Morre Silvio Santos, ícone da TV brasileira, aos 93 anos

Figura emblemática da TV brasileira faleceu em São Paulo. Ele estava internado por complicações de um quadro de H1N1 Morreu neste sábado (17), aos 93 anos, o empresário e apresentador Silvio Santos, ícone da televisão e da cultura brasileira. A morte foi confirmada pelo SBT, pelas redes sociais. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein, de São Paulo, desde 1º de agosto, para tratar de um quadro de H1N1 Quem era Sílvio Silvio Santos, cujo nome real é Senor Abravanel, nasceu em 12 de dezembro de 1930 no Rio de Janeiro. Filho do imigrante grego Alberto Abravanel e da turca Rebeca Abravanel, ele começou a trabalhar como camelô aos 14 anos, quando aprendeu a negociar e a expor a sua potência vocal. A carreira artística de Silvio iniciou quando ele se tornou locutor de rádio em meados da década de 1950. Rapidamente ganhou notoriedade por seu estilo carismático e espontâneo. Então, no início da década de 1960, passou a atuar como apresentador de televisão. Mais precisamente, ainda com imagem em preto e branco, foi em uma tarde de domingo, 2 de junho de 1963, que Silvio Santos entrou no ar, pela primeira vez, com o programa homônimo na extinta TV Paulista. A tecnologia da época não importava: Senor Abravanel, o homem por trás do Silvio, “sorriu” as palavras iniciais e “coloriu” a transmissão com o carisma característico que o coroaria até hoje, 60 anos depois, maior animador de televisão no Brasil – um sobrevivente do cancelamento, mesmo após tropeços considerados por alguns como socialmente incorretos. No percurso de mais de meio século, Silvio passou por outras empresas, como a TV Globo. Na década de 1980, o apresentador diversificou suas atividades e criou a sua própria emissora – o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT), que, sob sua liderança, se tornou um importante concorrente das redes de televisão estabelecidas no país. Com o Programa Silvio Santos (PSS), o show sempre foi ele. O contrário, também. Foi assim por décadas até o pandêmico ano de 2020. “Seu show dominical já teve mais de dez horas de duração e já contou com mais de uma centena de formatos. Essas são marcas muito expressivas”, lembrou o professor e escritor Fernando Morgado, autor da biografia “Silvio Santos: A Trajetória de um Mito”, em entrevista a O TEMPO para uma reportagem sobre a celebração de 90 anos do apresentador. Ironicamente, embora a tecnologia atual permita uma exibição em alta definição de imagem e de som, a “cor” deixou de estar lá. Senor se afastou, em 2020, das atividades como apresentador, sendo substituído, na tela, pela filha, Patrícia Abravanel. Além de sua carreira na televisão, como empresário, ele fundou o Grupo Silvio Santos, que investiu em diversos empreendimentos, incluindo comércio e imóveis. Não por acaso, além do incensado carisma em frente às câmeras, Silvio também era conhecido por sua habilidade em negócios. Silvio ainda ensaiou uma curta carreira política, chegando a se candidatar à Presidência da República nos anos 80, mas sua candidatura, à época, foi indeferida. Dono de uma fortuna estimada em R$ 1,6 bilhão, segundo a revista “Forbes”, Silvio Santos deixa seis filhas, Cintia, Silvia, Renata, Rebeca, Patrícia e Daniela, e a esposa, Íris Abravanel.

