Mercosul condena tentativa de golpe na Bolívia

Bloco avalia que ato descumpre princípios internacionais da democracia Os países-membros do Mercosul manifestaram nesta quinta-feira (27) “profunda preocupação e enérgica condenação” à tentativa de golpe sofrida pelo governo da Bolívia ontem (26). Em comunicado, os Estados partes e associados do bloco afirmam que o ato descumpre os princípios internacionais da vida democrática e, particularmente, do Mercosul. “Em consonância com os princípios do Direito Internacional, rejeitam qualquer tentativa de mudança de poder por meio da violência e de forma inconstitucional que atente contra a vontade popular, soberania, autodeterminação dos povos e que vulnerabilize a estabilidade política e social do país irmão”, informou a nota do bloco. Os membros do Mercosul também expressaram solidariedade e apoio irrestrito à institucionalidade democrática do governo constitucional do presidente Luis Arce e suas autoridades democraticamente eleitas. Atualmente, o Mercosul é formado por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Os estados associados são Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Peru e Suriname. A Bolívia encontra-se atualmente em processo final de ingresso no bloco, o que deve ser formalizado na próxima Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, em Assunção, no Paraguai, nos dias 7 e 8 de julho. Todos os países já ratificaram a entrada da Bolívia no Mercosul, inclusive o Brasil. Tentativa de golpe Nesta quarta-feira (26), um grupo de soldados do Exército, liderado pelo general Juan José Zúñiga, se reuniu na praça central Plaza Murillo, onde estão localizados o palácio presidencial e o Congresso boliviano. Com tanques blindados, eles arrombaram uma porta do palácio presidencial, o que permitiu que os soldados entrassem no prédio. O presidente Luis Arce nomeou novos comandantes para as Forças Armadas e os soldados acabaram se retirando do local. Zúñiga e cerca de uma dezena de militares bolivianos já foram presos.

Argentina envia ao Itamaraty lista de foragidos do 8 de janeiro

Com os dados coletados pelos argentinos, inicia-se o processo do pedido de extradição desses foragidos pelas autoridades brasileiras. A solicitação deve ser feita pela PF O governo argentino enviou, nesta quarta (19), ao Itamaraty uma lista de 62 brasileiros que fugiram para o país com mandados de prisão em aberto pelos atos golpistas de 8 de janeiro. Segundo o informe, 13 dos foragidos já saíram da Argentina e um teve a entrada recusada. O movimento ocorre após a Casa Rosada ser pressionada pelo Planalto e questionada por jornalistas em coletiva de imprensa do porta-voz do presidente Javier Milei, Manuel Adorni. A PF (Polícia Federal) estima haver mais de 180 foragidos espalhados na Argentina, Paraguai e Uruguai. O Ministério das Relações Exteriores recebeu o documento e o encaminhou ao Supremo Tribunal Federal (STF), na última terça (18). O STF havia solicitado ao Itamaraty que fizesse a consulta ao governo argentino. A maioria dos golpistas não passou pelas barreiras migratórias, ainda que uma parte tenha pedido refúgio ao governo argentino. Com os dados coletados pelos argentinos, inicia-se o processo do pedido de extradição desses foragidos pelas autoridades brasileiras. A solicitação deve ser feita pela PF. Havia dúvidas sobre como o governo de extrema-direita se comportaria diante de um pedido de colaboração, já que as defesas de investigados e condenados afirmam haver perseguição política no Brasil. O governo da Argentina negou haver um “pacto de impunidade” entre Milei e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para assegurar asilo político aos brasileiros investigados pelo 8 de Janeiro. “Claramente não fazemos pacto de impunidade com absolutamente ninguém. Você se referiu ao Bolsonaro, não, não fazemos pactos de impunidade, nem jamais faremos com ninguém. E, por outro lado, é efetivamente uma questão judicial. A justiça tomará as medidas correspondentes quando chegar a hora de tomá-las e nós as respeitaremos como respeitamos cada decisão judicial”, respondeu o porta-voz ao ser questionado por um jornalista durante uma coletiva.

