Claudia Sheinbaum é a primeira mulher eleita presidente do México
Sheinbaum toma posse nesta terça-feira, depois de conquistar uma vitória eleitoral histórica Nascida em 1962, em uma família judaica da Cidade do México, Sheinbaum é cientista, formada em física pela Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), com doutorado em engenharia energética. Ela se destacou em sua carreira acadêmica e como colaboradora do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2007. Na política, Sheinbaum é membro do partido de esquerda Morena, fundado por Andrés Manuel López Obrador (AMLO), que encerra agora o mandato presidencial. Ela foi prefeita da Cidade do México de 2018 a 2023, enfrentando desafios como a pandemia de covid e questões de infraestrutura. Eleita presidente com aproximadamente 60% dos votos, sua vitória é histórica Sua presidência promete dar continuidade às políticas de bem-estar social de AMLO, embora enfrente desafios como a violência relacionada ao narcotráfico e questões econômicas complexas.
Lula destaca fragilidades da ONU na solução de conflito na Palestina e Ucrânia
Em entrevista em Nova York, Lula condenou o genocídio causado por Netanyahu e rebateu críticas de Zelensky. O presidente ainda defendeu o papel do Brasil no debate energético Em coletiva de imprensa realizada em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou temas fundamentais de sua participação na Assembleia Geral da ONU e reafirmou a posição do Brasil na defesa de uma renovação urgente das Nações Unidas. A coletiva, marcada por um tom firme e esperançoso, reflete o esforço de Lula em fortalecer o Brasil não apenas internamente, mas também no cenário diplomático global, promovendo diálogo e inclusão como bases de seu governo. Durante o discurso inicial, Lula destacou a importância de se adaptar a organização às mudanças geopolíticas e aos desafios globais atuais, que são muito diferentes daqueles de 1945, quando a ONU foi fundada. “Quando a ONU foi criada, eram 51 países. Hoje são 193. A geopolítica de hoje é diferente da geopolítica de 1945. O que estamos defendendo é uma nova conformação geopolítica para que todos os continentes estejam representados”, afirmou o presidente, reiterando a necessidade de reformar o Conselho de Segurança, inclusive com a eliminação do direito de veto. O líder do G20 também respondeu com firmeza sobre críticas do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, criticou o premier israelense Benjamin Netanyahu pela escalada da guerra na região e ainda pontuou os motivos de suas reuniões com agências de risco e a exploradora de petróleo americana Shell. Conflitos globais e a falta de governança Lula chamou atenção para a falta de governança global, que, segundo ele, tem permitido a multiplicação de conflitos no mundo. Referindo-se à guerra entre Rússia e Ucrânia, bem como aos recentes conflitos no Oriente Médio, Lula observou que, apesar de decisões e debates na ONU, nenhuma solução concreta foi implementada. “A ONU teve força para criar o Estado de Israel, mas agora não tem força para criar o Estado Palestino. Precisamos de uma solução diplomática, e o Brasil tem insistido em discutir a paz”, disse ele, ressaltando os esforços de seu governo em buscar o diálogo entre as partes envolvidas, como a atuação de Celso Amorim, assessor especial da presidência, em negociações com Rússia, China e Ucrânia. Extremismo e defesa da democracia Outro ponto destacado pelo presidente foi a preocupação com o avanço do extremismo, que, segundo ele, tem encontrado apoio na indústria de desinformação e fake news, que se tornou um negócio lucrativo em várias partes do mundo. Para Lula, a ascensão da extrema-direita coloca em risco a própria democracia, sistema que ele considera o mais extraordinário de governo. “Convocamos uma reunião com presidentes democratas para discutir a revitalização da democracia e o surgimento da extrema-direita. Precisamos entender onde a democracia errou para permitir que esse extremismo ganhasse força”, afirmou Lula, em referência ao evento organizado em conjunto com o presidente Pedro Sánchez, da Espanha, também à margem da Assembleia Geral da ONU. Brasil e a transição energética Além dos desafios diplomáticos e políticos, Lula ressaltou as oportunidades que o Brasil tem na área de energia renovável. Com 90% de sua matriz energética já baseada em fontes renováveis, o