Lula e Macron assinam 21 acordos em último dia do francês no país

Antes da assinatura, o petista homenageou o presidente francês com o Grande Colar da Ordem Nacional do Cruzeiro do Sul No último dia de visita oficial, os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Emmanuel Macron, da França, assinaram, nesta quinta (28), no Palácio do Planalto, em Brasília, 21 acordos de cooperação bilateral. Na primeira visita ao país, Macron percorreu a região amazônica e o sudeste. Entre os 21 compromissos firmados estão a criação de um centro de pesquisas da biodiversidade amazônica e a cooperação jurídica entre os países em matérias penais. Na lista, há ainda a previsão de uma parceria entre o Parque Amazônico da Guiana, na Guiana Francesa, e o Parque Nacional das Montanhas de Tumucumaque, no Amapá e no Pará. A solenidade em Brasília começou pouco depois de uma hora depois do previsto, às 12h40. O presidente francês caminhou pela Praça dos Três Poderes em revista às tropas brasileiras e encontrou Lula no topo da rampa do Planalto. Depois, seguiram para o parlatório onde viram a passagem da cavalaria. Em seguida, tiveram uma reunião bilateral que durou cerca de duas horas. Depois de assinarem atos conjuntos entre os países, Lula condecorou Macron com a Ordem do Cruzeiro do Sul. Após isso, foi a vez do francês condecorar a primeira-dama brasileira, Janja da Silva, nomeando-a oficial da Legião de Honra. Ele justificou que Lula já recebeu a mesma honraria no mais alto grau, o de cavaleiro. Nos discursos, os presidentes ressaltaram a importância dos acordos bilaterais para consolidar a parceria Brasil-França e classificaram o diálogo entre os dois países como uma “ponte” a favor da superação de desigualdades estruturais e de um planeta mais sustentável. “O Brasil e a França estão decididos a trabalhar juntos para promover, pelo debate democrático, uma visão compartilhada do mundo”, frisou Lula. “Uma visão fundamentada na prioridade da produção sobre a finança improdutiva, da solidariedade sobre o egoísmo, da democracia sobre o totalitarismo, da sustentabilidade sobre a exploração predatória. ”Lula ressaltou que dentre as potências tradicionais, nenhuma é mais próxima do Brasil do que a França. Segundo ele, no atual contexto de alta complexidade do cenário internacional, o diálogo entre os dois países representa uma ponte entre o Sul Global e o mundo desenvolvido a favor da superação de desigualdades estruturais e de um planeta mais sustentável. O presidente brasileiro lembrou que Macron pode constatar pessoalmente o compromisso do Brasil com o meio ambiente, que no último ano, o desmatamento ilegal na Amazônia foi reduzido em 50% e reafirmou o compromisso de zerá-lo até 2030. No pronunciamento, Lula também disse que as novas parcerias entre os dois países vão abranger áreas como o financiamento da transição ecológica e energética, bioeconomia, agricultura, temas digitais, inteligência artificial, direitos humanos e igualdade de gênero, que passarão a ocupar nossa agenda bilateral. “Essa gama de assuntos se reflete nos mais de 20 acordos que celebramos hoje. Conversamos sobre o sucesso econômico do Fórum Brasil-França, realizado em São Paulo, e que não se reunia presencialmente desde 2019. Examinamos formas de ampliar e diversificar o comércio que, no ano passado, alcançou 8.4 bilhões de dólares, e que pode e deve crescer muito mais”. Entre os acordos assinados: 1) Novo Plano de Ação da Parceria Estratégica Brasil-França 2) Termo Aditivo ao Acordo de Cooperação Jurídica Internacional em Matéria Penal 3) Declaração de Intenções sobre a Retomada do Centro Franco-Brasileiro de Biodiversidade Amazônica 4) Carta de Intenções sobre a Cooperação entre o Parque Amazônico da Guiana e o Parque das Montanhas do Tumucumaque 5) Declaração de Intenções Relativa ao Reforço da Cooperação na Luta contra o Garimpo Ilegal 6) Declaração de Intenções sobre Diálogo para Transição e Segurança Energética e Minerais Estratégicos (DTSEM) 7) Declaração de Intenções sobre Matérias Primas Críticas 8) Memorando de Entendimento sobre Modernização da Gestão Pública 9) Declaração de Intenções em Matéria de Proteção e Defesa Civil 10) Memorando de Entendimento para a Cooperação em Projetos de Desenvolvimento Sustentável Regional 11) Memorando de Entendimento com o Ministério das Cidades 12) Carta de Intenções sobre a Cooperação em Saúde 13) Declaração de Intenção Destinada a Reforçar a Cooperação Franco-Brasileira a Fim de Garantir a Integridade do Espaço Informativo 14) Declaração de Intenções no Domínio da Formação de Profissionais de Educação Básica e da Promoção do Plurilinguismo 15) Carta de Intenções sobre a Cooperação Esportiva 16) Acordo de Segurança Relativo à Troca de Informações Classificadas e Protegidas 17) Memorando de Entendimento sobre Financiamento ao Desenvolvimento, Clima e Gênero 18) Protocolo de Intenções entre o BNDES e a AFD 19) Memorando de Entendimento para Cooperação Técnica EMBRAPA-CIRAD 20) Memorando de Entendimento para Cooperação Técnica EMBRAPA-IRD 21) Protocolo de de Intenções entre o Banco da Amazônia (BASA) e a AFD.

