Morre Papa Francisco, que revolucionou a Igreja Católica, aos 88 anos

Pontífice estava a frente da Igreja Católica desde 2013 Jorge Mario Bergolio – o Papa Francisco, morreu aos 88 anos, na madrugada desta segunda-feira (21 de abril). A morte foi confirmada pelo Vaticano. O período de seu pontificado de 12 anos foi marcado por sua popularidade entre os fiéis e pela resistência feroz dentro do catolicismo a seu projeto de reformas, mesmo que estas não questionem os pilares doutrinários. O falecimento de Francisco ocorreu às 2h35, no horário de Brasília, e 7h35 no horário local. A saúde de Francisco já vinha preocupando as pessoas em todo mundo há alguns anos, chegando até a provocar especulações sobre uma eventual renúncia – assim como fez o antecessor, Bento XVI. Desde o início de fevereiro o papa vinha sofrendo com uma bronquite e, chegou a precisar interromper a leitura de um discurso durante sua audiência geral semanal devido às dificuldades para respirar. “Deixem-me pedir ao padre que continue lendo porque ainda não consigo com a minha bronquite. Espero que na próxima vez eu possa”, disse na ocasião. Francisco se mostrou popular entre os católicos desde o início de seu pontificado, em 2013. Quatro meses após assumir o papel de papa, Francisco esteve na 28ª Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que reuniu um público superior a 3 milhões de pessoas. Naquela ocasião, o papa também visitou a Basílica de Nossa Senhora Aparecida, no interior de São Paulo. Saúde delicada Francisco, que na sua juventude foi submetido a uma ablação parcial de uma mobilidade, se desloca desde 2022 com uma cadeira de rodas, ou com uma bengala nas poucas vezes que é visto de pé. Nos últimos anos, ele apresentou vários problemas de saúde, incluindo dores no joelho e no quadril, uma inflamação do cólon e dificuldades respiratórias. Em junho de 2023, Jorge Mario Bergoglio foi hospitalizado por 10 dias no hospital Gemelli e passou por uma operação de hérnia abdominal, que causou anestesia geral. Em dezembro do mesmo ano, também devido a uma bronquite, o pontífice desistiu de participar na COP28 de Dubai, a grande reunião de cúpula anual do clima, organizada pelas Nações Unidas. E no final de março de 2024, o jesuíta argentino, eleito papa em 2013, cancelou na última hora sua participação na Via-Crúcis do Coliseu de Roma. Poucos dias depois, no entanto, consegui celebrar a missa da Páscoa. Apesar dos vários problemas de saúde, Francisco mantinha uma agenda repleta de audiências e tarefas. Também prosseguiu com as viagens – como em setembro, quando fez a deslocação mais longa do seu pontificado, uma jornada de 12 dias que o levou a Papua-Nova Guiné, Timor Leste, Indonésia e Singapura. Pela justiça social A trajetória do líder da Igreja Católica foi marcada por mudanças e carisma. As pregações deste crítico do neoliberalismo destacaram reivindicações por maior justiça social, proteção da natureza e defesa dos migrantes que fogem das guerras e da miséria. Assim que foi eleito papa, em 13 de março de 2013, o cardeal argentino Jorge Bergoglio mostrou seu desejo de ruptura, ao aparecer na varanda da basílica de São Pedro sem nenhum ornamento litúrgico. O jesuíta sorridente e de linguajar franco representava um contraste com o tímido Bento XVI, que havia renunciado ao cargo. E provavelmente já tinha em mente seu programa: a reforma da Cúria (o governo da Santa Sé), corroída pela inércia, e o saneamento das duvidosas finanças do Vaticano. O ex-arcebispo de Buenos Aires, que nunca fez carreira nos corredores de Roma, queria “pastores com cheiro de ovelha” para devolver o dinamismo a uma Igreja cada vez mais superada em muitas regiões pela vitalidade dos cultos evangélicos. O papa Francisco procurou também acolher mais as mulheres durante seu pontificado. Em janeiro deste ano, ele pediu que a “mentalidade machista” fosse “superada” dentro da Igreja, solicitando que mais cargas de responsabilidade sejam atribuídas às freiras e que elas deixem de ser tratadas como “empregadas”. Na mesma época, ele anunciou que uma mulher, Raffaella Petrini, dirigiria a partir de março o Governo do Estado da Cidade do Vaticano, o órgão responsável pelas funções administrativas da Santa Sé. “Periferias” “O papa introduziu na Igreja assuntos centrais das democracias ocidentais, como o meio ambiente, a educação, o direito”, destaca Roberto Regoli, professor na Pontifícia Universidade Gregoriana. Ele também denuncia os conflitos que devastam o planeta, mas sem resultados concretos, como demonstram seus apelos por um fim da guerra na Ucrânia. Mas sua imagem rezando sob a tempestade na praça de São Pedro vazia durante a pandemia ilustrou como poucas a necessidade de repensar a economia mundial. Este pastor incansável, apesar dos 88 anos e seu estado de saúde frágil que o obrigam a usar uma cadeira de rodas, segue privilegiando as missões nas “periferias” do leste da Europa ou da África. Durante a década ‘bergogliana’, a Igreja Católica também desenvolveu um diálogo inter-religioso, em particular com o islã. Ele também teve um encontro histórico em 2016 com o patriarca ortodoxo russo Kirill, mas a aproximação foi interrompida pelo apoio desta Igreja cristã à invasão russa da Ucrânia. Para enfrentar os escândalos de abusos sexuais de menores de idade por religiosos, Francisco aboliu o “sigilo pontifício”, que era utilizado por autoridades eclesiásticas para não comunicar tais atos. Um gesto importante, mas insuficiente para as associações de vítimas. Lutas de poder Francisco levou novos ares a Roma: optou por viver em um apartamento sóbrio, rejeitando o suntuoso Palácio Apostólico, e frequentemente convidava à sua mesa moradores em situação de rua ou presidiários. Um estilo que também rendeu críticas de setores que veem nele uma dessacralização de suas funções. O primeiro papa latino-americano da História continuou mobilizando os fiéis no exterior, mas também há quem o critique por um exercício extremamente pessoal de sua autoridade sobre 1,3 bilhão de católicos. “Francisco mostrou um autoritarismo ao qual a Cúria não estava acostumada há muito tempo. E isso pode irritar”, disse à AFP um importante diplomata em Roma. E a oposição dos setores mais conservadores da Igreja está mais viva do que nunca, apesar das mortes