país tem, segundo ele, o potencial de liderar a transição energética global, destacando o papel do etanol, biodiesel e a expansão da energia solar e eólica. “O Brasil tem condições de ser um exemplo para o mundo, com a energia mais limpa do planeta. Não vamos desperdiçar essa chance”, declarou, lembrando que o país já mistura etanol à gasolina há 50 anos e está ampliando o uso de biodiesel. Crescimento econômico e inclusão social Com otimismo, Lula comentou o crescimento da economia brasileira e a recuperação da confiança de investidores, além dos esforços para reduzir a desigualdade social e erradicar a fome. Ele celebrou as recentes conquistas, como a retirada de milhões de pessoas da linha da pobreza e a aprovação de reformas importantes no Congresso Nacional, como a reforma tributária. “Quando voltei à presidência, o Brasil tinha 33 milhões de pessoas passando fome. Já conseguimos tirar 24 milhões dessa situação, e até o final do meu mandato quero que todas as crianças tenham café da manhã, almoço e jantar”, comprometeu-se o presidente. Lula condena genocídio causado por Netanyahu e critica inação global Durante a coletiva de imprensa, o presidente Lula condenou veementemente a escalada de violência no Líbano e as ações de Israel, classificando a situação como um genocídio. Questionado pela jornalista da agência turca Anadolu, sobre o alto número de mortes de civis e os planos de uma ofensiva terrestre israelense, Lula expressou preocupação profunda com o agravamento da crise humanitária. “É importante lembrar que no Líbano o total de mortes já chega a 620 pessoas, o maior número desde a guerra civil que durou de 1975 a 1990”, destacou Lula. Ele também mencionou o impacto devastador sobre mulheres e crianças: “Morreram 94 mulheres e 50 crianças, além de 10 mil pessoas que foram forçadas a abandonar suas casas.” Lula ampliou sua análise, apontando que, na Cisjordânia ocupada, a violência já resultou em mais de 5.700 feridos e a morte de 160 crianças. Para o presidente, a comunidade internacional tem sido omissa, e as resoluções da ONU têm sido ignoradas pelo governo de Israel, liderado por Benjamin Netanyahu. “Houve várias tentativas de cessar-fogo aprovadas no Conselho de Segurança da ONU, mas Israel não as cumpre”, afirmou. Ele defendeu que a ONU precisa ser fortalecida para que tenha poder de tomar decisões e garantir a implementação de acordos de paz. Lula não poupou críticas ao apoio internacional a Israel, pedindo que os países que sustentam o governo Netanyahu façam mais para conter o que chamou de genocídio na Faixa de Gaza. “Nós estamos lutando para melhorar a qualidade de vida no planeta, enquanto seres humanos continuam a se matar. Isso não faz sentido”, concluiu o presidente. Diplomacia e o papel do Brasil no debate energético Durante a coletiva, Lula também foi questionado sobre o encontro recente com representantes da Shell, que demonstraram interesse na exploração de petróleo na margem equatorial
Xandão intima Musk no próprio X e ameaça tirar rede do ar em 24h
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), intimou na noite desta quarta-feira (28) o bilionário Elon Musk, dono do X (antigo Twitter). A intimação foi feita por meio de uma postagem no perfil do STF na própria rede social. No documento, Moraes determinou que a empresa indique um representante legal no Brasil em 24h, “sob pena de imediata suspensão das atividades” caso a decisão não seja cumprida. No dia 17 de agosto, a conta Global Government Affairs do X acusou Moraes de ameaçar de prisão seus funcionários e, diante disso, anunciou o encerramento de suas operações no Brasil. No comunicado, a empresa informou que “para proteger a segurança de nossa equipe, tomamos a decisão de encerrar nossas operações no Brasil, com efeito imediato”, e alegou que as decisões do magistrado seriam “incompatíveis com um governo democrático”. No início do mês, a plataforma já havia divulgado um ofício do ministro que determinava o bloqueio de perfis suspeitos de disseminar conteúdo antidemocrático. Entre os alvos da decisão estavam o senador Marcos do Val (PL-ES) e a esposa do ex-deputado Daniel Silveira (PL-RJ), Paola Daniel. No novo despacho, Moraes afirmou que o X “deixou de atender a determinação judicial” de bloqueio dos perfis, e apontou que a representante da plataforma estava tentando evitar a intimação para cumprir a decisão.
