáveis pelos ataques e propagação das fake news, que responderão pelos seus atos irresponsáveis e criminosos. A Dra. Laura Helena é uma juíza respeitada, cujo trabalho, bom nome, honradez e capacidade são reconhecidos perante a Magistratura e comunidade jurídica e que sequer está atuando como juíza eleitoral na Comarca Ataques criminosos e exposição de inverdades nas mídias, contra quem quer que seja, e, principalmente, contra agente público, não podem ser tolerados, registrando-se que o exercício da função jurisdicional de magistrado é o sustentáculo do Estado Democrático de Direito. Por fim, a Amagis reafirma que está ao lado da Magistrada e não medirá esforços para a apuração e punição dos responsáveis pelas divulgações e discursos levianos. Belo Horizonte, 27 de agosto de 2024. Juiz Luiz Carlos Rezende e Santos Presidente da Amagis

Terror dos motoristas – Trevo de Juvenilia causa mais um acidente.

O trevo de acesso à cidade de Juvenilha, em Montalvânia, no extremo norte de Minas, foi palco de mais um acidente. Na madrugada desta terça-feira, 27, uma carreta carregada de semente de algodão não conseguiu fazer a rotatória e tombou, já que o trevo foi mal projetado e sinalizado, e, por isso, constantemente causa um grave acidente. No último final de semana, por exemplo, um senhor de 74 anos que estava pilotando numa moto, foi mais uma vítima fatal deste trevo, apelidado de trevo da morte. “Frequentemente ocorre um acidente nesta BR 135, construída de qualquer jeito, porque estamos carentes de representação política”, comentou o advogado Anfrísio Macedo. Segundo ele, “várias colisões de menores proporções acontecem naquele trevo, e a comunidade clama por mudanças na sinalização do local, mas até o momento nenhum projeto de segurança foi apresentado aos moradores da localidade”, disse.

SEM CONCORRÊNCIA – Japonvar e São João do Pacuí terão candidatos únicos

As eleições deste ano serão “mamão com açúcar” para os candidatos a prefeito de Japonvar e São João do Pacuí e para outras 41 cidade de Minas, onde terão apenas um candidato à prefeitura. Os dados são do Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG). No Brasil todo, o número de cidades com candidaturas únicas quase dobrou de 2020 para 2024: de 108 para 214. É o maior número de candidaturas únicas das últimas sete eleições, quando começou essa série história, no ano 2000. Em Minas, entre os municípios com candidatura única, o com maior número de habitantes é Corinto, na Região Central, com 23.532. Já a cidade com a menor população na lista é Pedro Teixeira, na Zona da Mata, com 1.810 habitantes. De acordo com a Justiça Eleitoral, um candidato único em uma eleição é eleito desde que tenha pelo menos um voto. Isso porque a legislação não condiciona a validade de uma eleição ao número de votos válidos registrados. Caso não tenha nenhum voto válido, a Justiça Eleitoral convocaria uma nova eleição. Contudo, esse cenário é improvável, já que para isso nem mesmo o próprio candidato votaria nele mesmo. O período de campanha eleitoral, que começou no dia 16 de agosto e vai até as vésperas do primeiro turno, em outubro, costuma ser marcado por embates entre candidatos e filiados a partidos políticos. O objetivo é mobilizar o eleitorado para garantir a vitória nas urnas no dia da votação. No entanto, essa não será a realidade para eleitores de 43 cidades mineiras. Nesses municípios, somente um candidato — ou uma candidata — registraram suas candidaturas no prazo determinado pela Justiça Eleitoral. Dessa forma, só haverá um nome de postulante a prefeito em cada um desses municípios — o que significa dizer que, independentemente do tamanho das cidades e dos seus eleitorados, os candidatos serão eleitos se receberem pelo menos um voto (que pode ser o do próprio candidato). Confira as cidades onde haverá candidatura única em Minas Gerais Aiuruoca Erlisson do Carlinhos (PSD) Alpercata Rafael França (PSD) Bandeira Sidnei (Republicanos) Cabo Verde Claudinho (MDB) Campanário Fausto Duarte (Republicanos) Carmésia Atos Tácio (Solidariedade) Carrancas Hely Andrade Alves (MDB) Centralina Dr. Oscar (PSD) Corinto Evaldão (MDB) Couto de Magalhães de Minas Zé Eduardo (Podemos) Divisa Nova José Luiz (PSD) Estrela do Indaiá Doutor Juraci (Podemos) Fortuna de Minas Claudio de Nicote (MDB) Franciscópolis Nem dos Santos (PDT) Iapu Pezão (União Brasil) Igaratinga Fabio Alves (Solidariedade) Inimutaba Emersomm Danezzi (PSD) Ipuiúna Elder (PL) Itambé do Mato Dentro Cleidileny (PP) Itaobim Fabiano Fernandes (Republicanos) Japonvar Welson do Posto (PP) Joaquim Felício Miguelzinho de Helmar (PSD) Maripá de Minas Vagner (Republicanos) Natércia Gabriel Vilas Boas (PSD) Nova Era Txai (Rede) Papagaios Rislaine (Solidariedade) Pedro Teixeira Reinaldo (PP) Pequeri Glauco (PSD) Pequi Dr André (Solidariedade) Pingo D’Água Artur Marquiole (MDB) Presidente Juscelino Breno (MDB) Ribeirão Vermelho Welder Pereira (PSDB) Rio Doce Silvério (PT) Santana do Riacho Fernando da Farmácia (Republicanos) Santo Antônio do Amparo Caique (Podemos) São Bento Abade Eneias Machado (PSD) São Gonçalo do Abaeté Fabiano Lucas (Solidariedade) São Gonçalo do Pará Zaquinha (Agir) São João do Pacuí Caio Cunha (MDB) São Sebastião do Maranhão Sabrina Mesquita (Mobiliza) Sem Peixe Eder de Tiquim (PSD) Senador Cortes João Lucio (PSD) Serra dos Aimorés Wander Pinto (Solidariedade)

