“Fala de Lula sacudiu o mundo e pode resolver a questão em Gaza”, diz Celso Amorim

Assessor do presidente afirma que declaração “desencadeou um movimento de emoções” A declaração recente do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na qual comparou a situação em Gaza ao genocídio de Adolf Hitler contra os judeus, “sacudiu o mundo e desencadeou um movimento de emoções que pode ajudar a resolver uma questão que a frieza dos interesses políticos foi incapaz de solucionar”, afirmou Celso Amorim à Folha de S.Paulo. A observação feita pelo presidente, durante uma coletiva de imprensa na Etiópia, provocou reações imediatas de autoridades israelenses e de organizações judaicas no Brasil. Celso Amorim, principal conselheiro de Lula em assuntos diplomáticos e atual Assessor Especial da Presidência para Assuntos Internacionais, enfatizou o impacto emocional das palavras do petista, que, segundo ele, poderiam estimular esforços internacionais para encontrar uma solução. A declaração veio em resposta a perguntas sobre a decisão do Brasil de continuar apoiando financeiramente a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA). Vários países haviam interrompido a ajuda à organização depois que Israel acusou alguns de seus funcionários de envolvimento em um ataque terrorista do Hamas contra civis israelenses. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os judeus”, declarou Lula na ocasião. No entanto, suas declarações foram recebidas com forte crítica de Israel, levando à declaração de Lula como persona non grata e a uma reprimenda entregue ao embaixador do Brasil em Tel Aviv, Frederico Meyer. Em resposta às ações de Israel, o governo brasileiro convocou o embaixador Meyer para consultas. Amorim condenou o tratamento dado ao embaixador Meyer como um “espetáculo humilhante”, descrevendo-o como sem precedentes e afetando toda a nação. O Brasil também foi ao Tribunal de Haia denunciar Israel por crimes contra os direitos humanos. Segundo o jornalista Jamil Chade, do Uol, a delegação do Itamaraty apontou que as ocupações e violações praticadas pelo país sionista “não podem ser aceitas ou normalizadas pela comunidade internacional”. O governo ainda chamou os atos israelenses de “ilegais” e equivalente a uma “anexação”
Na ONU, EUA vetam proposta de cessar-fogo em Gaza pela 3ª vez

Nesta terça-feira (20), os Estados Unidos exerceram seu veto pela terceira vez consecutiva em uma proposta de resolução do Conselho de Segurança da ONU relacionada ao genocídio de Israel contra palestinos que vivem na Faixa de Gaza. O veto bloqueou a exigência de um cessar-fogo humanitário imediato, levantando preocupações sobre o impasse no conflito que já dura semanas. 3 membros do conselho votaram a favor do texto apresentado pela Argélia, enquanto o Reino Unido se absteve, evidenciando uma divisão na comunidade internacional sobre as ações a serem tomadas para conter a violência na região. O veto dos EUA frustrou os esforços de aprovação da resolução, que buscava estabelecer um cessar-fogo imediato para proteger civis e permitir a prestação de ajuda humanitária. O embaixador da Argélia na ONU, Amar Bendjama, destacou a importância do apoio à vida dos palestinos ao defender a resolução. Ele argumentou que votar contra a proposta significaria endossar a violência e a punição coletiva infligida aos palestinos na região. Um voto a favor desse projeto de resolução é um apoio ao direito dos palestinos à vida. Por outro lado, votar contra implica um endosso à violência brutal e à punição coletiva infligida a eles”, disse Bendjama ao conselho antes da votação. Por sua vez, a embaixadora dos EUA na ONU, Linda Thomas-Greenfield, expressou preocupação de que a resolução proposta pudesse prejudicar as negociações em andamento entre os EUA, Egito, Israel e Catar, que buscam intermediar um acordo de paz e a libertação dos reféns mantidos pelo Hamas em Gaza. Thomas-Greenfield enfatizou a importância de não atrapalhar essas negociações sensíveis com a adoção de uma resolução que poderia ter um impacto negativo sobre as mesmas. No entanto, os EUA propuseram um projeto alternativo de resolução pedindo um cessar-fogo temporário e se opondo a uma grande ofensiva terrestre de Israel em Rafah, sugerindo uma “abordagem mais equilibrada” para resolver o conflito. Este novo projeto ecoa a linguagem utilizada pelo presidente Joe Biden em suas recentes conversas com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. O projeto de resolução dos EUA destaca o apoio a um cessar-fogo temporário em Gaza, baseado na libertação de todos os reféns, e pede o levantamento de barreiras à assistência humanitária. No entanto, a resolução rejeitada redigida pela Argélia não vinculava o cessar-fogo à liberação de israelenses levados à Gaza, exigindo separadamente uma trégua humanitária imediato e a libertação incondicional de todos os reféns, de ambos os lados.