“Bolsonaro da Venezuela” é contra acordo para respeitar resultado das urnas

Candidatos assinam acordo para respeitar resultados eleitorais na Venezuela; ultraliberal se recusa Candidatos à presidência da Venezuela foram ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE) nesta quinta-feira (20) assinar um acordo para reconhecer os resultados das eleições presidenciais de 28 de julho. O documento havia sido proposto pelo presidente da Câmara dos Deputados, Jorge Rodríguez na semana passada. Dos 10 candidatos, 8 estiveram presentes. Somente o ex-embaixador Edmundo González Urrutia, do grupo Plataforma Unitária, e Enrique Márquez, do partido Centrados, não participaram. González Urrutia já havia se recusado a assinar o documento e nesta quinta, em publicação na rede social X (ex-Twitter), voltou a criticar o documento. Segundo ele, o texto já está contemplado no ponto 12 do acordo de Barbados –assinado entre governo e parte da oposição para definir as características das eleições. O documento assinado pelos candidatos também reconhece que o CNE cumpriu com todas as etapas do processo estabelecido no cronograma, está de acordo com o acordo de Barbados e define que a corrida será feita em um clima de “respeito, paz e participação democrática” para que “a vontade do povo da Venezuela não seja interferida ou ignorada com atos de violência e desestabilização que ameaçam o bem estar do país”. O presidente Nicolás Maduro celebrou a assinatura do texto e afirmou que o governo “sempre assinará” tudo que seja feito para garantir a paz e estabilidade da Venezuela. Já Urrutia afirmou que o documento assinado em Barbados já foi “violado” pelo governo “ao revogar o convite à observação internacional da União Europeia e ao aumentar a perseguição contra líderes e simpatizantes da nossa campanha”. Ele substituiu a ex-deputada ultraliberal María Corina Machado na corrida eleitoral, que está inabilitada pela Justiça venezuelana por 15 anos. Para ele, a campanha é “desigual” e afirmou que vai trabalhar para vencer ”de forma justa”. De acordo com o acordo de Barbados, o pleito deveria ser realizado no segundo semestre do ano e contaria com missões de observação da União Europeia, do Centro Carter (EUA) e da Organização das Nações Unidas (ONU). Em março, o CNE anunciou ter convidado uma série de instituições de todo o mundo para acompanhar as eleições, entre elas, a União Europeia. Dois meses depois, no entanto, o órgão eleitoral cancelou o convite ao bloco depois que a UE anunciou o aumento da validade das sanções contra a Venezuela até 10 de janeiro, data da posse do presidente eleito. A discussão sobre um acordo para reconhecer os resultados das eleições no país também foi ventilada pelo presidente da Colômbia, Gustavo Petro. Em março, durante visita a Caracas, o mandatário colombiano sugeriu a Nicolás Maduro a realização de um plebiscito antes do pleito do dia 28 de julho. A ideia era que a iniciativa garanta que o vencedor das eleições não persiga o perdedor, seja governo ou oposição. A proposta foi apoiada pelo presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Papa Francisco pede homilias de até 8 minutos: “As pessoas dormem”

O Papa Francisco pediu para que homilias escritas por sacerdotes da Igreja Católica não ultrapassem oito minutos de duração para evitar que os fiéis durmam durante a pregação. A declaração ocorreu durante a audiência semanal do pontífice na praça São Pedro, no Vaticano. “A homilia deve ser curta. Uma imagem, um pensamento, um sentimento”, afirmou o Papa. Ele aponta que oito minutos é o tempo em que os fiéis conseguem prestar atenção. “As pessoas dormem e têm razão”, prosseguiu o pontífice. As homilias são os comentários feitos por sacerdotes após a leitura de passagens da Bíblia durante miss da Igreja Católica. “Os padres às vezes falam demais e não dá para entender sobre o quê”, completou o Papa. Essa não é a primeira vez que ele faz críticas do tipo. No ano passado, ele defendeu que sacerdotes façam comentários mais breves e que homilias muito longas são um “desastre”.

