Tema de redação do Enem traz à luz organização patriarcal da sociedade

Como em anos anteriores, assunto chama atenção para problema social O tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2023 traz à luz uma questão estrutural da sociedade brasileira: mulheres que cuidam de familiares, de filhos, de companheiros e da casa e que muitas vezes têm duplas ou triplas jornadas diárias sem opção de escolha e sem remuneração ou reconhecimento. Para professores de redação entrevistados pela Agência Brasil, o tema segue a linha de temas anteriores, chamando atenção para uma problemática social. Apesar disso, pode ser bastante desafiador para os candidatos do exame. O tema da redação deste ano é “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”. Ao ler o tema, a professora de língua portuguesa e produção textual do colégio Mopi Tatiana Nunes Camara comemorou: “Eu adorei. Eu acho que é bem interessante porque nós, mulheres, temos realmente tantos trabalhos e não temos reconhecimento nenhum. São tantas mulheres com tantas jornadas de trabalho dentro e fora de casa”, diz. Segundo a professora, o tema é atual e está em linha também com acontecimentos recentes deste ano. Um deles é o lançamento e o sucesso de bilheteria do filme Barbie. O filme discute a organização patriarcal da sociedade em contraposição ao mundo da Barbie, onde as mulheres ocupam a centralidade e os cargos de liderança. O filme, de acordo com a professora, pode servir de repertório para a elaboração do texto. Além disso, o governo brasileiro anunciou este ano a criação de um grupo de trabalho para a elaboração da Política Nacional de Cuidados. A política é voltada para aqueles que cuidam de crianças, de adolescentes, de idosos, de pessoas com deficiência ou com alguma limitação, trabalho majoritariamente realizado por mulheres. Segundo o grupo, as mulheres dedicam ao trabalho de cuidados não remunerado no interior dos seus próprios domicílios em média 22 horas por semana (o dobro do tempo dos homens). “Eu acho que o aluno que estudou, que acompanhou as notícias e toda essa trajetória de assuntos está bem preparado e vai conseguir fazer”, diz Camara. Um dos erros que os estudantes podem cometer é, segundo a professora, questionar se esse trabalho é invisível ou mesmo se é um trabalho. “[O candidato] vai ter que ter cuidado para entender que o tema foca na invisibilidade do trabalho de cuidado. Ou seja, não é para questionar se é ou não invisível. Ele é invisível. Tem que partir de que o Inep já está dizendo que é invisível”. Os estudantes precisam também elaborar uma proposta de intervenção, ou seja, o que é preciso fazer para buscar uma solução para a questão. “A gente pode pensar em subsídios fiscais para empresas contratarem mulheres, em investimento público em creches públicas, porque muitas mães não conseguem trabalhar porque não têm com quem deixar os filhos e na criação de leis que garantam subsídios a essas mulheres cujo trabalho muitas vezes, quase nunca é reconhecido”, diz. Para o professor de língua portuguesa Noslen Borges, da plataforma Clube do Noslen, o tema segue a linha de edições anteriores da prova. “Eu acho que vem dentro do histórico do Enem, que trabalha com problemáticas brasileiras, focando em grupos deixados de lado. Isso faz parte da estrutura do Enem”, diz. Segundo ele, mais do que uma discussão pertinente, é uma realidade há muitos anos não só no Brasil, mas em todo o mundo. “Com certeza esse trabalho invisível é um tema pertinente e profundo, mas não sei o quanto os adolescentes conseguem discutir sobre isso. E que esse tema não fique só no Enem, mas que essa discussão venha para a sociedade”, acrescenta. Segundo o professor, os estudantes devem buscar qualificar a discussão. Citar filmes e livros e situações em que isso acontece pode ser formas de qualificar o texto. Em relação à proposta de intervenção, ele diz que um caminho é propor a criação de leis para que esse trabalho saia da invisibilidade e que as pessoas recebam suporte e mesmo bolsas para essas atividades. A professora de redação da plataforma de estudos Descomplica Roberta Panza diz que é importante os candidatos se aterem ao que está sendo pedido na prova. Um caminho é discutir no texto por que é tão difícil combater a invisibilidade desse trabalho. “É muito importante que o aluno entenda a força da palavra enfrentamento. Estamos falando de combate a uma perspectiva. Tem que refletir por que é tão difícil combater a invisibilidade desse tipo de trabalho”, explica De acordo com Panza, o tema chama atenção não apenas para um recorte de gênero, por ser um trabalho mais realizado por mulheres, mas também para o recorte racial, já que muitas vezes são as mulheres negras que desempenham essas atividades. Outro ponto a ser levado em consideração é que historicamente esse tipo de trabalho é relegado às mulheres, mas as tarefas domésticas poderiam ser feitas por todas as pessoas que moram na casa. Ela aponta ainda como uma das problemáticas que podem ser incluídas no texto o fato de que mudanças poderiam ser feitas por meio de leis, mas as leis são feitas majoritariamente por homens, que são maioria nas casas legislativas. Segundo dados da Câmara dos Deputados, as mulheres ocupam 17,7% das cadeiras da Casa. Enem 2023 Os participantes do Enem 2023 fazem neste domingo as provas de linguagens, redação e ciências humanas. No próximo domingo (12), os candidatos farão as provas de ciências da natureza e matemática. Ao todo, são 180 questões, sendo 45 de cada área do conhecimento. O Exame Nacional do Ensino Médio avalia o desempenho escolar dos estudantes ao término da educação básica. O Enem é a principal porta de entrada para a educação superior no Brasil, por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Programa Universidade para Todos (Prouni) e do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). A nota também pode ser usada para ingresso em universidades no exterior. O Canal Educação transmite neste domingo o programa Caiu no Enem, com a participação ao vivo de professores