Nova pesquisa nos EUA aponta vantagem de Kamala sobre Trump
A estratégia do ex-presidente, desde a saída de Joe Biden da disputa, consiste em lançar ataques pessoais contra a adversária Uma nova pesquisa eleitoral divulgada neste domingo (18) pelo The Washington Post-ABC News-Ipsos aponta uma ligeira vantagem de Kamala Harris sobre Donald Trump em intenções de voto para as eleições presidenciais norte-americanas. Vice-presidente está quatro pontos percentuais à frente do republicano. Kamala aparece com 49% das intenções de voto, enquanto Trump tem 45%. A margem de erro é de 2,5%, segundo o The Washington Post-ABC News-Ipsos. Joe Biden e Donald Trump empatados. Pesquisa simulou um cenário de disputa entre o atual presidente e o republicano, em que ambos empatam, com 46% das intenções de voto. Em outra simulação com um terceiro candidato, diferença entre Kamala e Trump é de 3 pontos percentuais. Em um cenário com Robert F. Kennedy Jr., a vice-presidente aparece com 47%, Trump com 44%, e Kennedy Jr. com 5%. Já no início de julho, no mesmo cenário, mas considerando o atual presidente como o candidato democrata da disputa, Trump aparecia com 43%, Biden com 42%, e Kennedy com 9%. Outras pesquisas de intenção de voto indicam que as eleições serão acirradas nos chamados “swing states”. Os “estados roxos” são aqueles sem predominância de vitórias republicanas ou democratas ao longo da história e considerados decisivos na escolha da presidência. Hamas acusa Netanyahu de ‘obstruir’ acordo de cessar-fogo em Gaza Satisfação do eleitorado Eleitores estão ‘mais satisfeitos’ com Kamala. Um sinal de como a mudança na candidatura de Biden para Kamala impactou o eleitorado norte-americano é demonstrado em outros resultados da pesquisa do The Washington Post. Em julho, quando a disputa ainda era entre Biden e Trump, 28% dos eleitores em geral se disseram satisfeitos com a escolha por um dos candidatos. neste domingo (18), entre Harris ou Trump, 44% dizem estar satisfeitos. Mudança climática: outro tema de Trump para aumentar a desinformação sobre Kamala Harris Maior mudança ocorreu entre os democratas. No mês passado, 20% dos democratas disseram estar satisfeitos com a escolha entre Biden e Trump. Agora, com Kamala como candidata do partido, 60% dos democratas expressam satisfação com a escolha diante do atual cenário. Kamala em campanha Vice-presidente está viajando pela Pensilvânia neste domingo (18). Estado é considerado chave para as eleições presidenciais de novembro. Na sequência, ela segue para Chicago, para participar de uma convenção partidária inaugural que contará com medidas de segurança rigorosas. A democrata de 59 anos, que reacendeu as esperanças de vitória contra Donald Trump após a desistência de Joe Biden, percorre o “swing state” (estado indeciso) de ônibus, segundo informações da agência de notícias AFP. Espera-se que ao menos 50.000 pessoas compareçam à terceira maior cidade dos EUA para apoiar a candidata durante a próxima semana. No período, ela contará com um forte esquema de segurança que mobilizará 2.500 policiais locais, conforme informado pelo Partido Democrata à AFP. Demonstração de apoio aos trabalhadores. A candidata democrata e seu companheiro de chapa, o governador de Minnesota Tim Walz, querem mostrar seu apoio à classe trabalhadora da Pensilvânia, onde o atual presidente venceu apenas por uma pequena margem sobre Trump em 2020. Kamala apresentou programa econômico focado em apoiar a classe média. Na última sexta-feira (16), ela divulgou planos de créditos fiscais para famílias com recém-nascidos ou ajuda para comprar uma casa, ainda de acordo com a AFP. Candidato republicano retornou no sábado (17) à Pensilvânia. Foi no estado que ele sofreu um atentado durante um comício, em julho. Na ocasião mais recente, Trump afirmou sobre Kamala, a quem descreve como “comunista”: “Ela está louca”. Ataques pessoais durante a campanha. Até aqui, a estratégia do ex-presidente, desde a saída de Joe Biden da disputa, consiste em lançar ataques pessoais contra a adversária, que é quase 20 anos mais jovem e atualmente lidera nas últimas pesquisas de intenção de voto.