Defesa do Estado palestino motivou ataque a Lula, diz embaixador

Agência Brasil conversou com o representante da Palestina no Brasil Para o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Alzeben, as reações contrárias à declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que comparou a ação de Israel em Gaza às mortes de judeus na Segunda Guerra Mundial, são injustas e motivadas pela defesa que o governo brasileiro tem feito da criação imediata de um Estado Palestino. “Essa campanha [contra Lula] iniciou, indiretamente, porque Lula está defendendo um reconhecimento imediato do Estado da Palestina como membro pleno da ONU [Organização das Nações Unidas]. Isso é o que está por detrás de toda esta campanha, e Netanyahu falou bem categórico que não vai aceitar a existência de um Estado palestino”, afirmou Alzeben, em entrevista à Agência Brasil. Para o embaixador palestino, como o governo de Israel rejeita essa solução, ele tem atacado o presidente Lula. “Ele [Netanyahu] não vai aceitar nenhuma intervenção de uma influência exterior. Ele não quer negociar com os palestinos. Ele está matando os palestinos e não quer que ninguém intervenha nesse assunto”, concluiu. Na semana passada, Netanyahu disse que Israel continuará a se opor ao “reconhecimento unilateral de um Estado palestino”. Para o premier, tal reconhecimento representaria uma recompensa ao ataque do Hamas de 7 de outubro. No plano internacional, o Brasil defende um Estado palestino “economicamente viável convivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas, que incluem a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital”. O embaixador Alzeben acrescentou ainda que as reações contra a fala de Lula tem relação com outras bandeiras defendidas pelo atual governo brasileiro. “Ele está sendo atacado não somente por esta posição a favor da Palestina, mas também por todo o conjunto de bandeiras dignas que ele está levantando desde que assumiu o poder”, acrescentou Injustiça O diplomata palestino considerou que a reação contrária à fala do presidente é injusta porque Lula condenou o nazismo, Hitler e o holocausto. “Ele condenou, clara e publicamente, Hitler e o nazismo. Sua posição também se solidariza com os judeus que foram submetidos ao genocídio. Este genocídio que nós condenamos e que todos com consciência viva devem condenar”, completou. Alzeben disse ainda apreciar a posição do Brasil em relação ao conflito, posição esta que consolida Lula como símbolo internacional. “A posição do Brasil atual está, digamos, ao mesmo nível de muitos outros países, entre eles, a África do Sul, que se juntam contra a barbárie, se juntam contra o genocídio e que se juntam pela paz justa e paz viável entre palestinos e israelenses para viver em harmonia.” Entenda o caso Em entrevista coletiva durante viagem oficial à Etiópia, o presidente brasileiro classificou as mortes de civis em Gaza como genocídio, criticou países desenvolvidos por reduzirem ou cortarem a ajuda humanitária na região e disse que “o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus”. “Não é uma guerra entre soldados e soldados. É uma guerra entre um Exército altamente preparado e mulheres e crianças”, disse Lula. A declaração gerou fortes reações do governo israelense. O primeiro-ministro de Israel, Benjamim Netanyahu, disse que a fala “banaliza o Holocausto e tenta prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender”, escreveu o premier em uma rede social
Netanyahu reage a fala de Lula sobre holocausto e convoca embaixador

Presidente brasileiro classificou as mortes em Gaza como genocídio O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, respondeu neste domingo (18) às declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com críticas às operações israelenses na Faixa de Gaza e ao corte de ajuda humanitária a habitantes da região. Netanyahu disse que a fala feita por Lula equivale a “cruzar uma linha vermelha”, referindo-se a trecho da declaração de Lula, feita durante viagem oficial à Etiópia. Em entrevista coletiva, o presidente brasileiro classificou as mortes de civis em Gaza de “genocídio”, criticou países desenvolvidos por reduzirem ou cortarem a ajuda humanitária na região e disse que “o que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum momento histórico. Aliás, existiu quando Hitler resolveu matar os judeus.” “As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Trata-se de banalizar o Holocausto e de tentar prejudicar o povo judeu e o direito de Israel se defender”, escreveu o premiê israelense em sua conta verificada na rede social X. Ele acrescentou que determinou a convocação do embaixador do Brasil em Israel para uma dura conversa de reprimenda. O ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, também publicou no X que a fala de Lula foi “vergonhosa” e confirmou a convocação do embaixador brasileiro para esclarecimentos. A declaração do presidente causou reação de entidades como a Confederação Israelita no Brasil (Conib), que divulgou nota repudiando a comparação e na qual diz que a declaração do presidente é uma “distorção perversa da realidade”. “Os nazistas exterminaram 6 milhões de judeus indefesos na Europa, somente por serem judeus. Já Israel está se defendendo de um grupo terrorista que invadiu o país, matou mais de mil pessoas, promoveu estupros em massa, queimou pessoas vivas e defende em sua carta de fundação a eliminação do Estado judeu”, continua o texto da Conib. A Federação Árabe Palestina no Brasil, por sua vez, comentou a declaração de Netanyahu e sugeriu que “talvez seja hora de cortar relações com o Israel”.