Com Zema no governo, número de escolas no meio rural caiu 46%

Representantes de instituições de ensino pedem equiparação entre a educação no campo e as escolas públicas nas cidades. Debate aconteceu em audiência da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, a pedido dos deputados Leleco Pimentel (PT) e Beatriz Cerqueira (PT). De acordo com a pesquisadora da UFMG Maria Isabel Antunes, entre 2019 e 2022, houve a redução de cerca das escolas de ensino fundamental no meio rural, com queda de 5.614 para 3.016 unidades das redes estadual e municipais.

Enem: MG tem novamente a maior pontuação média por escola

Pelo terceiro ano consecutivo, Minas Gerais obteve a maior nota média por escola no Enem. O estado alcançou 561 pontos em 2022, considerando as pontuações das provas objetivas e de redação. Minas Gerais também saiu na frente no ranking das instituições públicas com melhor aprendizado, um avanço em relação a 2020. Segundo o pesquisador Mateus Prado Henfil, um dos responsáveis pelo levantamento, Minas Gerais aparece em três pontos importantes. “Em 2020, 2021 e 2022, Minas foi o estado com a maior nota média por escola do Enem. É agora o estado que tem uma escola pública que não seleciona, ou seja, aquela que não realiza prova para admissão, com a maior nota”, declarou. “Além disso, entre as escolas privadas, Minas tem também uma escola particular com a melhor pontuação. O resultado é muito bom, animador, mas é importante que a gente trabalhe para que esses indicadores aumentem e que usemos os dados para chegar a resultados cada vez melhores”, ressalta Henfil. O levantamento apontou que a região Sudeste detém a maior a maior quantidade de instituições com bom desempenho no Enem. Entre as escolas públicas que não realizam provas de admissão, a Escola Estadual Maurílio Albanese Novaes obteve média de 817 na redação e 625 geral, obtendo o maior destaque. Enquanto Minas manteve o primeiro lugar, São Paulo deixou o top 3 das melhores notas do país e, agora, figura na quarta posição, com uma média de 550. Já o Distrito Federal conseguiu 560 pontos, garantindo o segundo lugar, enquanto o Rio de Janeiro ficou em terceiro com 554 pontos.