Conselho de Segurança da ONU aprova cessar-fogo imediato em Gaza

Guterres pede a Israel que acate decisão. A resolução foi aprovada com 14 votos a favor e 1 abstenção (EUA). O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou nesta segunda-feira, 25/03, uma resolução de cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza. É a primeira que o conselho consegue aprovar uma resolução sobre um cessar-fogo no território palestino. Ela foi apresentada por um grupo de dez países rotativos liderados por Moçambique. Foram 14 votos a favor e a abstençãodos Estados Unidos, que têm assento permanente. Votaram a favor China, França, Rússia, Reino Unido (com assento permanente), Argélia, Equador, Guiana, Japão, Malta, Moçambique, Coréia do Sul, Serra Leoa, Eslovênia e Suíça (rotativos). O texto aprovado determina um cessar-fogo durante o mês do Ramadã, o período sagrado para os muçulmanos — começou dia 10 de março e termina em 9 de abril –, mas pede que a trégua aumente até virar permanente. A resolução também pede a “libertação imediata e incondicional de reféns” e “a necessidade urgente de expandir o fluxo” de ajuda humanitária para Gaza. O desafio agora é garantir que Israel cumpra as determinações exigidas no texto da ONU. Embora as resoluções do Conselho de Segurança sejam juridicamente vinculativas, na prática acabam ignoradas por muitos países. Logo após a aprovação da resolução, o secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu que o governo israelense acatasse a decisão do conselho. “A tão esperada resolução deve ser implementada; o fracasso do Conselho em fazê-lo ‘seria imperdoável’”, disse Guterres no X. “O calvário dos palestinos Gaza tem que terminar e terminar imediatamemte, agora”, disse o embaixador Riyad Mansour, observador permanente do Estado da Palestina no Conselho de Segurança da ONU. Desde 7 de outubro de 2023, as forças militares de Israel já mataram mais de 32 mil palestinos em Gaza, segundo o Ministério da Saúde local.

