Esposa do prefeito de Lontra era beneficiária do Bolsa Família

Uma investigação realizada pelo jornal O GLOBO revelou que Jaine Pereira dos Santos, esposa do prefeito de Lontra, Wesley Alves de Souza, mais conhecido como Wesley Construmendes (PSD), que é um empresário bem-sucedido no setor da construção civil da região, era beneficiária  do Bolsa Família, programa social do governo federal, que destina-se a transferir renda diretamente para famílias em situação de vulnerabilidade, com o propósito de minimizar a fome, combater a pobreza e assegurar acesso a direitos sociais fundamentais como saúde, educação e assistência social. Em sua prestação de contas, Wesley declarou a posse de um Hyundai HB20 e um caminhão Volkswagen avaliado em R$ 93,4 mil. Antes de se eleger, apresentava-se como empresário e comerciário, sendo que seu nome político faz alusão à empresa de construção civil Construmendes, operante na região. Apesar das tentativas de contato, as prefeituras envolvidas não responderam às solicitações do jornal O Globo. O ECN também buscou esclarecimentos diretamente com o prefeito, mas não obteve sucesso. Contudo, o espaço segue reservado para publicar sua posição assim que houver manifestação. Segue a matéria do O Globo Prefeitos que recebiam Bolsa Família tinham carros, terras e gados Excluídos do programa após tomarem posse declararam, na eleição de 2024, itens como R$ 250 mil em ‘animais de grande porte’, propriedades rurais e veículos avaliados em R$ 90 mil Por Bernardo Mello 26/10/2025 O cartão do Bolsa Família — Foto: Roberta Aline / MDSPrefeitos e vice-prefeitos excluídos do Bolsa Família após terem tomado posse nos Executivos municipais neste ano apresentaram declarações de bens à Justiça Eleitoral, nas eleições de 2024, que já sugeriam um perfil não condizente com o do programa. Levantamento do GLOBO identificou gestores que tinham, em seu patrimônio declarado, itens como R$ 250 mil em “animais de grande porte”, propriedades rurais e veículos avaliados em R$ 90 mil. Em outro caso, uma candidata beneficiária do programa doou o equivalente a 70% do que havia recebido pelo Bolsa Família naquele ano para a própria campanha. O Bolsa Família é voltado para pessoas cuja renda mensal é de até R$ 218, o que configura situação de pobreza. O cálculo leva em conta toda a remuneração, dividida pelo número de pessoas que compõem uma mesma “unidade familiar”: uma família de sete pessoas que tenha como renda total apenas um salário mínimo (R$ 1.518), por exemplo, se enquadra no programa. O beneficiário do programa precisa manter atualizados os nomes de outras pessoas com as quais divide a residência. Em janeiro, o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social (MDS) suspendeu o benefício das famílias que tinham, em sua composição, algum candidato eleito em 2024, considerando que o salário de prefeito, vice ou vereador excede os parâmetros do programa. Pente-fino Ao todo, segundo o MDS, cerca de 1,1 mil vereadores, 19 vice-prefeitos e sete prefeitos foram excluídos. Os nomes dos candidatos afetados só vieram à tona, porém, em outubro, após um