Escola municipal de Montes Claros é finalista em prêmio global de sustentabilidade

A Escola Municipal Rozenda Zane Moraes, situada no bairro Planalto, em Montes Claros, foi uma das 35 finalistas do Prêmio de Sustentabilidade Global 2023, promovido pela ArcedTech (ARC), startup educacional de impacto social, com sede em Nova Delhi, na Índia, que fornece soluções de ensino-aprendizagem impressas e digitais para integrar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, Educação Climática e Cidadania Global no currículo escolar, e premia escolas do mundo inteiro pelos seus esforços em prol da preservação do meio ambiente. * Por Jerúsia Arruda A cerimônia de premiação foi realizada à 1 da manhã dessa segunda-feira, 16 (horário de Brasília – 9 horas da manhã no horário de Nova Delhi), no India International Centre, Nova Delhi, quando a escola recebeu uma menção honrosa pela participação. O prêmio é aberto a instituições de Ensino Fundamental e Médio de todo o mundo, proporcionando às escolas uma plataforma para mostrar os seus esforços em prol de um futuro sustentável. A escola montes-clarense concorreu na categoria “Campeão da ESD (Educação para o Desenvolvimento Sustentável)”, que reconhece a excelência na integração da sustentabilidade com todas as áreas da educação. As escolas que concorrem nesta categoria demonstram um compromisso excepcional em cultivar uma geração de cidadãos globais ambientalmente conscientes e socialmente responsáveis. De acordo com a diretora Paloma Dias dos Santos Oliveira, a escola Rozenda Zane apresentou o projeto “Alinhavos: moda sustentável – o futuro do planeta está em seu guarda-roupa”, criado com objetivo de estimular a criatividade dos estudantes, desenvolvendo, dentre outras habilidades, a responsabilidade e a consciência ambiental. “A partir da cultura fast fashion e os seus impactos ambientais, os alunos foram convidados a refletir sobre o processo de produção das roupas, analisando a indústria da moda de forma geral, e a intervir com ideias de sustentabilidade”, explica a diretora. O projeto foi desenvolvido na escola entre março e julho deste ano, de forma interdisciplinar , tendo a moda sustentável como temática central. “Cada professor contribuiu com o seu conteúdo. Português trabalhou com o livro ‘Alinhavos’ e com a oficina de confecção de brinquedos recicláveis e brechó de trocas; Matemática contribuiu com estudo de área e cálculos para confecção das peças; Geografia com a oficina de tapete de retalhos e decoração com materiais reaproveitados, trabalhando conceitos da disciplina; História com o estudo da evolução da moda e o significado das peças ao longo da História; Ciências com a oficina de bijuterias e acessórios a partir do papel e com o estudo do impacto da produção de roupas para o meio ambiente. Inglês e Educação Religiosa trabalharam valores como respeito, solidariedade e amizade na produção das peças”, relata a diretora. As famílias dos estudantes se envolveram em todo o processo, sobretudo na confecção das colchas de retalhos, que foram doadas aos asilos São Vicente de Paula e Casa Santa Ana. Paloma destaca que, através da participação em eventos de impacto, como foi essa premiação, os estudantes conseguem compreender o significado prático dos conteúdos trabalhados em sala. “A participação no prêmio é de grande importância para a valorização dos trabalhos desenvolvidos e para que os estudantes tenham a dimensão do quão significativas são as práticas escolares para sua formação, enquanto cidadãos e para o meio ambiente”, avalia. Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável foram elaborados pelas Nações Unidas em 2015 e adaptados pelos seus 193 países membros para trabalhar em prol de três objetivos: acabar com a pobreza, reduzir a desigualdade e tomar medidas para conter as alterações climáticas. Os objetivos estão interligados e são um apelo para que tomemos medidas para ajudar a resolver os desafios mais sérios que enfrentamos hoje. * Jornalista

