Por que a extrema direita brasileira elegeu Paulo Freire seu inimigo

“O objetivo da pedagogia freireana é fazer com que cada uma e cada um aprendam a dizer a própria palavra” (DW) Para especialistas, é da natureza da pedagogia freireana incomodar, justamente porque ela propõe ensino libertador e baseado na formação crítica do aluno Em dezembro de 2003, o então ministro da Educação Cristovam Buarque inaugurou, na frente da sede do Ministério, em Brasília, um monumento em homenagem ao educador Paulo Freire (1921-1997). O pedagogo era então aclamado como uma personalidade importante da história intelectual do país – nove anos mais tarde, uma lei federal o reconheceria como patrono da educação brasileira. Em 2019, Abraham Weintraub comandava o mesmo Ministério no primeiro ano da gestão do presidente Jair Bolsonaro. Diante dos maus resultados obtidos pelo país no ranking Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), ele chamou o monumento a Freire de “lápide da educação” e afirmou que o pedagogo “representa esse fracasso total e absoluto”. O próprio Bolsonaro já criticou Paulo Freire, e em mais de uma oportunidade. Numa das ocasiões, referiu-se a ele como “energúmeno”. É um discurso recorrente: nos últimos anos, a extrema direita brasileira tem usado Paulo Freire, cujo centenário de nascimento é celebrado neste 19 de setembro, como bode expiatório para a baixa qualidade do sistema educacional brasileiro. De acordo com especialistas ouvidos pela DW Brasil, o que incomoda reacionários e também alguns conservadores é o fato de a pedagogia freireana ser essencialmente política. “A essência da obra de Freire é totalmente política, no sentido nobre do termo, não no sentido da política partidária”, diz o sociólogo Abdeljalil Akkari, da Universidade de Genebra, na Suíça. “Por isso em todas as regiões do mundo, sua obra é lembrada como algo muito interessante para refletir sobre o futuro da educação contemporânea”. “O objetivo da pedagogia freireana é fazer com que cada uma e cada um aprendam a dizer a própria palavra, ou seja, tenham a capacidade de ler o mundo e se expressar diante do mundo. É a pedagogia da autonomia, da esperança: libertadora no sentido de as pessoas terem as capacidades de se libertarem das opressões que buscam calá-las”, diz o educador Daniel Cara, professor da Universidade de São Paulo e dirigente da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. Professor do curso de pedagogia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Ítalo Francisco Curcio acredita que parte dessa controvérsia seja por desconhecimento do que é, enfim, o método Paulo Freire. “A maior parte dos que dizem rejeitá-lo nem é especialista em educação, acaba repetindo frases apregoadas por líderes com os quais se identifica”, comenta. “Isso é muito ruim. Quem padece é a própria população, desde a criança até o adulto”. Diálogo em vez de lógica bancária Paulo Freire desenvolveu sua pedagogia no início dos anos 1960. Em 1963 ele trabalhou na alfabetização de adultos no Rio Grande do Norte – e conseguiu resultados muito eficientes com sua abordagem. Em linhas gerais, ele defendia que a educação não poderia obedecer a uma “lógica bancária”, em que o conhecimento era simplesmente depositado na cabeça dos alunos. Clamava por um ensino baseado no diálogo, em que professor e estudante constroem o conhecimento em conjunto. Por princípio, é uma pedagogia inclusiva. E saberes específicos, de acordo com contextos particulares, são valorizados. “Ele ressaltou no meio educacional, especialmente na formação de professores e gestores escolares, que é imprescindível considerar os conhecimentos e saberes que o educando já possui, ao ser recebido como aluno. É célebre sua frase: ‘Ninguém ignora tudo, ninguém sabe tudo’”, diz