Papa Francisco lança autobiografia reveladora e defende suas convicções

Livro traz relatos pessoais que esclarecem razões de Francisco para o enfrentamento da ditadura na Argentina e suas motivações para as reformas na Igreja Em seus onze anos de pontificado, o Papa Francisco tem enfrentado o desafio complexo de equilibrar os dogmas tradicionais da Igreja Católica com a necessidade de adaptar-se aos ventos da modernidade. Este delicado equilíbrio é o tema central de sua primeira autobiografia, intitulada “Vida: Minha História Através da História”, escrita em colaboração com o vaticanista italiano Fabio Marchese Ragona e com lançamento previsto para 15 de abril pela HarperCollins Brasil. No livro, ele compartilha relatos pessoais, opiniões francas e defende suas convicções com uma sinceridade característica. O livro, uma série de entrevistas conduzidas pelo vaticanista Fabio Marchese Ragona, revela aspectos marcantes da vida e do pensamento do líder católico, bem como suas perspectivas para o futuro da Igreja e da humanidade. A obra oferece uma visão detalhada da trajetória de Francisco, entrelaçada com grandes eventos mundiais que moldaram sua visão filosófica e política. Desde sua repulsa ao antissemitismo durante a Segunda Guerra Mundial até sua postura firme contra o abuso sexual infantil por membros do clero, o livro revela um líder religioso atento às ambiguidades humanas e guiado por um pragmatismo que busca conciliar tradição e progresso. O Papa também compartilha momentos marcantes de sua história pessoal, desde a migração de sua família da Itália para a Argentina até suas experiências durante a Segunda Guerra Mundial e as bombas atômicas de Hiroshima e Nagazaki. Sua preocupação com a guerra é evidente, e ele adverte sobre os perigos do uso de armas nucleares, classificando-as como imorais. Enfrentamento à ditadura argentina Uma das passagens mais marcantes da autobiografia é o relato sobre a ditadura militar na Argentina (1976-1983), período em que Francisco, então um jovem jesuíta, confrontou o regime e protegeu indivíduos perseguidos, como uma professora comunista cuja coleção de livros ele escondeu dos militares. Em relação a essa época, o Papa rejeita rótulos ideológicos simplistas e enfatiza a importância do compartilhamento e da solidariedade como valores fundamentais do cristianismo. Francisco enfrenta fake news que circularam a seu respeito e revela seu papel na proteção de seminaristas perseguidos e lamenta as atrocidades cometidas durante aquele período sombrio da história de seu país. Ele nega acusações de abandono de jesuítas sequestrados e enfatiza sua luta pela libertação dos padres. “Falar dos pobres não significa ser automaticamente comunista”, escreveu o argentino Jorge Bergoglio. “Os pobres são a bandeira do evangelho e estão no coração de Jesus”, insistiu. “Isso não é comunismo. Isso é cristianismo em estado puro”, continuou. Ao discutir questões contemporâneas, como a aceitação das uniões entre pessoas do mesmo sexo e o perdão às mulheres que interrompem gestações, Francisco adota uma postura equilibrada, mantendo-se fiel aos ensinamentos da Igreja, mas demonstrando empatia e compaixão pelas situações individuais. Ele destaca a importância de acolher as pessoas LGBTQIA+ e reafirma sua oposição ao aborto. Ao discutir a possibilidade de renúncia, Francisco tranquiliza os católicos, afirmando que só o fará em caso de impedimento físico grave e que jamais assumirá o título de papa emérito, uma decisão contrária à adotada por seu antecessor, Bento XVI. Sua determinação em levar adiante suas reformas é evidente, e ele reafirma seu compromisso com o pontificado até o fim. O Papa compartilha também os bastidores do conclave que o elegeu em 2013, destacando a mensagem de encorajamento de seu amigo cardeal brasileiro Claudio Hummes e a inspiração por trás da escolha de seu nome papal, Francisco. Sua defesa da dignidade dos pobres e marginalizados, sua postura de acolhimento em relação aos homossexuais e seu desapego às acusações infundadas são temas recorrentes ao longo do livro. As regras do jogo Comparando o pontificado de Francisco com o de seu antecessor, Bento XVI, o vaticanista Ragona ressaltou as diferenças significativas entre os dois líderes da Igreja Católica. Segundo ele, Francisco “mudou as regras do jogo”, adotando uma abordagem mais proativa e engajada em questões sociais e políticas, como a mediação em conflitos internacionais. Quanto à transformação da Igreja sob o pontificado de Francisco, Ragona reconheceu que mudanças significativas não acontecem da noite para o dia, mas enfatizou os esforços do Papa em plantar sementes de mudança, especialmente em relação à aceitação de grupos marginalizados, como pessoas trans e homossexuais. Ao escrever a biografia, Ragona revelou ter ficado surpreso ao descobrir aspectos da vida pessoal do Papa, como sua experiência amorosa quando ainda era seminarista. Essas revelações humanizaram o líder religioso aos olhos do vaticanista e ofereceram uma perspectiva mais completa de sua personalidade. Quanto à opinião do Papa sobre o presidente argentino Javier Milei, Ragona compartilhou que Francisco considerou o político descortês, mas reconheceu que as declarações durante a campanha política muitas vezes não refletem a verdadeira natureza das pessoas. Por fim, ao refletir sobre sua percepção do Papa Francisco após passar um ano trabalhando junto a ele, Ragona enfatizou a humildade e autenticidade do líder religioso. Ele destacou uma experiência pessoal em que o Papa demonstrou sua preocupação com o bem-estar de Ragona, revelando sua natureza acolhedora e pé-no-chão.

