Lula diz que Putin e Zelensky não querem paz e que discurso de Biden não ajuda

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que tanto Vladimir Putin, presidente da Rússia, como Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia, não demonstram interesse em dialogar sobre a pacificação da guerra no país do leste europeu e que, além disso, o discurso do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, “não ajuda” a instauração de uma mesa de negociações. As declarações ocorreram na noite deste domingo 21, a jornalistas, no Japão, após a sua passagem pela cúpula do G7, grupo que reúne Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. Segundo o petista, havia uma reunião bilateral marcada com Zelensky, mas, apesar de sua equipe ter aguardado no local marcado, o presidente da Ucrânia não compareceu. Em uma coletiva de imprensa posterior, o homólogo ucraniano disse que não tinha espaço na agenda para Lula. “Eu tinha uma bilateral com a Ucrânia aqui nesse salão às 15h15. Nós esperamos, e aí, recebemos a informação de que eles tinham atrasado. Enquanto isso, eu atendi o presidente do Vietnã, e quando o presidente do Vietnã foi embora, a Ucrânia não apareceu”, relatou. “Certamente, teve outro compromisso e não pôde vir aqui.” Segundo Lula, o encontro com o primeiro-ministro vietnamita, Pham Minh Chinh, durou uma hora, e mesmo assim a Ucrânia não se fez presente. O presidente brasileiro também declarou que não foi informado sobre a razão do cancelamento da reunião bilateral. “Eu não fiquei decepcionado. Eu fiquei chateado, porque eu gostaria de encontrar com ele e discutir o assunto. Por isso que eu marquei aqui no hotel. Apenas isso. Veja, o Zelensky é maior de idade, ele sabe o que faz”, disse Lula. Lula afirmou que não há um projeto de pacificação pronto para solucionar a questão ucraniana e que essa iniciativa só será possível com a interrupção do conflito armado. “Os dois não querem. Eu estou dizendo para você que o Celso Amorim foi lá, foi na Rússia, depois foi na Ucrânia, e o Celso Amorim falou: por enquanto, eles não querem conversar sobre paz“, contou Lula. “Ninguém vai querer se render. Negociação não é negociação. E vai ter um momento que vai querer negociação.” O presidente brasileiro também criticou o discurso de Biden em relação à guerra. “Ontem, vocês viram o discurso do Biden. O discurso do Biden é de que tem que ir para cima do Putin até ele se render, pagar tudo o que estragou… Esse discurso não ajuda. Na minha opinião, esse discurso não ajuda. O que ajuda é um discurso de: gente, vamos sentar primeiro?“, afirmou. Lula também disse não saber se um possível acordo deveria prever que a Ucrânia ceda territórios à Rússia e disse cogitar que o país europeu consiga, a partir de um acordo, recuperar a totalidade das áreas invadidas. O presidente brasileiro propôs ainda que a Organização das Nações Unidas antecipe a data de realização da Assembleia Geral, prevista para setembro deste ano, para julho. Ele defendeu que a ONU seja o espaço para a discussão sobre a resolução do conflito, e não o G7 ou no G20. Em discurso aos líderes presentes no G7, Lula havia pregado uma reforma no Conselho de Segurança da ONU que permita a inclusão de novos membros permanentes. Atualmente, o grupo é composto por Estados Unidos, Rússia, França, Reino Unido e China. Neste ano, o Brasil preside a parte rotativa do bloco.
Índia vira potência industrial à base da superexploração do trabalho

No centro do pacote de retrocessos está a proposta de elevar a jornada de trabalho, na contramão das tendências em curso mundo afora. * Por André Cintra A transformação da Índia numa potência industrial pode ser marcada por dois fenômenos: o ritmo acelerado das transformações no parque industrial indiano e as tentativas de explorar cada vez mais os trabalhadores. Nos dois casos, o objetivo é o mesmo: qualificar a Índia como uma alternativa à China – uma aspiração que os Estados Unidos e seus aliados ocidentais já não escondem. Reportagem publicada pela Dow Jones na semana passada aponta que há uma espécie de força-tarefa internacional em curso conhecida como “China plus one” (“China mais um”). Em poucas palavras, trata-se da ideia de criar um “novo ‘chão de fábrica do mundo”. A vantagem da Índia em relação a outras nações é óbvia: “a força de trabalho e um mercado interno comparável em tamanho ao da China”. Neste ano, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), a população indiana chegou a 1,428 bilhão de habitantes, ultrapassou a chinesa e se tornou a maior do Planeta. A CNN, com base em dados da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico), agrega: “Em 2021, a população em idade ativa da Índia era de mais de 900 milhões e deve atingir 1 bilhão na próxima década”. Nesse aspecto, os indianos são imbatíveis. Mas não é só. Empresários reclamam que as políticas trabalhistas e sociais promovidas pelo Partido Comunista na China, com valorização de salários e