Bolsonaro dobrou o analfabetismo no Brasil – Por Altamiro Borges

Estudo divulgado na última terça-feira (10) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) é mais uma prova contundente do desastre promovido pelo “capetão” Jair Bolsonaro em seus quatro anos de trevas. Ele mostra que o “percentual de crianças de sete a nove anos que não sabem ler e escrever passou de 20% para 40%” entre 2019 e 2022, afirma o relatório. Em seu site oficial, o Unicef alertou para “a urgência de priorizar as políticas públicas intersetoriais voltadas para crianças e adolescentes no Brasil, em especial a educação”. “A pobreza vai além da renda, e precisa ser olhada em suas múltiplas dimensões. Estar fora da escola ou sem aprender, viver em moradias precárias, não ter acesso à renda, água e saneamento, não ter uma alimentação adequada e não ter acesso à informação são privações que fazem com que crianças e adolescentes estejam na pobreza multidimensional”, explicou Santiago Varella, especialista em Políticas Sociais do Unicef, em artigo que analisa os dados do relatório “Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil”. 31,9 milhões em situação de pobreza multidimensional Segundo o estudo, em 2022 o Brasil possuía 31,9 milhões de crianças e adolescentes em situação de pobreza multidimensional, ou seja, privadas de um ou mais direitos. O Unicef analisou o acesso a seis direitos básicos: renda, educação, informação, água, saneamento e moradia. “De todas as dimensões analisadas, a que mais piorou no país foi a alfabetização, chamando a atenção para a urgência de políticas públicas coordenadas em nível nacional, estadual e municipal para reverter esse quadro”, alertou Santiago Varella no texto citado. Diante desses números dramáticos, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) postou em suas redes: “O que será que aconteceu com o Brasil de 2019 a 2022 para dobrar o analfabetismo? Uma dica: começa com Jair e termina com Bolsonaro”. Já o site do PT enfatizou: “Com a eleição do presidente Lula, as crianças voltaram a ser prioridade no Brasil. Diante da triste herança deixada por Jair Bolsonaro, o governo lançou, em junho, o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, que vai financiar ações concretas dos estados, municípios e Distrito Federal para a promoção da alfabetização de todas as crianças do país”. “Não há inação” no governo Lula O objetivo desse programa é garantir que 100% das crianças estejam alfabetizadas ao fim do 2º ano do ensino fundamental, conforme a meta 5 do Plano Nacional de Educação. Até 2026, serão investidos R$ 3,6 bilhões na ação. “O governo está investindo também em novas escolas, ampliação do ensino de tempo integral e na garantia de acesso à internet de qualidade”. “Congelada por seis anos nos governos Temer e Bolsonaro, Lula reajustou em até 39% o valor do repasse da merenda no programa que atende 40 milhões de crianças e adolescentes… É também prioridade a retomada das obras de mais de 3,5 mil creches e escolas inacabadas, com a liberação de quase R$ 4 bilhões até 2026, e ampliação da escola em tempo integral. Além de garantir escolas para as crianças, o governo Lula vai levar internet de qualidade para 138,3 mil escolas públicas de todo o país até 2026”, registrou o site do PT. O esforço do novo governo em priorizar crianças e adolescentes inclusive já é reconhecido pelo próprio Unicef. Segundo postagem do site Metrópoles nesta quinta-feira (12), “para o especialista em políticas públicas do órgão, há alguns bons sinais vindos do poder público, seja a priorização de crianças e adolescentes no Plano Plurianual 2024/2027, que estabelece os principais eixos do gasto orçamentário, seja no anúncio de um novo plano nacional de alfabetização, o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. ‘Não há inação, mas a gravidade desse dado deveria suscitar ainda mais investimentos’”.

