Universidades federais pedem ajuda a estados para manter pesquisas por vacinas

UFRJ, que tem verbas para funcionar até agosto, negocia com deputados estaduais e há expectativa de conseguir R$ 5 milhões com a Alerj ABANDONADAS POR BOLSONARO – Com orçamentos para a pesquisa de vacinas contra a covid-19 cada vez mais reduzidos, instituições pedem socorro às assembleias legislativas locais O governo de Jair Bolsonaro abandonou as universidades federais que, em busca do desenvolvimento de vacinas brasileiras contra a covid-19, estão pedindo ajuda aos poderes públicos locais para arrecadar recursos que mantenham minimamente as pesquisas. O orçamento aprovado, de R$ 4,5 bilhões para 2021, é 18% menor que o já apertado montante de 2020, quando R$ 5,5 bilhões foram destinados ao ensino superior. De acordo com reportagem publicado no jornal O Estado de S.Paulo, o objetivo da busca por outras fontes de recursos é evitar que as pesquisas sejam paralisadas. O total já obtido pelas universidades garante apenas parte dos testes e a necessidade aumentará se os estudos avançarem para a última fase sobre a vacina. A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Federal do Paraná (UFPR) são algumas das instituições desenvolvendo um imunizante brasileiro para a covid. Ao portal UOl, o presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Edward Madureira, também reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), explica que as vacinas podem representar independência em relação à indústria farmacêutica estrangeira, a partir do ano que vem. “As universidades federais de Minas, do Rio e do Paraná estão entrando agora em fase clínica de testes. Se tivesse um financiamento justo, com valor significativo, com certeza elas já estariam adiantadas e não estaríamos dependentes de outros países. Nós temos expertise, o problema é que os orçamentos de ciência e tecnologia também estão extremamente decrescentes ao longo dos anos”, afirmou Madureira. Pesquisa sobre vacinas Na corrida das universidades federais pelas vacinas nacionais, a UFMG conseguiu R$ 30 milhões junto à prefeitura de Belo Horizonte e vai destinar os recursos para pagar as fases 1 e 2 dos estudos clínicos. Entretanto, para a fase 3, em que mais de 30 mil voluntários são convocados, serão necessários recursos na casa dos R$ 300 milhões. Já a Universidade Federal do Paraná, com a falta de verbas, levou o reitor Ricardo Marcelo Fonseca a acionar contatos locais para alavancar o desenvolvimento de sua vacina. “Estou correndo atrás do jeito que posso. Falei com vereadores, que agora querem falar com o município para passar dinheiro para nós”, disse ao Estadão. O Tribunal de Contas do Paraná estuda entrar no projeto, aplicando verba própria. Por sua vez, a reitora da UFRJ, Denise Pires de Carvalho, afirma que negocia com deputados estaduais e que sua expectativa é de conseguir R$ 5 milhões junto à Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies) estuda ainda ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela liberação de R$ 5 bilhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Cortes no orçamento A Lei Orçamentária Anual (LOA) elaborada pelo governo Bolsonaro não só cortou R$ 1 bilhão das federais, mas também criou uma condicionante para as universidades acessarem outra parte da verba. Edward relata que o governo federal colocou ainda um contingenciamento de 13,8% do total dos recursos. “Uma parte é o orçamento não condicionado, que representa 40% do total, e que estamos recebendo. Porém, os outros 60% são condicionados a um Projeto de lei do Congresso Nacional (PLN), que tem de ser aprovado.” Em abril deste ano, o Ministério da Ciência e Tecnologia pediu em um ofício ao Ministério da Economia a edição de uma medida provisória para a abertura de créditos extraordinários no valor de R$ 720 milhões para as universidades federais seguirem os estudos por vacinas nacionais. No documento, a pasta explica que os valores seriam destinados a quatro projetos brasileiros nas fases 1 e 2 dos estudos clínicos e para duas vacinas que avançarem para a fase 3. O governo federal respondeu só em maio e criou exigências que atrasam ainda mais as pesquisas, segundo o Estadão. O Ministério da Economia condicionou a liberação de R$ 415 milhões a um projeto de lei com cancelamento de recursos do Ministério da Saúde. Outros R$ 305 milhões dependeriam de uma portaria do Secretário Especial de