Judeus criticam Caiado e Tarciso por fazer propaganda para um genocida

Os governadores Ronaldo Caiado, de Goiás, e Tarcísio de Freitas, de São Paulo, foram a Israel para se aproveitar da crise diplomática entre o Brasil e o Estado judeu O perfil Judeus pela Democracia criticou a ida dos governadores Ronaldo Caiado, de Goiás, e Tarcísio de Freitas, de São Paulo a Israel. “Só nas últimas horas, mais de 100 palestinos foram assassinados por Israel em área de um dos hospitais de Gaza. E todos já foram alvos anteriormente de bombardeios. Ações como essa é que levaram a Corte Internacional em Haia a determinar medidas de prevenção a um genocídio”, indicou a entidade. “Nos últimos dias, a mesma Corte Internacional denunciou que Israel descumpriu suas recomendações. Ou seja, deliberadamente perpetrou ataques contra civis. O que constitui-se crime contra humanidade. Em Israel, protestos que já ocorriam antes da declaração de guerra aos palestinos, voltaram a se intensificar exigindo novas eleições. O atual governo, que tem menos de 30% dos assentos no Congresso aparece nas pesquisas com chance de obter só 16 de 120 assentos”, acrescenta a nota. A entidade ainda destaca que “até o inabalável apoio dos EUA ao Apartheid Israelense mostrou fragilidade nos últimos dias. Enquanto o secretário de relações exteriores da União Européia acusou Israel de usar fome e sede como armas de guerra. E o Canadá anunciou um embargo à exportação de armas. A crise humanitária em Gaza já deixou mais de 40 mil mortos, mais de 60 mil assassinados, entre os quais mais de 2 mil amputados. Mais de 3 mil crianças estão órfãs. 95% da população não tem mais casa para morar e está dormindo em barracas”. “Para além do caráter desumano e abominável de viajar 18 horas de avião para fazer meros conteúdos de propaganda política com responsável por esta situação catastrófica, os dois governadores comprometeram interesses nacionais ao tentar arrastar o Brasil para um conflito gravíssimo. O genocídio na Palestina mobiliza opiniões políticas em todo mundo, e ações estatais e pára-estatais que podem trazer consequências ao Brasil. A razoabilidade e independência da nossa política externa foi deixada de lado quando estes dois oportunistas faltaram ao trabalho ontem”, salienta a entidade. “Se o seu objetivo de alguma maneira era assegurar o apoio de alguns aliados judeus ou cristãos que demonstram apoio acrítico a Israel, o que Tarcísio e Caiado fizeram é crime de responsabilidade. Se houver contrapartidas comprovadas a esse gesto, eles são passíveis de condenação.Nossa comunidade judaica no Brasil é plural, e em grande medida não avaliza genocídio nenhum. Pelo contrário, o que estamos dizendo há meses é NÃO EM NOSSO NOME. Não permitimos nenhum uso da coletividade judaica para legitimar o enriquecimento de barões da indústria de armas”. A entidade finaliza a nota ressaltando que “Tarcísio de Freitas e Caiado – com sua política de memes e tik tok sobre caixões de pessoas árabes – vão se arrepender amargamente do que fizeram. Se tiverem juízo, pedirão desculpa a imensa população brasileira que deplorou seu gesto mesquinho”.

China se torna nova potência marítima e ameaça a hegemonia dos EUA

Crescendo sobretudo nos setores de granéis secos e navios porta-contêineres, China já responde por mais da metade da produção mundial de navios O alerta foi dado em janeiro numa longa reportagem da The Economist: em pleno século 21, “ter uma Marinha poderosa se tornou crucial para vencer guerras”. Segundo a tradicional revista britânica, a ordem mundial está em “erosão”. Qual ordem? Aquela em que Estados Unidos e aliados, graças à frota de submarinos modernos e a alianças navais mais sólidas, pareciam soberanos e imperecíveis pelos mares do Planeta. A emergência da China como nova potência marítima ameaça essa hegemonia norte-americana num momento em que, conforme a Economist, “os oceanos voltaram a ter importância na geopolítica”. Nenhum país se preparou melhor para essa transição do que a China. “A Marinha chinesa é hoje a maior do mundo”, destaca a Economist. “Os estaleiros americanos mirraram. E as Marinhas europeias são uma sombra do que já foram, tendo perdido 28% de seus submarinos e 32% de suas fragatas e de seus destroieres entre 1999 e 2018.” O problema, para a Europa, é que essa redução vem em péssima hora. Grandes conflitos internacionais – os atuais e os iminentes – passam pelos oceanos e, por isso, testam o poderio do Ocidente. EUA e Reino Unido até responderam à ofensiva do grupo rebelde Houthi no Mar Vermelho, região que é considerada uma “artéria crucial do comércio mundial”. Mas as tensões não se resumem ao Oriente Médio. “Taiwan acaba de passar por uma eleição capaz de moldar seu futuro. Um conflito pela ilha envolveria uma intensa guerra naval sino-americana que se ampliaria para muito além do Pacífico”, aponta a Economist. “E na Europa a guerra na Ucrânia pode se transformar numa disputa naval pelo Mar Negro e pela Crimeia. O poder marítimo está de volta.” Só a China acompanhou essa tendência. Crescendo sobretudo nos setores de granéis secos e navios porta-contêineres, o país já responde por mais da metade da produção mundial de navios. Em 2023, a China ultrapassou a Grécia e virou o maior proprietário de frota marítima do mundo em termos de arqueação bruta (GT). Esse avanço é estratégico porque, afora as guerras, sobressai a economia. De acordo com a revista, “cerca de 80% do comércio global em volume é transportado pelo mar; e, em termos de valor, 50%”. Além disso, empresas de telecomunicações mantêm 574 cabos submarinos, “ativos ou planejados”, operando 97% do tráfego global de internet. Um mês depois da The Economist, a Dow Jones Newswires é outra publicação de renome a se render à invasão chinesa nos mares. Diz a Dow Jones: “A China emergiu como uma potência global ao se transformar no chão de fábrica do mundo. Agora, ela está ampliando esse poder – e seu poderio militar – com outro notável feito industrial: está se tornando o estaleiro do mundo”. Se a China é “a maior fabricante de navios por uma ampla margem”, quem compete com os chineses? “Os outrora prolíficos estaleiros do Ocidente, que ajudaram a forjar impérios, ampliar o comércio e vencer guerras, encolheram. A Europa responde por apenas 5% da produção mundial, enquanto os EUA hoje contribuem com quase nada”, diz a Dow Jones Newswires. “A maior parte do que a China não fabrica vem da Coreia do Sul e do Japão.” Isso porque “a outrora vigorosa indústria da construção naval dos EUA” já não produz mais “um número significativo de navios comerciais oceânicos. Vários estaleiros têm apenas um grande cliente, a Marinha americana, e esses estaleiros frequentemente enfrentam acúmulos de pedidos, escassez de funcionários e fornecedores, e custos excessivos”. A reportagem trata os chineses como expressão de um novo tempo – ou nova ordem. “Esse império da construção naval é um símbolo da transformação histórica da China, de uma nação continental voltada para dentro, em potência marítima”. Um dos trunfos do país asiático é a diversificação. “As gigantescas empresas chinesas de construção naval que fabricam navios para o mundo são muitas vezes as mesmas que fabricam navios de guerra para a Marinha da China”, aponta a Dow Jones Newswires. “Seus estaleiros estão prosperando, com contratos de muitos bilhões de dólares sendo firmados não só para navios de guerra, mas também para navios de transporte de contêineres, navios petroleiros e graneleiros para companhias marítimas da China, do Ocidente e até de Taiwan.” Citando o conflito entre Rússia e Ucrânia, a reportagem afirma que as guerras atuais têm durações imprevisíveis. Daí a necessidade de indústrias navais capazes de atender às demandas nacionais: “As fábricas de armamentos dos EUA vêm lutando para acompanhar os campos de batalha na Ucrânia. Seus fabricantes de munições – e estaleiros – não estão prontos para uma guerra com a China”