Unimontes anuncia retorno do seu vestibular, com 2.734 vagas

Instituição oferece ensino gratuito em seu campus-sede em Montes Claros e em mais 11 unidades. Candidatos vão fazer provas por áreas do conhecimento. Por Luiz Ribeiro – EM A Universidade Estadual de Montes Claros (Unimotes) vai retornar com seu vestibular próprio para o preenchimento de vagas nos seus cursos de graduação, que já têm as provas marcadas: 10 de dezembro. Serão preenchidas 2.734 vagas em 70 cursos para o inicio das aulas em 2024 (primeiro e segundo semestres). Mantida pelo Governo do Estado, a Unimontes oferece ensino gratuito com cursos em seu campus-sede e em outras 11 unidades no Norte de Minas, no Noroeste do estado e no Vale do Jequitinhonha. Desde 2015 que a instituição havia suspendido seu processo seletivo tradicional, preenchendo todas as vagas em seus cursos de graduação por intermédio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Sistema de Seleção Unificada-Sisu/MEC. O anúncio do retorno do vestibular próprio foi feito pelo reitor da Unimontes, professor Wagner de Paulo Santiago, em entrevista coletiva, nesta segunda-feira (11/9), juntamente com o vice-reitor, professor Dalton Caldeira Rocha; e a pró-reitora de Ensino da instituição, professora Ivana Ferrante Rebello. O reitor explicou que a Unimontes decidiu pela volta do seu próprio vestibular em atendimento à demanda da comunidade, facilitando o acesso aos seus cursos. “A ideia é a universalização do acesso aos cursos de graduação, mas valorizando a região da sua área de abrangência. A instituição sempre foi conhecida como uma universidade de integração regional. E pretendemos fortalecer essa sua condição cada vez mais”, disse Santiago. Por outro lado, ele informou que 80% das vagas dos cursos de graduação da universidade serão ocupadas por intermédio do seu vestibular próprio e 20% vão continuar sendo preenchidas por meio do Sistema Enem/Sisu/MEC. A entidade estadual mantém seu sistema de reserva de vagas (50%), agora contemplando mais uma categoria: integrantes de comunidades quilombolas, atendidos juntamente com os egressos de escolas públicas, indígenas e negros (de baixa renda) e de portadores de deficiência, passarão a destinar um percentual de vagas para integrantes de comunidades quilombolas (de baixa renda) Provas por áreas do conhecimento Uma novidade anunciada pela direção na “volta” do seu vestibular próprio é que os candidatos aos processo seletivo serão submetidos a provas específicas (múltipla escolha), de acordo com os cursos escolhidos, por áreas de conhecimento: ciências biológicas e da saúde; ciências exatas e tecnológicas, ciências humanas e ciências sociais aplicadas. Por outro lado, os inscritos a todos os cursos da instituição realizarão provas de redação, língua portuguesa, literatura brasileira, língua estrangeira, filosofia e sociologia. Desta forma, os incritos aos cursos de ciências biológicas da saúde (como medicina, por exemplo) realizarão testes específicos de biologia e química e provas comuns a todos os candidatos (redação, portuguesa, literatura brasileira, língua estrangeira, filosofia e sociologia). Os concorrentes à vaga nos cursos das demais áreas do conhecimento vão fazer as seguintes provas específicas: humanas (geografia e história), sociais aplicadas (história e matemática) e exatas e tecnológicas (matemática e física). “O modelo de provas por áreas do conhecimento será adotado como forma de motivar os candidatos a fazer o vestibular”, afirmou Santiago. Livros indicados Os candidatos inscritos para o preenchimento de vagas em todos os cursos de graduação da Unimontes deverão fazer a leitura das obras literárias indicadas para o processo seletivo, que estão relacionadas com a temática “sertão”. Conforme anunciou a pró-reitora Ivana Ferrante Rebello, os livros indicados para o Processo Seletivo 01/2024 da Unimontes são: “Grande sertão: veredas”, de Guimarães Rosa; “Vidas secas”, de Graciliano Ramos; e “A hora da estrela”, de Clarice Lispector A Universidade Estadual de Montes Claros também anunciou como uma das novidades do seu vestibular tradicional a criação do curso de psicologia, de período integral, no campus-sede. Serão preenchidas 70 vagas em 2024 (35 vagas em cada semestre). A Unimontes informou que inscrição para seu vestibular próprio terá um valor simbólico de R$ 10 e que os candidatos que não puderem pagar poderão solicitar o pedido de isenção da cobrança. Período de inscrições As inscrições para o vestibular da instituição estadual deverão ser feitas no período de 25 de setembro a 6 de outubro (candidatos da reserva de vagas) e de 9 de outubro a 3 de novembro (candidatos do sistema universal/ampla concorrência). As inscrições serão feitas pela internet, no site: www.coteps.unimontes.br. As provas do processo seletivo (de múltipla escolha e redação) foram marcadas para o dia 10 de dezembro, com os cursos divididos em dois grupos: 8 às 12 horas (grupo 1) e das 15 às 19 horas (grupo 2). No grupo 1, serão preenchidas 1.329 vagas, e no grupo 2, 1.405 vagas. A reitoria da Unimontes anunciou que as provas do vestibular próprio serão realizadas no campus-sede e nos demais campi da instituição, nos municípios de Almenara, Brasília de Minas, Espinosa, Janaúba, Januária, Montes Claros, Paracatu, Pirapora, São Francisco, Salinas e Unaí.