Comércio do Brasil com Brics atinge US$ 235 bilhões, recorde histórico

O comércio exterior do Brasil nos últimos 12 meses até março totalizou US$ 608 bilhões,  o segundo maior valor da história, superado apenas pelo mesmo período até março de 2023, quando havia atingido US$ 610 bilhões. Foram US$ 337 bilhões de exportação, mais US$ 271 bilhões de importação, perfazendo também um saldo comercial de US$ 66 bilhões. Apenas para os países dos Brics ampliado, hoje formado por 22 países (10 membros plenos, mais 12 não plenos), o comércio do Brasil totalizou US$ 235 bilhões nos últimos 12 meses até março, um recorde histórico. Já o comércio com os EUA, que era superior a 20% no início dos anos 2000, passou a oscilar entre 13% e 14% nos últimos 20 anos. Fonte: O Cafezinho

Esposa de ex-presidente do Peru pede asilo ao Brasil após condenação

Ollanta Humala e Nadine Heredia tiveram sentença de 15 anos de prisão O Ministério das Relações Exteriores do Peru informou nesta terça-feira (15) que Nadine Heredia, esposa do ex-presidente Ollanta Humala, entrou na embaixada brasileira em Lima para pedir asilo, horas depois de ambos terem sido condenados à prisão por lavagem de dinheiro. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil confirma que ela está na embaixada, mas não deu informações sobre o pedido de asilo. A Justiça do Peru condenou Humala e Heredia a 15 anos de prisão por lavagem de dinheiro ilícito de empresas brasileiras para campanha política, em outra sentença de alto perfil em um país onde vários líderes foram envolvidos em casos de corrupção. *Com informações da Agência Reuters