Macron dissolve Assembleia Nacional na França após vitória da extrema-direita

O presidente francês fez o anúncio após derrota retumbante de seu partido nas eleições para a UE. O partido de Le Pen obteve o dobro dos votos da candidata de Macron O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou a dissolução da Assembleia Nacional, após a vitória retumbante da extrema-direita do país nas eleições europeias, neste domingo (9). A lista do Reunião Nacional, do cabeça de chapa e presidente do partido, Jordan Bardella, obteve cerca de 31,4% dos votos, enquanto o partido de Macron obteve 14,6%. Neste domingo, cerca de 49,5 milhões de franceses foram às urnas para escolher 81 eurodeputados que representarão o país no parlamento da União Europeia pelos próximos cinco anos. A França faz parte do conjunto de potências do continente que viram a extrema-direita avançar com bastante vigor. “São tempos para esclarecimentos” disse Macron, em discurso transmitido no palácio do Eliseu. O francês classificou a extrema-direita como “nacionalistas e demagogos” e alertou sobre os perigos decorrentes de sua ascensão, não apenas “para nossa nação, mas para toda a Europa.” “Hoje, os desafios a frente, sejam os perigos externos, as alterações climáticas e suas consequências, ou a ameaça à nossa própria coesão, estes desafios exigem clareza em nosso debate”, disse.  DISCURSO LEGENDADO: Macron dissolve Parlamento francês após derrota pra a extrema-direita nas Eleições Europeias. Ele afirmou que a decisão foi difícil, mas necessária para dar uma resposta à “ascensão dos nacionalistas e demagogos”, que ele considera um perigo tanto para a… pic.twitter.com/FeAAMezG71 — Eixo Político (@eixopolitico) June 9, 2024 “A extrema-direita é ao mesmo tempo o empobrecimento dos franceses e o desmantelamento do nosso país. Então, no final do dia, eu não poderia fingir que nada aconteceu”, declarou Macron. “É por isso que depois de ter realizado as consultas previstas no artigo 12 da nossa Constituição, eu decidi te devolver a escolha do nosso futuro parlamentar através da votação. Portanto, eu dissolvo nesta noite a Assembleia Nacional. Vou assinar em alguns momentos o decreto de convocação e eleições legislativas cujo 1º turno será realizado em 30 de junho e o 2º turno em 7 de julho”, anunciou o presidente. A decisão de Macron gerou uma série de reações políticas dentro da França. A líder do Reunião Nacional, Marine Le Pen, disse que a extrema-direita está pronta para assumir o poder, enquanto o líder da esquerda, Jean-Luc Mélenchon, convocou uma frente ampla contra os neofascistas. “Estamos prontos para exercer o poder se os franceses confiarem em nós nas próximas eleições legislativas”, assegurou Marine Le Pen, cujo partido lançaria Jordan Bardella como candidato a primeiro-ministro.