Eleições nos EUA: sai Biden, entra Kamala. O que muda?
Um dos grandes problemas de Biden era a dificuldade de capitalizar politicamente sobre os dados positivos da economia, nomeadamente as baixas taxas de desemprego, e de dissociar-se dos dados negativos, nomeadamente a inflação A desistência de Joe Biden de concorrer à reeleição em novembro próximo obrigou o Partido Democrata a encontrar um novo candidato à presidência dos Estados Unidos. De certa forma, a decisão de Biden foi uma surpresa, dado que, depois do atentado contra Donald Trump, a pressão para que desistisse de concorrer quase havia desaparecido nas fileiras do Partido Democrata. Dadas as dificuldades, a esta altura, de organizar novas eleições primárias competitivas para a escolha de um novo candidato, a escolha natural foi a atual vice-presidente Kamala Harris. Kamala Harris beneficiou-se da teimosia de Biden, pois se tivesse havido uma eleição primária competitiva com Biden fora da disputa, dificilmente ela seria a candidata escolhida. Como afirmou Maquiavel, o príncipe precisa de sorte e virtude. Sorte ela já teve; é preciso saber se terá a virtude necessária para ganhar a eleição. Diante de um pleito vicioso alimentado pelo medo e aversão, Kamala precisa oferecer esperança para os Estados Unidos. Filha de imigrantes – pai jamaicano e mãe indiana – Kamala Harris fez uma carreira política de sucesso na California, onde ocupou o cargo de procuradora geral antes de ser eleita senadora e vice-presidente. Kamala tem, a seu favor, o fato de ser relativamente jovem tanto em relação a Biden quanto em relação a Trump. Também pode lhe trazer novos apoios o fato de ser mulher e ser negra. No espectro político é considerada uma política de centro em seu estado, a California. Mas como afirmou a Economist (27/7) “Um centrista da costa oeste não é um centrista nos estados decisivos que ela deve vencer”. É considerada mais à esquerda do que Biden, mas não a ponto de alarmar a elite conservadora norte-americana. Na verdade, tanto o Partido Democrata quanto o Partido Republicano partilham de visões comuns em temas realmente importantes para o establishment norte-americano, nomeadamente no ponto que mais lhes interessa que é a política externa. A China é o saco de pancadas preferido tanto de democratas quanto de republicanos. Caso eleita, certamente não haverá mudanças substanciais na política externa dos Estados Unidos em relação a temas relevantes como o apoio americano para Ucrânia, Israel e Taiwan, bem como à política de confrontação com a China e a Rússia. Pesquisas realizadas logo após sua confirmação como a nova candidata do Partido Democrata indicam que a vantagem anterior de Donald Trump em relação a Biden diminuiu. Algumas, inclusive, já apontam Kamala à frente. A vantagem de Trump que vinha sendo mantida há meses em relação a Biden, reforçada pela tentativa frustrada de assassinato, aparentemente desapareceu. No show midiático que são as eleições nos Estados Unidos, a renúncia de Biden e a indicação de Kamala para substituí-lo ofuscaram completamente o episódio do atentado frustrado contra Trump, que desapareceu do noticiário e, aparentemente, da cabeça dos eleitores. É preciso, contudo, estar atento às peculiaridades do sistema eleitoral norte-americano. Como afirmou Joe Ravitch em artigo na Economist (22/7/2024), “Mais importante ainda, o estranho sistema eleitoral da América significa que a maioria dos resultados da votação estadual são predeterminados e os resultados das eleições