Morre, aos 96 anos, o ex-ministro da Fazenda Delfim Netto

Ele estava internado desde a última segunda-feira (5) no Hospital Israelita Albert Einstein em decorrências de complicações no seu quadro de saúde Morreu na madrugada desta segunda-feira, 12/8, aos 96 anos, o economista Antonio Delfim Netto, ex-ministro da Fazenda e ex-deputado federal. Ele estava internado desde a última segunda-feira (05/8) no Hospital Israelita Albert Einstein em decorrências de complicações no seu quadro de saúde. Professor emérito da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP), Delfim Netto foi um dos principais personagens da economia brasileira e um dos mais longevos ministros da Fazenda do País, tendo ocupado o cargo entre os anos de 1967 e 1974. Foi, ainda, ministro do Planejamento entre 1979 e 1985, ministro da Agricultura (1979) e embaixador do Brasil na França (1975-1977). Após a redemocratização, permaneceu como figura de destaque nos meios econômico e político. No período em que foi ministro da Fazenda, a economia brasileira registrou as maiores taxas de crescimento em sua história (média anual de 9% de crescimento do PIB de 1968 a 1974), com a criação de 15 milhões de novos empregos. Em 1973 o Brasil alcançou o crescimento recorde de 14,4% do PIB, com inflação de 12% – era o início do período de bonança conhecido como “milagre econômico”. Em oito anos de forte crescimento, o Brasil passou da 48ª posição para o 8º lugar entre as maiores economias mundiais. Como ministro do Planejamento, na década de 1980, comandou a economia brasileira durante a segunda maior crise financeira mundial do século 20, causada pelo choque dos preços do petróleo e pela elevação dos juros americanos para quase 22% ao ano. O Brasil viveu um período de altas taxas de inflação e três anos de recessão, mas foi o primeiro país em desenvolvimento a vencer a crise, com a economia voltando a crescer 5,6% em 1984. Após o fim do regime militar, Delfim Netto participou das eleições em 1986 como candidato à Câmara dos Deputados. Foi eleito deputado federal por cinco vezes consecutivas, a primeira delas como constituinte. Em 2014, Delfim Netto doou para a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA/USP), sua biblioteca pessoal, com um acervo de mais de 100 mil títulos, acumulados em quase oito décadas – o que a tornou uma das mais relevantes do País. Tem mais de 10 livros publicados sobre problemas da economia brasileira e centenas de artigos e estudos. Escrevia semanalmente nos jornais Folha de S.Paulo e Valor Econômico e para a revista Carta Capital. Seus artigos eram também publicados regularmente em cerca de 70 periódicos de todo o País. Delfim Netto deixa filha e neto. Não haverá velório aberto e seu enterro será restrito à família. De inimigo da classe trabalhadora a conselheiro de Lula, o negócio de Delfim Netto era o poder Assinou o AI-5 e a Constituição de 88. Neste artigo, Joaquim de Carvalho revela as contradições e os bastidores da trajetória do ex-ministro da Fazenda Delfim Netto foi um economista influente desde a ditadura até os dois primeiros mandatos de Lula. Foi ministro da Fazenda entre 1967 e 1974, período em que o PIB cresceu muito acima da média mundial e que ficou conhecido como milagre econômico. Em favor da verdade histórica, porém, é preciso registrar que esse milagre teve como base um brutal arrocho dos salários, em consequência da manipulação dos índices de inflação. Na mesma época, a renda no País ficou mais concentrada. Delfim Netto estava no centro das decisões econômicas, e seu modelo, sintetizado numa célebre frase de sua autoria (“é preciso fazer o bolo crescer para depois dividi-lo”), foi duramente criticado por duas lideranças da sociedade civil, que mais tarde governariam o País: Fernando Henrique Cardoso e Lula. Com Delfim, o bolo havia crescido, mas a maioria dos brasileiros ficou fora da festa. Fundado em 1969 por Fernando Henrique Cardoso e outros intelectuais para abrigar professores e pesquisadores perseguidos pela ditadura, o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) denunciou, em estudos alentados, o aumento da desigualdade social e econômica do País na década de 70. Em 1973, um centro de pesquisas ligada aos sindicatos dos trabalhadores, o Dieese, apurou que, sob Delfim Netto, os índices de inflação tinham sido manipulados. O estudo do Dieese foi confirmado por outras instituições e serviu de base para que, a partir de 1975, um jovem sindicalista iniciasse uma campanha nacional pela recuperação dos salários. Era Lula, que tinha acabado de assumir pela primeira vez a presidência do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC paulista. Delfim Netto, que havia deixado o Ministério da Fazenda um ano antes e tinha sido nomeado embaixador do Brasil na França, era apresentado como o grande algoz da classe trabalhadora. Lula, no entanto, nunca deixou de dialogar com ele. Na época em que se discutia a abertura política, em 1978, fez parte de um seleto grupo criado pelo então ministro da Justiça, Petrônio Portella, juntamente com Cláudio Lembo e o presidente da Fiesp. Uma notinha em jornal deu conta de que Lula teve uma reunião na casa de Delfim Netto em São Paulo, com esse grupo. A nota, vazada por fontes ligadas à ditadura, tinha o objetivo de queimar o líder metalúrgico, que ameaçou abandonar as discussões. Alguns meses depois, mesmo sob ameaça, Lula comandaria a maior greve dos metalúrgicos no Brasil. Acabaria preso e, sob holofotes da mídia mundial, fundaria o Partido dos Trabalhadores, um marco na história do Brasil. Delfim Netto, portanto, como antípoda da classe trabalhadora, foi fundamental para a ascensão de Lula e Fernando Henrique Cardoso, indiscutivelmente duas lideranças de um país que se redemocratizava. Delfim era tão identificado com o regime militar que, em 1969, ao assinar o Ato Institucional número 5, que, entre outras aberrações, suspendeu as garantias do habeas corpus, declarou ao ditador Costa e Silva, em sessão gravada: “Eu estou plenamente de acordo com a proposição que está sendo analisada no Conselho. E, se Vossa Excelência me permitisse, direi mesmo que creio que ela não é suficiente.” Delfim