Curcio. “Seu método não fala em ideologias, mas em formas de ensinar e aprender. Não é um instrumento proselitista”, acrescenta. “Quem faz proselitismo é a pessoa, por meio de seus atos e discursos, e não o método. Eu posso utilizar uma faca tanto para cortar o pão ou a carne e me alimentar, quanto para matar alguém”. O educador Cara argumenta que Freire não é bem aceito pela extrema direita justamente porque sua filosofia não admite a doutrinação. “O sectarismo do autoritarismo impede o reconhecimento de uma pedagogia verdadeiramente libertadora”, afirma. “Então, Freire se tornou inimigo dos ideólogos de direita porque busca uma pedagogia libertadora, enquanto o modelo tradicional é uma pedagogia opressora”. “Quando a extrema direita chegou ao poder no Brasil, precisava agir no campo da educação. E a figura de Freire se mostrou fácil de ser atacada, porque era algo comum nas comunidades educacionais do Brasil”, diz Akkari. Para o professor, conservadores tendem a acreditar que os problemas educacionais podem ser corrigidos com base em aspectos instrumentais, ou seja, mais tecnologia, equipamentos e carga horária, e não com uma mudança de abordagem. Além disso, existe um tabu sobre politização e formação crítica – ele lembra o movimento Escola Sem Partido, criado nos anos 2000 e que ganhou notoriedade no país após 2015. Paulo Freire é o oposto de tudo isso: sua obra é baseada na formação crítica do aluno. “Ele é o pedagogo da politização da educação”, define Akkari. Mazelas do ensino Outro mito que os especialistas combatem é o de atribuir à Paulo Freire a culpa pelos problemas educacionais brasileiros. O principal argumento contrário, ressaltam eles, é que a pedagogia dele nunca foi implementada de modo amplo e irrestrito no Brasil. E há ainda o aspecto oposto: o método freireano é muito disseminado em países que costumam se destacar em avaliações educacionais, como a Finlândia. “Não faz o menor sentido culpar o Paulo Freire pelas mazelas educacionais brasileiras. Ele não é responsável pelo subfinanciamento da educação, pelos péssimos salários dos professores, pelo fato de que o Brasil só passou a colocar a educação como questão nacional a partir dos anos 1930. E, na prática, mesmo em governos alinhados à esquerda não se fez uma pedagogia freireana no país”, diz Cara. “Até porque é uma pedagogia que demanda investimentos sólidos em formação e um replanejamento de todo o sistema de ensino”. Akkari observa que essa negação de Paulo Freire por um viés ideológico só ocorre no Brasil. “Se você observar o resto do mundo, a obra dele é
Falta material, internet e até comida: os obstáculos para a educação na pandemia

Pelo Plano Nacional de Educação (PNE), Lei 13.005/2014, o Brasil deve zerar a taxa de analfabetismo até 2024. Com a pandemia, porém, meta deve ser impactada de forma significativa No Brasil, 11 milhões de pessoas são analfabetas. São pessoas de 15 anos ou mais que, pelos critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não são capazes de ler e escrever nem ao menos um bilhete simples. Pelo Plano Nacional de Educação (PNE), Lei 13.005/2014, que estabelece o que deve ser feito para melhorar a educação no país até 2024, desde o ensino infantil até a pós-graduação, o Brasil deve zerar a taxa de analfabetismo até 2024. No Dia Mundial da Alfabetização, celebrado no último dia 8 de setembro, a Agência Brasil conversou com professores que trabalham com a alfabetização de crianças sobre os impactos da pandemia na etapa de ensino e sobre a rotina desses profissionais. Sem tempo para cansaço O professor do terceiro ano do ensino fundamental da Escola Classe Comunidade de Aprendizagem do Paranoá, no Distrito Federal, Mateus Fernandes de Oliveira diz que ainda não conseguiu parar para sentir o cansaço