Madonna reclama de fã cadeirante ao vê-lo sentado em show

Cantora viralizou no Tiktok com um vídeo que foi postado no momento do ocorrido Madonna não gostou de ver que um homem não estava dançando em seu show, nesta sexta-feira (9), em Los Angeles. Ao contrário do resto da multidão – de pé, animada – ele estava sentado. Do palco, ela o repreendeu. “Ei, você! Sim, você”, disse ela, apontando em sua direção. “O que você está fazendo sentado aí? O que você está ganhando sentado assim?”. A cantora, que fazia mais uma apresentação de sua “Celebration Tour”, caminhou visivelmente contrariada até a beira do palco para ouvir mais de perto o fã. Foi quando percebeu a gafe, o erro constrangedor. Com as luzes voltadas para aquela parte da plateia, ela pôde ver que o homem em quem dava bronca por não estar de pé era cadeirante. Madonna ficou alguns segundo em silêncio para em seguida dizer: “Oh, ok. Entendi. Politicamente incorreto. Desculpe por isso. Estou feliz que você esteja aqui.” De volta ao centro do palco, não se conteve: “Oh my gosh!” [“Oh, meu Deus!, em linguagem mais informal]. O TikTok com a cena teve mais de dois milhões de visualizações desde que foi postado, no sábado. (Folhapress)