Ultrapassando fronteiras – Educadores de Montes Claros são premiados na Paraíba

O Município de Montes Claros, através da Secretaria Municipal de Educação, foi premiado como “Parceiro de Sucesso” durante o 18° Seminário Nacional de Educação, promovido pelo Instituto Alpargatas (braço social da Alpargatas, fabricante das famosas sandálias Havaianas). O evento ocorreu no dia 23 de agosto, em João Pessoa, capital da Paraíba, e reuniu educadores de diversas cidades dos estados da Paraíba, Pernambuco e Minas Gerais, que se juntaram para um dia dedicado à disseminação das boas práticas e de estratégias de sucesso em favor da educação. Na oportunidade, as professoras Fernanda Rodrigues, Cássia Cilene Barbosa e Perciliana Rocha dos Santos Lopes, do Sistema Municipal de Ensino de Montes Claros, também foram premiadas com o troféu “Educador Nota 10”. O prêmio condecora professores avaliados como desenvolvedores de práticas pedagógicas inovadoras e criativas que contribuem para a recomposição e a melhoria da aprendizagem escolar, em consonância com a interdisciplinaridade, multiculturalidade, princípios de inclusão, respeito à diversidade, cultura de paz e combate à evasão escolar. Realizado anualmente, o seminário reuniu, no Centro de Convenções de João Pessoa, cerca de 1.700 pessoas, representantes das escolas parceiras do Instituto Alpargatas participantes do Prêmio de Educação, programa que tem por objetivo identificar, valorizar e divulgar experiências de aprendizagem inovadoras e de qualidade em escolas públicas do ensino regular. No seminário foram premiados 26 educadores pelos projetos desenvolvidos no ano letivo de 2022, sendo três de Montes Claros. Professora da Escola Municipal Professora Hilda Carvalho Mendes, Fernanda Rodrigues foi premiada pelo projeto “Procurando um jeito para mudar o mundo? Nós temos 17”, com atividades em consonância com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS/Agenda 2030. Cássia Cilene Barbosa, da mesma escola, venceu com o projeto “O encontro do Uai ao Oxente, um enlace artístico e cultural entre Montes Claros/MG e Carpina/PE”. Já a professora Perciliana Rocha dos Santos Lopes, da Escola Municipal Geraldo Pereira de Souza, foi premiada pelo projeto “Vozes e Cores Especiais”. Rejane Veloso, secretária de Educação da Prefeitura de Montes Claros, também foi homenageada e recebeu o troféu “Parceiros de Sucesso”, reafirmando a parceria entre o Município de Montes Claros e o Instituto Alpargatas. De acordo com a secretária, a Prefeitura e o Instituto são parceiros pela educação desde 2013. “Desde então, foram realizados projetos importantes para o desenvolvimento da aprendizagem dos alunos, além da capacitação e reconhecimento para os nossos educadores. O Instituto Alpargatas é um grande parceiro da gestão municipal no processo de construção de uma educação pública inovadora e o Prêmio Educador Nota 10 se tornou um instrumento de incentivo e valorização profissional”, reconhece. Rejane explica que, a partir das formações que recebem do Instituto, os professores escrevem artigos e desenvolvem projetos que são aplicados nas escolas do município, com todos os alunos sendo envolvidos nas ações. “No final do ano letivo, todo esse trabalho é avaliado por uma banca e em todos esses anos nossas escolas se destacaram e foram premiadas. É realmente motivo de orgulho ver nossos professores serem reconhecidos pelo importante trabalho que realizam e por compartilharem essas experiências com escolas de outros municípios. Somos muito gratos por tudo isso”, ressalta. Ainda segundo a secretária, a parceria do Município com o Instituto Alpargatas foi renovada nesse ano para a continuidade dos programas Educação pelo Esporte e Educação pela Cultura, sistematizados em 100% das escolas municipais. (Ascom PMMC)

