‘Minha aluna desmaiou de fome’: professores denunciam crise nas escolas brasileiras

De acordo com estudo da Universidade Livre de Berlim, a insegurança alimentar grave atingia 15% dos domicílios brasileiros em dezembro de 2020, estatística que se reflete nas escolas públicas brasileiras, onde alunos passam mal devido à fome que atinge o país Professores da rede pública de ensino do Brasil têm relatado casos de alunos passando mal por causa da fome. De acordo com estudo da Universidade Livre de Berlim, a insegurança alimentar grave atingia 15% dos domicílios brasileiros em dezembro de 2020, percentual que chegava a 20,6% nos lares com crianças e jovens de 5 a 17 anos. Os relatos foram publicados em reportagem da BBC. Um dos casos aconteceu na rede municipal do Rio de Janeiro, com uma aluna de 8 anos, negra e que estuda em uma escola localizada em um complexo de favelas na Zona Norte carioca. “Essa aluna chegou bem atrasada. Ela bateu na porta da sala de aula, eu abri e notei que ela não estava bem, mas não consegui entender o porquê. Passei álcool na mão dela e senti a mão muito gelada, em um dia em que não estava frio para justificar”, disse. “Ela sentou e abaixou a cabeça na mesa. Eu estranhei e chamei ela à minha mesa. Ela veio e eu perguntei se ela estava bem. Ela fez com a cabeça que estava, mas com aquele olhinho de que não estava. Perguntei se ela tinha comido naquele dia, ela disse que não”, complementou. “Fui pegar algo para ela na minha mochila — porque eu sempre levo um biscoitinho ou uma fruta para mim mesma. Mas não deu tempo. Ela desmaiou em sala de aula”. Para ajudar alunos, educadores organizam coletas de alimentos, e direcionam as crianças e famílias que estão passando por necessidade à rede pública de assistência social. “Procuro manter meu coração sempre firme, não cair em desespero”, diz uma professora de língua portuguesa na rede estadual do Paraná, com quase 30 anos de profissão. “A gente respira fundo e vai fazer campanha para cesta básica, para coleta de alimentos, para mantê-los em sala de aula. Eu me sinto às vezes cansada, mas me sinto na obrigação de me manter firme e fazer algo por essas crianças, para que eles sintam que podem contar conosco, que não seremos mais um a abandoná-los”.]

PEC dos Precatórios: como o calote nas dívidas vai afetar professores e a Educação