Lula critica países por corte de ajuda humanitária à Palestina

Presidente garantiu que o Brasil fará novo aporte de recursos O presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, criticou neste domingo (18) os cortes na ajuda humanitária à Palestina anunciado nas últimas semanas por diversos países. Em viagem à Etiópia, o líder brasileiro voltou a classificar como “genocídio” as ações militares perpetradas por Israel na Faixa de Gaza. “Não é uma guerra entre soldados e soldados. É uma guerra entre um exército altamente preparado e mulheres e crianças”, lamentou Lula. O presidente garantiu que o Brasil fará novo aporte de recursos para ações humanitárias na região. Mais de 10 países – entre eles Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Itália, Suíça, Irlanda e Austrália – chegaram a suspender repasses para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês). A entidade, ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), é a maior responsável por ações humanitárias implementadas na Faixa de Gaza. Os cortes foram anunciados após Israel denunciar o envolvimento de alguns funcionários da entidade nos ataques realizados pelo grupo palestino Hamas no sul do país, em outubro do ano passado. O governo israelense também defendeu que a UNRWA fosse extinta e substituída por outras agências. Por sua vez, a entidade anunciou o afastamento dos acusados, mas criticou a suspensão dos repasses financeiros. O chefe da UNRWA, Phillipe Lazzarine, pontuou que as alegações envolvem um grupo pequeno de funcionários. Ele também destacou que as vidas das pessoas na Faixa de Gaza dependem das contribuições internacionais, sem as quais diversas comunidades ficarão desamparadas. “A UNRWA é a espinha dorsal da resposta humanitária e a tábua de salvação de milhões de refugiados em toda a região”, escreveu nas redes. Ações Entre os serviços sociais desenvolvidos pela entidade estão a construção e administração de escolas, abrigos para desalojados e clínicas médicas. Ela também é responsável por distribuição de alimentos. Além disso, a UNRWA é um importante contratante de mão de obra em uma região que conta com boa parte da população desempregada. “Quando eu vejo países ricos anunciarem que estão parando de dar contribuição para a questão humanitária aos palestinos, eu fico imaginando qual é o tamanho da consciência política dessa gente e qual é o tamanho do coração solidário dessa gente que não está vendo que na Faixa de Gaza não está acontecendo uma guerra, mas um genocídio. Se tem algum erro dentro de uma instituição que recolhe dinheiro, puna-se quem errou. Mas não suspenda ajuda humanitária para um povo que está há tantas décadas tentando construir o seu Estado”, criticou Lula. O presidente brasileiro disse que os valores do novo aporte brasileiro ao UNRWA ainda serão definidos. Ele cobrou que as lideranças mundiais assumam um comportamento responsável em relação ao ser humano. “O que está acontecendo na Faixa da Gaza com o povo palestino não existiu em nenhum momento histórico. Aliás existiu quando Hitler resolveu matar os judeus. E você vai deixar de ter ajuda humanitária? Quem vai ajudar a reconstruir aquelas casas que foram destruídas? Quem vai devolver a vida das crianças que morreram sem saber porque estavam morrendo?”, questionou. Na quinta-feira (15), após a Irlanda anunciar a retomada das contribuições, o chefe da UNRWA, Phillipe Lazzarine, agradeceu o país pelas redes sociais. Ele conclamou outras nações a seguirem pelo mesmo caminho. “Quatro meses em uma guerra brutal. O custo para os civis é inimaginável. 5% da população de Gaza já sofreu mortes, ferimentos ou separação. 