Nem tiú, nem calango. Muito menos, jacaré. Agora é Lontra

A cidade de Lontra, que viveu durante muitos anos sob a tutela de São João da Ponte, até hoje carrega os resquícios do coronelismo herdado daquela cidade pontense. Mesmo antes da sua emancipação, que ocorreu em abril de 1992, a disputa era entre tiú e calango. E depois apareceu o jacaré, para renegar ainda mais a Lontra. Talvez seja porque o foco do jacaré é a sua coirmã Japonvar. Mas até que enfim Lontra encontrou um filho nato, que valoriza, respeita e nunca desgrudou do seu lado. Ao contrário do que acontece atualmente, em que seu gestor só se preocupa em sugá-la. Por isso, mais do que nunca, tá na hora de trocar o nepotismo e a corrupção para um gestor sério e honesto. Trata-se de Elson Palmeira, figura proba, carismática e muito generosa. Ele, com certeza, cuidará com muito carinho da velha Lontra, que vem sendo castigada de forma explícita. Basta olhar o Portal da Transparência do município para enxergar as rabadas que o jacaré vem dando na Lontra. Guloso, ele come não apenas pãozinho de sal e de queijo, recheado com ouro moído, mas também cimento, areia, brita, tijolo e o escambau. E olha que esse tal de jacaré era tido como ilibado. Mas, a máscara caiu. Agora é preciso que cada lontrense vire 20, para que a Lontra possa viver sem ser maltratada pelos delinquentes.

USP diplomará 15 estudantes da FFLCH mortos pela ditadura militar

Helenira Resende e Suely Kanayama estão entre os homenageados. Cerimônia acontece nesta segunda, 26, às 15h, e será transmitida on-line No ano em que o Brasil completa 60 anos do golpe militar, a Universidade de São Paulo (USP) realizará uma cerimônia de diplomação para homenagear 15 estudantes da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) que foram perseguidos e assassinados durante o regime. O evento acontece nesta segunda-feira (26), às 15h, no Auditório Nicolau Sevcenko, será transmitido online e faz parte do projeto “Diplomação da Resistência”, que busca resgatar a memória desses alunos e reparar as injustiças do passado. Entre os homenageados estão Helenira Resende e Suely Kanayama, guerrilheiras do Araguaia que dedicaram suas vidas à luta pela democracia. A resistência no Araguaia, da qual participaram, foi um marco na contestação ao regime militar, desmistificando a ideia de que o governo era intocável e inspirando a luta contra a ditadura. Antes da cerimônia, às 13h, ocorrerá uma plenária organizada pela União da Juventude Socialista (UJS), em homenagem às duas estudantes guerrilheiras. O evento será um marco de memória e justiça, refletindo o lema “Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça!”. Paulo Martins, diretor da FFLCH, destacou a importância simbólica do evento. “Essa homenagem significa que a USP não se oculta diante das injustiças e reafirma seu compromisso com os direitos humanos. Me sinto imensamente feliz por ser o diretor que entregará simbolicamente a graduação aos familiares desses alunos que desapareceram no vento nefasto da ditadura”, afirmou. A ação, que integra a diplomação de 31 estudantes da USP ao todo, é fruto de uma parceria entre a Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (PRIP), Pró-Reitoria de Graduação (PRG), o gabinete da vereadora e ex-aluna da USP Luna Zarattini (PT) e o coletivo de estudantes Vermelhecer. Em dezembro de 2022, outros dois estudantes, Alexandre Vannucchi Leme e Ronaldo Queiroz, do Instituto de Geociências (IGc), já haviam sido homenageados. Saiba quem são os 15 alunos que serão diplomados: Antonio Benetazzo, Filosofia Carlos Eduardo Pires Fleury, Filosofia Catarina Helena Abi-Eçab, Filosofia Fernando Borges de Paula Ferreira, Ciências Sociais Francisco José de Oliveira, Ciências Sociais Helenira Resende de Souza Nazareth, Letras Ísis Dias de Oliveira, Ciências Sociais Jane Vanini, Ciências Sociais João Antônio Santos Abi-Eçab, Filosofia Luiz Eduardo da Rocha Merlino, História Maria Regina Marcondes Pinto, Ciências Sociais Ruy Carlos Vieira Berbert, Letras Sérgio Roberto Corrêa, Ciências Sociais Suely Yumiko Kanayama, Letras Tito de Alencar Lima, Ciências Sociais Diplomação da Resistência Data: 26 de agosto, segunda-feira, às 15 horas Local: Auditório Nicolau Sevcenko, localizado no Edifício Eurípedes Simões de Paula (Geografia e História) da FFLCH/USP Para acompanhar a cerimônia, acesse: https://www.youtube.com/@uspfflch