Brasil e 23 países da Celac exigem cessar-fogo em Gaza

Declaração com seis pontos sobre o conflito no Oriente Médio não foi assinada por todos os países do grupo. Documento foi um pedido do presidente Lula Os chefes de Estado e de governo do Brasil e mais 23 países da Celac (Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos ) assinaram, na última sexta-feira (1), uma declaração conjunta em que manifestam repúdio às milhares de mortes decorrentes do conflito entre Israel e Palestina e pedem pelo cessar-fogo. Os líderes estavam reunidos em Kingstown, capital de São Vicente e Granadinas, para a 8ª Cúpula do grupo. Na chamada “Declaração sobre as ações israelenses em Jerusalém Oriental Ocupada e no resto do Território Palestino Ocupado”, divulgada neste sábado (2) pelo Ministério das Relações Exteriores, os signatários pedem à “Corte Internacional de Justiça para determinar se a ocupação continuada do Estado da Palestina pelo Estado de Israel constitui uma violação do direito internacional”. Somente 24 países da Celac assinaram o texto. Ficaram de fora Argentina, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Panamá, Paraguai e Uruguai. Entre os seis pontos da declaração, os países exigem a libertação imediata de todos os reféns e a garantia de acesso humanitário às áreas afetadas. O texto é parte de um apelo feito pelo presidente Lula por uma moção nesse sentido ao final do encontro. Confira na íntegra o texto: Nós, os Chefes de Estado e de Governo de Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Bolívia, Brasil, Colômbia, Cuba, Chile, Dominica, República Dominicana, Granada, Guiana, Haiti, Honduras, Jamaica, México, Nicarágua, São Cristóvão e Nevis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Suriname, Trinidad e Tobago e República Bolivariana da Venezuela, reunidos em Buccament, São Vicente e Granadinas, por ocasião da VIII Cúpula da Comunidade da América Latina e Estados do Caribe (CELAC); Cientes de que a Proclamação da América Latina e do Caribe como Zona de Paz da CELAC em 2014 “reafirmou o compromisso dos países membros com os propósitos e princípios consagrados na Carta das Nações Unidas e no Direito Internacional” e declarou “que a paz é um bem supremo e uma legítima aspiração de todos os povos” e “um princípio e valor comum da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC);” Conscientes da intransigência refletida nas declarações do Governo de Israel e do agravamento da crise humanitária em Gaza: 1. Deploramos o assassinato de civis israelenses e palestinos, incluindo os cerca de 30.000 palestinos mortos desde o início da incursão de Israel em Gaza, e manifestamos profunda preocupação com a situação humanitária catastrófica na Faixa de Gaza e com o sofrimento da população civil palestina. 2. Endossamos fortemente a exigência da Assembleia Geral das Nações Unidas (A/ES-10/L.27) de um cessar-fogo humanitário imediato em Gaza e de que todas as partes no conflito cumpram o direito internacional, nomeadamente no que diz respeito à proteção de civis. 3. Tomamos nota dos casos em curso perante a Corte Internacional de Justiça para determinar se a ocupação continuada do Estado da Palestina pelo Estado de Israel constitui uma violação do direito internacional e se o ataque de Israel a Gaza constituiria genocídio. 4. Exigimos a libertação imediata e incondicional de todos os reféns, bem como a garantia de acesso humanitário às áreas afetadas, e apoiamos a Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras aos Refugiados da Palestina (UNRWA). 5. Recordamos as múltiplas Resoluções relevantes da Assembleia Geral das Nações Unidas e do Conselho de Segurança, que reiteram a importância crucial do estabelecimento de dois Estados, Israel e Palestina, vivendo lado a lado dentro de fronteiras seguras e reconhecidas. 6. Decidimos convocar, sob a presidência ´pro tempore´ da República de Honduras, um mecanismo apropriado para monitorar ativamente o impacto dessa incursão na recuperação, no desenvolvimento e na segurança da Palestina, e na busca de uma paz justa e duradoura entre os Povos israelense e palestino

Trump vence Biden por 48% a 43%, diz pesquisa do New York Times

Uma nova pesquisa conduzida pelo New York Times em parceria com o Siena College, divulgada neste sábado (2), revela um cenário desafiador para o presidente Joe Biden, a oito meses das eleições nos Estados Unidos. Segundo os resultados, Donald Trump lidera nas intenções de voto, com 48%, contra 43% do atual presidente. Este último atinge seu mais alto índice de desaprovação desde que assumiu o cargo, com 47% dos entrevistados expressando forte desaprovação à sua gestão. Enquanto isso, 43% consideram suas políticas prejudiciais, e apenas 18% afirmam terem sido impactados positivamente por sua administração. A insatisfação se reflete também na direção do país, com 65% dos entrevistados acreditando que os EUA estão seguindo na direção errada. A pesquisa também abordou a escolha de Biden como candidato democrata à reeleição, com uma diferença mínima entre aqueles que apoiam sua permanência (46%) e os que prefeririam outra pessoa (45%). Trump, por sua vez, enfrenta ampla rejeição, com 43% dos entrevistados expressando opinião muito desfavorável sobre ele, embora apenas 22% tenham uma visão muito favorável. Temas políticos também foram discutidos Além das questões envolvendo os candidatos, a pesquisa abordou temas cruciais como a Guerra da Ucrânia e a imigração pela fronteira com o México. A maioria (59%) apoia um aumento do suporte econômico e militar dos EUA à Ucrânia, enquanto metade (50%) acredita que a busca por asilo nos EUA deve ser dificultada para aqueles que cruzam a fronteira sul. Em relação a Trump, 53% dos entrevistados acreditam que ele cometeu crimes federais graves, enquanto 36% discordam dessa afirmação. Conduzida com 980 eleitores registrados em todo o país, a pesquisa, realizada entre os dias 25 e 28 de fevereiro, apresenta uma margem de erro de 3,5 pontos percentuais para mais ou para menos. Dos respondentes, 823 completaram todas as respostas, com uma margem de erro de 4 pontos entre aqueles que responderam a todas as questões.