Claudia Sheinbaum é a nova presidente do México

A “dama de gelo”, vencedora de Nobel e pró-Palestina humilhou a direita neoliberal e venceu eleição com mais de 58% dos votos Conheça o perfil político de Claudia Sheinbaum Neste domingo, se confirmou a vitória da esquerdista Claudia Sheinbaum como nova presidenta do México. Com uma avassaladora vitória, a sucessora de André Manuel López Obrador levou as eleições com uma expressiva votação que pode alcançar 60% dos votos válidos. Ela sempre foi favorita no pleito, despontando com mais de 55% das intenções de voto em praticamente todas as pesquisas. E confirmou o favoritismo vencendo com facilidade Xóchitl Gálvez, candidata da centro-direita fisiológica do PRI e das elites mexicanas. Sheinbaum herdou, claro, a avassaladora popularidade de López Obrador, mas conquistou sua vitória também baseada em sua trajetória política. Considerada uma figura extremamente técnica, dura e apelidada de “Dama de Gelo” pela oposição, Claudia se tornará a primeira presidenta mulher do México. Sheinbaum foi prefeita da Cidade do México e ficou conhecida por sua gestão extremamente eficaz, mas ligada aos movimentos populares e com enfoque em políticas para mudança climática. Engenheira em desenvolvimento sustentável e com amplo reconhecimento acadêmico, Sheinbaum tem como uma de suas bandeiras a preservação do meio ambiente de maneira eficaz, conectada com os movimentos sociais e com os povos indígenas, que apoiam fortemente o seu partido, o Morena. Sheibaum também fez parte do Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática da ONU (IPCC), que ganhou o Nobel da Paz de 2007. O legado a ser continuado Como presidenta do país, terá algumas missões: continuar o legado de transformaçõe sociais e reformas herdado de López Obrador, que expandiu a assistência social em um modelo parecido com o Bolsa Família e subiu o salário mínimo em mais de 85% acima da inflação. Sheinbaum também promete reforçar o combate aos cartéis, fator que deu popularidade a AMLO, e que posicionou a esquerda como a principal força política contra o crime organizado mexicano. O seu grupo político tem sido a principal vítima dos cartéis, com deputados e candidatos a senadores assassinados ao redor do México por seus conflitos com o crime organizado. No Parlamento, o Morena possui uma significativa bancada no Senado e na Câmara dos Deputados. O partido possui um discurso populista e de campanha contínua, se posicionando como o grupo contra as elites do México e contra o imperialismo estadunidense. Sheinbaum deve manter a política não-alinhada em nível de relações internacionais e, assim como AMLO, deve manter suas parcerias e proximidade com o governo Lula. Ao contrário de AMLO, a nova presidenta do México sempre esteve na esquerda do espectro político e é vista como uma condutora de mão forte, e pode levar o país para um caminho mais focado no social do que seu antecessor. Sheinbaum também não possui o perfil de Obrador em nível comunicacional: seu antecessor fazia zombarias de seus adversários e quebrava a liturgia do cargo com ironia e combatividade frente a seus inimigos. A nova presidente do México deve ser mais sóbria, mas menos conciliadora com seus rivais, como apontam os analistas mexicanos a partir de sua experiência como prefeita do México. Uma judia pró-Palestina, com mão forte contra a direita e extremamente técnica. Sheinbaum será uma dama de gelo. Um terror para as elites, para o sionismo e para os cartéis mexicanos. E uma pedra no sapato dos EUA. Claudia Sheinbaum – partido Claudia Sheinbaum é do partido Morena, o Movimento de Regeneração Nacional, principal grupo de esquerda do cenário eleitoral mexicano. Claudia Sheinbaum – Palestina Primeira presidenta judia do México, Claudia Sheinbaum é pró-Palestina e crítica do genocídio perpretado por Israel na Faixa de Gaza.

Brasil socorre Argentina com fornecimento emergencial de gás natural

Em meio a uma crise energética, Petrobras atende pedido argentino e destrava fornecimento de gás, evitando colapso no país vizinho. A normalização do abastecimento foi anunciada pelo porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, gerando alívio no país O governo brasileiro interveio para evitar um colapso energético na Argentina, destravando o fornecimento de gás natural pela Petrobras. Em uma ação emergencial, a Argentina contratou um navio com 44 milhões de metros cúbicos (m³) de gás liquefeito (GNL) da Petrobras, após uma súbita escassez de combustível no país, causada por um frio atípico e intenso. A crise energética, em razão do aumento da demanda, se agravou rapidamente, afetando mais de 300 indústrias e postos de combustíveis. Diante dessa emergência, o governo argentino recorreu à Petrobras, mas enfrentou problemas com a carta de crédito emitida pelo Banco de la Nación Argentina (BNA), causando atrasos no descarregamento do gás. O governo argentino acionou a diplomacia brasileira para resolver o impasse. O chanceler argentino Diana Mondino contatou o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, para agilizar a liberação do carregamento. “Havia claramente um grau de urgência nas ligações”, descreveu uma autoridade envolvida, enfatizando a importância da rápida resolução para evitar maiores danos à economia argentina. Normalização do abastecimento Com a intervenção direta das autoridades brasileiras e argentinas, um novo documento de garantia foi emitido, permitindo a liberação do GNL. A Petrobras confirmou que a operação de venda ocorreu conforme acordado, e o abastecimento de gás foi normalizado. “Foi uma questão puramente comercial”, afirmaram os envolvidos, destacando a eficácia da articulação diplomática e comercial entre os dois países. A normalização do abastecimento foi anunciada pelo porta-voz da Casa Rosada, Manuel Adorni, gerando alívio no país. “Temos que saber ser agradecidos e reconhecer quando as coisas saem bem. A rapidez que houve para solucionar o problema com a famosa carta de crédito é digna de elogios”, afirmou Adorni. A operação destacou a maturidade nas relações econômico-comerciais entre Brasil e Argentina, mesmo sem contato direto entre os presidentes Lula e Milei. A ação conjunta reforçou a importância da cooperação regional em momentos de crise. Relações comerciais O acordo entre Petrobras e Enarsa, firmado no mês passado, prevê um intercâmbio de informações e ações coordenadas para garantir o fornecimento de gás natural durante o inverno argentino, sem impactar o abastecimento no Brasil. Este episódio reforça a importância das relações bilaterais no Mercosul e a capacidade das instâncias técnicas de ambos os países de operar de maneira eficiente em situações de emergência. Em nota, a Petrobras afirmou que “a operação de venda de GNL entre a Petrobras e a Enarsa ocorreu conforme acordado em contrato. Ambas as empresas atuaram para viabilizar o início de fornecimento, que já está acontecendo, no menor prazo possível”.