dependerão de um pequeno número de estados indecisos, como Michigan, Pensilvânia, Arizona, Geórgia e Wisconsin. A chave para os democratas é nomear uma chapa que possa conquistar eleitores independentes e insatisfeitos nesses estados, não ganhar mais votos nos estados azuis profundos nas costas. Uma chapa nova e de alta energia contrastará fortemente com um plutocrata envelhecido cujas posições do partido sobre o aborto e uma série de outras questões substantivas são profundamente impopulares”. Nesse sentido, a escolha do candidato a vice-presidente em cada uma das chapas é importante. No caso da chapa democrata, muitos defendiam que o candidato a vice deveria sair de um desses “estados-pêndulo”, o que apontava para Josh Shapiro, governador da Pensilvânia, Mark Kelly, senador do Arizona, Tony Evers, governador de Wisconsin ou a governadora do Michigan, Gretchen Whitmer. A escolha, contudo, recaiu sobre o governador de Minnesota, Tim Walz. A escolha de Tim Walz foi elogiada pela maioria dos comentaristas, embora haja dúvidas se ajudará tanto Kamala eleitoralmente. Segundo Perry Bacon Jr. (Washington Post), “O governador de Minnesota, Tim Walz, é uma ótima escolha para vice na chapa de Kamala Harris, trazendo sagacidade legislativa e política e uma nova perspectiva para a composição. O único aspecto negativo: não está claro se esse movimento ajudará Harris tanto assim eleitoralmente.” (Estadão, 06/08/2024). Ainda segundo Bacon Jr., “Walz também trará uma nova perspectiva tanto à campanha quanto à Casa Branca se ele e Harris forem eleitos. Em um partido dominado por advogados e moradores de áreas urbanas, o governador de Minnesota vem das cidades pequenas de Nebraska e foi professor de estudos sociais para alunos do ensino médio e treinador de futebol americano antes de entrar na política”. O argumento a favor da escolha de Walz em detrimento dos outros candidatos foi de que há pouca evidência de que candidatos à vice-presidência façam muita diferença, mesmo em seus Estados-natais. Mas em uma eleição tão apertada com esta, pequenas diferenças podem ser decisivas. Um dos grandes problemas de Biden, afora a desconfiança do eleitorado sobre sua capacidade física e mental de levar a bom termo um segundo mandato que iniciaria já aos 81 anos, era a dificuldade de capitalizar politicamente sobre os dados positivos da economia, nomeadamente as baixas taxas de desemprego, e de dissociar-se dos dados negativos, nomeadamente a inflação. Os preços nos Estados Unidos estão em média 20% acima dos níveis de quando Biden assumiu a presidência. E isso é um problema que as pessoas sentem todos os dias quando vão ao supermercado, o que tornou Biden um candidato impopular. A expectativa dos estrategistas de campanha do Partido Democrata é que seja mais fácil para Kamala se dissociar dos problemas econômicos. Segundo Colby Smith e James Politi, do Financial Times, “A provável candidata democrata já está adotando
Israel anuncia estado de alerta máximo e intensifica diplomacia depois de atentados