Aprovada na Câmara em votação de primeiro turno marcada por liberação de emendas do “orçamento secreto” e manobras regimentais, a PEC dos Precatórios (PEC 23/2021), se aprovada no segundo turno e a decisão for confirmada pelo Senado, afetará, principalmente, professores da rede pública e a área da Educação. A proposta, defendida por Jair Bolsonaro, visa aprovar o calote nos precatórios para liberar uma verdadeira fortuna de R$ 63 bilhões do orçamento, para que assim o governo possa financiar, em 2022, o programa “Auxílio Brasil”, um projeto claramente eleitoreiro que visa possibilitar a reeleição do atual chefe do Executivo. Apesar do governo divulgar a PEC como uma tábua de salvação para os mais pobres, parlamentares de oposição apontam que haveria outras ferramentas para financiar programas sociais, inclusive aprimorando o Bolsa Família. Além disso, na prática, a proposta vai prejudicar servidores públicos que recebem baixos salários, como professores. Para liberar recursos do orçamento, o governo, através da PEC, quer alterar as regras do teto de gastos e criar normas mais “flexíveis” para o pagamento de precatórios. Precatórios são dívidas judicias da União com pessoas físicas e jurídicas – boa parte delas funcionários públicos da educação. As dívidas que a União teria que pagar em 2022 chegam a quase R$ 90 bilhões. Caso a PEC seja aprovada, se estabeleceria um “teto” para que, no ano que vem, fosse pago apenas R$ 41 bilhões. Ou seja, outros R$48,1 bilhões ficariam em aberto. Isso afetaria diretamente os professores, visto que os estados da Bahia, Pernambuco, Ceará e Amazonas aguardam para 2022, após vitória judicial, o recebimento de cerca de R$ 16 bilhões relacionados a um erro no repasse de verbas do antigo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), que depois se tornou o Fundo de Manutenção da Educação Básica (Fundeb). Parte desses recursos deveria ser destinado a professores das redes estaduais e municipais destes estados. A PEC dos Precatórios, entre outros pontos, propõe protelar e parcelar ainda mais essas dívidas que já deveriam ter sido pagas aos professores de forma integral, e um dos dispositivos da proposta ainda prevê que eles recebam até 40% menos que o valor original. Impactos na prática À Fórum, Heleno Araújo, presidente da Confederação Nacional de Trabalhadores em Educação (CNTE), explicou de maneira prática quais serão os prejuízos da PEC dos Precatórios aos professores, se aprovada em segundo turno na Câmara e, depois, no Senado. Segundo o dirigente, é possível dividir os prejuízos à Educação em 3 aspectos. “Temos uma forma direta de impacto. Dentro dos precatórios, há precatórios de professores em todo o país e aqueles precatórios que não são específicos do Fundef. Neste caso que não é específico do Fundef, ele [professor] ganha na Justiça, mas terá um deságio no valor de até 40%, que pode ser reduzido do valor ganho na Justiça, e o restante vai ser dividido em 10 anos. 10 parcelas, só que por ano. Então, você [professor] ganhou na Justiça, não recebeu seus direitos lá atrás e agora, com essa PEC, corre risco de perder até 40% do valor, e o restante vai ser divido em 10 anos. Esse é um tipo de prejuízo direto”, explica. O segundo impacto da PEC para os professores está relacionado, segundo Heleno, aos precatórios do Fundef. “Alcança 7 estados do Nordeste e 2 estados do Norte. Neste, o que eles fizeram foi dividir o valor dos precatórios a serem pagos. O professor ganhou na Justiça, deveria receber de forma integral, mas o governo quer parcelar em 3 anos. Então, prejuízo nesse caso é o parcelamento em 3 anos. Você [professor] não recebeu lá atrás, tem o direito de receber integral, mas vai receber 3 anos”, elucida. O terceiro impacto para a área, de acordo com o presidente da CNTE, está no fato de que a PEC impõe a “securitização” das dívidas. Isto é, dívidas que a União possui que que são consideradas de “difícil recuperação”, poderão ser vendidas no mercado com valores bem menores. Ou seja, o governo Bolsonaro estaria abrindo mão de receitas a serem repassadas à Educação “O ataque indireto vai pelas políticas públicas, políticas de educação, através da securitização, que atinge o Fundeb. É uma de tentar sair do teto dos gastos e com isso tirar dinheiro público, sem ser contabilizado diretamente, e isso penaliza as políticas públicas”, alerta Heleno Araújo.

Beatriz Cerqueira denuncia Projeto Somar, do governo Zema, pela “entrega do ensino médio”

A deputada que preside a Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Assembleia Legislativa, Beatriz Cerqueira, entrou com representação no Tribunal de Contas do Estado (TCE MG) nesta quinta-feira, 4, denunciando o governador do Estado e a Secretária de Estado da Educação pelas ilegalidades na execução do Projeto Somar. No documento entregue ao presidente do Tribunal, Mauri José Torres Duarte, a parlamentar solicita a anulação dos editais nº 4, 5 e 6 de 2021, publicados pela SEE, que definem a fórmula para a transferência da execução de atividades educacionais para Organizações Sociais (Oss). Pelo Somar, as matrículas nas escolas estaduais ficam com o governo do Estado e as OSs fazem a gestão patrimonial, administrativa e dos serviços prestados pelas escolas – com alocação de recursos humanos, insumos e equipamentos- e a definição da proposta pedagógica, da matriz curricular e materiais didáticos utilizados. Na denúncia ao TCE MG, a deputada ressalta que a Lei do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Lei nº 14.113/2020) não autoriza o emprego dos recursos do FUNDEB para organizações sociais.