que todo o período de pandemia causou até aqui. Nos últimos 18 meses, ele precisou lidar com diversas situações, incluindo famílias de estudantes com fome. Foi preciso que a escola se organizasse para distribuir cestas básicas nas casas dos alunos. “A gente estava falando de falta de alimentos em casa. Famílias passando por necessidades. Não era possível cobrar de uma família que estava preocupada com alimentação que desenvolvesse um processo de escolarização em um momento como este. A gente entendeu que a escola pública, como parte do Estado, tem responsabilidade social. O Estado deveria cuidar das necessidades básicas, mas não estava dando conta. A escola teve que se mobilizar”. Enquanto a escola esteve fechada, o professor chegou até mesmo a visitar os estudantes pessoalmente, levar para eles as atividades e verificar como estavam. A maior parte dos alunos não tinha acesso à internet e acabava não participando das aulas online. Agora a escola voltou em um modelo híbrido, intercalando ensino presencial e ensino remoto. Oliveira percebe que as desigualdades se acentuaram. Aqueles alunos que vêm de um contexto familiar em que a leitura faz parte do cotidiano, em que há livros e revistas em casa, chegam agora ao terceiro ano do fundamental sabendo ler e escrever. Aqueles que moram em casas com pouca ou nenhuma leitura, às vezes sem mães e pais alfabetizados, acabam tendo um conhecimento aquém do esperado para crianças com 8 ou 9 anos de idade. “Não dá para considerar este ano como só este ano. É pensar este ano e o seguinte como duas coisas contínuas, porque senão a gente se exaspera e atropela os processos. Atropela o tempo de entender o que a gente sentiu e o que está sentindo e de perceber que caminhos pode trilhar. A gente pode acabar até gerando o contrário do que gostaria. Em princípio, é preciso ter calma e, ao mesmo tempo, saber que não temos tempo a perder”. Trabalho redobrado Em Corumbá (MS), foi com cachorrinhas que a professora da Escola Municipal Almirante Tamandaré, Sonia Bays, conquistou os alunos e conseguiu medir o que eles haviam aprendido em um ano de pandemia. Ela dá aula para o primeiro ano do ensino fundamental, estudantes de 6 anos, que estão começando a ser alfabetizados. “Queria fazer algo mais lúdico. Acredito que as crianças são penalizadas por estar longe da escola. Criança em fase de alfabetização precisa da escola”, diz. Diante das dificuldades de ensinar a distância e por meio de tecnologias, ela gravou um vídeo apresentando os próprios animais de estimação e pediu que os pais estimulassem os filhos a fazer o mesmo com seus bichinhos. “Na fase da alfabetização, a criança precisa de oralidade. Ela fala e depois transfere para o papel. É preciso estimular essa espontaneidade, essa fala das crianças”. Ao pequeno grupo que estava sendo atendido presencialmente em horários especiais na escola, ela pediu que desenhasse e, se soubesse, escrevesse os nomes dos animais. Foi assim que avaliou o que os alunos sabiam e aquilo em que tinham dificuldades. Com base nas atividades desenvolvidas com as crianças, surgiu o trabalho Alfabetização e Infância em Tempos de Pandemia, apresentado em agosto no 5º Congresso Brasileiro de Alfabetização. A maior parte dos alunos de Sonia está em situação de vulnerabilidade. Não é raro que as famílias tenham apenas um celular com acesso limitado à internet. A estratégia muitas vezes, durante mais de um ano de pandemia, era mandar vídeos por WhatsApp, para que os responsáveis baixassem usando a internet do trabalho e, depois, mostrassem para as crianças. No ano passado, ela chegou a conhecer os alunos pessoalmente, antes do fechamento das escolas por causa da pandemia. A turma desse ano, no entanto, era uma lista com 23 nomes e contatos. Sonia fez questão