direitos, elevaram os custos do setor produtivo. Além disso, em troca de investimentos e condições privilegiadas, o governo Xi Jinping passou a pressionar as empresas a transferirem tecnologia. Os prolongados – e necessários – lockdowns promovidos no território chinês para conter a pandemia de Covid-19 igualmente assustaram as multinacionais. O que fazer, então, para não pôr “todos os ovos em um único cesto na China”, conforme metaforiza um executivo da Vestas Assembly India, filial da megafabricante dinamarquesa de turbinas eólicas? A resposta: estimular a concorrência. “Muitos países estão competindo para ser o ‘mais um’, com Vietnã, México, Tailândia e Malásia em uma disputa intensa”, sustenta a Dow Jones. Só que a Índia, para além de fatores populacionais, parece contar com a disposição do conjunto da classe dominante para legalizar a superexploração do trabalho. Nas palavras eufêmicas e descaradas da Dow Jones, “o governo de Nova Déli vem se esforçando para tornar o ambiente de negócios mais amigável do que no passado”. Em uma de suas últimas “cartas semanais”, o historiador indiano Vijay Prashad, diretor-geral do Instituto Tricontinental de Pesquisa Social, elencou projetos e medidas que têm levado a Índia a promover o desmonte da legislação trabalhista. No centro desse pacote de retrocessos está a proposta de elevar a jornada de trabalho, na contramão das tendências em curso mundo afora. Diz Prashad: “Em toda a Índia, há um debate em andamento sobre a revisão dos limites da jornada de trabalho. Um projeto de lei no estado de Tamil Nadu procurou emendar a Lei das Fábricas, de 1948, que permitiria às fábricas aumentar a jornada de trabalho de 8 para 12 horas. Na Assembleia Estadual de Tamil Nadu, o ministro do governo, CV Ganesan, disse que o estado – que tem o maior número de fábricas na Índia – precisava atrair mais investimentos estrangeiros, o que seria mais fácil se a indústria pudesse ter ‘horários de trabalho flexíveis’. Protestos liderados por sindicatos e pela esquerda frearam o governo, apesar de contrapor-se à pressão do lobby empresarial (o Vanigar Sangangalin Peramaippu). Em fevereiro, um projeto de lei semelhante foi aprovado no estado vizinho de Karnataka. ‘A Índia está competindo com todo o mundo para atrair investimentos’, disse o ministro de Eletrônica, Tecnologia da Informação e Biotecnologia, CN Ashwath Narayan; ‘Só quando você tem leis trabalhistas flexíveis, os investimentos podem ser atraídos’.” Segundo o historiador, o conceito de “flexibilidade” remete o movimento sindical do país à “liberalização do mercado de trabalho” iniciada em 1991 e marcada pela retirada de direitos. Em resposta, o Comitê Sindical de Campanha Nacional, em parceria com as chamadas Organizações Sindicais Centrais, organizou nada menos que 22 greves gerais desde então. Na última, em março de 2022, cerca de 200 milhões de trabalhadores cruzaram os braços. A exemplo do discurso adotado no Brasil às vésperas da reforma trabalhista (2017) e da primeira campanha de Jair Bolsonaro à Presidência da República (2018), procuraram vender aos trabalhadores indianos a falácia de que, para haver mais empregos, era necessário cortar direitos. Tanto lá como cá, a desregulamentação avançou, mas sem a contrapartida de mais postos de trabalho. O “caminho da Índia” tem contentado a burguesia global. A Dow Jones cita o exemplo da cidade de Sriperumbudur, que já era referência na produção de automóveis e eletrodomésticos. Agora, a essas empresas se somam “corporações multinacionais que fabricam de painéis solares e turbinas eólicas a brinquedos e calçados, todas em busca de uma alternativa à China”. A Índia deve se converter no segundo maior mercado mundial de turbinas ainda nesta década. O sucesso dessa estratégia, no entanto, ainda depende de uma mudança comportamental na Índia, alicerçada num processo de êxodo rural de longo prazo. “A escassez de mão-de-obra começa a aparecer em centros industriais indianos, segundo autoridades locais e empresas. Isso porque, ao contrário da China, muitos trabalhadores relutam em mudar para longe de onde nasceram para procurar emprego”. Por fim, no país mais populoso do mundo, “a força de trabalho continua em grande parte pobre e não qualificada”, ao mesmo tempo em que “a infraestrutura é pouco desenvolvida”. A complacência do governo indiano com a pauta ultraliberal das multinacionais pode até atrair mais indústrias de ponta – mas à custa de um trabalho exponencialmente precarizado. * Jornalista Fonte: Vermelho
Lula parabeniza Santiago Peña, eleito novo presidente do Paraguai