pedido via Lei de Acesso à Informação (LAI) da agência Fiquem Sabendo, organização sem fins lucrativos especializada em transparência pública. Os dados mostram que, em um terço (375) dos casos, o próprio eleito — 7 vices e 368 vereadores — era o beneficiário inscrito no programa. Uma delas é a vice-prefeita de Senhora dos Remédios (MG), Renata do Táxi (Solidariedade). Na campanha eleitoral, ela fez um Pix de R$ 5 mil em doação para a campanha de seu colega de chapa, o prefeito Gilberto do Mirante (PL). Até aquela altura, segundo dados do Portal da Transparência do governo federal, Renata havia recebido R$ 7,1 mil pelo Bolsa Família em 2024.   Procurada pelo GLOBO, a prefeitura não respondeu. Beneficiários do Bolsa Família não são proibidos de fazer doações para campanhas eleitorais, mas o governo federal exige que elas sejam compatíveis com seu perfil de renda. Em 2021, o governo publicou uma instrução normativa determinando o bloqueio do benefício para famílias que tivessem feito doação equivalente a meio salário mínimo (R$ 760) por pessoa ou mais. Em uma família de cinco pessoas, por exemplo, o teto para doação seria R$ 3,8 mil. — Quando a pessoa é beneficiária e faz doação, entendeu-se já na eleição de 2020 que isso pode configurar um alerta em termos de fiscalização e controle. Esse é um indicador até mais relevante do que se a pessoa figura, por exemplo, com renda de prestadora de serviço em campanha — afirmou a advogada Izabelle Paes Omena, membro da Comissão de Direito Eleitoral da OAB de São Paulo e sócia do escritório Callado, Petrin, Paes & Cezar Advogados. Além de eleitos que eram beneficiários, há casos de prefeitos cujas esposas recebiam o benefício. Um deles é o de Cordeiros (BA), Devani Pereira (PDT): a primeira-dama Márcia Novais era beneficiária desde 2013 do Bolsa Família e recebeu, no ano passado, R$ 800 mensais do programa. Os repasses foram suspensos pelo governo federal em janeiro, após o início do mandato. Devani, que adotou o lema “ Devani, que adotou o lema “o vaqueiro virou prefeito” depois de se eleger, declarou à Justiça Eleitoral ter R$ 1,2 milhão em bens no início da campanha eleitoral de 2024. A lista inclui “animais de grande porte” avaliados em R$ 250 mil — o que equivale, por exemplo, ao valor de 60 cabeças de boi —, seis propriedades rurais e R$ 20 mil em espécie. Em vídeos recentes publicados nas redes sociais, o prefeito aparece em um local semelhante a um rancho, conduzindo dezenas de bois, vacas e cavalos. Procurados na quinta e na sexta-feira, o prefeito e a primeira-dama não responderam os contatos do GLOBO. Especialista em direito previdenciário e também mestre em direito político e econômico, a advogada Camila Pellegrino afirmou que, diferentemente do que ocorre com benefícios previdenciários, a concessão do Bolsa Família não prevê análise dos bens da pessoa. — É um programa eficiente para distribuição de renda, mas a gente sabe que fraudes existem e que algumas pessoas mentem ou omitem informações. Em geral, a fiscalização ocorre quando há denúncias, seja ao governo federal ou aos órgãos municipais e estaduais