Fazenda. “O governo está firme no propósito de desfazer, de desconstruir. E as palavras não são minhas, mas do presidente da República, ditas em Washington em março de 2019. Ali ele deu a entender que estaria muito feliz em desconstruir e desfazer”, disse o professor da Universidade Federal de Goiás Nelson Cardoso Amaral, em ato virtual em defesa das universidades públicas, na última terça-feira (18), promovido pela reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Queda no orçamento A queda no orçamento nas universidades federais agravou-se desde o impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff. Em seu último ano de governo, a petista direcionou, em valores atualizados, R$ 10 bilhões às instituições, em 2015. Após o golpe que levou Michel Temer (MDB) ao poder, em 2016, o valor caiu para R$ 9,1 bilhões, em valores corrigidos. Nos anos seguintes, os cortes foram ficando mais profundos. Em 2017, Temer diminuiu o orçamento do setor para R$ 7,5 bilhões, em 2017, e para R$ 6,6 bilhões em 2018. Com a posse de Bolsonaro, a redução continua e chegou aos R$ 4,5 bilhões deste ano. “As universidades vêm sofrendo cortes sucessivos há vários anos. Nenhuma política de austeridade, quando é aplicada por tanto tempo ininterruptamente, consegue evitar danos sociais severos nas políticas de Estado”, afirmou o vice-presidente da Andifes, Marcus David, também ao UOL. O corte do orçamento das universidades federais não só ameaça o desenvolvimento de vacinas contra a covid, mas também as bolsas de auxílio a estudantes de baixa renda, que já estão sendo cortadas. Alguns hospitais universitários correm o risco de paralisar as atividades e a UFRJ anunciou, na última semana, que só possui recursos para funcionar
Sem recurso federal, universidades pedem socorro para bancar pesquisas de vacina

UFMG teve ajuda da prefeitura para manter estudo sobre vacina (Foca Lisboa/ UFMG) Imunizante da UFMG conseguiu R$ 30 milhões com a prefeitura de Belo Horizonte A escassez de recursos do governo federal tem levado universidades que desenvolvem pesquisas de vacinas contra a Covid-19 a buscar verbas com governos locais, parlamentares, comércio e até dinheiro de acordo de indenização. O objetivo é evitar que as pesquisas parem, em um cenário de restrições para a liberação de recursos e queda no orçamento para a ciência. O dinheiro obtido até agora pelas universidades garante só parte dos testes e a necessidade aumentará se estudos avançarem para a última fase. Universidades como a Federal de Minas (UFMG), a do Rio (UFRJ) e a do Paraná (UFPR) são algumas das que estão na corrida pelo desenvolvimento de um imunizante brasileiro. Segundo o Ministério da Saúde, há 16 projetos brasileiros em andamento. As vacinas não devem ficar prontas este ano, mas podem representar independência em relação a imunizantes estrangeiros a partir do ano que vem. Hoje, só aplicamos no Brasil vacinas desenvolvidas no exterior. O risco de que a Covid-19 seja uma doença endêmica, como dengue e gripe, torna a iniciativa ainda mais importante. Em abril, o Ministério da Ciência e Tecnologia pediu em um ofício ao Ministério da Economia a edição de uma medida provisória para a abertura de créditos extraordinários no valor de R$ 720 milhões para as vacinas nacionais. No documento, o MCTI afirma que é preciso alavancar o desenvolvimento de imunizantes nacionais pelo risco de “mudanças imprevisíveis no rumo da pandemia” em função de mutações virais. O documento também cita a possibilidade de ter de vacinar novamente toda a população “em curto período de tempo”. Os R$ 720 milhões, segundo o MCTI, seriam destinados a quatro projetos brasileiros nas fases 1 e 2 dos estudos clínicos e para duas vacinas que avançarem para a fase 3. Os estudos clínicos são aqueles em que a vacina é aplicada em seres humanos. Nas fases 1 e 2, o grupo testado é menor e a estimativa de gasto é de R$ 30 milhões em cada projeto. Já na fase 3 o teste pode envolver até 40 mil voluntários e o custo da pesquisa sobe para R$ 300 milhões. Em resposta no dia 7 de maio, um mês após a solicitação, o Ministério da Economia condicionou a liberação de parte da verba (R$ 415 milhões) a um projeto de lei com cancelamento de recursos do Ministério da Saúde. Outros R$ 305 milhões dependeriam de uma portaria do secretário especial de Fazenda. Há ainda restrições para o uso de R$ 5 bilhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), o