Santiago Peña após votar nas eleições do Paraguai. (Foto: Daniel Duarte/AFP) O presidente Luiz Inácio Lula da Silva parabenizou o novo presidente do Paraguai, Santiago Peña, por sua vitória nas eleições deste domingo (30). O economista de 44 anos é o novo presidente do Paraguai, após vencer as eleições de um único turno contra Efraín Alegre, o candidato da coalizão de esquerda. O novo presidente do Paraguai vai assumir o cargo a partir do dia 15 de agosto, em um mandato de cinco anos. Santiago é do Partido do Colorado, que comanda o país há mais de 70 anos, e foi eleito com 42,67% dos votos. Em sua conta no Twitter, Lula desejou boa sorte em seu mandado, e pediu para que ambos trabalhassem juntos, para relações cada vez melhores entre seus países e uma América do Sul unida. Parabéns ao presidente eleito do Paraguai @SantiPenap pela vitória nas eleições. Boa sorte no seu mandato. Vamos trabalhar juntos por relações cada vez melhores e mais fortes entre nossos países, e por uma América do Sul com mais união, desenvolvimento e prosperidade ???????????????? — Lula (@LulaOficial) May 1, 2023
Índia ultrapassa China e agora é a maior nação; saiba quais são os dez países mais populosos do mundo

Imagem de mercado em Mumbai, na Índia, em 17 de março de 2023 — Foto: Rajanish Kakade/AP China perdeu o posto de país com maior população desde o começo da contagem da Organização das Nações Unidas, ONU, iniciada em 1950. Brasil está na sétima posição. A Índia está ultrapassando a China em tamanho de população ainda neste mês de abril, de acordo com projeção da Organização das Nações Unidas (ONU). Será a primeira vez que os chineses deixarão de ser a nação mais populosa do mundo. A data exata da mudança ainda não foi divulgada, mas a ONU confirmou ao g1 que ela aconteceu “algum momento” deste este mês. A estimativa da ONU contabiliza 1,428 bilhão de habitantes na Índia e 1,425 bilhão na China. As Nações Unidas contabilizam as populações dos países desde 1950 — desde então, a China sempre foi apontada como o país mais populoso. Uma nova campeã: Índia passa a China e se torna o país mais populoso do mundo E a distância de China e Índia para os outros países é grande. O terceiro colocado no ranking populacional são os Estados Unidos, com cerca de 334 milhões de pessoas, aproximadamente 23% da quantidade dos dois primeiros da lista. Já o Brasil aparece na sétima colocação, com cerca de 216 milhões. Com Índia e China no topo, confira a lista dos dez países com as maiores populações do mundo, segundo estimativa da ONU: Índia: 1,428 bilhão; China: 1,425 bilhão; Estados Unidos: 334,6 milhões; Indonésia: 281,6 milhões; Paquistão: 232,9 milhões; Nigéria: 220,5 milhões; Brasil: 216,4 milhões; Bangladesh: 169,3 milhões; Rússia: 146,1 milhões; México: 132,7 milhões. A mudança no topo do ranking pode ser compreendida pelo envelhecimento da população chinesa, que também teve seu crescimento estagnado nas últimas décadas — um dos fatores foi a política do filho único, implementada pelo governo chinês nos anos 1980. Enquanto isso, a Índia caminha no sentido contrário. A população é jovem se comparada à chinesa, com uma taxa de fertilidade anual mais alta e uma queda na mortalidade infantil desde os anos 1990.
Brasil e Espanha assinam três acordos e Lula defende em Madri o “G20 da Paz”

Presidente brasileiro encontrou o premiê espanhol Pedro Sánchez durante o encerramento de visita à Europa – Lula e Pedro Sánchez, no Palácio da Moncloa, em Madrid – Ricardo Stuckert/PR O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, concederam coletiva de imprensa nesta quarta-feira (26) em Madri e participaram de cerimônia de assinatura de acordos nas áreas de educação, trabalho e ciência e tecnologia. Os líderes falaram sobre a guerra na Ucrânia e as negociações por um acordo entre Mercosul e União Europeia. A íntegra dos acordos pode ser conferida neste link. O documento prevê um “intercâmbio sobre o processo que se realizou, no final de 2021, para a revisão da reforma trabalhista na Espanha” e também a “criação do grupo de trabalho técnico sobre a regulamentação do trabalho e da atividade econômica em plataformas digitais”. Já durante a coletiva de imprensa, Lula e Sánchez deram ênfase a volta do Brasil ao cenário internacional e também apresentaram visões diferentes sobre a guerra na Ucrânia e coincidentes em relação ao acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. O presidente brasileiro disse que o Brasil condena a invasão territorial da Ucrânia, mas ressaltou que a Organização das Nações Unidas (ONU) deveria fazer mais pela paz, e que seu Conselho de Segurança precisa ser reformulado para incluir mais países. “Nós vivemos num mundo em que o Conselho de Segurança da ONU, os membros permanentes, todos eles são os maiores produtores de armas do mundo, são os maiores vendedores de armas do mundo e são os maiores participantes de guerra do mundo”, afirmou Lula. O presidente brasileiro citou a invasão do Iraque pelos Estados Unidos, da Líbia pela França e Inglaterra, via OTAN, e da Ucrânia pela Rússia como exemplos de guerras de membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. “Por que Brasil, Espanha, Japão, Alemanha, Índia, Nigéria, Egito, África do Sul não estão [como membros permanentes]? Quem determina atualmente são os vencedores da 2ª Guerra, mas o mundo mudou. Precisamos