de entrar em contato com cada um por ligação e conversar com alunos e famílias. A logística não foi simples, alguns estudantes precisaram ir para uma área com wifi aberto, para receber a videochamada. A escola foi retomando aos poucos o ensino presencial. Primeiro, apenas uma vez por semana para atender aos alunos que não tinham acesso a aulas remotas. Agora, a escola voltou às aulas presenciais em esquema de revezamento, com turmas reduzidas. “Os professores, cada um de uma série, selecionaram os conteúdos que seriam prioritários, que seriam essenciais. Não vamos ter como dar conta de tudo. Estamos focando em leitura e escrita”, diz. E acrescenta: “Os alunos não perderam o ano, eles ganharam a vida. Se antes já tínhamos déficit de aprendizagem, agora também temos, ainda maior. Teremos que redobrar o trabalho para vencer isso”. Da sala para a tela O professor Ricardo Fernades (Michell Albuquerque/SME) Depois de oito anos nas salas de aula no Rio de Janeiro, o professor Ricardo Fernandes assumiu, em 2019, o cargo de assistente de Gerência de Alfabetização e Anos Iniciais da Secretaria Municipal de Educação. No ano passado, com a pandemia, Fernandes
Lontra ganha seu primeiro pólo universitário com dezenas de cursos de graduação

A Unopar, universidade com quase 50 anos de atuação, inaugurou no último sábado, 28 de agosto, o primeiro pólo universitário de Lontra. A unidade, que está instalada na Praça Princesa Isabel, oferece dezenas de cursos de graduação e centenas de pós-graduação. A inauguração contou com a participação da comunidade e autoridades. “O ensino superior tem um papel fundamental no desenvolvimento de uma cidade. E Lontra vive este momento importante de sua história, com a inauguração desta unidade de ensino superior, pois sabemos que o melhor caminho para um futuro mais favorável, é a educação”, comemorou o prefeito de Lontra, Dernival Mendes dos Reis . Para o diretor do polo da Unopar em Lontra, Paulo Gusmão, a implantação deste polo irá refletir no aumento das oportunidades pessoais e profissionais. “A inauguração da UNOPAR em Lontra, coloca a cidade em um novo patamar, onde todo mundo pode sonhar e crescer, fazendo sua faculdade”, comentou o empreendedor” “Já estamos com as matrículas abertas, oferecendo dezenas de cursos de graduação em quase todas as áreas do conhecimento, além de centenas de cursos de pós-graduação, informou o gestor do polo da Unopar de Lontra, Douglas Aquino Gusmão
Ministro da Educação diz que diploma de universidade não adianta porque não tem emprego

Ministro da Educação questionou busca por ‘diploma na parede’, com uso do Fies: “Que adianta você ter um diploma na parede, o menino faz inclusive o financiamento do FIES que é um instrumento útil, mas depois ele sai, termina o curso, mas fica endividado e não consegue pagar porque não tem emprego”, disse. Logo a seguir, Milton Ribeiro falou no incentivo às escolas técnicas: “No entanto, o Brasil precisa de mão de obra técnica, profissional. E aí depois o moço ou a moça, elas fazem esse curso, arrumam um emprego, e depois falam: ‘O que eu gostaria mesmo é ser um doutor. Eu fiz um curso técnico em veterinário, já tenho um emprego, mas eu quero ser um médico veterinário’”. Milton Ribeiro em evento em Nova Odessa (SP) — Foto: Helen Sacconi/EPTV. Ele foi recebido em Nova Odessa com manifestação de estudantes, que foram retirados do local pela PM. Protesto Durante o evento, um grupo de estudantes fez um protesto contra o titular da pasta e por mais acesso à educação, e foi retirado à força pela Polícia Militar do portão do local. “Nós gostaríamos muito que ele estivesse nos recebendo no prédio do Ministério da Educação para uma reunião. Somos estudantes, não somos lixo, não somos ameaça. Mas ele nega a nos receber, então