principal fundo de financiamento da ciência. Na prática, as exigências podem tornar o processo demorado e atrasar as pesquisas este ano segundo entidades ligadas à ciência. Na corrida contra o tempo e atrás de viabilizar a própria vacina a UFMG conseguiu R$ 30 milhões com a prefeitura de Belo Horizonte. O recurso vai pagar as fases 1 e 2 dos estudos clínicos. Mas, para a fase 3, em que mais de 30 mil voluntários são convocados, será necessário mais dinheiro, da ordem de R$ 300 milhões. “O Ministério de Ciência e Tecnologia (MCTI) tem sido um grande parceiro, mas vai poder financiar apenas uma das vacinas, a que chegar primeiro, e nós sabemos que precisaremos de todas”, afirma Sandra Regina Goulart Almeida, reitora da UFMG. Segundo ela, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), ofereceu o dinheiro após assistir a uma entrevista em que Sandra manifestava temor pela paralisação da pesquisa. Na UFPR, a falta de verbas mobilizou o reitor a acionar contatos locais para alavancar a pesquisa da vacina. “Estou correndo atrás do jeito que posso. Falei com vereadores, que agora querem falar com o município para passar dinheiro para nós”, diz o reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca. Até o Tribunal de Contas do Estado avalia entrar no projeto, aplicando dinheiro próprio. Na fase pré-clínica, quando a vacina é testada em animais, a universidade fechou um acordo com o governo do Paraná para repasse de R$ 995 mil. A vacina paranaense pode custar de R$ 5 a R$ 10 a dose. Para o imunizante da UFRJ, a reitora Denise Pires de Carvalho negocia com deputados estaduais e há expectativa de conseguir R$ 5 milhões com a Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). A UFMG também conseguiu verbas de emendas parlamentares e vê a possibilidade de receber mais recursos provenientes de um acordo de indenização da Vale com o Estado de Minas Gerais pelos danos causados após o rompimento da barragem de Brumadinho, em 2019. ‘Se vira nos 30’ “A reitora está se virando nos 30 para conseguir mais recursos”, diz Fernando Peregrino, presidente do Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica (Confies), sobre a dirigente da UFRJ. O Confies e outras entidades ameaçam ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela liberação dos R$ 5 bilhões do FNDCT. Em audiência na Câmara dos Deputados no dia 4 de maio, o ministro Paulo Guedes afirmou que seriam encaminhados R$ 5 bilhões para o MCTI, mas os recursos não chegaram. Para “vender o peixe” da vacina, até mesmo os pesquisadores participam de reuniões externas. O virologista Flávio Guimarães da Fonseca, que coordena um centro de pesquisas da UFMG, alterna entre o cientista e o negociador na pandemia para conseguir levar adiante os estudos. Ele tem dialogado com parlamentares e até entidades ligadas ao comércio – um papel que não desempenhava antes da Covid-19. “É um interlocutor diferente, não técnico. Falar na mesma linguagem que ele não é simples. O cientista adorava falar em congresso.” Embora veja essa interlocução como um ganho para os cientistas na pandemia, o risco é de que outras pesquisas com menos apelo político, mas também importantes, acabem ficando à míngua. Estudos sobre doenças como zika e chikungunya estão praticamente paralisados. “Por que a vacina brasileira está saindo agora, um ano
Como surgiu o espantalho da ideologia de gênero

Introduzido na política em 2013, o termo foi criado por forças católicas e evangélicas associadas a movimentos políticos de ataque feroz contra gênero, sexualidade e raça nos debates do Plano Nacional de Educação – Uma das principais bandeiras do governo Bolsonaro, “o combate à ideologia de gênero” foi rapidamente introduzido nos discursos políticos desde as eleições de 2018, mas essas discussões começaram bem antes, em 2011, com as fantasiosas histórias dos “kit gay”, e tomaram corpo, em 2013, com o crescimento das forças cristãs neoconservadoras associadas ao movimento Escola Sem Partido, que no caminho encontro o Plano Nacional de Educação (PNE 2014-2024), um verdadeiro espantalho da “ideologia de gênero como afirma Sônia Corrêa, ativista feminista e pesquisadora, em artigo na revista Cult. Leia alguns trechos do artigo: Em 2020, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgou inconstitucionais leis estaduais e municipais, aprovadas desde 2014, que proíbem gênero na educação, mas isso não deteve a proliferação de