construir um novo mecanismo internacional que faça a coisa diferente. Acho que tá na hora da gente começar a mudar as coisas e está na hora da gente criar um tal de G20 da Paz, que deveria ser a ONU”. O premiê da Espanha – país que envia armas para a Ucrânia -, reforçou a importância de um “ator global” como o Brasil se preocupar com a construção da paz e ainda ressaltou que a guerra tem um “agressor”, os russos, e um país invadido, a Ucrânia. Nós queremos construir com a Espanha uma parceria ainda mais forte do que a que já existe. Vamos trabalhar juntos para melhorar nossos países e ajudar a melhorar o mundo ???????????????? ????: @ricardostuckert pic.twitter.com/XdJd6n0KkG — Lula (@LulaOficial) April 26, 2023 Acordo UE-Mercosul e declaração conjunta Os dois líderes defenderam a conclusão das negociações por um acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul. Sánchez declarou que neste ano a Espanha ocupará a presidência rotativa da UE e o Brasil, do Mercosul. “Portanto, acho que vamos ter uma conjuntura propícia para verdadeiramente culminar este processo e atingir este acordo. Vamos trabalhar para tentar obter este acordo neste ano”, afirmou o premiê espanhol. A criação de uma área de livre comércio entre os dois blocos comerciais é negociada há décadas e atualmente discordâncias sobre as cláusulas ambientas do acordo são um dos pontos de impasse. “O Brasil também tem seus interesses. A proposta feita no governo anterior é inaceitável por parte do Brasil porque impõe punição e não acho que podemos aceitar”, disse o petista. Na declaração conjunta de Brasil e Espanha, os governos ainda se comprometeram a “impulsionar a assinatura do acordo entre as duas regiões que permita o aumento do comércio e dos investimentos em ambas as direções e a promoção da prosperidade compartilhada”. O documento também ressalta posições em comum como a preocupação com a emergência climática, a defesa da transição energética e afirma que o governo espanhol “saudou a candidatura do Brasil para a realização da Conferência do Clima (COP 30) na cidade de Belém do Pará em 2025”.
Ameaça do gigante chinês. Artigo de Frei Betto

“Na afirmação de nossa soberania, Lula decretou o fim do dólar como moeda de comércio entre a China e o Brasil. E deu um “chega pra lá” no FMI e no Banco Mundial ao valorizar o banco dos Brics, com sede em Xangai e, agora, presidido por Dilma Rousseff, escreve Frei Betto, escritor, autor de “Paraíso perdido – viagens ao mundo socialista” (Rocco), entre outros livros. Eis o artigo. A “Newsweek” noticiou que o ex-presidente Jimmy Carter recebeu telefonema de Trump, preocupado com o crescimento geopolítico da China. Carter reagiu: “Você tem medo que a China nos supere, e concordo com você. Sabe por que a China nos superará? Eu normalizei relações diplomáticas com Pequim em 1979, e desde aquela data sabe quantas vezes a China entrou em guerra com alguém? Nenhuma, enquanto estamos constantemente em guerra. Os EUA são a nação mais guerreira da história do mundo, quer impor aos Estados se submeterem ao nosso governo e aos valores americanos em todo o Ocidente, e controlar as empresas que dispõem de recursos energéticos em outros países. A China, no entanto, investe seus recursos em projetos de infraestrutura, ferrovias de alta velocidade, tecnologia 6G, inteligência robótica, universidades, hospitais, portos e edifícios, em vez de usá-los em despesas militares. Quantos quilômetros de ferrovias de alta velocidade temos em nosso país? Já desperdiçamos U$ 300 bilhões em despesas militares para submeter países que procuravam sair da nossa hegemonia. A China não desperdiçou nenhum centavo em guerras e, por isso, nos ultrapassa em quase todas as áreas. Se tivéssemos U$ 300 bilhões para instalar infraestruturas, robôs e saúde pública nos EUA, teríamos trens bala transoceânicos de alta velocidade. Teríamos pontes que não desabam, sistema de saúde grátis para os americanos não infectarem, por Covid-19, mais conterrâneos do que qualquer outro país do mundo. Teríamos estradas adequadas. Nosso sistema educativo seria tão bom quanto o da Coreia do Sul ou Xangai.” Os EUA estão gastando em orçamento militar, neste ano de 2023, quase US$ 800 bilhões. E mantêm mais de 700 bases militares ao redor do mundo. O orçamento militar da China em 2023 não chega a US$ 300 e ela não dispõe de nenhuma base militar fora de suas fronteiras. Passei um mês na China em 1988 e visitei oito províncias. Então, a China era chinesa. Toda a população vestia a mesma roupa anil estilo Mao Tsé-tung e as diferenças sociais não eram gritantes. Hoje, diz a anedota que, perguntado se atualmente o sistema chinês é híbrido, o presidente Xi Jinping respondeu: “Sim, o Conselho de Estado e o Birô Político são comunistas e, os demais, capitalistas”. Os chineses são pragmáticos. E o governo e as empresas, diante da necessidade alheia, perguntam primeiro pela contrapartida antes do gesto de solidariedade. É um povo