nós estamos aqui pra ver se ele passa a escutar os estudantes”, afirmou Rozana Barroso, presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes). Milton Ribeiro citou a manifestação dos estudantes, que classificou como “bagunça”. “Eu tenho certeza que nenhum desses meninos barulhentos pertencem às cidades de vocês. Estão estudando. Gente que estuda não tem tempo de fazer bagunça”, disse. Ele também disse que a manifestação foi de alunos que não querem estudar. “Se eu estivesse falando que as escolas tinham que estar fechadas, talvez muita gente não viria reclamar de mim, mas eu quero as escolas abertas.” Veja o vídeo abaixo:
Ministro da Educação de Bolsonaro disse que alunos com deficiência ‘atrapalham’

Milton Ribeiro afirmou que crianças com deficiências “atrapalhavam” os demais alunos sem a mesma condição quando colocadas na mesma sala de aula Uma nova declaração polêmica do ministro da Educação Milton Ribeiro está repercutindo nas redes sociais. Em entrevista ao programa ‘Sem Censura’, da TV Brasil, na última segunda-feira (9/8), o político disse que crianças com deficiências “atrapalhavam” os demais alunos sem a mesma condição quando colocadas na mesma sala de aula. “O que é inclusivismo? A criança com deficiência é colocada dentro de uma sala de alunos sem deficiência. Ela não aprendia, ela ‘atrapalhava’ – entre aspas, essa palavra eu falo com muito cuidado – ela atrapalhava o aprendizado dos outros, porque a professora não tinha equipe, não tinha conhecimento para dar a ela atenção especial”, declarou o ministro. Outras declarações feitas por Milton Ribeiro na mesma entrevista também causaram irritação em parte da população. Entre elas, o ministro disse que a “universidade deveria, na verdade, ser para poucos, nesse sentido de ser útil à sociedade”. “Tenho muito engenheiro ou advogado dirigindo Uber porque não consegue colocação devida. Se fosse um técnico de informática, conseguiria emprego, porque tem uma demanda muito grande”, completou. Além disso, ele também afirmou que reitores das universidades federais não podem ser ‘esquerdistas, nem lulistas’. “Alguns optaram por visões de mundo socialistas. Não precisa ser bolsonarista. Mas não pode ser esquerdidas, nem lulista. Reitor tem que cuidar da educação e ponto final. E respeitar todos que pensam diferente. As universidades federais não podem se tornar comitê político, nem direita, muito menos de esquerda”, disse. Via Estado de Minas
MEIO PASSE ESTUDANTIL – Recadastramento começa nesta segunda-feira

A Prefeitura de Montes Claros anunciou o recadastramento do Meio Passe Estudantil para os alunos de baixa renda matriculados em instituições de ensino da cidade. A partir da próxima segunda-feira, 16, os interessados devem comparecer no setor de Gerência da Juventude, que fica na Praça de Esportes, das 8 às 16 horas. O prazo de recadastramento vai até o dia 30 de setembro. O período será maior justamente para evitar aglomerações. Todos os protocolos de segurança serão seguidos e não haverá contato físico entre os usuários. Os colaboradores realizarão medição de temperatura e cumprirão distanciamento e uso de máscaras para a segurança de todos. Para fazer o recadastramento, o candidato deve levar os seguintes documentos: identidades (RG) e CPFs do Estudante e do Responsável (caso o estudante seja menor de idade), declaração da instituição de ensino, comprovante de residência e Cartão Simcard do Meio Passe Estudantil. O Meio Passe é um benefício de auxílio estudantil, através do qual a Prefeitura custeia metade do valor da tarifa do transporte coletivo urbano correspondente ao percurso diário de ida e volta entre a residência e a instituição de ensino do estudante. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones 2211-3387 e 2211-3388.