STF decidirá se testemunha de Jeová pode recusar transfusão de sangue

Nesta quinta (8), ministros ouviram sustentações das partes envolvidas Agência Brasil – O Supremo Tribunal Federal (STF) começou a analisar nesta quinta-feira (8) se as testemunhas de Jeová podem recusar transfusão de sangue em tratamentos realizados pelo Sistema Único da Saúde (SUS). A Corte também decidirá se o Estado deve custear tratamento alternativo que não utilize a transfusão de sangue. Por razões religiosas, as testemunhas não realizam o procedimento. Dois recursos protocolados na Corte motivam o julgamento da questão. O primeiro envolve o caso de uma mulher que se recusou a conceder autorização para transfusão de sangue durante cirurgia cardíaca na Santa Casa de Misericórdia de Maceió. Diante da negativa, o hospital não realizou o procedimento. No segundo caso, um homem, que também faz parte do grupo religioso, pediu que a Justiça determine ao SUS o custeio de uma cirurgia ortopédica que não realiza a transfusão, além do pagamento dos gastos com o tratamento. Segundo a advogada Eliza Gomes Morais Akiyama, representante da mulher que recusou a transfusão, as testemunhas de Jeová passam dificuldades para manter sua saúde. Eliza também defendeu que o Estado deve oferecer tratamentos sem o uso de transfusão de sangue. “A recusa não é um capricho. Recusar transfusão de sangue está estritamente ligado ao exercício da dignidade pessoal e para viver poder em paz com ela mesma e com o Deus que ela tanta ama, Jeová. Será que essa recusa é um ato de extremismo, de fanatismo religioso ou será que o avanço da medicina e do direito tem apontado que é razoável e legitimo um paciente fazer essa escolha em razão de suas convicções religiosas?”, questionou. O defensor público Péricles Batista da Silva defendeu a implantação de um protocolo para atendimento das testemunhas de Jeová e disse que a escolha de não passar pela transfusão deve ser respeitada quando médicos tiverem conhecimento da condição. “Não há como obrigar um paciente adulto e capaz a receber um tratamento médico.” Para o advogado Henderson Furst, representante da Sociedade Brasileira de Bioética, a autonomia dos pacientes deve ser respeitada pelos médicos, contudo ele apontou que há insegurança jurídica para os profissionais de saúde. “Trata-se de observar um entendimento mais amplo. Como registrar essa autonomia? Um testamento será suficiente? Preciso registrar no cartório ou não?”, questionou. Na sessão de hoje, os ministros ouviram as sustentações das partes envolvidas no processo. Os votos serão proferidos no julgamento da causa, que ainda não tem data definida.