Evangélico de esquerda: quem é e como pensa o favorito de Lula para STF

Aos 44 anos, o Advogado-Geral da União, Jorge Messias, é o mais cotado para a vaga de Barroso no STF, por ter a confiança do presidente Lula O Advogado-Geral da União (AGU), Jorge Rodrigo Araújo Messias, surge como um dos nomes mais fortes entre cotados para preencher a cadeira vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), deixada pela saída do ministro Luís Roberto Barroso, que decidiu se aposentar antecipadamente. Messias tem 44 anos e é formado em Direito pela Faculdade de Direito do Recife da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e possui mestrado e doutorado pela Universidade de Brasília (UnB). Desde 2007 é procurador da Fazenda Nacional. Antes de assumir a chefia da AGU, em 2023, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele ocupou diversos cargos de relevo no governo federal, entre os quais, subchefe para Assuntos Jurídicos da Presidência da República, durante o governo da ex-presidenta Dilma Rousseff. Uma das curiosidades mais notáveis de sua trajetória remonta a essa época, quando, em março de 2016, foi revelada uma interceptação telefônica ilegal em que a então presidenta avisava a Lula que enviaria pelo “Bessias” – Dilma estava gripada – o termo de posse para que o então ex-presidente pudesse assumir um ministério no governo, que enfrentava um golpe parlamentar. Fator lealdade Messias é visto por analistas ligados ao governo como o candidato “natural”, sobretudo pela lealdade e pela convivência com o presidente Lula. Em conversa com o Brasil de Fato, advogado e jurista Marco Aurélio de Carvalho, lembra que embora existam critérios estabelecidos pela Constituição, a indicação é política, portanto, exige que o presidente considere o fator “confiança”. “A indicação é política, então a lealdade é fundamental. Ao lado dos requisitos constitucionais que são notável saber jurídico e reputação ilibada, é fundamental, indispensável, exigível, [que seja] uma pessoa leal, uma pessoa íntegra, que tem espírito público”, considera o jurista, que integra o Grupo Prerrogativas, formado por advogados, professores e juristas brasileiros. Nesse sentido, Carvalho considera Messias o mais indicado para ocupar a vaga deixada pelo ministro Barroso. “Nesse momento, acho que a indicação do Messias seria, digamos, um grande acerto. O Messias tem um apoio de todo o entorno do presidente, ministros de Estado, lideranças políticas da base, no meio evangélico, tem apoio dos amigos e ele tem um convívio com o presidente”, avalia o jurista, que é próximo do presidente Lula e um dos conselheiros do mandatário. Casualmente evangélico O nome de Messias conta com o apoio de alguns membros da bancada evangélica no Congresso, inclusive de parlamentares que não são da base do governo. O AGU é protestante, membro da Igreja Batista. Na quinta-feira (16), Lula recebeu Messias no Palácio do Planalto, acompanhado de lideranças evangélicas, entre eles, o bispo Samuel Ferreira, da Assembleia de Deus de Madureira, e o deputado Cezinha de Madureira (PSD-SP). Embora reconheça a importância da interlocução de Messias com esse público, majoritariamente dominado pela direita e extrema direita, Carvalho considera que esse não deve ser um critério determinante para a escolha do presidente Lula. “Nós podemos ter divergências em relação à agenda de costumes, mas uma coisa fundamental, ele é leal, ele é sério, ele é íntegro, ele tem espírito público, só das formações jurídicas e sensibilidade social. Isso é o fundamental. Se ele pensa a mesma coisa que eu penso em relação ao livre arbítrio, a outras coisas, isso é um outro tema, e não tem que ser determinante, na minha opinião, para a escolha do ministro da mais alta corte constitucional do país”, afirma. Como pensa o favorito de Lula? Em sua tese de doutorado, defendida em 2024 na UnB, Messias analisa a experiência brasileira recente frente à emergência de riscos globais e a necessidade de novas estratégias estatais para enfrentá-los. No texto, intitulado O Centro de Governo e a AGU: estratégias de desenvolvimento do Brasil na sociedade de risco global, Jorge Messias discute como o fortalecimento do Estado, em especial por meio da Advocacia-Geral da União, é crucial para lidar com desafios como crises financeiras, pandemias, mudanças climáticas e disputas geopolíticas. A tese detalha ainda a reestruturação do governo Lula, o Novo PAC, e o papel estratégico da AGU, incluindo a criação de unidades como a Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia (PNDD) e a Procuradoria Nacional de Defesa do Clima e do Meio Ambiente (Pronaclima), no contexto da crescente judicialização da política. Em um capítulo da tese acadêmica, o AGU faz uma crítica ao “ultraliberalismo”, surgido após a destituição do governo de Dilma Rousseff. A tese descreve o ultraliberalismo, aprofundado a partir da eleição de Jair Bolsonaro (PL), em 2018, como uma forma de negacionismo dos riscos globais e desestruturação do Estado a partir da autonomia do Banco Central, a redução dos direitos trabalhistas e previdenciários, a desregulação do mercado de trabalho, e o enfraquecimento dos sindicatos. No texto, Messias ainda critica a política de Teto de Gastos, aprovada em 2016, que segundo sua tese, “desfigurou a Constituição de 1988 ao limitar a variação do gasto público à inflação do ano anterior por 20 anos”. Judiciário e Operação Lava Jato Em sua tese acadêmica, o AGU discorre sobre o “empoderamento constitucional” do Judiciário, atribuindo a esse poder “um papel sem precedentes”, concedendo autonomia financeira e administrativa e garantias funcionais aos magistrados. Segundo Messias, esse empoderamento foi concebido para funcionar como uma barreira contra ímpetos autoritários e para ser um sustentáculo de demandas sociais não processadas pelos outros poderes. A tese menciona a Operação Lava Jato no contexto de uma série de fatores que levaram ao enfraquecimento das políticas públicas de investimento e à ascensão do ultraliberalismo no Brasil a partir de 2016. O AGU considerou que a Operação Lava Jato contribuiu para criar um ambiente de contestação e deslegitimação do investimento estatal, especialmente no período de 2016 em diante, após a recessão econômica e a crise política. Segundo Messias, a Operação Lava Jato teria buscado “atestar que qualquer intervenção estatal seria fruto de ações de uma organização criminosa”, contribuindo, dessa forma, para a queda brusca da