Corpo diplomático israelense tenta contornar situação de alta tensão após atentados em Teerã e Beirute. Ataque iraniano deve ocorrer nos próximos dias. O governo de Israel deve enviar nos próximos dias uma delegação para o Cairo, capital do Egito, para retomar negociações de um cessar-fogo na Faixa de Gaza, onde as Forças de Defesa de Israel (FDI, na sigla em inglês) já assassinaram mais de 38 mil vidas palestinas. O gesto diplomático ocorre dias após o governo de extrema direita de Benjamin Netanyahu lançar dois ataques “esmagadores”, segundo as palavras do premiê, que têm alto poder de deflagrar uma guerra regional de maiores proporções e riscos para a população do Oriente Médio. Nesta quarta (31), o líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, um dos quadros mais importantes do grupo de resistência palestina, foi morto em Teerã, na capital do Irã, após participar da cerimônia de posse do novo presidente do país, Masoud Pezeshkian. Haniyeh foi recebido como chefe de Estado e estava na primeira fileira entre as principais autoridades do ato. Segundo apuração do jornal britânico The Telegraph, agentes do Mossad, o serviço secreto de Israel, corromperam dois membros da Guarda Revolucionária do Irã (IRGC, na sigla em inglês), responsáveis por plantar as bombas na residência em que o líder de Hamas foi morto, em Teerã. Os dois agentes da IRGC fugiram do Irã após implantar as bombas, e as detonaram do exterior. O atentado contra a vida de Haniyeh em Teerã ocorreu menos de 12 horas após um bombardeio aéreo de alta precisão matar Fuad Shukr em Beirute, capital do Líbano. Fuad era considerado o número dois do Hezbollah, grupo islâmico que atua no país situado na fronteira norte de Israel. Nesta sexta (2), o Hezbollah operou sua primeira reação ao atentado contra Shukr lançando cerca de 60 foguetes do sul do Líbano em direção a Galileia Ocidental, norte de Israel. De acordo com o exército israelense, 15 deles foram interceptados em um ataque considerado de menores proporções, uma demonstração pequena do que o Irã e o chamado Eixo da Resistência (grupos armados muçulmanos, financiados pelos persas) irão deflagrar nos próximos dias em resposta aos dois ataques israelenses. Apesar do apelo a diplomacia, deflagrado por Tel Aviv, o clima de hostilidade já está deflagrado Oriente Médio. Tanto entre as lideranças políticas, quanto em meio a população de países de maioria árabe. No Irã, enquanto o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, prometia publicamente uma punição severa a Israel pela morte do “querido hóspede”, uma multidão foi as ruas em Teerã, nesta sexta (2), para se despedir de Haniyeh. O próprio Khamenei esteve presente no funeral e rezou sobre o caixão do líder da resistência palestina. O funeral de Haniyeh também contou com a presença de representantes de várias facções palestinas, grupos da diáspora, diplomáticos e cidadãos de muitos países. Mais tarde na sexta, ele foi sepultado no cemitério real de Lusail, ao norte da capital, Doha (Catar). Funerais simbólicas foram organizadas para o líder palestino em vários países muçulmanos, incluindo Iémen, Jordânia, Líbano e Turquia. A tensão e o risco da eclosão de uma guerra regional é tão grande que fez com que os Estados Unidos, maior parceiro de Israel, agisse para conter os anônimos entre as partes e dissimular o Irã de uma ofensiva de larga escala. Ainda na última quinta (1°), o presidente Joe Biden disse que o assassinato não ajuda Israel alcançar um cessar-fogo na guerra em Gaza. “Isso não ajuda”, disse Biden aos repórteres na noite de quinta. O puxão de orelha público em Netanyahu, no entanto, ficou por aí mesmo, já que o Pentágono anunciou o envio do porta-aviões USS Abraham Lincoln, navios contratorpedeiros e cruzadores com capacidade militar contra mísseis. Israel ainda ganhou reforço no sistema de defesa aéreo, com um esquadrão de caças norte-americanos adicionais. A ideia é neutralizar a resposta iraniana através de um elevado mecanismo de defesa.