Moraes determina soltura de Silvinei Vasques, ex-diretor da PRF

Ele estava detido desde agosto de 2023, acusado de tentar interferir no segundo turno das eleições de 2022 para favorecer Jair Bolsonaro O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou nesta quinta-feira (8) a soltura de Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Segundo Moraes, os motivos que justificaram a prisão preventiva há um ano não se aplicam mais. A Informação é da coluna da jornalista Camila Bomfim, do g1. Com a liberdade, Vasques terá que seguir algumas medidas cautelares, como: uso de tornozeleira eletrônica; apresentação periódica à Justiça; cancelamento do passaporte e proibição de deixar o país; suspensão do porte de arma de fogo e a proibição de uso das redes sociais. Silvinei Vasques está detido desde 9 de agosto de 2023, após ser acusado de tentar interferir no segundo turno das eleições de 2022 para favorecer Jair Bolsonaro (PL).

Lei Maria da Penha completa 18 anos: relembre a história

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR – Criada após Maria da Penha ter sido vítima de duas tentativas de feminicídio, a lei desempenha um papel importante na desnaturalização da violência nas relações A Lei Maria da Penha (n° 11.340/2006) completa 18 anos nesta quarta-feira (7/8). Apesar dos avanços ao longo do tempo, o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer no combate à violência doméstica e familiar. Considerada uma das legislações mais avançadas no mundo pela Organização das Nações Unidas (ONU), a lei trouxe inovações como medidas protetivas de urgência e a criação de equipamentos de proteção às vítimas. Somente em Minas Gerais, foram registrados mais de 75,5 mil casos de violência doméstica e familiar em 2024, dos quais 9.095 aconteceram na capital mineira – configurando uma média diária de 343 casos no estado e 41 em Belo Horizonte. Os dados são da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp). Antes de a Lei Maria da Penha entrar em vigor, esse tipo de violência era tratado como crime de menor potencial ofensivo e enquadrado na Lei n° 9.099/1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências. Não havia dispositivo legal para punir com mais rigor os autores de violência, que tinham penas reduzidas a prestações de serviço à comunidade, como pagamento de cestas básicas ou trabalhos comunitários. Atualmente, a legislação garante uma série de direitos para as vítimas: além de estabelecer a definição do que é a violência doméstica e familiar – caracterizando suas formas, como física, psicológica, sexual, patrimonial e moral –, configura-a como crime, proíbe a aplicação de penas pecuniárias aos agressores, amplia a pena de um para até três anos de prisão e cria mecanismos de proteção às vítimas. Maria da Penha A Lei Maria da Penha recebeu este nome em homenagem à biofarmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes, que lutou pela criação de uma legislação que contribuísse para o combate à violência familiar e doméstica após ter sido agredida e sofrido duas tentativas de feminicídio por parte de seu marido, Marco Antonio Heredia Viveros. Ela conheceu o marido, um colombiano, enquanto cursava um mestrado na Universidade de São Paulo (USP), ainda em 1974. No mesmo ano, começaram a namorar e se casaram pouco tempo depois. Até então, ela afirmava que ele demonstrava ser muito amável, educado e solidário com todos ao seu redor, mas a situação mudou quando ele obteve a cidadania brasileira e se estabilizou profissional e economicamente. Em 1983, Maria da Penha foi vítima de uma tentativa dupla de feminicídio, quando Marco Antonio disparou um tiro em suas costas enquanto ela dormia, deixando-a paraplégica. Ele alegou à polícia que o ocorrido foi uma tentativa de assalto — versão que foi desmentida posteriormente pela perícia. Quatro meses depois, Maria da Penha voltou para casa, mas foi mantida em cárcere privado por 15 dias e sofreu uma tentativa de eletrocussão durante o banho. Ela conseguiu sair de casa com a ajuda de familiares e amigos, mas a punição de Marco Antonio só veio após 19 anos, após dois julgamentos e duas sentenças. Ao todo, Marco Antonio deveria cumprir quase 25 anos de pena, mas permaneceu apenas dois anos em regime fechado. Diante da falta de medidas legais e ações efetivas para proteção e garantia de direitos das vítimas de violência doméstica e familiar, foi formado, em 2002, um Consórcio de ONGs Feministas para a elaboração de uma lei que pudesse abordar esses casos. Após muitos debates, o Projeto de Lei nº 4.559/2004 da Câmara dos Deputados chegou ao Senado Federal (Projeto de Lei de Câmara nº 37/2006) e foi aprovado por unanimidade em ambas as Casas. Finalmente, em 7 de agosto de 2006, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou a Lei nº 11.340/2006. Legislação A Lei Maria da Penha é referência e, hoje, é considerada uma das mais avançadas do mundo no combate à violência doméstica e familiar, ao lado de legislações da Espanha e da Mongólia. De acordo com dados do Banco Mundial, dos 188 países registrados na instituição, apenas 25 não contam com leis de proteção às vítimas de violência doméstica e familiar. A maioria deles está localizada na África (Camarões, República Democrática do Congo, Eritreia, Guiné, Guiné Equatorial, Líbia, Mali, Mauritânia, Níger, Somália, Sudão, Sudão do Sul e Tanzânia) e na Ásia (Afeganistão, Irã, Iraque, Myanmar, Omã, Catar, Rússia, Síria, Iémen, Cisjordânia e Gaza), com ainda um na Europa (Estônia) e um no Caribe (Haiti). Considerada um elemento importante para a desnaturalização da violência como parte das relações familiares, a Lei modifica o Código Penal, possibilitando que agressores sejam presos em flagrante ou tenham a prisão preventiva decretada, sem chance de serem punidos com penas alternativas. Ela também aumenta o tempo de detenção e prevê medidas protetivas, que incluem a saída do agressor do domicílio e a proibição de aproximação da vítima ou dos filhos, além de estabelecer que o agressor deve frequentar centro de educação e reabilitação para passar por tratamento psicossocial. O Estado é obrigado a garantir às mulheres em situação de violência doméstica ou familiar proteção policial, comunicar o Ministério Público e o Poder Judiciário, e encaminhar a vítima ao hospital, posto de saúde ou instituto médico legal, além de fornecer transporte para a agredida e seus filhos até um local seguro sempre que houver risco de morte. Cumprindo a função de proteger mulheres em situação de violência e salvar vidas, a Lei também estabelece a criação de políticas públicas de prevenção, assistência e proteção às vítimas; prevê a instituição de Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; institui medidas protetivas de urgência; e promove programas educacionais com perspectiva de gênero, raça e etnia, entre outras propostas.