Silêncio sobre democratização da mídia pode custar caro – Por Bepe Damasco

Existem vários argumentos plausíveis e racionais para o governo Lula, que vem se notabilizado por inúmeros acertos e realizações, não tratar, neste momento, como prioridade a pauta da democratização das comunicações, uma demanda de grande importância para a sociedade brasileira. É verdade que não é recomendável para um general travar várias batalhas ao mesmo tempo. Sabemos todos também que o governo hoje aposta suas principais fichas, na ampliação de sua base de apoio no Congresso Nacional visando a conclusão da aprovação das novas regras fiscais e da reforma tributária. Até aí, tudo bem. O que incomoda é o mais absoluto silêncio sobre a regulação econômica da mídia, não só por parte do presidente, mas também de seu ministro da Secretaria de Comunicação, bem como de todos seus colegas de Esplanada dos Ministérios. Estranho. Lula passou toda a campanha de 2022 apontando, em entrevistas e comícios, que seu grande arrependimento nos governos anteriores foi não ter investido politicamente na regulação da radiodifusão e demais plataformas de comunicação. Recuando um pouco na história recente do país, no apagar as luzes de seu segundo mandato – no segundo semestre de 2010, para ser preciso -, Lula despachou seu ministro da Secom, o competente e respeitado jornalista Franklin Martins, para fazer um périplo pelos Estados Unidos e Europa e recolher experiências de modelos democráticos de comunicação. Ao todo, Franklin visitou 17 países e, na volta, produziu um anteprojeto de lei entregue a Paulo Bernardo, ministro das Comunicações do então recém-empossado governo Dilma Rousseff. Logo ficou claro, porém, que o trabalho seria engavetado, na medida em que Dilma, com popularidade alta e ainda não sofrendo o cerco criminoso da Lava Jato, passou a disparar platitudes do tipo “a melhor regulamentação da mídia é o controle remoto” ou “prefiro o barulho da democracia que o silêncio da ditadura.” Deu no que deu e o resto é história. Só um campeão da ingenuidade pode supor que o Congresso Nacional mais reacionário e conservador da história, como o atual, seja capaz de enfrentar e contrariar os interesses das nove famílias que controlam a comunicação corporativa no Brasil. Não é isso. Justamente por ser uma luta com possibilidade de vitória só em médio e longo prazo é que os integrantes graduados do governo, incluindo e, principalmente, o presidente, deviam abordar o assunto e assumir esta bandeira, de forma didática, como elemento essencial para a afirmação da democracia no Brasil. Ao simplesmente ignorar a questão, o governo, por tabela, ajuda a fortalecer e consolidar o oligopólio midiático que dá as cartas na comunicação do país. Ah, mas a radiodifusão hoje perdeu importância relativa devido à força da internet e das redes sociais, dirão com razão alguns. Só que são exatamente os sites e portais do cartel da mídia na internet que lideram de forma avassaladora em termos de número de acessos e interação a comunicação virtual. E, se é verdade que a Secom vem apoiando a imprensa contra-hegemônica via publicidade institucional como nunca antes acontecera, segue cevando a Globo e congêneres com verbas publicitárias cada vez maiores. É incrível como o papel da Globo no golpe de 2016 e na caçada e prisão de Lula tenha sido esquecido tão rapidamente. Pior ainda é não considerar que a história pode se repetir, seja como farsa ou tragédia, pedindo vênia ao gênio Karl Marx. Via Blog do Pepe