Daniel Noboa é proclamado vencedor sob acusações de fraude

O Conselho Nacional Eleitoral do Equador (CNE) anunciou na noite deste domingo (13) que Daniel Noboa foi reeleito presidente da República, em meio a um cenário político conturbado e marcado por graves denúncias de fraude eleitoral levantadas pela opositora Revolução Cidadã (RC), liderada pela candidata Luisa González. Segundo os dados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), com 92,66% dos votos válidos apurados, Noboa obteve 55,83% dos votos, contra 44,17% da candidata da RC, informa a Prensa Latina. A diferença de mais de 10 pontos percentuais entre os dois candidatos surpreendeu analistas e pesquisas, que apontavam uma disputa acirrada e com margem apertada. A inesperada vantagem numérica do presidente reeleito gerou reações imediatas da oposição, que questiona a lisura do processo eleitoral. Em pronunciamento à noite diante de apoiadores, Luisa González declarou não reconhecer o resultado divulgado pelo CNE. González argumentou que houve uma série de irregularidades ao longo do processo que comprometem a legitimidade da eleição. Entre os principais pontos denunciados estão: a não exigência de afastamento dos cargos públicos por parte dos servidores que buscavam a reeleição — como o próprio presidente —, o decreto de um novo estado de emergência em sete províncias e dois municípios durante o processo eleitoral, a mudança repentina de sedes eleitorais, e a restrição do voto para cidadãos equatorianos residentes na Venezuela, totalizando 10 eleitores que foram impedidos de exercer seu direito. Outro fator apontado pela Revolução Cidadã foi a publicação de atas eleitorais sem assinaturas, elemento fundamental para a validação dos resultados. O secretário executivo da RC, Andrés Arauz, afirmou que essa prática é uma irregularidade inaceitável e compromete diretamente a confiabilidade do pleito. Diante do anúncio da oposição de que irá solicitar a recontagem dos votos e a abertura das urnas, a presidente do CNE, Diana Atamaint, respondeu que a legislação equatoriana prevê mecanismos administrativos e contenciosos eleitorais para a contestação de resultados. Ela também afirmou que todos os procedimentos estão sendo conduzidos dentro do marco da lei e com a supervisão de organismos nacionais e internacionais. Setores populares, movimentos sociais e lideranças progressistas denunciam uma crescente concentração de poder, repressão política e criminalização da oposição. A decretação do estado de emergência durante o processo eleitoral é vista por muitos como uma tentativa de silenciar vozes críticas e limitar a mobilização da oposição, em um contexto em que o país enfrenta sérias tensões sociais e econômicas. A Revolução Cidadã, movimento fundado pelo ex-presidente Rafael Correa, promete mobilizações e ações jurídicas e políticas para contestar o resultado das urnas. A disputa está longe de chegar ao fim, e o Equador entra em um período de incerteza, em que a legitimidade do novo mandato de Noboa será testada diante da pressão social e das instituições democráticas. O desfecho dessa crise poderá ter consequências profundas para o futuro da democracia equatoriana e para o equilíbrio político na América do Sul, em um momento em que os ventos da polarização e do autoritarismo sopram em várias partes do continente.

Tarifas de Trump contra o Brasil são injustificáveis, diz Haddad

Mais cedo, Washington incluiu o Brasil em seu relatório anual sobre barreiras comerciais Ministro da Fazenda, Fernando Haddad (Foto: REUTERS/Adriano Machado) O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou nesta segunda-feira (31) as iminentes tarifas comerciais dos Estados Unidos contra o Brasil, afirmando que a parceria econômica deve prevalecer. “Qualquer retaliação ao Brasil vai soar injustificável à luz dos dados e à luz das décadas de parceria entre Estados Unidos e Brasil”, afirmou Haddad após participar de uma conferência sobre a economia e o clima na França, conforme citado pela Folha de São Paulo. Mais cedo, Washington incluiu o Brasil em seu relatório anual sobre barreiras comerciais, destacando políticas consideradas protecionistas e abrindo caminho para o “tarifaço”. O Relatório de Estimativa Comercial Nacional sobre Barreiras ao Comércio Exterior dos EUA cita etanol, cachaça e produtos eletrônicos como “desleais”. O presidente dos EUA, Donald Trump, disse no último domingo (29) que as tarifas recíprocas previstas para serem anunciadas nesta quarta-feira (2) incluirão todos os países. O republicano já impôs tarifas sobre alumínio, aço e automóveis.