autocentrado. A palavra China significa “país do meio”, o centro do mundo. Vi nas escolas mapas-múndi nos quais o território chinês se destacava no centro, assim como muitos mapas no Brasil são eurocentrados. A recente viagem de Lula a China incomodou a Casa Branca que, progressivamente, perde sua hegemonia na América Latina. Sabem quantas vezes o presidente Biden visitou a América do Sul? Nenhuma. Biden, infelizmente, se relaciona com o nosso continente mais pautado por Trump do que por Obama. Este flexibilizou as relações com Cuba, inclusive reatando relações diplomáticas, embora mantendo o bloqueio, enquanto Trump adotou quase 300 medidas para apertar o bloqueio e Biden não ousa revogá-las. A China é, hoje, o principal parceiro comercial do Brasil. É o país que mais importa nossos produtos. Em 2022, as exportações brasileiras para a China (incluindo Hong Kong e Macau) somaram 91,26 bilhões de dólares. O Brasil é o quarto país no mundo onde a China mais investe. Responde por 5% do total. O país asiático importou US$ 90 bilhões do Brasil em 2022 e exportou US$ 60 bilhões. As exportações do Brasil para os chineses somaram, no ano passado, mais do que o total que o país vendeu para os EUA (US$ 37 bilhões) e a União Europeia (US$ 50,8 bilhões). Na afirmação de nossa soberania, Lula decretou o fim do dólar como moeda de comércio entre a China e o Brasil. E deu um “chega pra lá” no FMI e no Banco Mundial ao valorizar o banco dos Brics, com sede em Xangai e, agora, presidido por Dilma Rousseff. Um mundo multilateral favorece o surgimento de uma nova governança global, capaz de assegurar a paz no planeta. Mas, para isso, é preciso que a União Europeia dê o seu grito de independência em relação à Casa Branca e que a ONU sofra uma profunda reforma, a começar pela democratização de seu Conselho de Segurança.
‘OBRA MULTIFACETADA’ Lula entrega Prêmio Camões a Chico Buarque

Chico, Lula e o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo – Patricia de Melo Moreira / AFP Quatro anos após ser agraciado com o Prêmio Camões, o mais importante da língua portuguesa, o cantor, compositor e escritor Chico Buarque finalmente recebeu a honraria, entregue pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seu homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, em cerimônia em Lisboa nesta segunda-feira (24/04). O prêmio para Chico foi anunciado em 2019, mas o artista não pôde recebê-lo pois o então presidente Jair Bolsonaro, que praticamente congelou as relações com Portugal durante seu mandato, se recusou a assinar a documentação necessária para a entrega da distinção, segundo afirmaram os atuais governos do Brasil e de Portugal. “Essa entrega é simbólica porque representa a vitória da democracia. Chico Buarque é um artista de uma envergadura tremenda, pela história, por tudo que já produziu, tanto na música, quanto na literatura. Ser testemunha, participar enquanto ministra desse momento depois de sofrermos uma tentativa de golpe recente no Brasil e do desmonte da cultura nesses últimos quatro anos, é motivo de festa”, afirmou a ministra da Cultura, Margareth Menezes, às vésperas da cerimônia de premiação. O primeiro-ministro português, António Costa, destacou a entrega do Prêmio Camões a Chico como parte da retomada de contatos entre Brasil e Portugal. “Viramos uma página e temos muita matéria para trabalhar em conjunto”, escreveu no Twitter. O Ministério da Cultura de Portugal, por sua vez, destacou que, para o júri do Prêmio Camões, a atribuição da distinção a Chico reconheceu “o valor e o alcance de uma obra multifacetada, repartida entre poesia, drama e romance”, um trabalho que “atravessou fronteiras e se mantém como uma referência fundamental da cultura no mundo contemporâneo”. A cerimônia de entrega da distinção, realizada no Palácio Nacional de Queluz, foi integrada à viagem oficial de Lula a Portugal. A passagem do presidente brasileiro pelo país se encerra nesta terça-feira, com uma cerimônia no Parlamento português à margem das comemorações do 49º aniversário da Revolução dos Cravos. “Um dos maiores absurdos cometidos contra a cultura” Em discurso na cerimônia realizada na cidade de Sintra, Lula disse que entrega do prêmio serviu para “corrigir um dos maiores absurdos cometidos contra a cultura brasileira nos últimos tempos”. “Digo isso porque esse prêmio deveria ter sido entregue em 2019 e não foi. Todos nós sabemos por quê”, afirmou o presidente. Lula declarou que o ataque a cultura em todas as suas formas foi um dos objetivos que a extrema direita tentou implementar no país, mas que “finalmente, a democracia venceu no Brasil”. “Não podemos esquecer que o obscurantismo e a negação das artes também foram uma marca do totalitarismo e das ditaduras que censuraram o próprio Chico no Brasil e em Portugal. Esse prêmio é uma resposta do talento contra o censura, do engenho contra a força bruta’” disse. A concessão da honraria a Chico Buarque seria, na opinião do presidente, uma “resposta do talento contra a censura”. Após receber o prêmio das mãos do presidente Rebelo de Souza, Chico criticou o governo de Jair Bolsonaro e a falta de incentivo às artes durante o mandato do ex-presidente, e disse ter valido a pena esperar quatro anos para receber o prêmio. Ele disse ter a impressão de que “um tempo bem mais longo havia transcorrido. No que se refere ao meu país, quatro anos de um governo funesto duraram uma eternidade, porque foram um tempo em que o tempo parecia andar para trás”, disse o artista. Chico agradeceu ao presidente Rebelo de Souza por ter deixado em branco no o diploma do prêmio o espaço para a assinatura do presidente do Brasil, que ficou a cargo de Lula, e não de seu antecessor. “Recebo este prêmio menos como uma honraria pessoal e mais como um desagravo a tantos autores e artistas brasileiros humilhados, ofendidos nesses últimos anos de estupidez e obscurantismo”, concluiu Chico. Ele disse também ter herdado de seu pai, o escritor e historiador Sergio Buarque de Holanda, o amor pela língua portuguesa. “Valeu a pena esperar” Há quatro anos Chico Buarque foi escolhido vencedor do Prêmio Camões, considerado o mais importante da língua portuguesa, mas a Bolsonaro se recusou a entregar o prêmio. Agora, o prêmio finalmente chega às mãos de Chico Buarque pelo presidente Lula. pic.twitter.com/XABi7GgE6S — Brasil de Fato (@brasildefato) April 24, 2023 Além de Chico Buarque e dos presidentes do Brasil e de Portugal, estiveram presentes na cerimônia cidade de Sintra a ministra da Cultura do Brasil, Margareth Menezes, e autoridades dos dois países. “Formação cultural de diferentes gerações” Um dos maiores nomes da MPB, Francisco Buarque de Holanda nasceu em 19 de junho de 1944, no Rio de Janeiro. Começou sua carreira musical na década de 1960 e se tornou um dos maiores compositores brasileiros. Entre os sucessos musicais de Chico, que tem cerca de 80 álbuns em sua discografia, estão A banda (1966), Apesar de você (1970), Cotidiano (1971), Construção (1971) e Amor barato (1981). Em 1967, escreveu sua primeira peça de teatro, Roda Viva. No total, foram quatro incursões nesse gênero, sendo a última delas a Ópera do malandro, de 1978. Em 1974, escreveu a novela Fazenda Modelo, e em 1979, o livro infantil Chapeuzinho Amarelo. Em 1991, publicou seu primeiro romance, Estorvo. O sucesso como escritor lhe rendeu três prêmios Jabuti, a premiação literária mais importante do Brasil, por Estorvo, melhor romance e livro do ano de ficção de 1992; Budapeste, livro do ano de ficção de 2004; e Leite Derramado, melhor livro de ficção de 2010. Seu último livro, O irmão Alemão, foi publicado em 2014. Essa foi a primeira vez que um músico foi agraciado com o Prêmio Camões, que é um reconhecimento pela obra completa do artista. Ele foi eleito por unanimidade por um júri composto por representantes de Portugal, Brasil, Angola e Moçambique. O júri justificou sua escolha pela “qualidade e transversalidade” da obra de Chico Buarque, “tanto através de gêneros e formas, quanto pela sua contribuição para a formação cultural de diferentes
Na China, Lula golpeia o imperialismo – Por Jair de Souza

Em seu discurso feito no ato da posse de Dilma Rousseff como presidenta do Banco do BRICS, Lula proferiu palavras muito duras para condenar a injustificável persistência do uso do dólar estadunidense como moeda efetiva para as relações de troca entre as diferentes nações do mundo. Para que tenhamos ideia da gravidade do que foi dito por Lula, basta observar as reações em relação com esta declaração provenientes dos grandes meios de comunicação alinhados com a defesa dos interesses imperialistas, tanto no Brasil como no resto do mundo. Com efeito, na esmagadora maioria dos órgãos dessa mídia corporativa, houve uma gritaria generalizada em discordância com os termos expressados por Lula em seu discurso. Portanto, em vista disto, cabe-nos perguntar: O que significa ter o dólar estadunidense como a moeda internacional e o que pode representar o fim desta norma Da forma como as coisas estão na atualidade, quando dois países, Brasil e Paquistão, por exemplo, decidem negociar entre si, importando e exportando seus próprios produtos, a questão não fica limitada a estas duas nações. Há um terceiro país (os Estados Unidos) que, mesmo sem ter tido nenhuma participação na negociação, na produção ou no transporte desses bens, vai receber ganhos com a realização dessas operações. Como assim? Por que É que, ao final da II Guerra Mundial, o mundo adquiriu uma nova faceta. Os Estados Unidos saíram daquela conflagração como a nação mais poderosa do planeta, tanto do ponto de vista econômico como no militar. No ano anterior à derrota da Alemanha nazista (1944), na cidade de Bretton Woods, em New Hampshire, EUA, as nações que haviam se aliado em seu enfrentamento com as potências do Eixo firmaram um tratado que visava normatizar as bases para o funcionamento da economia mundial após a conclusão