Prédio do Demc, símbolo de resistência dos estudantes no regime militar, continua deteriorado

O Dia do Estudante é comemorado em 11 de agosto e em Montes Claros o prédio do Diretório dos Estudantes Secundaristas (DEMC), um dos símbolos de resistência dos movimentos sociais na década de 1960, continua abandonado e servindo para usuários de drogas e incomodando os moradores da rua 31 de março. O atual presidente Pablo Alves Costa explica que a nova direção está tentando parcerias para reforma o prédio e por isso, abriu conversações com o promotor Paulo César Vicente Lima. No ano passado foi iniciada uma articulação para o local ser reformado e abrigar a Guarda Mirim de Montes Claros, mas a iniciativa acabou sendo cancelada, por falta de acordo. O Dia do Estudante celebra um direito básico dos cidadãos, e uma fase da vida onde nos dedicamos à busca do conhecimento, através do estudo constante sobre os temas que nos rodeiam. A data surgiu em 11 de agosto de 1827, quando o Imperador D. Pedro I instituiu no Brasil os dois primeiros cursos de ensino superior do país nas áreas de Ciências Jurídicas e Ciências Sociais. Eles tiveram lugar nas faculdades de Direito de Olinda, em Pernambuco, e na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em São Paulo. Antes, o acesso aos cursos superiores era limitado às famílias com posses, que tinham de deixar o Brasil para estudar na Europa. Segundo a história, esses não foram os primeiros cursos superiores do país. Os primeiros datam de 1808, embora a criação das universidades tenha sido aprovada anos depois. A relação do Dia do Estudante com a criação dos cursos de Direito é marcada pela importância que as Ciências Jurídicas têm na história da educação do nosso país. Na comemoração dos 100 anos do curso de Direito, em 1927, o advogado Celso Gand Ley, um dos participantes da celebração, propôs que o dia 11 de agosto ficasse registrado como o Dia Nacional do Estudante, que também pode ser chamado de “Dia do Aluno”. Esta data também possui outro significado bastante importante para a classe, pois em 11 de agosto de 1937 nascia a União Nacional de Estudantes – UNE, que protege os direitos e deveres de todos os alunos do país. (GA) Via Jornal Gazeta
Instituto de Ciências Agrárias oferece vagas para reopção de curso

Foi publicado o regulamento do processo seletivo para preenchimento de vagas remanescentes do primeiro período letivo de 2021 em cursos de graduação da Universidade Federal de Minas Gerais. O regulamento trata da modalidade de reopção de curso. Os interessados devem protocolar requerimento entre os dias 10 e 13 de agosto. Ao todo, são mais de 1.200 vagas, sendo cerca de 70 delas ofertadas no campus regional da UFMG em Montes Claros. O procedimento é para estudantes da UFMG matriculados em curso de graduação, que queiram mudar para outro curso na mesma Universidade e que tenham ingressado por meio de Concurso Vestibular ou pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu). É necessário que o estudante tenha cumprido o mínimo de 20 créditos desde o seu ingresso no curso de graduação e no máximo 75% da carga horária total exigida no percurso curricular. O Instituto de Ciências Agrárias da UFMG oferta seis cursos de graduação: Administração, Agronomia, Engenharia Agrícola e Ambiental, Engenharia de Alimentos, Engenharia Florestal e Zootecnia e todos oferecem vagas. Com exceção do curso de Administração, que é oferecido no turno da noite, todos os outros são diurnos. O quadro de vagas pode ser consultado na página do Departamento de Registro e Controle Acadêmico (DRCA). (Portal ICA/ UFMG)
Programa seriado: Unimontes dá andamento ao PAES/2020 visando aplicação de provas

A Unimontes desempenha todos os esforços para a realização das provas do Programa de Avaliação Seriada para o Acesso ao Ensino Superior (PAES/2020). A Universidade dá continuidade ao processo de licitação para a contratação de empresa especializada na logística da realização das provas. A sessão pública do processo licitatório com este objetivo está marcada para a próxima sexta-feira ( 13/08). O calendário de inscrições e o processo de aplicação de provas do PAES/2020 sofreram interrupções devido aos efeitos da pandemia da Covid-19. A Instituição também enfrentou dificuldades operacionais. No entanto, a Universidade desenvolveu todos os esforços para