Precarizar para privatizar: objetivo de Romeu Zema para a Copasa, diz Rodrigo Cadeirante

PRIVATIZAÇÃO DA COPASA – As contradições do governo de Minas para defender a privatização da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) foram expostas pelo vereador Rodrigo Cadeireante durante audiência pública realizada na Assembleia Legislativa na quarta-feira (22) para debater Proposta de Emenda à Constituição que retira exigência de referendo para a venda da estatal. Diante de milhares de trabalhadores que lotaram as galerias da Casa, o vereador de Montes Claros mencionou a divergência nos discursos proferidos pelo governo e estatal no que diz respeito à sua saúde financeira. Cadeirante disse que enquanto o governador Romeu Zema alega que a Companhia está quebrada e precisa ser vendida, seu presidente, Fernando Passalio do Amaral, que esteva presente, garante que a empresa é muito lucrativa. Para Cadeirante, está muito claro: Zema e seus assessores apostam na estratégia de falar mal da Copasa para justificar sua privatização. “Não caiamos nesse lero-lero. Zema não vende uma geladeira em sua loja dizendo que ela gasta muita energia e não gela nada. Vim de Montes Claros para deixar claro que sou contra a privatização”, enfatizou. Para reforçar a importância da Copasa para a população, Rodrigo Cadeirante informou que, por iniciativa do seu mandato, os investimentos no Distrito de Aparecida do Mundo Novo, em Montes Claros, propiciaram água tratada e de boa qualidade a milhares de famílias que antes eram abastecidas com caminhão-pipa. Ele voltou a criticar a postura do governador que, ao mesmo tempo em que quer vender uma empresa pública alegando dificuldades financeiras do estado, dá isenção fiscal a empresas que foram doadoras nas suas campanhas eleitorais, entre elas a Localiza. O projeto foi aprovado pelos deputados aliados ao governo na Assembleia Legislativa e representa mais de R$ 25 bilhões em renúncias fiscais, provocando um rombo de R$ 2,3 bilhões no orçamento – o que significa mais despesa do que receita.. Os incentivos fiscais representam 20% da receita tributária. Num recado aos deputados que disputarão a reeleição ano em 2026, Rodrigo Cadeirante prevê que eles receberão um “não” da população, por não terem altivez para defenderem os interesses do povo e se limitarem a dizer amém para tudo o que o governador quer. O vereador também não poupou o presidente da estatal. Segundo Cadeirante, Fernando Passalio não representa os anseios dos mineiros. “Quando as pessoas reclamam dos serviços prestados pela Copasa não é dos trabalhadores que estão falando, mas de pessoas como ele, que não estão no cargo por critério técnico, mas por terem prestado favores políticos e eleitoreiros durante campanhas políticas. Prova disso é que ele precisou ler o discurso que fez aqui. Não duvido que o texto tenha sido escrito no gabinete do governador”, disparou, Rodrigo Cadeirante já havia criticado a condução da Copasa por parte do governo durante audiência pública realizada na Câmara Municipal de Montes Claros, na última segunda-feira (20), para discutir a responsabilidade social de Copasa e Cemig com a população norte-mineira.