projetos de leis antigênero, seja no campo educacional, seja em outros domínios, como o reconhecimento da identidade de gênero na infância, a participação de atletas trans em competições esportivas e o uso da linguagem neutra de gênero. Desde o ano passado, as forças engajadas nessas cruzadas negaram a gravidade da Covid-19, recusaram medidas de isolamento e prevenção e atacaram as vacinas, contribuindo, portanto, para o fracasso da resposta à pandemia, do qual decorre a hecatombe em que o país está mergulhado no começo de 2021. Essas ofensivas não começaram em 2018, nem são exclusivamente brasileiras. Para dimensioná-las ou interpretá-las corretamente – tratar de sua invenção, maturação e propagação, das forças nelas envolvidas, de seu caráter transnacional e de seus múltiplos efeitos –, precisamos examinar de perto. Não é possível fazer isso em poucas páginas. Neste breve texto, o que ofereço são notas mínimas sobre os ciclones que têm reconfigurado o campo de disputas muito mais antigas em torno de gênero e sexualidade no mundo e no Brasil. Mas antes disso já circulava no país o espantalho da “ideologia de gênero”, como definido pela antropóloga Letícia Cesarino. Em 2003, a expressão foi usada por um deputado do Prona em discurso na Câmara Federal e, em 2007, o documento final da reunião do Conselho Episcopal Latino-americano (Celam), realizada em Aparecida, recomendou o firme combate à “ideologia de gênero”, deflagrando uma propagação mais ampla dessa categoria acusatória no país. Estudo de Carla Castro Gomes – Propagação de discursos sobre “ideologia de gênero” no Brasil, publicado em 2020 e disponível no site do Sexuality Policy Watch – informa que, até 2013, essa difusão se deu, exclusivamente, via canais ultracatólicos. A partir de então, ganhou escala ao ser veiculada pela mídia digital evangélica e replicada por pastores, influencers e figuras políticas. A invenção da “ideologia de gênero” O “problema de gênero do Vaticano”, que está na origem dessas mobilizações, eclodiu no estágio final de preparação para a IV Conferência Mundial das Mulheres (Beijing), em março de 1995. Esse episódio e seus desdobramentos foram analisados, em detalhe, em artigos recentes, como “A ‘política do gênero’: um comentário genealógico”, de minha autoria (Cadernos Pagu, n. 53, 2018), “‘Ideologia de gênero’ em movimento”, de David Paternotte e Roman Kuhar, e “A invenção da ‘ideologia de gênero’: a emergência de um cenário político-discursivo e a elaboração de uma retórica reacionária antigênero”, de Rogério Diniz Junqueira (ambos publicados na Revista de psicologia política, vol. 18, n. 43, 2018). Sintetizando essas análises, o episódio foi uma reação tardia à adoção do conceito de gênero pelo documento final da Conferência Internacional de População e Desenvolvimento do Cairo, que acontecera seis meses antes. Na conferência de Beijing, o uso do termo não causou maior controvérsia, embora tenha sido objeto de reservas por parte do Vaticano e do Paraguai. Mas, sem dúvida, inaugurou o que pode ser nomeado como “era da ideologia antigênero”. Iniciou-se a produção de uma vasta literatura de repúdio ao gênero, assinada por autoras e autores não clericais. Ela antecipou a crítica teológica do Vaticano, elaborada nos anos 2000, da qual resultaria, por sua vez, um acervo amplo de documentos vinculando os efeitos nefastos do gênero a múltiplas esferas da vida individual, social e política. A tese central dessa literatura é que a teoria feminista do gênero é um engodo porque anuncia a igualdade entre homens e mulheres para destruir a diferença sexual “natural”. O texto da “Carta aos bispos” adiciona novos elementos a essa acusação, associando gênero à “polimorfia sexual”. Eric Fassin, em “Gender and the Democratic Problem of Universals: Catholic Mobilizations and Sexual Democracy in France”, artigo publicado na revista Religion & Gender (vol. 6, n. 2, 2016), observa que esse discurso se sustenta na primazia da ordem natural, evocada em termos dogmáticos e quase darwinianos para obstaculizar transformações em curso nas democracias sexuais contemporâneas. Esse apelo à ordem natural foi levado ao extremo, em 2009, quando Bento VVI equiparou a “ideologia de gênero” com a destruição das florestas, em discurso na Assembleia Geral da ONU. Desde 2013, Francisco, que tem na defesa ambiental uma de suas prioridades, afirmou, em algumas ocasiões, que “gênero é diabólico”.