assegurar a aplicação das provas e evitar quaisquer prejuízos (impedindo a chamada “solução de continuidade”) para os estudantes, especialmente para aqueles que já foram inscritos no programa seriado e fizeram os testes no primeiro e no segundo ano do ensino médio. Conforme previsto em edital publicado pela Universidade, no PAES/2020 serão preenchidas 720 vagas em 63 cursos de graduação ministrados no campus-sede e nos demais campi da Unimontes no Norte de Minas, Noroeste do estado e no Vale do Jequitinhonha. A partir dos esforços empreendidos, a instituição informa que, para realização do PAES 2020, o ano de matrícula no Ensino Médio em 2020 corresponderá à etapa a ser realizada no Programa de Avaliação Seriada. A previsão da Unimontes é apresentar e executar o novo cronograma tão breve sejam concluídas as etapas da licitação em curso. Desta forma, a expectativa é que, dentro do espaço de tempo mais rápido possível, os estudantes deverão ter acesso ao cronograma do PAES, com a divulgação da data das provas e a abertura do sistema para efetivação das inscrições. A sessão pública da empresa especializada na logística da realização das provas do PAES/2020 está marcada para sexta-feira (13/08), às 9h, no campus-sede da Universidade. Via Ascom/Unimontes
Educação e esporte de mãos dadas no caminho para o futuro – Por Bruna Brelaz

A campeã olímpica Rebeca Andrade começou a treinar ainda criança num projeto social de esporte A educação e esporte dão perspectivas para crianças e jovens, são pilares para o futuro. Nos últimos dias, o Brasil parou para ver a gigante Rebeca Andrade nas Olimpíadas de Tóquio. Medalha de Ouro e de Prata, ela elevou ainda mais o legado brasileiro na ginástica artística e fez história Assim como ela, muitas crianças podem ter suas vidas transformadas com incentivo ao esporte. Rebeca começou a treinar aos quatro anos em um projeto social de iniciação ao esporte em Guarulhos. Como a educação, o esporte dá perspectivas a crianças e jovens. Ambos são pilares para o futuro. E toda a verba destinada a eles é investimento que garante desenvolvimento social e econômico. O Brasil já soma 19 medalhas nos Jogos Olímpicos. Conforme avançamos nas competições e nomes se destacam, surgem revelações sobre as reais condições do esporte de alto rendimento no Brasil. Na semana passada, informações levantadas em uma reportagem do Globo Esporte viralizaram no Twitter. Mais de 40% dos atletas brasileiros nesta edição das Olimpíadas, segundo o levantamento, não possuem patrocínio. Para participarem dos Jogos, 13% deles realizaram “vaquinhas” e financiamentos coletivos. Sem qualquer bolsa, 10% trabalham em outras funções para ter renda. Por exemplo, como motoristas de aplicativos. O Bolsa Atleta, que em 2020 não teve edital lançado pelo governo Bolsonaro, já teve seu orçamento reduzido em quase 20%, desde a última Olimpíada. Para a próxima geração do esporte brasileiro, sendo assim, os horizontes estão se estreitando. Hoje, um atleta de base tem direito a bolsa menor que mil reais, o que o faz ser necessário ter outra profissão para completar a renda. Aqueles que são estudantes, tem hoje o valor de R$ 370 para dedicar seu tempo ao treino.Vale lembrar que o Ministério do Esporte foi extinto assim que Bolsonaro assumiu a presidência em 2009, e reduzido a uma pasta dentro do Ministério da Cidadania. O investimento no esporte reduz os índices de criminalidade, por promover mudanças sociais profundas. Assegurado pela Constituição Federal de 1988 como um direito, a formação de base deve estar presente nas escolas de educação básica e também nas políticas públicas para crianças e jovens, para que eles conheçam as modalidades e se desenvolvam, formando um ciclo contínuo de renovação e aprimoramento do esporte. Nas universidades públicas e privadas, os estudantes podem receber bolsas por meio dessas iniciativas: as instituições podem oferecer bolsas internas e também auxílios, incentivando o esporte e as equipes internas, fortalecendo a Lei de Incentivo ao Esporte ( Lei nº 11.438/06). Educação e Esporte requerem projeto e continuidade. A necropolítica e o sucateamento promovidos pelo governo Bolsonaro levam a retrocessos imensos ao desenvolvimento e soberania do Brasil. Bruna Brelaz é estudante de Direito e presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE) Via Vermelho