Modelo negra sofre ataques racistas após ser eleita Miss Santa Catarina

A modelo Pietra Travassos, de 18 anos, foi coroada Miss Santa Catarina 2025 na sexta-feira (17), em Criciúma, mas sua vitória foi marcada por uma onda de ataques racistas nas redes sociais. A modelo, que representou o município de Siderópolis, é apenas a segunda mulher negra a conquistar o título estadual, a primeira foi Bruna Valim, em 2021. A organização do concurso ainda não se manifestou sobre os episódios de preconceito. Internautas questionaram a capacidade de Pietra representar o estado, com comentários como “SC não é zoológico”, “Eleita por cota” e “Aonde essa moça é catarinense? Já visitei duas vezes e morei em Santa Catarina… são brancas e acabou”. Apesar da enxurrada de comentários negativos, muitos seguidores manifestaram solidariedade à jovem. “Quem acha que ela não representa SC não entendeu que o Brasil é miscigenado”, defendeu um usuário. Outra mensagem de apoio afirmou: “Reine por cima de tanto racismo. Não nos querem em posições de destaque, não nos querem ver ganhar, mas seguiremos firmes e fortes na luta contra tanto ódio”. Pietra Travassos agora se prepara para representar Santa Catarina no concurso nacional Miss Brasil 2025 https://www.instagram.com/p/DP9r6d4jiHG/?utm_source=ig_embed&ig_rid=6d8a0044-8d7f-4532-9461-4e18141d3451

STF publica acórdão e começa a contagem regressiva para a prisão de Bolsonaro

Documento de quase 2 mil páginas abre prazo de cinco dias para recursos da defesa do ex-presidente e de outros sete condenados O Supremo Tribunal Federal (STF) publicou oficialmente a decisão que condenou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete aliados por envolvimento na tentativa de golpe de Estado. A divulgação do acórdão marca o início do prazo de cinco dias para que as defesas apresentem os chamados embargos de declaração, recurso usado para apontar eventuais contradições ou omissões na sentença. O acórdão é um documento no qual são formalizados os votos dos ministros que julgaram o caso. O documento de quase 2 mil páginas oficializa decisão tomada pela Primeira Turma do STF por quatro votos a um, com o ministro Luiz Fux sendo o único a votar pela absolvição. Recursos e prazos Os advogados de defesa poderão apresentar embargos de declaração, que raramente modificam o resultado do julgamento, mas podem esclarecer pontos considerados obscuros. Além disso, as defesas devem insistir em outro tipo de recurso, o chamado embargo infringente, que, em casos excepcionais, pode alterar a sentença. No entanto, esse tipo de pedido só é aceito quando há pelo menos dois votos favoráveis à absolvição, o que não ocorreu neste caso. Após a apresentação dos recursos, o relator do processo, ministro Alexandre de Moraes, poderá decidir individualmente sobre parte dos pedidos ou levá-los ao colegiado. Ele também pode solicitar parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) antes da decisão final. A análise dos embargos não tem prazo definido, mas há expectativa de que o STF conclua essa etapa até o fim do ano. Enquanto isso, as penas impostas aos réus não podem ser executadas. A prisão de Bolsonaro e dos demais condenados só ocorrerá após o trânsito em julgado — ou seja, quando não houver mais possibilidade de recurso. Condenações e acusações A Primeira Turma do Supremo concluiu que ficou comprovada a existência de uma organização criminosa que atuou para manter Bolsonaro no poder, mesmo após sua derrota eleitoral. O grupo teria tentado descredibilizar as urnas eletrônicas, pressionado as Forças Armadas a apoiar uma ruptura institucional e utilizado a máquina pública para perseguir adversários políticos. A sentença também menciona ações de espionagem ilegal, disseminação de informações falsas e planos golpistas que incluíam a prisão e até a morte de autoridades. Essas movimentações, segundo o Supremo e a PGR, culminaram nos ataques de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes, em Brasília, foram invadidas e depredadas. Além do ex-presidente Jair Bolsonaro, foram condenados: Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública; Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional; Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da Presidência; Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil. Penas e delações Bolsonaro recebeu a pena mais alta entre os condenados — 27 anos e 3 meses de prisão — devido ao papel de liderança atribuído a ele pelos ministros. As defesas, contudo, afirmam que não há provas de que o grupo tenha agido de forma armada ou coordenada. A Procuradoria-Geral da República, por sua vez, já informou que não pretende questionar a pena de Mauro Cid, que permanece em dois anos de prisão em regime fechado conforme o acordo de delação premiada firmado com o Ministério Público