Indústria de papel e celulose investirá no país R$ 105 bilhões até 2028

O plano de investimento foi apresentado ao presidente Lula. Os recursos vão gerar 36 mil empregos diretos e outras 7,3 mil vagas para operar as novas unidades O setor da indústria de papel e celulose anuncia o investimento de R$ 105 bilhões no país até 2028. De acordo com a Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), as aplicações vão gerar 36 mil empregos diretos e outras 7,3 mil vagas para operar as novas unidades. O presidente da IBÁ, Paulo Hartung, apresentou o plano ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva numa reunião nesta quarta-feira (21), no Palácio do Planalto. “O setor entendeu que ia precisar de compromisso social, ambiental, rastreabilidade na produção e assim por diante. O setor vive uma diversificação de uso. Antes, era papel e celulose. Hoje é energia”, disse Hartung. De acordo com a entidade, ao usar 100% de matéria-prima proveniente de florestas renováveis, o setor tem evoluído rumo a um lugar de destaque na produção sustentável. “Depois de investimentos de R$130 bilhões da indústria automobilística, R$120 bilhões da indústria de alimentos e R$ 100 bilhões da siderúrgica, agora o setor de celulose vai destinar R$ 105 bilhões até 2028. O país vai crescendo com trabalho sério”, destaca Lula no X. “Voltamos a governar este país para recuperá-lo e recuperar também o seu potencial industrial de maneira mais sustentável. Estamos trabalhando para isso”, prossegue. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destaca que o Brasil é o maior exportador do mundo de celulose. “O setor tem grande importância ambiental e econômica, é altamente gerador de divisas, o sexto maior exportador brasileiro, com importância no PIB brasileiro”, disse. O vice-presidente lembrou que a indústria de papel e celulose como um todo gera em torno de 2,6 milhões de vagas diretas e indiretas. Faturamento Conforme relatório anual de 2023 da IBÁ, o mercado de papel e celulose no Brasil obteve uma receita bruta de R$ 260 bilhões em 2022, um índice de 6,3% maior em relação ao ano anterior. São 10 milhões de hectares de áreas produtivas plantadas (eucalipto, pinus e outras espécies) tornando o país o segundo maior produtor mundial de celulose e o maior exportador. Na produção de papel, o país ocupa o 9º lugar no ranking mundial. Em 2023, a indústria de papel e celulose gerou US$ 10,3 bilhões de divisas para o país, ou 3% de tudo o que o Brasil exportou no último ano. O saldo comercial (exportações menos importações) foi de US$ 9,2 bi. A IBÁ diz que a indústria de árvores plantadas investe para alcançar a sustentabilidade em todo o ciclo de produção, melhorando processos e adotando as melhores práticas socioambientais. “O setor trabalha para diversificar o uso econômico da floresta plantada e envolver pequenos produtores, por meio de programas de parcerias florestais, com o objetivo de criar oportunidades de geração de emprego e renda; e ampliar o conhecimento pela troca de experiências, inclusive, com a adoção de atividades de Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF)”, diz a entidade.