Montes Claros vai adquirir detectores de metal para equipar escolas municipais

A Prefeitura de Montes Claros está realizando um processo de licitação para atender uma demanda da Secretaria Municipal de Educação que irá beneficiar toda a comunidade escolar. Serão adquiridos detectores de metal que proporcionarão mais segurança nas unidades educacionais da Rede Municipal de Educação e, consequentemente, mais tranquilidade a estudantes, servidores e pais de alunos. De acordo com o processo de licitação, que está disponível no site da Prefeitura de Montes Claros, serão adquiridos 150 detectores de metal portáteis. A iniciativa leva em consideração os diversos episódios que ocorreram no país, recentemente, e entende que as condições de segurança nas escolas merecem uma atenção especial. A compra se dará através de pregão eletrônico exclusivo para a participação de empreendedores individuais, micro e pequenas empresas e que acontecerá no dia 25 de julho pelo endereço eletrônico www.licitacoes-e.com.br.É interessante ressaltar que o vencedor da licitação deverá apresentar, aos técnicos do Município, uma amostra do item oferecido para análise e teste (ao qual poderão comparecer os demais licitantes)

Sindicato convoca professores estaduais a fazerem paralisação por reajuste

Paralisação dos professores é marcada para quarta (5/7) e quinta-feira (6/7) em resposta ao adiamento da votação do projeto de reajuste salarial da educação Por Estado de Minas Os professores da rede estadual de educação de Minas Gerais anunciaram paralisação das atividades para esta quarta (5/7) e quinta-feira (6/7). A categoria tenta pressionar os parlamentares da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) pela aprovação do Projeto de Lei (PL) 822/23, que trata do reajuste salarial da educação. A paralisação foi convocada pelo Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE) em resposta ao adiamento da votação do PL, que altera o piso inicial dos professores estaduais, assegurando uma recomposição desde janeiro deste ano. O texto já foi aprovado no primeiro turno, mas teve a votação do segundo turno suspensa na última quinta-feira (29/6). O Sind-UTE acusa o Governo de Minas e sua base na Assembleia Legislativa de impedir a votação do reajuste de 12,84%. “Nós estaremos paralisados para pressionar pela aprovação do projeto de lei, do reajuste da educação. A educação precisa ser respeitada, e não merece ser tratada como moeda de troca pelo governo do Estado”, disse Denise Romano, coordenadora-geral do Sind-UTE. Na quarta (5/7) e quinta-feira (6/7) os servidores farão um ato em frente à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), na Região Centro-Sul de BH. A reportagem do Estado de Minas procurou o governo do Estado e aguarda um retorno. Impasses O PL altera o piso inicial dos professores estaduais de R$ 2.350,49 para R$ 2.652,22. A categoria, no entanto, ainda reivindica o pagamento do piso nacional dos professores, que teve um reajuste de 15% em relação ao ano passado, saindo R$ 3.845,63 para R$ 4.420,55. Os servidores cobram urgência na aprovação do projeto, já que os salários deveriam ter sidos atualizados seis meses atrás, em janeiro. “Nós queremos os 12,84%, mas vamos continuar na luta pelo nosso piso nacional”, disse a coordenadora-geral do Sind-UTE.