Maduro vence a extrema direita na Venezuela com 51,2% dos votos
Com 80% das urnas já apuradas, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou que Nicolás Maduro venceu as eleições na Venezuela. O órgão afirma que, com esse percentual de urnas contadas até o momento, a vitória de Maduro é considerada “irreversível”. De acordo com o CNE, Maduro conquistou 51,2% dos votos até agora, enquanto o candidato da oposição, Edmundo González, obteve 44,2%. A oposição ainda não se manifestou. De acordo com o Conselho, um total de 21 milhões 620 mil 705 eleitores venezuelanos no país e 228 mil eleitores residentes no exterior foram habilitados a exercer o seu direito de voto, nos mais de 15.000 centros de votação distribuídos por todo o país. O dia da eleição começou às 06h00 locais (10h00 GMT) e terminou às 18h00 (22h00 GMT). As eleições contaram com amplo apoio internacional, com participantes de todo o mundo, incluindo observadores estrangeiros do Centro Carter dos Estados Unidos, do Conselho de Peritos Eleitorais da América Latina, do Painel de Peritos da ONU e outros. Entre os milhares de acompanhantes estão políticos, acadêmicos, parlamentares, intelectuais, jornalistas e personalidades da América Latina, Caribe, Europa, África, América do Norte e Ásia.
Joe Biden desiste de candidatura à reeleição nos EUA; veja comunicado
Não há nenhuma informação a respeito de quem irá substitui-lona disputa com Donald Trump O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, informou neste domingo (21) que desistiu da candidatura à reeleição. O comunicado foi feito nas redes sociais. Não há nenhuma informação a respeito de quem irá substitui-lo na disputa com Donald Trump. No comunicado publicado no X, Biden disse que vai cumprir o mandato até janeiro de 2025. O presidente vinha sendo pressionado a abandonar corrida eleitoral desde o fim de junho, quando teve mau desempenho no primeiro debate presidencial. Além disso, a idade avançada de Biden, que está com 81 anos, também vinha sendo questionada pelos eleitores. As eleições dos EUA acontecem em 5 de novembro. A Convenção Nacional Democrata, que vai oficializar o candidato do partido que vai disputar a Casa Branca, será entre 19 de agosto e 22 de agosto. Veja, abaixo, o comunicado publicado por Biden: Meus companheiros americanos, Nos últimos três anos e meio, fizemos grandes progressos como Nação. Hoje, a América tem a economia mais forte do mundo. Fizemos investimentos históricos em reconstruir nossa nação, na redução dos custos de medicamentos prescritos para idosos e na expansão cuidados de saúde acessíveis a um número recorde de americanos. Fornecemos cuidados extremamente necessários a um milhão de veteranos expostos a substâncias tóxicas. Aprovou a primeira lei de segurança de armas em 30 anos. Nomeada a primeira mulher afro-americana para a Suprema Corte. E passou mais legislação climática significativa na história do mundo. A América nunca esteve melhor posicionados para liderar do que estamos hoje. Sei que nada disso poderia ter sido feito sem vocês, povo americano. Juntos nós superamos uma pandemia que ocorre uma vez a cada século e a pior crise econômica desde a Grande Depressão. Protegemos e preservamos a nossa democracia. E nós revitalizamos e fortalecemos nossas alianças em todo o mundo. Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente. E embora tenha sido minha intenção de buscar a reeleição, acredito que é do interesse do meu partido e do país para mim renunciar e concentrar-me exclusivamente no cumprimento dos meus deveres como Presidente durante o resto do meu prazo. Falarei à Nação ainda esta semana com mais detalhes sobre minha decisão. Por enquanto, deixe-me expressar minha mais profunda gratidão a todos aqueles que trabalharam tanto para me ver reeleito. Quero agradecer à vice-presidente Kamala Harris por ser uma parceira extraordinária em todos Este trabalho. E deixe-me expressar meu sincero apreço ao povo americano pela fé e confiança que você depositou em mim. Acredito hoje no que sempre acreditei: que não há nada que a América não possa fazer quando o fazemos junto. Só temos que lembrar que somos os Estados Unidos da América.