Supremo Tribunal Federal decide que injúria racial é crime e não prescreve

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o crime de injúria racial não prescreve. A Corte entendeu que casos de injúria podem ser enquadrados criminalmente como racismo, conduta considerada imprescritível pela Constituição. O caso envolve uma mulher idosa de 79 anos que foi condenada pela Justiça do Distrito Federal a um ano de prisão pelo crime de injúria qualificada por preconceito. A sentença foi proferida em 2013. A situação que levou à condenação ocorreu um ano antes em um posto de gasolina. A acusada queria pagar o abastecimento do carro com cheque, mas ao ser informada pela frentista que o posto não aceitava essa forma de pagamento, ofendeu a funcionária com os seguintes dizeres: “negrinha nojenta, ignorante e atrevida”. A defesa sustentou no processo que a autora das ofensas não pode ser mais punida pela conduta em razão da prescrição do crime. Para os advogados, ocorreu a extinção da punibilidade em razão da idade. Pelo Código Penal, o prazo de prescrição cai pela metade quando o réu tem mais de 70 anos. Além disso, a defesa sustentou que o crime de injúria racial é afiançável e depende da vontade do ofendido para ter andamento na Justiça. Dessa forma, não pode ser comparado ao racismo, que é inafiançável, imprescritível e não depende da atuação da vítima para que as medidas cabíveis sejam tomadas pelo Ministério Público. Votos O caso começou a ser julgado no ano passado, quando o relator, ministro Edson Fachin, proferiu o primeiro voto do julgamento e entendeu que a injúria é uma espécie de racismo, sendo imprescritível. Em seguida, o ministro Nunes Marques abriu divergência e entendeu que o racismo e a injúria se enquadram em situações jurídicas diferentes. Para o ministro, o racismo é uma “chaga difícil de ser extirpada”, no entanto, a injúria qualificada é afiançável e condicionada à representação da vítima. “Não vejo como equipará-los, em que pese seja gravíssima a conduta de injúria racial”, afirmou. Na última quinta-feira (28), na retomada do julgamento, o ministro Alexandre de Moraes, que havia pedido vista do processo, votou para considerar o crime de injúria racial imprescritível. Moraes citou os comentários da idosa para exemplificar que trata-se de um caso de racismo. “Isso foi ou não uma manifestação ilícita, criminosa e preconceituosa em virtude da condição de negra de vítima? Logicamente, sim. Se foi, isso é a prática de um ato de racismo”, afirmou. O entendimento foi seguido pelos ministros Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Dias Toffoli, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e o presidente, Luiz Fux. (Agência Brasil)