Papa diz que “ideologia de gênero” ameaça humanidade

O Papa Francisco recebeu em audiência, nesta sexta-feira (1°/03), no Vaticano, os participantes do encontro internacional “Homem-Mulher, imagem de Deus. Por uma antropologia das vocações”, promovido pelo Centro de Pesquisa e Antropologia das Vocações (CRAV) e coordenado pelo prefeito emérito do Dicastério para os Bispos, cardeal Marc Ouellet. O encontro se realiza, no Vaticano, neste 1° de março e no sábado, dia 2, e reúne vários estudiosos, filósofos, teólogos e pedagogos para refletir sobre a antropologia cristã, o pluralismo, o diálogo entre culturas, e o futuro do cristianismo. Antes de seu discurso, lido pelo seu colaborador o mons. Filippo Ciampanelli, porque o Papa ainda está resfriado e se cansa quando lê, Francisco proferiu algumas breves palavras. Encontro importante entre homens e mulheres Gostaria de sublinhar uma coisa: é muito importante que haja este encontro, este encontro entre homens e mulheres, porque hoje o perigo mais feio é a ideologia de gênero, que anula as diferenças. Pedi para fazer estudos sobre essa ideologia ruim do nosso tempo, que apaga as diferenças e torna tudo igual; cancelar a diferença é cancelar a humanidade. Homem e mulher, porém, vivem uma “tensão” fecunda. A seguir, o Papa disse que leu um romance do início do século XX, escrito pelo filho do arcebispo de Cantuária intitulado: “O Senhor do Mundo”. Segundo Francisco, “o romance fala do futurismo e é profético, pois mostra essa tendência de cancelar todas as diferenças”. “É interessante lê-lo, porque há esses problemas de hoje. Aquele homem era um profeta”, sublinhou. A seguir, o mons. Ciampanelli leu o discurso do Papa, que destaca que “o objetivo desta conferência é, primeiramente, considerar e valorizar a dimensão antropológica de cada vocação. Isto remete-nos para uma verdade elementar e fundamental, que hoje precisamos redescobrir em toda a sua beleza: a vida do ser humano é uma vocação. Não nos esqueçamos: a dimensão antropológica, subjacente a cada chamado no âmbito da comunidade, tem a ver com uma característica essencial do ser humano como tal: isto é, que o próprio homem é vocação”. Em seu discurso, o Pontífice ressalta que “cada um de nós, tanto nas grandes escolhas que dizem respeito a um estado de vida quanto nas muitas ocasiões e situações em que elas se encarnam e tomam forma, descobre e se expressa como chamado, como uma pessoa que se realiza na escuta e na resposta, compartilhando seu ser e seus dons com os outros para o bem comum”. Identidade em relação Segundo o Papa, “esta descoberta nos tira do isolamento de um eu autorreferencial e nos faz olhar para nós mesmos como uma identidade em relação: eu existo e vivo em relação a quem me gerou, à realidade que me transcende, aos outros e ao mundo que me circunda, em relação ao qual sou chamado a abraçar com alegria e responsabilidade uma missão específica e pessoal”. De acordo com Francisco, “essa verdade antropológica é fundamental porque responde plenamente ao desejo de realização humana e de felicidade que habita em nosso coração”. No contexto cultural atual, às vezes há uma tendência a esquecer ou obscurecer essa realidade, com o risco de reduzir o ser humano apenas às suas necessidades materiais ou exigências primárias, como se fosse um objeto sem consciência ou vontade, simplesmente arrastado pela vida como parte de uma engrenagem mecânica. Neste sentido, o Papa recomenda não sufocar a “saudável tensão interior” que cada um carrega dentro de si, ou seja, o chamado “à felicidade, à plenitude da vida, a algo grande a que Deus nos destinou”. A vida de cada um não é um acidente de percurso A vida de cada um de nós, sem exceção, não é um acidente de percurso; a nossa existência no mundo não é mero fruto do acaso, mas fazemos parte de um plano de amor e somos convidados a sair de nós mesmos e realizá-lo, para nós e para os outros. Segundo o Papa, “cada um de nós tem uma missão, ou seja, é chamado a dar a sua contribuição para melhorar o mundo e moldar a sociedade”. Francisco encoraja as pesquisas, os estudos e as oportunidades de debates sobre as vocações, os diferentes estados de vida e a multiplicidade de carismas: “São também úteis para nos questionar sobre os desafios de hoje, sobre a crise antropológica em andamento e sobre a necessária promoção das vocações humanas e cristãs.” É importante também que se desenvolva “uma circularidade cada vez mais eficaz entre as diferentes vocações”, para que as obras que surgem do estado de vida laical a serviço da sociedade e da Igreja, junto com o dom do ministério ordenado e da vida consagrada, possam contribuir para gerar esperança num mundo sobre o qual pairam pesadas experiências de morte”. Por fim, o Papa desejou a todos um bom trabalho e disse-lhes “para não terem medo nestes momentos tão ricos na vida da Igreja”. O Espírito Santo nos pede algo importante: fidelidade. Mas a fidelidade está a caminho e muitas vezes a fidelidade nos leva a arriscar. A “fidelidade de museu” não é fidelidade. Sigam em frente com a coragem de discernir e se arriscar, buscando a vontade de Deus. Coragem e sigam em frente, sem perder o senso de humor!  