Personalidades pedem a Lula rompimento de relações com Israel

Artistas e intelectuais pedem ao presidente ação contra a violência em Gaza; carta destaca violações do governo Netanyahu e urgência de medidas humanitárias Um grupo formado por 44 personalidades, incluindo artistas, escritores, advogados e intelectuais – entre eles judeus – enviou uma carta ao presidente Lula (PT), solicitando que o Brasil corte relações diplomáticas e comerciais com Israel. No texto, eles afirmam que, com isso, o Brasil, “sob uma liderança de sua envergadura”, poderia contribuir “para que se encerre essa carnificina insuportável” promovida pelo país na Faixa de Gaza. “O Brasil tem apresentado seguidas propostas para o cessar-fogo na Faixa de Gaza e a solução de dois Estados estabelecida por resoluções internacionais”, afirma o texto. “No entanto, a crescente violência imposta pelo governo Netanyahu, com ataques desumanos e cruéis contra civis, obriga o mundo a ir além de gestos e propostas diplomáticas, como já debatem diversos países da União Europeia e outras regiões”. A carta destaca ainda que os recentes ataques de Israel a um acampamento de deslocados em Rafah, no sul de Gaza, “com dezenas de inocentes assassinados, demonstram claramente inaceitável desprezo à ética humanitária”. Por fim, o documento propões que o país se junte “às demais nações que romperam relações diplomáticas e comerciais com o Estado de Israel, exigindo o cumprimento das decisões que colocam fim ao genocídio e garantem a autodeterminação do povo palestino”. O documento é assinado por artistas como Chico Buarque, Gilberto Gil e Wagner Moura, escritores, intelectuais, advogados e ex-ministros de Estado. Judeus, como Anita Leocadia Prestes, o jornalista Breno Altman e o professor Bruno Huberman, também estão entre os signatários. Vale ressaltar que o presidente Lula removeu oficialmente o embaixador brasileiro em Israel, o diplomata Frederico Meyer, e o transferiu para Genebra, na Suíça. A decisão foi publicada no diário oficial desta quarta-feira (29). Leia a íntegra da carta: Carta aberta ao presidente Lula sobre o genocídio do povo palestino “Estimado presidente Lula, “Antes de mais nada, queremos saudá-lo por seu comportamento sempre firme e coerente em solidariedade ao povo palestino, denunciando reiteradamente o genocídio do qual é vítima, especialmente suas mulheres e crianças. “O Brasil tem apresentado seguidas propostas para o cessar-fogo na Faixa de Gaza e a solução de dois Estados estabelecida por resoluções internacionais. Graças ao seu governo, somos uma das nações que reconhecem, no âmbito das Nações Unidas, a soberania e a independência da Palestina. “No entanto, a crescente violência imposta pelo governo Netanyahu, com ataques desumanos e cruéis contra civis, obriga o mundo a ir além de gestos e propostas diplomáticas, como já debatem diversos países da União Europeia e outras regiões. “O governo Netanyahu viola abertamente deliberações emanadas da Corte Internacional de Justiça, colocando-se à margem do direito, além de desrespeitar o Conselho de Segurança e a Assembleia Geral da ONU. “Recentes ataques contra um acampamento de deslocados em Rafah, no sul de Gaza, com dezenas de inocentes assassinados, demonstram claramente inaceitável desprezo à ética humanitária. “Estamos convencidos, querido presidente, que é hora de nosso país se juntar às demais nações que romperam relações diplomáticas e comerciais com o Estado de Israel, exigindo o cumprimento das decisões que colocam fim ao genocídio e garantem a autodeterminação do povo palestino. “Essas medidas, adotadas por nosso país e sob uma liderança de sua envergadura, certamente serviriam de exemplo a outros governos e constituiriam uma imensa contribuição para que se encerre essa carnificina insuportável. Amanda Harumy Anita Leocadia Prestes Antônio Carlos de Almeida Castro Arlene Clemesha Berenice Bento Breno Altman Bruno Huberman Carol Proner Cézar Brito Chico Buarque Eleonora Menicucci de Oliveira Emicida Eugênio Aragão Francirosy Campos Barbosa Gilberto Gil Heloísa Vilela Jamal Suleiman Jessé Souza João Pedro Stédile Jones Manoel José de Abreu José Dirceu José Genoíno Juliana Neuenschwander Juarez Tavares Kenarik Boujikian Larissa Ramina Luiz Carlos Bresser-Pereira Luiz Carlos da Rocha Manoel Caetano Ferreira Filho Manuella Mirella Margarida Lacombe Marly Vianna Milton Hatoum Nathalia Urban Ney Strozake Paulo Borba Casella Paulo Nogueira Batista Jr. Paulo Sérgio Pinheiro Paulo Vannuchi Pedro Serrano Reginaldo Nasser Salem Nasser Ualid Rabah Wagner Moura