Presidenta da UNE chama à unidade contra Bolsonaro e rebate rede de ódio

Em entrevista à TV UOL Bruna Brelaz alertou para o risco da reeleição de Bolsonaro que, segundo ela, foi subestimando em 2018, e falou sobre temas relacionados à lutas dos estudantes. Alvo de agressões nas redes sociais por defender uma frente ampla contra Bolsonaro em entrevista à Folha de S.Paulo, a presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bruna Brelaz participou na manhã desta sexta-feira (22) de entrevista, ao vivo, na TV UOL, comandado por Fabíola Cidral, com participação dos colunistas Kennedy Alencar e Leonardo Sakamoto. Na ocasião, a dirigente falou sobre as ofensivas que sofreu e defendeu a necessidade de discutir a rede de ódio que existe em amplos espectros políticos. Em sua opinião, as ofensivas tem caráter misógino e racista, potencializados pelo fato de ela se apresentar como a primeira mulher negra e nortista, presidenta da maior entidade estudantil. “Diversas mulheres negras passam por isso de forma cotidiana na internet, sofrendo ataques de ódio, misóginos, racistas, e a gente precisa enfrentar esse debate de forma muito profunda”, disse aos jornalistas. Na entrevista, ela contou que “infelizmente os ataques continuam acontecendo” e que tem buscado acionar medidas judiciais para que os criminosos sejam responsabilizados. “A denúncia não pode ser só feita apenas nas redes. Acho que as ‘fake news’ e discursos de ódio precisam ser combatidos judicialmente também” e afirmou também que ficou surpresa que os ataques vieram de setores do campo progressista. “Esperava do bolsonarismo, um enfrentamento direto com essa rede de ódio do bolsonarismo, mas não esperava desses setores isolados do próprio campo que faço parte”, declarou. Para Bruna, a principal preocupação da política neste momento deveria ser a possibilidade de reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Por esse motivo, ela defende a união entre todos os setores que apoiam o impeachment do atual presidente. “Se eles estão topando defender o ‘fora Bolsonaro’ e defender a democracia, por que eles não podem ser um movimento partícipe, no seu campo, na sua visão de ideias?”, questionou. “Não acho que a gente tem que desconsiderar a participação dessas figuras. Elas mobilizam setores. Se esses setores querem ser ‘fora Bolsonaro’, beleza. Aí na democracia, a gente vai enfrentar todos os ataques que eles fizeram ao campo da esquerda e às figuras também”, completou a dirigente. Na avaliação de Bruna, Bolsonaro não pode ser subestimado como aconteceu na última eleição. “Em 2018, fizemos isso, todo mundo, direita, esquerda, centro subestimaram Bolsonaro, acharam que ele era mais um palhaço e Bolsonaro se tornou presidente da República”. A dirigente fez críticas à direita e afirmou que é ilusão acreditar que é possível “domar” o presidente. “A agenda econômica do Bolsonaro, inclusive, não contempla eles. Não é de interesse deles. Talvez exista uma ilusão dessa direita de domar o bolsonarismo”, observou. Segundo ela, a busca pelo diálogo com setores com visões políticas diferentes é responsabilidade das lideranças políticas do país. Educação Bruna lembrou que a educação, área fundamental para o futuro do país, foi um dos primeiros alvos de Bolsonaro. Em 2019, o governo federal cortou o orçamento das universidades federais. A dirigente recordou que, naquele momento, estudantes e comunidade acadêmica criaram a jornada de luta para tentar barrar o retrocesso e ficou conhecida como a “Tsunami da Educação”. Para ela, desde os cortes, “se degringolou e não houve nenhum tipo de projeto estratégico para que as universidades passassem a crescer e ser prioridade ao país”. Bruna mencionou outro corte no orçamento da educação, ocorrido neste ano. “Nós tivemos um corte de mais de 1 bilhão de reais, que representa 18% do orçamento de todas as 69 universidades federais, e esse corte foi dentro de uma pandemia, onde a universidade atua de forma muito protagonista no combate à pandemia, na produção de Equipamento de Proteção Individual (EPI) e na disponibilização de leitos dos Hospitais Universitários”. Na produção de ciência brasileira, a presidenta da UNE questionou: “quanto vale a ciência brasileira ao país?”, sendo que 92% dos recursos foram cortados pelo governo federal, “é de uma gravidade muito grande”, disse. Segundo Bruna, a crise nas universidades é consequência de constantes ataques que afetam 70 mil bolsas de pesquisa e cerca de duas mil delas sobre o combate à pandemia, acrescentou. Para a dirigente, o governo federal não apresenta nenhum tipo de perspectiva para a educação no país. Segundo ela, o governo está contaminado ideologicamente. “A cortina de fumaça é bem estruturada em todos os ministérios”. Na entrevista ainda foram abordados temas como o racismo, o retorno às aulas presenciais, investimentos em Educação e as irresponsabilidades do governo Bolsonaro. Segundo Bruna, é preciso fazer o debate do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies), que tem 1 milhão de inadimplentes e o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que sob o governo Bolsonaro tem registrado recordes negativos de participação estudantil, lembrou. Bruna também defendeu as cotas raciais e ressaltou a importância deste debate relacionado à assistência estudantil. “Sobre as cotas raciais somos a favor de garantir que ela seja ampliada e de que a gente possa fazer um debate a médio prazo de melhoramento das cotas relacionado à assistência estudantil, articulado com parlamentares e a sociedade civil para formar uma frente de proteção às cotas e que elas possam ser aprovadas no Congresso Nacional, e garantir que por mais tempo conseguimos colocar mais negros, negras, pessoas pobres e indígenas dentro da universidade”. Bruna afirmou que a universidade mudou por causa das cotas “e sabemos que ela precisa ser ampliada, melhorada e jamais extinta”. Confira a entrevista na íntegra: Via Vermelho

Metade dos professores estão sobrecarregados, desmotivados, ansiosos e cansados, diz pesquisa