Ministro da Educação diz que crianças de 9 anos não leem, mas “sabem colocar camisinha”

“Respeito a orientação de todos, mas a gente não tem o direito de violar a inocência de uma criança”, disse Milton Ribeiro, que também é pastor da Igreja Presbiteriana Jardim de Oração O ministro da Educação de Jair Bolsonaro, Milton Ribeiro, pastor da Igreja Presbiteriana Jardim de Oração, declarou que crianças de 9 anos de idade, no Brasil, não conseguem ler, mas sabem colocar preservativos. A colocação descabida foi feita durante aula magna, na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). “Crianças com 9, 10 anos não sabem ler, sabem tudo, com todo respeito às senhoras aqui presentes, sabem até colocar uma camisinha, mas não sabe que ‘b’ mais ‘a’ é ‘ba’, está na hora de dar um basta nisso”, disse o ministro-pastor. Ribeiro acrescentou: “Onde já se viu começar a discutir esses assuntos com crianças de 6 a 10 anos. Respeito a orientação de todos, mas a gente não tem o direito de violar a inocência de uma criança trazendo questões como ‘se você quiser ser homem é homem, se quiser ser mulher é mulher’”, continuou. Homofobia Não é a primeira vez que o pastor faz declarações absurdas desse tipo. Logo que assumiu o ministério, em entrevista, ele atribuiu o “caminho do homossexualismo” a “famílias desajustadas”. “É claro que é importante mostrar que há tolerância, mas normalizar isso, e achar que está tudo certo, é uma questão de opinião. Acho que o adolescente que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo (sic) têm um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe. Vejo menino de 12, 13 anos optando por ser gay, nunca esteve com uma mulher de fato, com um homem de fato e caminhar por aí. São questões de valores e princípios”, afirmou. Assista ao vídeo: O Ministro da Educação, Milton Ribeiro, criticou políticas identitárias em Aula Magna na UFPB. “A natureza diz que ele é homem, mas eles querem dizer que a pessoa pode escolher”. Ele também disse que há crianças que não sabem ler, mas sabem colocar camisinha Vídeo: @SamPancher pic.twitter.com/571RtfUuFX — Metrópoles (@Metropoles) April 28, 2021
Desembargador que declarou ilegal greve de professores que não queriam aula presencial morre de Covid-19

Paulo Ricardo Bruschi também proibiu manifestações próximas das escolas e autorizou desconto no salário dos trabalhadores da educação que estavam paralisados O desembargador Paulo Ricardo Bruschi morreu na última sexta-feira (23), em Tubarão (SC), vítima de complicações da Covid-19. Em novembro do ano passado foi responsável por decisão que considerou a greve de professores, que eram contrários ao retorno das aulas presenciais por falta de segurança sanitária, como ilegal. Posteriormente, considerou a greve dos professores ilegal e autorizou o descontou no salário dos dias paralisados, proibiu o bloqueio das unidades e a realização de manifestação em distância inferior a 450 metros dos locais de ensino, sob pena de multa diária de R$ 100 mil. Na cidade de Tubarão, 17,6 mil pessoas foram diagnosticadas com a doença e 323 morreram. Desde o início da pandemia, 12.842 faleceram no estado de Santa Catarina vítimas da Covid-19. No total, 863.842 casos já foram confirmados.
Aulas presenciais como serviço essencial: veja como cada deputado mineiro votou

A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (13) requerimento de urgência para o projeto que declara essenciais as aulas presenciais na educação básica e no ensino superior nas redes pública e privada, inclusive durante a pandemia. O texto é mais uma pressão sobre os governadores e prefeitos que suspenderam aulas presenciais para conter o avanço da Covid-19 no Brasil. A urgência torna a proposta prioritária na fila de votação de projetos da Casa e permite que ela possa ser pautada no plenário a qualquer momento. O projeto proíbe a suspensão de atividades presenciais, “salvo em situações excepcionais cujas restrições sejam fundamentadas em critérios técnicos e científicos devidamente comprovados”. Quarenta e quadro deputados mineiros estiveram presentens na votação e a maioria, 31, votou a favor da aprovação. Apenas 13 parlamentares do Estado se opuseram ao requerimento de urgência. Veja como votou cada um dos deputados federais de Minas: Aécio Neves Sim Aelton Freitas Sim Alê Silva