17 mil crianças arrancadas dos pais. A fome se aproxima. A ajuda desesperadamente necessária não está indo para Gaza. Uma ação urgente é crucial para travar este crescente desastre humanitário. Não há substituto para o papel do UNRWA na ausência de uma solução política genuína. Afirmar o contrário não só coloca em risco a vida de pessoas desesperadas, mas também compromete as possibilidades de uma transição bem sucedida”, escreveu. Estado Palestino Lula disse que além de garantir nova contribuição humanitária, o Brasil vai defender na ONU que o Estado palestino seja reconhecido definitivamente como Estado pleno e soberano. O presidente brasileiro também voltou a se posicionar a favor de uma reforma na ONU, ampliando as participações no Conselho de Segurança e extinguindo o direito de veto mantido por Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido. “O que acontece no mundo hoje é falta de instância de deliberação. Nós não temos governança. Eu digo todo dia: a invasão do Iraque não passou pelo Conselho de Segurança da ONU. A invasão da Líbia, a invasão da Ucrânia e a chacina de Gaza também não passaram. Aliás, as decisões tomadas pela ONU não foram cumpridas. Nós estamos esperando para humanizar o ser humano. O Brasil está solidário ao povo palestino. O Brasil condenou o Hamas e não pode deixar de condenar o que o exército de Israel está fazendo”, finalizou. Agência Brasil
Pacote ultraliberal – Milei sofreu a primeira derrota no Congresso da Argentina

É a primeira vez que um texto já aprovado em plenário na Câmara dos Deputados volta à instância inicial no Legislativo No dia em que chegou a Israel para apoiar os ataques do governo de Benjamin Netanyahu contra a população palestina, o presidente argentino Javier Milei sofreu a primeira derrota parlamentar de seu mandato. Na noite desta terça-feira (6), a chamada Lei Ônibus, pacote ultraliberal que é o principal projeto do governo, voltou à estaca zero em sua tramitação, sem prazo para ser novamente apreciada pelos deputados argentinos. Com a derrota, Milei já marca seu nome na história: é a primeira vez que um texto já aprovado em plenário na Câmara dos Deputados volta à instância anterior. O pacote, com mais de 300 medidas de recorte neoliberal que Milei busca implementar desde dezembro do ano anterior, teve seu texto base aprovado na última sexta-feira (2) e foi para votação nesta terça-feira (6). Também não há registro na história argentina de que o primeiro projeto de lei de uma gestão tenha sido derrubado pelo próprio partido governista. O pedido para que o projeto retrocedesse ao estágio inicial foi feito pelo deputado Oscar Zago, líder do governo na Câmara dos Deputados, após acompanhar os principais artigos da Lei Ônibus serem derrubados na votação, em particular aqueles que tratam da reforma do Estado. Antes que os tópicos que tratam das privatizações no país sofressem o mesmo destino, Zago se antecipou e pediu o retorno da Lei Ônibus ao estágio de comissões, que representa a estaca zero da tramitação. “Há compromissos que não foram cumpridos”, disse o parlamentar do partido governista Liberdade Avança. Em Israel desde terça-feira, Milei sentiu o golpe e partiu para o ataque contra os parlamentares que votaram contra o projeto, os quais ele classificou como “delinquentes”. “A casta política, como nós chamamos esse conjunto de delinquentes que querem uma Argentina pior e que não estão dispostos a ceder seus privilégios, começaram a desmantelar nossa lei de Bases e Pontos de Partida”, disse em coletiva de imprensa em Israel, após se reunir com Netanyahu. Brasil de Fato
Putin disse a Tucker Carlson que não é Biden quem governa os Estados Unidos

Segundo o líder russo, presidente americano seria apenas a fachada para a real estrutura de poder O presidente russo Vladimir Putin afirmou ao jornalista estadunidense Tucker Carlson que o presidente Joe Biden não está governando os Estados Unidos. Ao ser questionado sobre quem manda, ele respondeu: “As mesmas forças que sempre o comandaram. Você pode mudar de presidente, mas não muda aqueles que estão no poder real. É com isso que temos que lidar. Joe Biden é apenas uma fachada para esta estrutura de poder.” Este é um primeiro trecho que vem sendo divulgado da entrevista feita em Moscou por Carlson e que irá ao ar neste fim de semana. It took 2 years for one self-employed American journalist to interview Russian President Putin to hear the other side. US mainstream media is occupied by military-spy complex. Good job, Tucker Carlson. Only wish you were sensible like this re: China. pic.twitter.com/r49jDhbVqw — S.L. Kanthan (@Kanthan2030) February 7, 2024