O levantamento chamado “Desafios e Perspectivas da Educação: uma visão dos professores durante a pandemia” ouviu 2.500 docentes e gestores escolares de todas as etapas de ensino da educação básica das redes municipais, estaduais e privada Metade dos professores de educação básica do país estão desmotivados (49%), sobrecarregados (55%), ansiosos (47%) e cansados (46%), segundo pesquisa do Instituto Península obtida pelo jornal O Globo. Esse é o impacto da pandemia nos educadores, que aguardam avidamente pela rotina de reencontros seguros com seus alunos e o fim da necessidade de protocolos. Nesta sexta-feira (15), o país celebra o Dia do Professor. “A educação se dá na relação duradoura entre professor e aluno. Se uma das partes está doente, como vimos na pesquisa, essa relação não vai produzir os resultados que precisa”, analisa Heloisa Morel, diretora executiva do Instituto Península. “Neste momento, é preciso acolher. Aceitar que está acontecendo e que os professores estão cansados”, completa. O levantamento chamado “Desafios e Perspectivas da Educação: uma visão dos professores durante a pandemia” ouviu 2.500 docentes e gestores escolares de todas as etapas de ensino da educação básica (educação infantil, ensino fundamental e médio) das redes municipais, estaduais e privada na primeira quinzena de setembro deste ano. “Mas mesmo exausto, os professores falam que escolheriam o ofício. Existe um vínculo com a profissão e os alunos assustador”, afirma Morel, diretora do instituto que fez diversas pesquisas com docentes ao longo da pandemia. Neste momento, o Brasil está voltando plenamente para as salas de aula na maior parte do país no modelo híbrido — na qual parte das aulas é feita à distância, e parte presencial — e nove estados já estão com 100% das crianças nas turmas. Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina Cora Coralina

UFMG é considerada a melhor federal em ranking internacional

Instituição ficou na quinta posição entre as universidades da América Latina Um ranking da organização independente AD Scientific aponta a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) como a federal mais bem classificada. 345 dos 10 mil cientistas considerados mais produtivos e influentes são da UFMG. Esse dado coloca a universidade na quinta posição em relação às Instituições de Ensino da América Latina e na oitava posição ao se considerar os países do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Em ambos os casos, a Instituição de Ensino mineira é a federal mais bem classificada. USP, Unesp e Unicamp também estão bem posicionadas O pró-reitor de Pesquisa da UFMG, professor Mario Montenegro Campos, afirmou que “é mais um levantamento independente que demonstra a alta qualidade, a relevância e o impacto da produção científica da Universidade nos contextos de um bloco econômico importante com participação do Brasil e do continente latino-americano”. Parâmetros Para a elaboração dos rankings, a AD Scientific utiliza nove parâmetros e considera diferentes grandes áreas do conhecimento. Para esta edição foram considerados dados de 708.703 pesquisadores de 11.940 instituições localizadas em 195 países. Levantamento considerou dados de 708.703 pesquisadores A combinação desses dados é utilizada pela AD Scientific para avaliar o desempenho de produção dos cientistas e o impacto de seus estudos nos respectivos campos de pesquisa As universidades do Brics O levantamento em relação aos países do Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, considerou 1.033 universidades dos cinco países-membros. Sendo que, as universidades nas sete primeiras posições são: USP (Brasil), Tsinghua University (China), Unicamp (Brasil), Unesp (Brasil), Zhejiang University (China), Peking University (China) e University of Cape Town (África do Sul). USP, Unicamp e Unesp são também públicas, porém não são federais, são do Estado de São Paulo. Na lista das instituições latino-americanas, as quatro mais bem posicionadas são USP, Unesp, Unicamp e Universidad Nacional de La Plata (Argentina). Edição: Elis Almeida | Brasil de Fato MG |

“Viagem literária: um tesouro de mapa” – Trilha da Leitura disponibiliza vídeo na Semana das Crianças

O projeto Montes Claros na Trilha da Leitura, da Secretaria de Educação da Prefeitura, já retomou as apresentações de teatro nas escolas, ainda com restrições. A fim de garantir a segurança de todos contra a COVID, as peças não estão sendo mais apresentadas nos auditórios e parques da cidade, como ocorria todo ano, mas para grupos menores. Assim, nesta Semana da Criança, para aproximar os pequenos do tema “Viagem Literária: um tesouro de mapa”, a peça teatral apresentada no Cemei Valdeir Correa nos dias 29 e 30 de setembro foi filmada, editada e disponibilizada no canal do projeto no Youtube. “Nossa intenção é chegar a todas as escolas, por meio do vídeo, para que as crianças recebam esse presente nessa semana especial, uma vez que o teatro ainda não alcançará, presencialmente, todas as escolas.”, comenta a coordenadora do Trilha, Éllen Santa Rosa. A coordenadora ainda aproveitou a oportunidade para comentar sobre as apresentações: “É uma verdadeira viagem nas histórias de ‘Peter Pan’, ‘Alice do País das Maravilhas’ e Emília do ‘Sítio do Pica-Pau Amarelo’, ao som de poemas como ‘Trem de ferro’, de Manuel Bandeira; ‘Cavalinho de pau’, de Henriqueta Lisboa; e ‘Azizi, o menino viajante’, de Conceição Evaristo. Isso é o que a Literatura nos possibilita. Esperamos que as escolas divulguem e socializem o teatro para que o Trilha da Leitura possa chegar em todos os lugares”.