Sim André Janones Não Bilac Pinto Não Charlles Evangelista Sim Delegado Marcelo Freitas Sim Dimas Fabiano Sim Domingos Sávio Sim Dr. Frederico Sim Eduardo Barbosa Sim Emidinho Madeira Sim Eros Biondini Sim Euclydes Pettersen Sim Franco Cartafina Sim Fred Costa Sim Gilberto Abramo Sim Greyce Elias Sim Hercílio Coelho Diniz Sim Igor Timo Sim Júlio Delgado Não Junio Amaral Sim Lafayette de Andrada Sim Leonardo Monteiro Não Lucas Gonzalez Sim Luis Tibé Sim Marcelo Álvaro Antônio Sim Marcelo Aro Sim Mário Heringer Não Mauro Lopes Sim Misael Varella Sim Odair Cunha Não Padre João Não Patrus Ananias Não Paulo Guedes Não Pinheirinho Sim Rodrigo de Castro Sim Rogério Correia Não Stefano Aguiar Sim Subtenente Gonzaga Não Tiago Mitraud Sim Vilson da Fetaemg Não Weliton Prado Não Zé Silva Sim Via Jornal O Tempo
Pesquisa da Unimontes é reconhecida por publicação sobre macaúba

O Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Biotecnologia (PPGB) da Unimontes ganhou projeção internacional pela produção de conhecimento de ponta sobre a macaúba, palmeira oleaginosa. O conjunto de estudos desenvolvidos por meio dos laboratórios de Micropropagação (LAM) e Anatomia Vegetal (LAV), ambos vinculados ao PPGB, foi considerado como a segunda mais importante fonte mundial de literatura sobre a espécie. O destaque para os estudos desenvolvidos nos dois laboratórios da Unimontes consta em artigo publicado na Revista “Biomass Conversion and Biorefinery” (Conversão de Biomassa e Biorefinaria), da Alemanha. O artigo é intitulado “Macaúba’s world scenario: a bibliometric analysis” (O cenário mundial de Macaúba: uma análise bibliométrica). De acordo o periódico internacional, o grupo de pesquisa sobre a macaúba da Universidade Federal de Viçosa (UFV) é que mais se destacou no cenário mundial com artigos sobre a palmeira oleaginosa. A macaúba ganhou relevância com o desenvolvimento de novas tecnologias para o seu uso sustentável com a produção de seus derivados, como o biodiesel. Assim, constitui uma das fronteiras da biotecnologia. Coordenador do Laboratório de Micropropagação e docente do Departamento de Biologia Geral e do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia, o professor Leonardo Monteiro Ribeiro salienta que o reconhecimento dos estudos sobre a macaúba por meio do artigo científico projeta a Unimontes no cenário mundial. “Trata-se de um feito de importante para a internacionalização da pesquisa da universidade. É um reconhecimento da pesquisa dentro da Unimontes que aumenta a visibilidade da instituição no cenário científico mundial”, enfatiza o professor Leonardo Monteiro. O pesquisador salienta que os autores do artigo publicado analisaram a produção bibliográfica mundial sobre a macaúba publicada de 1900 a 2021, inserida na base de dados “Web of Science”, uma das mais seletivas e renomadas plataformas de referências e artigos científicos do mundo. Foram avaliados 397 artigos e 14 patentes, sendo analisados 1.387 pesquisadores. Coordenador do Laboratório de Micropropagação e docente PPGB destaca que egressos do programa de pós-graduação da Unimontes foram os protagonistas do êxito alcançado pelos estudos sobre a macaúba. Ele cita os profissionais Vanessa Sales Carvalho, Joyce Nascimento e Sousa e Sara Malveira Costa Vieira, “cujas dissertações de mestrado focaram no desenvolvimento de tecnologias de propagação da macaúba e renderam artigos publicados em importantes revistas internacionais e uma patente concedida pelo INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial)”. Conforme o professor Leonardo Monteiro, o grupo de pesquisa vinculado aos laboratórios de Micropropagação e Anatomia Vegetal e ao Departamento de Biologia Geral da Unimontes publicou 23 artigos sobre a macaúba indexados na base de dados Web of Science. Os artigos receberam 310 citações. Desta forma, a produção foi considerada a segunda maior contribuição mundial à pesquisa sobre a espécie. Os artigos publicados pelo grupo da Unimontes tratam da reprodução da macaúba, especialmente sobre a biologia floral, desenvolvimento dos frutos, germinação, desenvolvimento de plântulas e cultivo in vitro. As pesquisas são consideradas essenciais, para o desenvolvimento da cadeia produtiva da macaúba, de acordo com o artigo publicado pela Revista “Biomass Conversion and Biorefinery“.