do conflito. O acordo firmado em Bretton Woods foi muito vantajoso para os Estados Unidos. A partir de então, uma parte substancial do comércio internacional e das movimentações financeiras passaria a ser gerida sob o controle efetivo dessa nação norteamericana. O dólar se tornava o meio de pagamento de referência para as trocas internacionais e ficava estabelecida sua convertibilidade em base a uma paridade com o ouro. Todo o sistema de compensações financeiras internacionais passou a funcionar com base nessa moeda. No entanto, a partir de 1971, os Estados Unidos puseram fim à convertibilidade do dólar, e isto efetivou na teoria o que já era uma verdade na prática: o dólar tinha se tornado uma moeda fiduciária, cuja aceitação ao redor do mundo dependia fundamentalmente da grande capacidade política e militar ostentada pelos Estados Unidos. .Sem necessidade de contar com o amparo de reservas em ouro para garantir a validade internacional de sua moeda, os Estados Unidos passaram a se despreocupar com a questão de seu déficit orçamentário. Afinal, qualquer desequilíbrio que viesse a surgir seria compartilhado (na verdade, transferido) ao restante do mundo. Bastava emitir mais dólares e as contas seriam acertadas. E isso os Estados Unidos poderiam fazer sem dificuldades. Em outras palavras, caberia aos demais países da comunidade internacional arcar com o rombo orçamentário estadunidense, o qual ia se agigantando a cada ano. Por isso, quando Lula sugeriu que, em lugar de seguir fazendo nossas transações com base na moeda estadunidense, deveríamos buscar formas de comercializar por meios alternativos que não nos sujeitassem aos caprichos das autoridades monetárias dos Estados Unidos, aqueles que se beneficiam amplamente do atual sistema não gostaram da ideia. Ainda que a proposta de Lula expresse um suposto que deveria ser considerado natural e lógico, nas condições atuais, ela significa um violentíssimo golpe contra as pretensões estadunidenses de seguir exercendo sua hegemonia mundial apesar de sua notável decadência em termos de produção e liderança tecnológica. Como sabemos, a economia da República Popular da China é atualmente muitíssimo mais dinâmica do que sua contraparte estadunidense. A produtividade da indústria chinesa é incomparavelmente superior e, em termos de competição estritamente econômicos, os Estados Unidos não têm nenhuma possibilidade de disputar mercados com a China No intuito de manter sua posição de líder no cenário internacional do momento, os Estados Unidos vão dependendo cada dia mais de seu poderio militar e de seu controle do sistema financeiro. Assim que, ao sugerir que o dólar deixe de ser a moeda de uso generalizado para as relações comerciais entre as diferentes nações, Lula aplica um golpe dos mais violentos contra os interesses do imperialismo gringo. Em uma analogia com o boxe, seria como desfechar um vigoroso direto de esquerda no fígado do adversário. Se não puderem mais dispor da capacidade de manipular com sua moeda, os Estados Unidos vão precisar depender de sua própria produção e de seus próprios recursos para aspirar a ter êxito em suas interações com as demais nações. Há muito tempo eles vêm atuando de modo parasitário, alimentando-se com o sacrifício de todos os outros países da comunidade internacional, transferindo os custos de sua ineficiência para o restante do mundo. Portanto, ao propor medidas que os obrigam a ter de voltar a contar com seus próprios esforços para respaldar sua situação, as sugestões feitas por Lula se tornam de fato uma forte ameaça que põe em risco suas pretensões de continuar exercendo sua hegemonia em detrimento do restante da humanidade. * Jair de Souza é economista formado pela UFRJ; mestre em linguística também pela UFRJ
Lula viaja à China para estreitar laços de parceria

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viajou na manhã desta terça-feira (11) para a China, maior parceiro comercial do Brasil. É essencial à economia do país retomar as boas relações após atritos durante a gestão do governo anterior. O petista terá agendas nas cidades de Xangai e Pequim até sábado, com expectativa de concluir pelo menos 20 novos acordos entre os países – ambos integrantes do bloco dos Brics, ao lado de Rússia, Índia e África do Sul. Acompanham Lula empresários, governadores, senadores, deputados e ministros, como Fernando Haddad (Fazenda), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária), Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação), Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social). Os governadores, Jerônimo Rodrigues, da Bahia, Elmano de Freitas, do Ceará, Carlos Brandão, do Maranhão, Helder Barbalho, do Pará, e Fátima Bezerra, do Rio Grande do Norte também integram a delegação. Comércio e soberania A viagem estava programada para o dia 4 deste mês, mas foi adiada por conta de uma pneumonia do presidente. Contudo, parte da comitiva presidencial manteve a agenda