XENOFOBIA – Trump deve proibir cidadãos de 43 países de entrarem nos EUA

Presidente dos EUA segue com sua obsessão por expulsar e manter longe do país os estrangeiros, imigrantes ou não A sanha contra estrangeiros e a obsessão de Donald Trump em relação à expulsão e proibição de pessoas de outros países no território norte-americano ganhou um novo e ainda mais radical capítulo. Segundo fontes da Casa Branca que mantêm contato com agências internacionais, o governo do recém-empossado presidente dos EUA estuda agora o banimento de cidadãos de 43 países. Pela nova lista, que ainda está em análise e deve ser oficialmente anunciada nas próximas semanas, esses estrangeiros e nações seriam classificados em três grupos diferentes, identificadas por cores. A cada um deles seria aplicada uma gama de restrições quanto à entrada nos EUA. Sempre falando sob anonimato, os funcionários federais estadunidenses explicaram que a elaboração da lista com as nações está em marcha há algumas semanas. Após a finalização de uma primeira etapa, a relação estaria agora sob análise do Departamento de Estado, de diplomatas veteranos e de autoridades da área de segurança e de inteligência, que realizam ajustes e acrescentam considerações em seus relatórios. Veja abaixo os países que terão restrições em relação à entrada de seus cidadãos nos EUA: Lista vermelha [Viagens absolutamente proibidas, em qualquer hipótese] Afeganistão Butão Cuba Irã Líbia Coreia do Norte Somália Sudão Síria Venezuela Iêmen Lista laranja [Concessão de vistos sob fortes restrições, permitindo apenas entradas para negócios] Bielorrússia Eritreia Haiti Laos Mianmar Paquistão Rússia Serra Leoa Sudão do Sul Turcomenistão Lista amarela [Impões 60 dias de antecedência no pedido do visto e há inúmeras exigências rígidas para a autorização] Angola Antígua e Barbuda Benim Burkina Faso Camboja Camarões Cabo Verde Chade República do Congo República Democrática do Congo Dominica Guiné Equatorial Gâmbia Libéria Malawi Mali Mauritânia São Cristóvão e Névis Santa Lúcia São Tomé e Príncipe Vanuatu Zimbábue

Papa Francisco apresenta melhora, mas quadro segue complexo

Estado do religioso ‘permanece estável’, informou o Vaticano ANSA – A Sala de Imprensa do Vaticano informou nesta terça-feira (11) que a condição clínica do papa Francisco “permanece estável”, mas os médicos declararam que o quadro do pontífice ainda continua “complexo”. De acordo com a atualização da Santa Sé, os profissionais de saúde do Hospital Policlínico Agostino Gemelli, em Roma, confirmaram que o estado do líder da Igreja Católica apresentou “leves melhorias”. Nenhum novo boletim médico foi divulgado hoje (11) pelo Gemelli, mas a assessoria vaticana explicou que o religioso prosseguiu com seus tratamentos e continuou em ventilação de alto fluxo, com cânulas de oxigênio no nariz. O pontífice novamente se conectou com os exercícios espirituais da Cúria Romana, que estão em andamento na Sala Paulo VI, acompanhando-os por vídeo de seu quarto no hospital localizado na capital italiana. A nota da Santa Sé explicou que o prognóstico divulgado ontem (10) “foi mantido confidencial pelos médicos por ter ocorrido uma situação de instabilidade devido às infecções respiratórias”. “Uma vez atingido um limite de estabilidade, eles sentem que podem dizer que o Papa não está em perigo iminente devido às infecções contraídas nas vias respiratórias”, acrescentou