Brasil retira embaixador de Tel Aviv de forma definitiva

Lula transfere Frederico Meyer para Suíça em decisão publicada nesta quarta (29) do Diário Oficial da União. Pressão internacional aumenta contra governo Netanyahu O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva retirou de forma definitiva o embaixador Frederico Meyer de Tel Aviv e o nomeou representante do país na Conferência de Desarmamento da ONU. A decisão foi publicada, nesta quarta (29), no Diário Oficial da União. O decreto não nomeia um substituto para Meyer, que ocupava a embaixada em Tel Aviv até fevereiro. A decisão é o gesto mais forte do governo Lula contra o governo de extrema-direita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. A retirada ocorre em meio a uma série de pressões da comunidade internacional, que vem isolando a coalizão sionista no momento em que o exército israelense dobra a aposta e mantém a incursão terrestre em Rafah, último refúgio para cerca de 1,4 milhão de palestinos. Em fevereiro, o presidente Lula foi considerado “persona no grata” pelo governo isralense após o brasileiro criticar o massacre do exército judeu em hospitais de Gaza. Como reprimenda, Tel Aviv armou um papelão diplomático para Meyer no Museu do Holocausto.

Brasil será a 8ª economia do mundo em 2024, diz Fundo Monetário Internacional

FMI estima que economia brasileira alcançará novos patamares neste ano Em 2024, o Brasil deve crescer mais uma posição no ranking mundial de produtos internos brutos, chegando à 8ª posição na economia mundial. Com crescimento estimado em 2,2% pelo órgão, o Brasil de Lula deve superar a Itália. Faltaria um aumento no PIB drástico, de quase 800 bilhões de dólares, para superar a França, sétima colocada. Segundo boletim do Fundo Monetário Internacional (FMI) publicado em abril, a economia brasileira vai bem, com aumento do PIB e controle da inflação. “Os pressupostos da política monetária são consistentes, tendo como meta a convergência da inflação dentro da faixa de tolerância até o final de 2024?, diz um trecho do documento. Em abril de 2024, o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central (BC) elevou a expectativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 1,89% em 2024, uma melhoria em relação à previsão anterior de 1,85%. Essa é a sétima alta consecutiva no indicado. Com uma eventual redução da taxa de juros, o Brasil pode crescer ainda mais e encontrar uma situação positiva no campo econômico nos próximos meses. Os dados do IBGE divulgados nesta quarta-feira (29), o desemprego caiu para o menor nível de maio dos últimos 10 anos, alcançando 7%. Além disso, a renda dos brasileiros tem aumentado drasticamente, em especial entre os mais pobres, mais um indicador positivo para o governo Lula no âmbito econômico. Os dados coadunam a fala do ministro da Fazenda Fernando Haddad na semana passada, quando afirmou que há “fantasminhas” na cabeça da população. “A impressão que dá é que tem um fantasminha fazendo a cabeça das pessoas e prejudicando nosso plano de desenvolvimento”, declarou o ministro da Fazenda,