original. É o caso de Fávaro, que destacou avanços para reduzir burocracias na relação bilateral. “Tratativas importantes que há muitos anos a gente sonhava devem se concretizar com a presença do presidente Lula na China”, disse. Entre os destaques, um acordo para o comércio direto entre China e Brasil em moeda dos dois países, yuan e real. Esta decisão, na prática, aumenta a autonomia, reduz os custos e fortalece a soberania das nações ao deixar de lado a dependência do dólar. A relevância do acordo é tanta que um dos maiores nomes da extrema direita dos Estados Unidos, o senador republicano Marco Rubio (Flórida) atacou os países em uma entrevista à Fox News. “Estão criando uma economia secundária independente dos Estados Unidos. Não poderemos falar em sanções em poucos anos. Os países estarão negociando em suas próprias moedas e não em dólar. Não teremos como promover sanções”, disse. O discurso encontra eco também entre os democratas. A porta-voz do presidente Jor Biden chegou a dizer que o acordo é “uma violação dos direitos americanos”. Brasil e China A China é maior parceira comercial do Brasil desde 2009. O volume de negócios entre os países superou US$ 150 bilhões em 2022, sendo que o Brasil tem superávit. Foram US$ 89,7 bilhões em exportações e US$ 60,7 em exportações. “A intensificação das relações faz parte de uma agenda que celebra 50 anos de comércio sino-brasileiro. A primeira venda entre os dois países aconteceu em 1973, um ano antes do estabelecimento das relações diplomáticas sino-brasileiras”, informa o Planalto. “A visita faz parte da reconstrução das relações internacionais do novo governo brasileiro, que inclui as viagens já feitas à Argentina, onde também ocorreu a reunião da Celac, ao Uruguai e aos Estados Unidos, além das reuniões com líderes europeus que vieram para a posse em janeiro. Será também a primeira visita fora do hemisfério ocidental”, diz o governo, em nota. Existe um grande espaço para alavancar a lucratividade das relações com a China. E Lula evidencia sua disposição para que isso se concretize. O ânimo fica evidente logo no primeiro compromisso do presidente em solo chinês. Ele participa, na quinta-feira, da cerimônia de posse da ex-presidenta Dilma Rousseff no comando do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco de fomento dos BRICS (bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). Então, na sexta-feira, ele encontrará o primeiro-ministro Li Qiang e o presidente Xi Jinping. Em pauta, negociações sobre investimentos no setor agropecuário, de turismo, e de tecnologia, além de troca de experiências no combate à fome e à pobreza. Um dos acordos, por exemplo, prevê a construção do CBERS-6, o sexto de uma linha de satélites em parceria entre Brasil e China. O diferencial do novo modelo é uma tecnologia que permite o monitoramento de biomas como a Floresta Amazônica mesmo com nuvens.
Momento histórico – Trump é fichado e alega ser inocente de mais de 30 acusações

O magnata, que tecnicamente permanece sob custódia, foi submetido ao trâmite habitual para um indiciado, como a tomada de fotografias e de digitais. O ex-presidente Donald Trump se declarou inocente de 34 acusações em um tribunal de Manhattan, em Nova York, depois de ouvir as alegações na tarde desta terça-feira 4. Ele deixou a corte por volta das 16h30 de Brasília. O magnata, que tecnicamente permaneceu sob custódia, foi submetido ao trâmite habitual para um indiciado, como a tomada de fotografias e de digitais para a ficha judicial. Trump é acusado de ter subornado a estrela pornô Stormy Daniels com 130 mil dólares na reta final da campanha presidencial de 2016 para que ela se calasse sobre um suposto caso extraconjugal. Ele nega. Antes de entrar no tribunal, Trump não concedeu qualquer declaração, ao contrário do que alguns conselheiros esperavam. Tínhamos a impressão de que ele poderia fazer uma breve declaração antes de entrar, e acho que o fato de ele não ter feito é digno de nota”, disse à CNN norte-americana Alyssa Farah Griffin, ex-diretora de comunicações da Casa Branca sob Trump “Isso indica para mim que, potencialmente, o que ele viu na acusação vai mais longe do que ele esperava.” Do lado de fora do tribunal, dezenas de simpatizantes de Donald Trump se reuniram. Agentes do Departamento de Polícia de Nova York estavam a postos no local enquanto trumpistas, muitos usando chapéus com o slogan “Make America Great Again”, gritavam insultos contra os opositores. Já os manifestantes contrários ao republicano desfilavam com uma grande faixa com a mensagem “Trump mente o tempo todo” e gritavam “prendam-no!”. Apesar de histórico, o comparecimento de Trump à Justiça “não é uma prioridade” o presidente Joe Biden, alegou nesta terça porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre. “Obviamente, ele [Biden] vai acompanhar parte das notícias quando tiver um momento para se atualizar, mas isso não é uma prioridade para ele”, afirmou. (Carta Capital).