Ataques israelenses aprofundam crise humanitária em Gaza

O genocídio prossegue, apesar das recomendações da Corte Internacional de Justiça Prensa Latina – Os bombardeios israelenses mataram ou feriram neste domingo (28) dezenas de palestinos em Gaza, onde a crise humanitária se aprofunda após o deslocamento forçado de milhares de pessoas da cidade de Khan Yunis para Rafah, localizada mais ao sul. A agência de notícias oficial Wafa informou que vários cidadãos perderam a vida neste domingo após ataques de aeronaves e artilharia contra várias áreas de Khan Yunis. Depois de devastar o norte do enclave costeiro, as forças israelenses iniciaram há algumas semanas uma ofensiva terrestre contra Khan Yunis, que está sob fogo desde então. Nos últimos dias, estações de televisão árabes mostraram imagens de dezenas de milhares de civis fugindo de Khan Yunis em direção a Rafah, uma cidade já sobrecarregada pelo número de refugiados que acolhe. Milhares de pessoas que fugiram dos combates chegaram à superlotada Rafah, onde as pessoas dormem nas ruas e em acampamentos inundados por esgoto, informou a rede de notícias Al Jazeera. A aviação israelense também atacou o bairro de Tal Al-Hawa, a sudoeste da cidade de Gaza, nas últimas horas, causando mortos e feridos, embora os números exatos sejam desconhecidos até o momento devido à incapacidade das equipes de resgate em chegar ao local.
Estados Unidos realizam segundo ataque em ofensiva contra os Houthis no Iêmen

Forças Armadas estadunidenses afirmam que atingiram uma instalação de radar do grupo Pelo segundo dia consecutivo, os Estados Unidos atacaram o Iêmen em nova ofensiva contra o grupo rebelde Houthis. De acordo com comunicado das Forças Armadas estadunidenses, o alvo deste bombardeio foi uma instalação de radar do grupo, que foi atingida por mísseis de cruzeiro Tomahawk, na madrugada deste sábado (13) – noite de sexta-feira no Brasil. Já um canal de televisão ligado aos Houthis informou, na manhã deste sábado (13), que os Estados Unidos e o Reino Unido lançaram uma série de ataques contra a capital do Iêmen. Este é o segundo ataque contra o grupo iemenita em 24 horas. Na madrugada da sexta-feira (12), uma ofensiva dos EUA com apoio do Reino Unido bombardeou instalações do grupo rebelde. A ação foi uma retaliação a ataques coordenados pelos Houthis a navios mercantes aliados de Israel no Mar Vermelho. Segundo cálculos do Pentágono, foram atingidos quase 30 alvos no primeiro ataque. A Folha de S. Paulo informou, neste sábado (13), que uma autoridade americana declarou sob anonimato à CNN que este segundo ataque foi uma ação isolada dos EUA e não contou com apoio dos aliados, a exemplo do Reino Unido. Além disso, explicou que o alcance da ação foi menor do que a da sexta-feira (12). Após o ataque ocidental, os Houthis prometeram uma reposta feroz. Em um discurso gravado, o porta-voz militar Yahya Saree afirmou que os ataques não ficariam sem respostas. Outro integrante importante do grupo, Hussein al-Ezzi, declarou que os EUA e aliados devem “suportar todas as terríveis consequências desta agressão flagrante”. Em Saná, capital do Iêmen, e em diversas cidades do país, como Al Hudaydah, milhares de pessoas se reuniram para protestar contra os ataques. As lideranças políticas locais afirmavam que os bombardeios ocidentais “são terrorismo”. Desde novembro, o grupo iemenita tem realizado ataques contra navios comerciais de países aliados de Israel, uma ação militar em solidariedade aos palestinos. Em dezembro, os EUA lideraram a criação de uma coalizão para proteger o tráfego marítimo na região dos ataques dos Houthis.