Guilherme Boulos, do Psol, assume a Secretaria-Geral do governo Lula

Deputado do PSOL deixa disputa eleitoral em 2026 para reforçar laços do governo com movimentos sociais O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou nesta segunda-feira (20) o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) como novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República. A informação foi divulgada pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo. A troca foi definida em reunião no Palácio do Planalto, da qual participou também Márcio Macedo, que ocupava o cargo até agora. Amigo pessoal de Lula, Macedo será candidato a deputado federal por Sergipe em 2026. Boulos assume com a missão de articular a relação do governo com os movimentos sociais. Segundo Bergamo, ele acertou com Lula que não disputará a reeleição no próximo ano, dedicando-se integralmente ao cargo.

Lula lança programa Reforma Casa Brasil para assegurar dignidade às famílias

“Para quem está com uma casa ainda por fazer, uma casa por recuperar, esses R$ 30 mil ou R$ 20 mil vão ser muito importantes para a dignidade da vida dessa família”, disse o presidente O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou nesta segunda-feira (20) o Programa Reforma Casa Brasil, que vai garantir moradias dignas aos brasileiros, promover inclusão social e urbana, além de movimentar ainda mais a economia. A nova política habitacional vai facilitar o acesso ao crédito para as reformas, ampliações e adequações de moradias em todo o país. “Para quem está com uma casa ainda por fazer, uma casa por recuperar, esses R$ 30 mil ou R$ 20 mil vão ser muito importantes para a dignidade da vida dessa família”, disse Lula. De acordo com ele, o país dará um salto de qualidade com a nova política. “A gente vê uma notícia no jornal de que tem milhões de casas no Brasil que não tem banheiro”, observa. Para o presidente, os recursos servirão para movimentar a economia. “Quando a economia do bairro começa a melhorar, todo mundo quer reformar a sua casa. Tem casa com três garagens para quatro carros, para cinco carros, e muitas vezes a maioria dos pobres não tem um quarto”, lamenta. “Muitas famílias não querem ter um novo teto, mas elas querem ter direito a fazer um cômodo a mais, a fazer um banheiro, a melhorar o telhado, a fazer uma pintura na casa, a fazer um reboco. E hoje isso está proibitivo para as famílias das classes mais baixas”, diz o ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho. Serão R$ 30 bilhões do Fundo Social para financiar famílias com renda até R$ 9.600 e mais R$ 10 bilhões serão da Caixa Econômica por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) para financiar rendas superiores. De acordo com os ministérios da Fazenda e Cidades, os recursos podem ser usados para compra de materiais, pagamento de mão de obra e serviços técnicos, como projetos e acompanhamento de obras. A operação será simplificada e digital, iniciando pelo site da Caixa ou aplicativo do banco, a partir de 3 de novembro. O valor das parcelas será limitado a 25% da renda familiar. Cada família poderá ter apenas uma operação ativa por vez. O programa atende inicialmente moradores de áreas urbanas em capitais, municípios com mais de 300 mil habitantes, ou que façam parte de arranjos populacionais com esse porte. As taxas de juros variam conforme a faixa de renda mensal das famílias: – Faixa 1: renda de até R$ 3.200, juros a partir de 1,17% ao mês – Faixa 2: renda entre R$ 3.200,01 e R$ 9.600, juros de 1,95% ao mês – Acima de R$ 9.600: condições estabelecidas pela CAIXA Com informações da Ascom/Planalto