Lula livra CeasaMinas de privatização e fortalece política alimentar

Retirada da empresa do PND reafirma a posição do governo em fortalecer a cadeia de abastecimento alimentar e o acesso da população ao alimento de qualidade, afirma ouvidora O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva excluiu, na última terça (20), as Centrais de Abastecimento de Minas Gerais S.A (CeasaMinas) do Programa Nacional de Desestatização (PND) e revogou a qualificação dos seus imóveis do Programa de Parcerias de Investimentos da Presidência da República (PPI). O texto foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) e revoga o Decreto Nº 3.654, de 7 de novembro de 2000, quando o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) incluiu a central de abastecimento no plano de privatizações. A ameaça à empresa se agravou em 2016, a partir do golpe liderado por Michel Temer. Recentemente o processo de venda ganhou celeridade no governo de Jair Bolsonaro (PL), quando a estatal estava ligada ao Ministério da Economia, liderado pelo ultraliberal Paulo Guedes. O governo Bolsonaro chegou a marcar o leilão da empresa para o dia 22 de dezembro de 2022, nove dia antes do fim de sua gestão, com um preço mínimo anunciado de R$ 253,2 milhões. O valor estava bem abaixo dos R$ 2 bilhões estimados pelo Sindsep-MG (Sindicato dos Trabalhadores Ativos Aposentados e Pensionistas do Serviço Público Federal do Estado de Minas Gerais). Ouvidora da CeasaMinas e ex-diretora do Sindsep-MG (Sindicato dos Trabalhadores Ativos, Aposentados e Pensionistas do Serviço Pùblico Federal no Estado de Minas Gerais), Sânia Barcelos Reis recorda ao Vermelho a luta dos trabalhadores e da população contra a privatização da empresa. “Eu entrei em 2008 e essa história de privatizar a CeasaMinas era um fantasma que existia entre nós, ainda que, principalmente nos governos Lula e Dilma, isso nunca foi de fato levado à frente. Após o golpe, isso começou a ser mais ventilado no governo Temer”, afirma. “Com a eleição do Bolsonaro, as coisas foram se concretizando de uma forma muito mais palpável. Eu tive problemas pessoais enormes, fui muito perseguida, fiquei quatro meses afastada da empresa por ordens psiquiátricas por ser massacrada pelos então presidentes e diretores da CeasaMinas”, relata Sânia. Após muita luta, no entanto, e com a vitória do presidente Lula na corrida eleitoral de 2022, a sociedade civil conseguiu suspender o leilão ao apagar das luzes do governo Bolsonaro. “Embora o leilão estivesse suspenso, a CeasaMinas permaneceu no PND. Então, era importantíssimo que a empresa saísse do plano de desestatização. Não sabemos quando um eventual novo governo de direita poderia voltar com o plano”, diz. A CeasaMinas é a maior empresa de distribuição de alimentos hortifrutigranjeiros do estado e possui seis unidades: Contagem, Uberlândia, Juiz de Fora, Barbacena, Caratinga e Governador Valadares. A estatal está sob administração do Ministério do Desenvolvimento Agrário e atende a 46 mil clientes diretos e 12,5 milhões de clientes indiretos, ou 61% da população total de Minas Gerais (20,5 milhões). A CeasaMinas também é responsável por 20.280 mil empregos. “Normalmente as pessoas não possuem esse conhecimento, mas as Ceasas e as Ceagesp são um instrumento muito forte de política pública de distribuição de alimentos”, afirma Sânia. Para a ouvidora, se essas empresas de distribuição de alimentos hortifrutigranjeiros permanecerem sob gestão pública, “é uma garantia de controle dos preços dos alimentos”. “Contabilizamos tudo que chega para ser comercializado e, a partir da oferta e da procura, ou seja, da quantidade de alimentos, conseguimos mensurar os preços”, explica a sindicalista. “Se a gente não tem esse controle do mercado, o próprio mercado é que vai ditar o preço”, explica. “Então, as centrais de abastecimento não são só um grande mercadão de alimentos onde as pessoas compram as coisas. As empresas têm toda uma estrutura de política pública por trás que garante que haja um equilíbrio no preço dos alimentos”, conclui. A retirada da empresa do plano de privatização fortalece a companhia institucionalmente, traz segurança jurídica e operacional para os comerciantes e produtores e por extensão a própria sociedade mineira. A decisão do presidente Lula reafirma a posição do governo federal em fortalecer a cadeia de abastecimento alimentar, o agricultor familiar e o acesso da população ao alimento de qualidade e preço justo, além de retomar seu potencial de investimento e modernização dos seus entrepostos, inclusive com a possibilidade de recepcionar recursos provenientes do próprio governo.