Renovação da matrícula escolar na rede estadual de ensino começa nesta terça

Começa nesta terça-feira (5) o período para a renovação da matrícula dos alunos da rede estadual de ensino de Minas que pretendem continuar na mesma escola em 2022. O prazo vai até o dia 22 e a renovação pode ser feita pelo próprio aluno com 18 anos ou mais ou pelos pais e/ou responsáveis pelo aluno menor de idade. O processo que garante a vaga do estudante para o próximo ano na mesma unidade de ensino em que ele já estuda deve ser realizado on-line, pelo site renovacao.educacao.mg.gov.br. As famílias que não têm acesso à internet devem procurar a escola estadual onde o estudante se encontra matriculado este ano para realizar a renovação da matrícula para o ano letivo de 2022, com adoção de todas as medidas de segurança sanitária estabelecidas pela Secretaria de Estado de Saúde. Já para quem pretende mudar de escola ou vir de outra rede de ensino (escola municipal, federal ou privada) para a rede pública estadual, será necessário aguardar o momento do cadastramento escolar pelo Sistema Único de Cadastro e Encaminhamento para a Matrícula (Sucem), que será informado posteriormente. Para realizar a renovação da matrícula, os pais/responsáveis, ou o aluno maior de 18 anos, deverão acessar o site renovacao.educacao.mg.gov.br, entre os dias 5 e 22/10. Será necessário inserir o número da matrícula no campo destinado ao login, e a data de nascimento com dia, mês e ano com os quatro dígitos (sem barras), no espaço destinado à senha. Caso o estudante não tenha o número da matrícula, basta clicar na opção “recuperar número de matrícula do aluno”. Ao selecionar essa opção, o sistema solicitará a identificação da escola onde o aluno está matriculado, seu nome completo, data de nascimento e o nome de um dos seus responsáveis. Ao concluir o procedimento de renovação da matrícula, será disponibilizado aos pais/responsáveis ou ao próprio aluno, quando maior de idade, o comprovante de renovação que poderá ser impresso ou salvo em formato PDF. Com Agência Minas