Trump mente sobre o Brasil em discurso no Congresso e ameaça com novas taxações

Falsa alegação de protecionismo do Brasil contrasta com dados comerciais, que mostram tarifa média de 2,7% e um superávit americano superior a US$ Na noite desta terça-feira (4), Donald Trump usou a tribuna do Congresso para fazer mais um “comício” para a sua base, cheio de desinformação e um dos mais longos da história. É a primeira vez que o republicano discursou para congressistas desde quando tomou posse, e voltou a ameaçar a tomada do Panamá e da Groenlândia, as políticas de diversidade e um aprofundamento da radicalização, além de defender a imposição de tarifas comerciais sobre o Brasil, mentindo ao dizer que o país brasileiro cobra de forma “injusta” os EUA. O Brasil foi citado como exemplo de protecionismo, mas como sempre os números mostram o contrário. Dados da Câmara de Comércio Brasil-EUA indicam que a tarifa média aplicada aos produtos americanos é de apenas 2,7%, enquanto os Estados Unidos mantêm um superávit de mais de US$ 200 bilhões na balança comercial. “Outros países usaram tarifas contra nós por décadas, e agora é a nossa vez de começar a usá-las contra eles. A União Europeia, China, Brasil e Índia, México e Canadá e diversas outras nações cobram tarifas tremendamente mais altas do que cobramos deles. É injusto”, reclamou. No governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a menção ao Brasil foi interpretada como um indicativo de que o país poderá enfrentar medidas protecionistas ou, no mínimo, sofrer pressão da Casa Branca para uma negociação. Trump misturou promessas expansionistas, revisionismo histórico e retórica protecionista. Evocando um tom messiânico, ele afirmou ter sobrevivido a um atentado em 2024 para “tornar os EUA grande de novo” e voltou a ameaçar a tomada de territórios ao redor do mundo. Enquanto os mercados reagiam com forte queda à escalada do risco de uma guerra comercial, Trump redobrou sua defesa das tarifas sobre aliados e adversários. Sem apresentar dados concretos, afirmou que empresas estrangeiras estariam transferindo suas fábricas para solo americano para escapar das barreiras impostas por sua administração. De acordo com o colunista Jamil Chade, do UOL, as tarifas protecionistas entram em vigor no dia 2 de abril. “O que eles nos colocarem de tarifas, colocaremos neles”, declarou. A defesa das tarifas ocorre no mesmo dia em que Canadá, México e China anunciam medidas de retaliação contra os Estados Unidos, intensificando uma disputa comercial que pode desencadear um período de incertezas na economia global. “No que eles nos taxarem, nós os taxaremos. Se eles aplicarem medidas não tarifárias para nos manter fora do mercado deles, então nós faremos barreiras não monetárias para mantê-los fora do nosso mercado. Nós teremos trilhões de dólares e criaremos empregos como nunca vimos antes”, emendou Trump. A citação ao Brasil surge duas semanas depois de a Casa Branca utilizar o país como argumento para endurecer sua política comercial. Em 14 de fevereiro, Donald Trump consolidou sua abordagem protecionista ao anunciar um plano de aumento de tarifas e a adoção de medidas de reciprocidade contra seus principais parceiros. No documento oficial, o Brasil foi apontado como um dos alvos potenciais das novas tarifas devido às barreiras aplicadas ao etanol dos Estados Unidos. Durante o mandato de Jair Bolsonaro, o Brasil havia eliminado as tarifas sobre o etanol americano. No entanto, nos primeiros meses do governo Lula, o produto passou a ser taxado em 18%. Congressistas protestam O presidente Donald Trump enfrentou protestos de parlamentares democratas durante seu discurso ao Congresso. Assim que entrou, Melanie Stansbury, deputada, levantou um cartaz com a inscrição “Isso não é normal”. O congressista Al Green, do Partido Democrata, chegou a ser retirado da cerimônia realizada em Washington D.C., durante o discurso do presidente Donald Trump ao Congresso dos Estados Unidos, na noite de terça-feira (4), madrugada de quarta no horário de Brasília. Ele tem 77 anos e é deputado desde 2005. Assista discurso completo Comércio Brasil-EUA Os Estados Unidos ocupam a segunda posição entre os maiores parceiros comerciais do Brasil, atrás apenas da China. Em 2024, o valor das exportações e importações brasileiras com os americanos foi semelhante, cerca de 40 bilhões de dólares, o que equivale a 244 bilhões de reais. Além disso, há mais de dez anos que o principal parceiro comercial do Brasil deixou de ser os EUA. Na década de 2010, a China começou a assumir essa liderança. Para se ter ideia, em 2024, o comércio entre Brasil e China superou o dobro do volume de trocas comerciais com os Estados Unidos e União Europeia juntos, com o Brasil exportando em série para o país chinês. De acordo com dados do Departamento do Censo dos Estados Unidos (DCEU), o Brasil ocupa a 16ª posição entre os países que mais exportam para os Estados Unidos, enquanto está classificado como o 27º maior importador. No ano passado, o ferro e aço representaram o maior superávit comercial do Brasil com relação aos Estados Unidos. Esses produtos foram alvo de tarifas altas por parte dos americanos, até o ano de 2024. Durante o primeiro governo Trump, houve uma ameaça de tarifas adicionais, embora ela nunca tenha sido implementada. Ainda que Brasil tenha importado 6,8 bilhões a mais do que exportou para o país, trata-se de uma nação emergente, logo é comum que seja dependente de economias desenvolvidas, mas a maior pedra no sapato de Trump é a relação do Brasil com os BRICS — grupo que inicialmente incluía Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e que agora conta com Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos. Os países do BRICS, que representam 46% da população mundial, têm buscado uma alternativa ao dólar para as transações comerciais. A imposição de sanções ocidentais à Rússia, em razão da guerra na Ucrânia, deu impulso a essas discussões. O Banco dos BRICS aprovou um total de US$ 32,8 bilhões em financiamento para 96 projetos, conforme levantamento divulgado pela própria instituição. Desses recursos, US$ 5,62 bilhões foram direcionados ao Brasil, o que ajuda a fomentar a economia de países emergentes. Logo, o presidente dos Estados