Em Gaza, 17 mil crianças ficaram órfãs ou foram separadas de suas famílias

O alto comissário da ONU, Volker Turk, afirmou já terem sido registrados “muitos incidentes que podem ser considerados crimes de guerra pelas forças israelenses” Em uma reunião especial dedicada a abordar a crise humanitária na Faixa de Gaza, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou um alerta: mais de 17 mil crianças em Gaza perderam seus pais ou estão separadas de suas famílias, relata Jamil Chade, do UOL. O cenário descrito pela ONU ocorre em meio a um trágico marco, com o número de mortes em Gaza ultrapassando 30 mil pessoas. O alto comissário da ONU, Volker Turk, durante um discurso no Conselho de Direitos Humanos, enfatizou a gravidade da situação, descrevendo o horror presenciado em Gaza como algo difícil de ser traduzido em palavras. “Parece não existir palavra que capture o horror visto em Gaza”, disse A reunião testemunhou tensões entre as diferentes delegações, com o governo de Israel acusando a ONU de negligenciar a construção de uma operação terrorista em Gaza e minimizar as vítimas israelenses. Por sua vez, a diplomacia palestina acusou Israel de genocídio. Além disso, a ONU destacou os desafios humanitários enfrentados pelos habitantes de Gaza, incluindo desaparecimentos, restrições à ajuda humanitária e destruição de infraestruturas civis. “Pelo menos 17 mil crianças ficaram órfãs ou foram separadas de suas famílias, e muitas outras carregarão as cicatrizes do trauma físico e emocional por toda a vida”, alertou Turk. A organização também apontou os ataques do Hamas contra os israelenses como “chocantes” e “profundamente traumatizantes”, mas igualmente condenou a resposta israelense, caracterizando-a como brutal e desproporcional. Turk enfatizou a necessidade urgente de paz, investigação e responsabilização, chamando atenção para as violações dos direitos humanos e das leis humanitárias cometidas por todas as partes envolvidas no conflito. Por fim, a ONU destacou as condições de vida desesperadoras enfrentadas pela população de Gaza, incluindo fome iminente, escassez de água potável e um sistema de saúde à beira do colapso. O bloqueio e o cerco impostos à região foram equiparados a punição coletiva e ao uso da fome como método de guerra, ambos considerados crimes de guerra pela comunidade internacional. “A guerra em Gaza precisa acabar. Todas as partes cometeram violações claras dos direitos humanos internacionais e das leis humanitárias, incluindo crimes de guerra e possivelmente outros crimes de acordo com a lei internacional. Chegou a hora – e já passou da hora – da paz, investigação e responsabilização”, disse Turk, que ressaltou as violações cometidas por Israel contra os palestinos. “Em 56 anos de ocupação israelense, sistemas de controle profundamente discriminatórios foram impostos aos palestinos para restringir seus direitos, inclusive o direito de locomoção, com grande impacto sobre sua igualdade, moradia, saúde, trabalho, educação e vida familiar. Um bloqueio de 16 anos na Faixa de Gaza manteve a maioria de seus 2,2 milhões de habitantes em cativeiro e destruiu a economia local. As vidas de gerações de palestinos na Cisjordânia foram marcadas por assédio, controle, arbitrariedade – inclusive prisões e detenções arbitrárias – e aumento da violência militar e dos colonos israelenses. Enquanto isso, os assentamentos ilegais continuaram a crescer, levando, de fato, a uma maior anexação das terras dos palestinos. Imagine a humilhação e a repressão intermináveis sofridas”. Turk assinalou que já foram registrados “muitos incidentes que podem ser considerados crimes de guerra pelas forças israelenses, bem como indícios de que as forças israelenses se envolveram em alvos indiscriminados ou desproporcionais que violam o direito internacional humanitário”.