Globo, Estadão e Folha atacam Lula por endosso à ação de genocídio contra Israel

MÍDIA E FASCISMO – Em editoriais uníssonos, Globo, Estadão e Folha ecoam a versão da máquina de propaganda sionista, de que as críticas ao ataque desumano que pretende dizimar o povo palestino, são parte do “antissemitismo contemporâneo”. Globo e Estadão assumiram a frente da máquina de propaganda sionista. Em editoriais uníssonos publicados nesta sexta-feira (12), iniciaram ataques ao presidente Lula que, após encontro com o embaixador da Palestina em Brasília, Ibrahim Alzeben, anunciou que o Brasil endossa a ação movida pela África do Sul na Corte Criminal Internacional (ICC, na sigla em inglês). O documento acusa Israel de cometer genocídio contra os Palestinos na ofensiva na Faixa de Gaza. O Tribunal de Haia, como é conhecida a corte, iniciou nesta quinta-feira (11) o julgamento da ação, com a exposição de representantes sul-africanas. Nesta sexta-feira, a defesa do Estado sionista de Israel vai apresentar as suas alegações para o assassinato de mais de 23 mil palestinos – 70% deles mulheres e crianças – em pouco mais de três meses da invasão de Gaza. Em editorial no jornal O Globo, a família Marinho – que controla o grupo de comunicação – classifica como “lastimável” a adesão de Lula à ação e faz eco à propaganda sionista, de que as críticas à ação cruel e desumana das Forças de Defesa de Israel no território palestino tratam de “antissemitismo”. “Ao atender ao pedido do embaixador palestino no Brasil, Lula viola a tradição de equilíbrio da diplomacia brasileira, banaliza uma acusação que só deveria ser feita com a maior parcimônia, em atitude que fortalece a vertente mais insidiosa do antissemitismo contemporâneo”, diz o texto. Os editoriais d’O Globo e do Estadão parecem até mesmo terem sido combinados ao usar os argumentos da propaganda sionista e lembrarem que o termo genocídio foi cunhado justamente para definir a perseguição de Adolph Hitler aos judeus na Alemanha nazista. “A palavra foi cunhada justamente para descrever o crime dos nazistas contra judeus e outras minorias. Foi descrita na Convenção do Genocídio de 1948 como tipo penal definido por atos cometidos “com a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso”. Só indivíduos são julgados por genocídio, jamais um país”, diz O Globo, defendendo ainda que a ação deveria ser proposta no “Tribunal Penal Internacional, que Israel não reconhece”. “Ciente de que a acusação de “genocídio” contra Israel é voz corrente entre a militância esquerdista no Brasil e no mundo, Lula adere ao exagero retórico na expectativa de parecer um humanista, sem se preocupar muito com as consequências práticas de seus atos e palavras em relação aos interesses do Brasil que ele governa”, ecoa o Estadão. Já a Folha diz, de forma contundente, que “genocidas foram os nazistas contra judeus e outras minorias na 2ª Guerra Mundial, o Império Otomano contra armênios em 1915 e 1916 e hutus contra tutsis em Ruanda em 1994”, abstendo os sionistas pelo genocídio recorrente contra os palestinos, que começou já durante a ocupação na região. De forma mais branda que seus asseclas, a Folha diz que o “Brasil erra ao deixar equidistância na guerra; saída de Netanyahu seria melhor”, defendendo a deposição do premiê extremista de Israel, Benjamin Netanyahu. “Além de ser o pivô da radicalização religiosa da política em seu país, ele chefia o gabinete humilhado pela penetração desimpedida de milhares de terroristas em Israel”, diz o jornal da família Frias. Para justificar que “um país” não pode ser julgado por genocídio, O Globo tem o disparate de dizer que “o Exército de Israel diz adotar cuidados para poupar civis e garantir o fluxo de auxílio humanitário” e defender a versão sionista que diz que “já comprovou o uso de hospitais e escolas como instalações militares pelo Hamas”. Na explanação nesta quinta-feira no Tribunal de Haia, os representantes da África do Sul destacam justamente os ataques em hospitais “com tudo o que continham, incluindo bebês” e cita o comportamento deplorável dos militares israelenses, visto em vídeos nas redes sociais, e de seus comandantes, que defendem a aniquilação dos palestinos e a incorporação de Gaza a Israel, como é previsto pelos sionistas antes mesmo da criação do Estado. “O exército israelense celebra a destruição de vilas e cidades, e os soldados filmam cenas de bombardeio e destruição de casas, vilas e cidades, e querem instalar assentamentos sobre as ruínas dos palestinos”, disse um dos representantes da África do Sul Via Revista Fórum