“Assesso”: Mario Frias comete erro ao estilo Weintraub em resposta a Eduardo Bolsonaro

O secretário especial de Cultura, Mario Frias, virou piada nas redes sociais, nesta segunda-feira (22), após cometer um grave erro de português. O ator escreveu “assesso” em vez de “acesso” ao responder a uma publicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no Instagram. O parlamentar fez uma postagem na rede social acusando o governo de Lula e Dilma Rousseff, do PT, de usar a Lei Rouanet de incentivo à cultura para “comprar parte da classe artística”. Eduardo então faz elogios à gestão de Mario Frias, que agradeceu em comentário na publicação. “Muito obrigado, Eduardo Bolsonaro. A luta é diária sem direito a descanso. Vamos trabalhar incansavelmente para que todos os brasileiros tenham assesso a cultura”, escreveu ele. O ator corrigiu o erro horas depois da publicação. ASSESSO.Secretário de Cultura. pic.twitter.com/sKFxKh6GDi — Babaioff (@babaioff) March 23, 2021 Mario Frias já havia virado piada nas redes sociais em outras ocasiões por erros de português. Em julho do ano passado, dias depois de assumir a secretaria Especial da Cultura no lugar de Regina Duarte, ele “agradeçeu” o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, e disse que estava “a pouco tempo” no Twitter. Outra figura do governo Bolsonaro que ficou conhecida por seus erros gramaticais foi o ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub. Ele já escreveu a palavra “paralisação” com a letra “z” por duas vezes. Além disso, redigiu a palavra “suspensão” com “ç” e “impressionante” com “c”. Via Revista Fórum
Bolsonaro veta projeto que garantia internet gratuita a alunos e professores de escolas públicas

Parlamentares reagiram ao veto chamando presidente de “inimigo da educação” Esse é o segundo veto de Bolsonaro sobre o tema. No ano passado, presidente retirou trecho de uma lei que previa a obrigatoriedade de internet em toda a rede pública até 2024 O presidente Jair Bolsonaro vetou integralmente o Projeto de Lei (PL) 3.477/2020 que obrigava o governo federal a garantir o acesso à internet, para fins educacionais, a alunos e professores das escolas públicas. O veto total foi publicado na edição desta sexta-feira (19) do Diário Oficial da União (DOU) com aval dos ministério da Economia e da Educação. A proposta já havia sido aprovada em fevereiro pelo Senado e previa o repasse de R$ 3,5 bilhões da União para que estados, municípios e o Distrito Federal fornecessem serviços de internet. Mas o presidente alegou que o projeto não apresentava estimativa do respectivo impacto orçamentário e financeiro. O que, segundo Bolsonaro, “aumentaria a alta rigidez do orçamento” e “dificultaria o cumprimento” da Lei de Responsabilidade Fiscal e da chamada regra de ouro. A informação, no entanto, constava no texto originalmente proposto, de autoria da Câmara dos Deputados. No PL foi determinado pelos parlamentares que os recursos seriam oriundos do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust). E o impacto orçamentário seria de R$ 26,6 bilhões. Já “incluso o acesso à internet à totalidade de matrículas e de docentes da educação básica pública, além da compra de equipamentos para o devido acesso”, indicava a proposta. Sem acesso, com desigualdade Com o veto, deixaram de ser beneficiados alunos cujas famílias estão inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) do governo federal. Assim como estudantes matriculados nas escolas das comunidades indígenas e quilombolas e os professores da educação básica pública. O projeto de lei também previa que os recursos repassados fossem aplicados na contratação de internet móvel. Para também permitir que estudantes e docentes acompanhassem as atividades pedagógicas não presenciais. A prerrogativa era decisiva em meio à pandemia de covid-19, no momento em que a suspensão das aulas presenciais é defendida por especialistas para conter o avanço da doença no país. Além disso, a pesquisa TIC Domicílios 2018 já mostrava que, em todo o país, 42% dos lares não possuíam computadores. Os pesquisadores também advertiam que a conectividade era bastante precária. “Muitas famílias não têm sequer televisão em casa, imagina ter uma boa internet”, observaram em reportagem da RBA publicada no ano passado. Sem perspectivas de acesso à internet, o provável é que sejam ampliadas as desigualdades e a exclusão de grande parte dos alunos. A professora Catarina de Almeida Santos, coordenadora do Comitê no Distrito Federal da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, criticou pelas redes sociais o veto de Bolsonaro ao PL. Segundo ela, o presidente “quer é a retomada das aulas presenciais, para aumentar o número de casos e óbitos. Genocida está singelo”, tuitou Catarina. Genocida é singelo Parlamentares da oposição também reagiram ao veto de Bolsonaro. A deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB-AC) destacou que 18 milhões de