Em retaliação a Trump, China anuncia tarifa de até 15% em produtos dos EUA

Além disso, o governo chinês divulgou novas restrições de exportação e investimento a 25 empresas dos EUA, alegando como motivos a segurança nacional   A China reagiu aos Estados Unidos que impuseram tarifa de 10% sobre todas importações do país asiático. Em retaliação a essa decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, os chineses anunciaram tarifas de 10% a 15% sobre as exportações agrícolas dos Estados Unidos. Além disso, o governo chinês divulgou novas restrições de exportação e investimento a 25 empresas dos EUA, alegando como motivos a segurança nacional. “Tentar exercer pressão extrema sobre a China é um erro de cálculo e um engano”, afirmou um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Pequim. Na condição de maior mercado para produtos agrícolas dos EUA, a China resolveu taxar em 15% produtos como frango, trigo, milho e algodão dos EUA, enquanto soja, sorgo, carne suína, carne bovina, produtos aquáticos, frutas, vegetais e laticínios sofrerão uma tarifa extra de 10%. De acordo com a agência Reuters, a expectativa é que as novas taxas impostas pela China afetem cerca de US$ 21 bilhões em exportações de produtos agrícolas e alimentícios norte-americanos, deixando as duas maiores economias do mundo um passo mais perto de uma guerra comercial total. Nesta terça-feira (4), entraram em vigor as tarifas de 25% prometidas por Trump sobre Canadá e México. O Canadá já anunciou que vai impor uma tarifa de 25% em mais de 100 bilhões de dólares de produtos dos Estados Unidos, segundo adiantou o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau. Com agências