Crianças ricas têm mais de 7 mil horas de aprendizado a mais do que as pobres

Mesmo na educação formal, o acesso à aprendizagem é 17% menor para as crianças de famílias mais vulneráveis  Estudo inédito confirma disparidade entre estudantes das redes privada e pública Enquanto estudantes do Ensino Fundamental de escolas particulares conciliam aulas de inglês, natação, música e outras tantas atividades extracurriculares com o ensino regular, quem estuda na rede pública tem uma realidade bem diferente, especialmente na pandemia. Com o ensino remoto, muitos sequer tiveram acesso à internet para aprender o básico. O estudo inédito “Cada Hora Importa”, realizado pelo Itaú Social, demonstra que ao final do 9º ano do Ensino Fundamental, com famílias de baixa renda, recebem 7.124 horas de aprendizado a menos do que meninas e meninos da rede privada, que têm famílias mais abastadas. Esse período equivale a 7,9 anos de uma escola regular. O estudo, com apoio do Plano CDE, foi baseado no parâmetro internacional “Every Hour Counts”, que defende o aprendizado fundamentado no pensamento crítico, resolução de problemas, eficiência na comunicação e conhecimentos gerais. A iniciativa tem como objetivo promover a educação integral, que considera as diferentes dimensões do sujeito, criando oportunidades que contemplem suas necessidades cognitivas, mas também físicas, sociais e emocionais. Os pesquisadores usaram como base de cálculo cinco levantamentos com abrangência nacional para estimar as horas de aprendizado: PNAD 2019 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios); POF 2017-2018 (Pesquisa de Orçamentos Familiares); Censo Escolar 2019; o estudo Primeiríssima Infância – Interações 2020 (Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal) e TIC Domicílios 2018. “O estudo dá forma e quantifica a enorme desigualdade educacional no Brasil. As estimativas revelam um volume impressionante de horas adicionais de exposição a oportunidades de aprendizagem para crianças de famílias com mais recursos, em comparação às crianças de famílias de baixa renda”, aponta a superintendente do Itaú Social, Angela Dannemann. “Os dados comprovam a importância das escolas em tempo integral e do trabalho das organizações da sociedade civil, que oferecem atividades em contraturno escolar, para ampliar o acesso à arte, à cultura, aos esportes e tantos outros elementos que permitem o desenvolvimento integral e plural das crianças e adolescentes, que irão lhe conferir o exercício pleno da cidadania”, explica. O estudo analisou os perfis de crianças de 0 a 14 anos, com famílias em extremos de renda per capita no Brasil. A amostra foi dividida em dois grupos: os que integram os 10% com menor renda (média per capita de R$ 145) e os 10% que estão entre os de maior renda (média per capita de R$ 6.929). As oportunidades de aprendizado foram separadas em cinco categorias: aprendizado em família, aprendizado via internet, educação formal, atividades extracurriculares e oportunidades nas férias. Aprendizado em família Considerando a pesquisa “Primeiríssima Infância”, o estudo fez uma estimativa de horas usando como base a frequência de leitura e brincadeira com crianças em dias por semana. As famílias mais ricas leem duas vezes mais para suas crianças do que as mais pobres (quatro horas semanais contra duas horas). Já a diferença de horas quando falamos de brincadeiras em família é menor (seis contra cinco horas). Porém, ao somar o número de horas das duas atividades em um ano, as crianças de famílias com maior renda abrem uma frente de 43% em relação às de menor renda. Aprendizado via internet O estudo considerou a pesquisa “TIC Domicílios”, que investiga o acesso e os hábitos dos brasileiros em relação ao uso da internet, para verificar a quantidade de horas que as crianças realizam atividades, pesquisas escolares e/ou estudam por conta própria. As famílias com rendas menores têm, num período de 5 anos, apenas 560 horas de aprendizado na internet, contra 1.390 horas daquelas com maior renda, o que equivale a uma diferença de 148%. Educação formal Com os dados do PNAD e do Censo Escolar, o estudo analisou o acesso e a carga horária de escolas e creches públicas (para famílias com menor renda) e particulares (para famílias com maior renda) para calcular a média de horas de aprendizado em educação formal. Crianças mais pobres, principalmente quando estão em creches e na pré-escola, têm menos acesso ao aprendizado do que as mais ricas. Em um total de 14 anos (duração da educação infantil até a conclusão do ensino fundamental), a diferença de horas é de 11.719 versus 13.713 horas, o que corresponde a uma diferença de 17% a mais para crianças de maior renda. Atividades Extracurriculares A partir dos dados da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), os pesquisadores verificaram os gastos extracurriculares como cursos de idiomas, artes e esportes. Considerou-se que a carga horária padrão para cada curso é de duas a seis horas por semana. As informações do POF também permitiram identificar os gastos individuais das famílias com itens de diversão fora de casa, coletando dados sobre gastos com cinema, museu e teatro. Considerando 11 anos de atividades extracurriculares, enquanto famílias mais ricas têm uma carga média de horas em aulas de idiomas de 236 horas, as mais vulneráveis têm apenas 11 horas. Também existe um abismo na exposição às atividades relacionadas às artes. Crianças de famílias de baixa renda têm apenas 12 horas de acesso contra 287 horas para as do grupo de alta renda. As horas no cinema são bem inferiores (168 horas para famílias ricas e 66 horas para famílias pobres), assistir a uma peça teatral ou visitar um museu são atividades que não ocorrem, pelo menos de forma paga, para crianças pobres. Ao todo, as horas de aprendizado a partir das atividades extracurriculares chegam a uma diferença de 1.038% Oportunidades nas férias O estudo considerou ainda as atividades estruturadas nas férias escolares, como programações em clubes, colônias de férias, excursões ou outras atividades e cursos pagos nas próprias escolas. Famílias mais ricas proporcionariam 2.232 horas a mais de aprendizado para suas crianças no acumulado de nove anos, enquanto as mais pobres não promoveram nenhuma atividade nos intervalos dos anos letivos.