alunos e 1,5 milhão de professores continuarão sem acesso à internet. “Adeus aulas online na pandemia”, lamentou. O também deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) descreveu Bolsonaro como “inimigo da educação pública”, pecha utilizada pela deputada Natália Bonavides (PT-RN), que acrescentou: “com o isolamento social, muitos estudantes não estão conseguindo acompanhar as aulas online por falta de internet em casa”. O deputado José Guimarães (PT-CE) advertiu que “o ensino está corroído pela pandemia e recebe o desprezo do presidente”. “O genocida é incapaz de assegurar o direito à educação previsto na Constituição”, completou. Mesmo parlamentares que apoiaram a eleição de Bolsonaro em 2018 contestaram o veto. Pelo Twitter, a deputada Professora Dayane Pimentel (PSL-BA) ironizou dizendo que “quando (Bolsonaro) não está atrapalhando na Saúde, está atrapalhando na Educação”. Internautas também chamaram atenção para o que entendem ser uma “contradição” do presidente, já que, na quarta-feira (17), a seu pedido, o Congresso Nacional derrubou o veto para permitir o perdão de R$ 1,4 bilhão em dívidas de igrejas. Segundo veto Na justificativa do veto, o presidente relativizou a crise educacional, argumentando que o governo federal “está empregando esforços para aprimorar e ampliar programas específicos” de “contratação de serviços de acesso à internet de banda larga nas escolas públicas”. Ele também alegou que o Ministério da Educação elabora o programa Brasil de Aprendizagem para tratar do assunto. A matéria, porém, não parece ser do agrado de Bolsonaro. Reportagem do jornal O Globo, do final do ano passado, mostra que ele já havia vetado outro projeto cujo tema central era o acesso à internet nas escolas. Com a mesma justificativa de suposta ausência de previsão do impacto orçamentário, Bolsonaro rejeitou o trecho de uma lei que previa a obrigatoriedade de internet em toda a rede pública até 2024.
Governo determina que escolas estaduais em municípios em onda roxa permaneçam fechadas

Serviços essenciais nas unidades escolares e nas SREs devem ser realizados de forma remota e por teletrabalho A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) determinou que todas as escolas da rede estadual em localidades inseridas na onda roxa do Plano Minas Consciente devem permanecer fechadas, sem atendimento presencial à comunidade e funcionamento interno, considerando a Deliberação do Comitê Extraordinário Covid-19 publicada nessa quarta-feira (17/3) no Diário Oficial do Estado. Em memorando, a pasta determina ainda que todas as atividades das unidades de ensino e das Superintendências Regionais de Ensino (SREs) devem ser realizadas a distância. Para isso, os profissionais devem atuar no regime de teletrabalho. A regra vale durante todo o período em que o município estiver dentro da faixa mais restrita, segundo os critérios estabelecidos pelo comitê de combate à covid-19. Ainda de acordo com o documento, os Auxiliares de Serviços da Educação Básica (ASB), cujas funções não podem ser desempenhadas em teletrabalho, terão a prestação de serviço suspensa enquanto as escolas permanecerem fechadas, devendo observar orientações posteriores sobre a reposição desses dias. Vale destacar, ainda, que todos os procedimentos relativos à convocação e contratação temporária para atuar na rede estadual de ensino que estão em andamento também devem acontecer em formato remoto. Vagas remanescentes A matrícula dos estudantes pelo Sistema Único de Cadastro Escolar e Encaminhamento para Matrícula (Sucem) está sendo feita de forma remota. O prazo foi ampliado de dois para quatro dias úteis a partir da data do encaminhamento. Todo o processo que antes era presencial, nos municípios em onda roxa, passou a ser realizado por e-mail. Para isso, está disponível no site cadastroescolar.educacao.mg.gov.br a listagem com o e-mail das escolas. Da mesma forma, as unidades de ensino devem divulgar a alunos e pais ou responsáveis o endereço eletrônico para que a documentação da confirmação da vaga seja enviada. Avaliação diagnóstica A aplicação da avaliação diagnóstica para os alunos da rede também teve alteração no calendário. Entre 15 e 26/3, ela será aplicada on-line para estudantes matriculados do 9º ano do ensino fundamental ao 3° ano do ensino médio (regular), além dos alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) médio. Já entre 22 e 31/3, será a vez dos alunos matriculados do 2º ao 8º ano do ensino fundamental (regular) e estudantes da EJA fundamental. Os estudantes que têm acesso à internet farão a avaliação diagnóstica no formato digital: o caderno de prova ficará disponível no aplicativo Conexão Escola 2.0 e também no hotsite Estude em Casa. Já os alunos que não têm acesso à internet receberão os cadernos de testes impressos juntamente com os Planos de Estudos Tutorados (PETs), observando todos os critérios sanitários estabelecidos pelo comitê da covid-19.