Brasil e Portugal assinam 19 acordos bilaterais em diversas áreas

Atos são em saúde, segurança pública, turismo e tecnologia Brasil e Portugal assinaram, nesta quarta-feira (19), 19 acordos bilaterais em áreas como saúde, segurança pública, turismo e ciência e tecnologia. Os atos ocorreram após a 14ª Cimeira Brasil-Portugal, presidida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, no Palácio do Planalto, em Brasília. “O intercâmbio com Portugal está adquirindo um perfil diversificado, com integração de cadeias produtivas relevantes e que favorecem a exportação de produtos brasileiros de maior valor agregado. A expectativa é que essa relação se aprofunde ainda mais quando o Acordo Mercosul-União Europeia entrar em vigor”, disse Lula, em declaração à imprensa, sobre o acordo comercial negociado por mais de 20 anos e finalizado no ano passado. “Quando o protecionismo comercial ganha força no mundo, demonstramos o potencial da integração. Não há dúvidas de que o Acordo trará benefícios para os dois blocos. Ele significará acesso a bens e serviços mais baratos, aumento dos investimentos e cooperação renovada para proteger o meio ambiente, sem prejuízo da política de neoindustrialização brasileira”, destacou o presidente. Antes da cúpula, Lula recebeu o chefe do governo português para um encontro privado e, na sequência, se juntaram às delegações dos dois países. O encontro de alto nível tem o objetivo de discutir e fortalecer a cooperação bilateral em diversas áreas, como defesa, segurança, justiça, ciência, meio ambiente, comércio, saúde e cultura. A edição anterior foi realizada em Lisboa, capital portuguesa, em 2023, durante visita de Lula ao país europeu. Na ocasião, 13 acordos bilaterais foram assinados. Em 2025, são celebrados os 200 anos do estabelecimento de relações diplomáticas entre Brasil e Portugal. Atualmente, mais de 500 mil brasileiros residem em Portugal, e cerca de 150 mil portugueses vivem no Brasil. É a segunda maior comunidade brasileira no exterior, atrás apenas dos Estados Unidos.Diante dessa relação histórica, Lula afirmou que “não há espaço para racismo e xenofobia” entre as comunidades brasileiras e portuguesas. “Nesses 200 anos, muitos portugueses vieram estabelecer-se e criar raízes em nosso país, assim como muitos brasileiros mudaram-se para Portugal e ali constituíram laços. Afirmei ao primeiro-ministro Montenegro que precisamos desconstruir a narrativa mentirosa que associa a migração brasileira ao aumento da criminalidade em Portugal”, disse Lula. Atos bilaterais Os atos assinados hoje na presença de Lula e Montenegro são: – Justiça: acordo de cooperação sobre investigação e combate ao crime organizado transnacional e ao terrorismo. – Segurança institucional: revisão do acordo para sobre proteção de informação classificada. – Porto e Aeroportos: fomento à cooperação nas áreas de portos, desenvolvimento da infraestrutura e operação de terminais. – Saúde e desenvolvimento social: cooperação e troca de experiências para promoção da alimentação saudável e da prevenção da obesidade. – Meio Ambiente: cooperação nas áreas de clima e gestão dos ecossistemas. – Cultura: colaboração entre o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e o instituto Museus e Monumentos de Portugal. – Turismo: plano de ação para desenvolvimento do turismo no período de 2025-2027. – Agricultura: cooperação para simplificar procedimentos sobre o domínio do vinho e outros produtos vitivinícolas. – Tecnologia: cooperação e intercâmbio de boas práticas sobre diálogo digital. “Lançamos um Diálogo Digital para aprofundar o debate sobre inteligência artificial e outras tecnologias emergentes. Avançar na luta contra o extremismo e suas novas faces, que têm proliferado sobretudo no mundo digital, é uma urgência compartilhada. Portugal e Brasil trabalham com visões semelhantes sobre a regulação das grandes empresas de tecnologia e o combate à desinformação”, disse Lula durante a declaração à imprensa. Outros 10 atos foram assinados durante a cúpula envolvendo diversos ministérios, agências e instituições brasileiras e portuguesas. Também foi confirmada a compra de 12 aviões Super Tucanos pela Força Aérea Portuguesa e a parceria entre a OGMA Indústria Aeronáutica de Portugal e a Embraer para adaptação das aeronaves a padrões da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). O Brasil ainda anunciou a instalação de escritório da ApexBrasil, agência de promoção brasileira, em Lisboa. Após a coletiva de imprensa, os líderes e as comitivas foram para o Palácio Itamaraty, onde Lula ofereceu almoço em homenagem ao primeiro-ministro Luís Montenegro. Diplomacia Nesta terça-feira (18), Lula também recebeu o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, que é o chefe de Estado do país europeu, uma função mais diplomática. No Brasil, o presidente da República exerce os dois cargos: chefe de Estado e de governo. À noite, os dois participam da entrega do Prêmio Camões de Literatura a Adélia Prado, no Palácio do Itamaraty, o principal prêmio da literatura em língua portuguesa. Mineira de Divinópolis, Adélia tem 88 anos e é considerada a maior poetisa brasileira viva. Ela não compareceu à cerimônia cerimônia por questões de saúde e foi representada por seu filho Eugênio Prado.