Primeira pesquisa após ataque indica empate entre Trump e Biden
Uma pesquisa presidencial da Ipsos/Reuters divulgada na terça-feira (16) indica que o ex-presidente Donald Trump e o presidente Joe Biden estão empatados dentro da margem de erro. O republicano conta com 43% das intenções de voto, enquanto o democrata aparece com 41%. O levantamento da Ipsos foi realizado entre os dias 14 e 16 de julho, com 1.202 adultos, incluindo 992 eleitores registrados. A margem de erro é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. O estudo é o primeiro conduzido pelo instituto após o atentado contra Trump, ocorrido no sábado (13), na Pensilvania, durante comício. Segundo a agência Reuters, os números sugerem que a tentativa de assassinato do ex-mandatário “não causou grande mudança no sentimento do eleitor”. BREAKING: 🇺🇸 Former President Donald Trump shot at rally. pic.twitter.com/SnQe62Vu4d — Watcher.Guru (@WatcherGuru) July 13, 2024 A pesquisa também revelou que quatro em cada cinco norte-americanos temem que os EUA estejam saindo do controle após o atentado contra Trump. De acordo com a pesquisa, 84% dos eleitores estão preocupados com possíveis atos de violência após a eleição. Além disso, 5% dos entrevistados afirmaram que consideram aceitável cometer violência para alcançar um objetivo político. Entre os republicanos registrados para votar, 65% acreditam que Trump é favorecido pelo poder divino, comparado a 11% entre os democratas. Outros levantamentos Outras duas pesquisas realizadas após o atentado também mostram uma ligeira vantagem para Trump. Na pesquisa da Morning Consult, Trump tem 46% contra 45% de Biden. Já no levantamento da 3W Insights, encomendado pelo Partido Democrata, Trump tem vantagem de 47% a 43%. Uma média das pesquisas mais recentes, feita pelo jornal “The New York Times”, aponta que Trump tem 47% das intenções de voto, enquanto Biden tem 45%.
Alemanha proíbe revista de extrema-direita de circular
O Ministério do Interior da Alemanha proibiu a revista extremista de direita Compact, conforme anunciado na terça-feira. As autoridades realizaram buscas em propriedades ligadas à revista nos estados de Brandemburgo, Hesse, Saxônia e Saxônia-Anhalt, visando confiscar ativos e evidências. A proibição também se estende à subsidiária Conspect Film, impedindo a continuidade de suas atividades. A revista, dirigida por Jürgen Elsässer, tem uma tiragem de 40.000 exemplares e opera um canal de vídeo online, Compact TV, além de uma loja de produtos. “É um porta-voz central da cena extremista de direita, incitando o ódio contra judeus, imigrantes e nossa democracia parlamentar”, disse a ministra do Interior, Nancy Faeser. A AfD, partido de extrema direita, criticou a proibição como um “golpe sério à liberdade de imprensa”. Em 2020, Facebook e Instagram removeram as contas da revista por discurso de ódio. A nova medida demonstra que o governo alemão está agindo contra incendiários intelectuais que fomentam o extremismo e a violência. Um vídeo que circula nas redes sociais mostra policiais fechando uma das instalações da revista. Confira: Alemanha acusa revista de direita de 'propagar ódio' e fecha todas as suas instalações "Decidi hoje proibir a revista de extrema-direita COMPACT-Magazin. É um dos principais porta-vozes da extrema-direita" na Alemanha, declarou a ministra do Interior, Nancy Faeser. A polícia… pic.twitter.com/w8e8EWnaKh — Fernanda Salles (@reportersalles) July 16, 2024