Rodrigo Cadeirante cobra nomeação de concursados do Hospital Universitário

Vereador participou de audiência pública da Assembleia Legislativa em Montes Claros e cobrou empenho dos deputados no sentido de pressionar o governo do estado a empossar aprovados no concurso de 2018 * Por Waldo Ferreira O vereador Rodrigo Cadeirante aproveitou a realização, em Montes Claros, de audiência pública para discutir a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 42/24, que objetiva destravar o envio de recursos de emendas parlamentares diretamente ao Hospital Universitário Clemente de Faria (HU), para cobrar da Assembleia Legislativa que pressione o governo do estado a criar os cargos no HU e dar posse aos aprovados no concurso público de 2018. Para o vereador, seria a oportunidade de os deputados e deputadas fazerem valer sua representatividade em assuntos de real interesse da população, pois o hospital é o único 100% SUS da região e convive com déficit de pessoal, enquanto 400 pessoas aguardam nomeação desde 2018. Ele lembrou que o concurso já foi prorrogado e seu prazo de validade expira em janeiro de 2026, sem que nenhuma medida tenha sido tomada para empossar os novos servidores, mesmo com as cobranças ao governador Romeu Zema e a seu vice, Mateus Simões. Foi Rodrigo Cadeirante quem trouxe o assunto à tona, há dois anos, período em que ele realizou audiência pública (nenhum deputado estadual compareceu) e mobilizou diversas frentes, entre elas o Ministério Público e a Procuradoria do Município. A reivindicação em favor dos aprovados no concurso foi entregue pessoalmente pelo vereador ao vice-governador, por ocasião de uma reunião no mesmo auditório em que foi realizada a audiência pública desta sexta-feira. “Mas, já faz dois anos e nada foi resolvido”, reclamou. O hospital tem um déficit de 600 servidores e 200 estão contratados em caráter emergencial. A situação impacta negativamente no atendimento à população, inclusive provocando o fechamento de leitos, o que obrigou a Prefeitura a assumir, em 2023, a contratação e pagamento de funcionários para reativá-los, além de garantir o pleno funcionamento do pronto socorro. O recurso permitiu a recontratação dos profissionais que haviam sido dispensados no início daquele ano. “Parece piada de mau gosto, mas a Prefeitura teve que arcar com o pagamento de servidores do Estado, assumindo uma obrigação que é do governo estadual, mas foi a solução encontrada para que os serviços não fossem paralisados e a população não saísse prejudicada”, reforçou. Segundo Cadeirante, o que se pede é apenas a criação dos cargos para que os aprovados no concurso possam exercê-los, pois os postos já existem na prática e estão sendo ocupados em caráter emergencial. “Como sei que nesse país as coisas só acontecem em véspera de eleição, vamos aproveitar que estamos em ano pré-eleitoral para destravarmos essa pauta e resolvermos essa questão dos servidores, que são a razão de estarmos reunidos nesta audiência pública, pois são eles que estão na ponta, escutando os gemidos da população”, assinalou. *  Jornalista

UFMG atualiza chances de título na Série A entre Flamengo e Palmeiras

Departamento de Matemática da UFMG atualizou as probabilidades de título na Série A; veja as chances de Flamengo e Palmeiras O Flamengo venceu o Palmeiras por 3 a 2, neste domingo (19/10), no Maracanã, pela 29ª rodada do Brasileirão. Arrascaeta, Jorginho e Pedro marcaram os gols rubro-negros, enquanto Vitor Roque e Gustavo Gómez balançaram a rede para o Verdão. Com o resultado de hoje, ambos os times somam 61 pontos na Série A. O clube paulista está à frente dos cariocas na classificação por causa da vantagem nos critérios de desempate (19 a 18 em número de vitórias). UFMG atualiza chances de título na Série A O Departamento de Matemática da UFMG atualizou as probabilidades de título na Série A. Agora, os números estão bem equilibrados (veja abaixo). Antes do duelo no Maracanã, o Palmeiras tinha 67,6% de chances de ser campeão, contra 29,3% do Flamengo. Pontuação necessária para o título Os dois principais candidatos ao título nacional em 2025 ainda vão disputar 10 jogos no Brasileirão. Com 30 pontos em disputa, podem chegar no máximo a 91. Para a UFMG, a equipe que somar 83 pontos tem mais de 99% de chance de ser campeã. Nesse sentido, Flamengo ou Palmeiras teria de contabilizar sete vitórias e um empate nas 10 rodadas restantes. 83 pontos – 99.1% 84 pontos – 99.66% 85 pontos – 99.87% 86 pontos – 99.96% 87 pontos – 99.987% 88 pontos – 99.998% 89 pontos – 99.999% Os jogos restantes de cada equipe no Brasileirão Palmeiras: Cruzeiro (casa), Juventude (fora), Santos (casa), Santos (fora – jogo atrasado da 13ª rodada), Atlético (fora), Fluminense (casa), Grêmio (fora), Mirassol (fora), Vitória (casa), Ceará (fora) Flamengo: Fortaleza (fora), Sport (casa), São Paulo (fora), Santos (casa), Sport (fora – jogo atrasado da 12ª rodada), Fluminense (fora), Bragantino (casa), Atlético (fora), Ceará (casa), Mirassol (fora) Siga nossos perfis nas redes sociais e fique por dentro de todas as novidades do mundo do esporte:

Servidores da Copasa anunciam greve contra a privatização da Companhia de Saneamento

Contra a PEC do referendo e avanço da privatização de Zema, trabalhadores da Copasa cruzam os braços entre 21 e 23 de outubro em defesa do direito de decisão popular sobre a estatal Os trabalhadores da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) anunciaram uma greve de três dias, entre 21 e 23 de outubro, em protesto contra os planos de privatização da empresa e a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que retira a obrigatoriedade de realização de um referendo popular sobre o tema. A paralisação, articulada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgotos (Sindágua-MG), deve mobilizar os servidores de todo o estado. Durante os dias de greve, estão previstas concentrações diárias em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Na terça-feira (22), a mobilização será reforçada com uma audiência pública às 11h e um ato em frente à sede da Copasa, no bairro Santo Antônio, em Belo Horizonte. Segundo o presidente do Sindágua-MG, Eduardo Pereira, a expectativa é reunir de 4 mil a 6 mil trabalhadores na capital. “Precisamos lutar pelo direito do referendo popular, o nosso direito de decidir se a Copasa deve ou não ser privatizada, e contra a PEC 24.  Essa pauta não interessa apenas aos trabalhadores, mas a toda a população”, afirma Pereira em suas redes sociais. O sindicato assegura que a paralisação não afetará os serviços essenciais, como o abastecimento de água e o tratamento de esgoto, que seguirão funcionando com escala mínima. A greve acontece no momento em que a PEC do referendo avança na ALMG. O texto, aprovado por uma comissão especial na semana passada, está pronto para votação em plenário, embora ainda não tenha data definida. A proposta é uma das prioridades do governo Romeu Zema (Novo), que pretende abrir caminho para a venda da Copasa e da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig). Na última semana, no entanto, o cenário político mudou. Após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicar um novo decreto alterando as regras do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag), o presidente da Assembleia, Tadeu Martins Leite (MDB), decidiu suspender temporariamente a tramitação dos projetos ligados ao programa, incluindo a PEC do referendo e as propostas de privatização. Mesmo assim, os sindicatos seguem em mobilização. O Sindágua-MG e o Sindieletro-MG, que representa os trabalhadores da Cemig, protocolaram um pedido formal na ALMG para suspender definitivamente as discussões sobre o tema. “As privatizações trarão consequências graves, como aumento nas tarifas e piora dos serviços. É fundamental que a sociedade participe desse debate”, defende Emerson Andrada, coordenador-geral do Sindieletro-MG. A Copasa atende 638 municípios mineiros, prestando serviços a 11,8 milhões de pessoas no abastecimento de água e 8,3 milhões no esgotamento sanitário. Serviço Mobilização na capital Audiência Pública – Câmara Municipal de Belo Horizonte 17/10/2025 (sexta-feira) – 9h30 Avenida dos Andradas, 3100, Santa Efigênia Audiência Pública e Ato Público – Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) 22/10/2025 (quarta-feira) – 11h Rua Rodrigues Caldas, 30, Santo Agostinho, Belo Horizonte Convocação: Sindieletro e Sindágua Mobilização no interior Audiência Pública – Câmara Municipal de Montes Claros 20/10/2025 (segunda-feira) – 19h Avenida Rui Palmeira, 2770, bairro Vila Exposição