Golpista Fátima de Tubarão é condenada a 15 anos de prisão

Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, mais conhecida como Fátima de Tubarão, ganhou notoriedade após sua participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Aos 67 anos, natural de Tubarão, Santa Catarina, a idosa possui múltiplos perfis em redes sociais, onde expressa apoio a pautas bolsonaristas, como o voto impresso e a paralisação de caminhoneiros após as eleições presidenciais de 2022. Além dos atos de vandalismo e incitação à violência, a bolsonarista possui um histórico criminal. Em 2014, ela foi condenada a 3 anos, 10 meses e 20 dias de prisão em regime semiaberto por tráfico de drogas. Na ocasião, foi flagrada por policiais militares em comunicação com um usuário de entorpecentes, o que levou à apreensão de pedras de crack com um adolescente que saía de sua casa. Ela alegou que apenas alugava quartos para obter renda, mas as autoridades confirmaram seu envolvimento direto na atividade criminosa. Outro episódio ocorreu em 2012, quando Fátima foi denunciada pelo Ministério Público de Santa Catarina por falsificação de documentos e estelionato. Ela utilizou documentos falsos para obter linhas telefônicas em nome de outra pessoa, causando prejuízos à vítima que recebeu cobranças indevidas. O Supremo Tribunal Federal (STF) iniciou, na sexta-feira (2), o julgamento da Ação Penal nº 2.339, envolvendo Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza. A ré é acusada de participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e vandalizaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, rejeitou todas as preliminares apresentadas pela defesa de Fátima e considerou a ação procedente, condenando-a pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada. Além da pena de prisão, Fátima foi condenada, juntamente com outros envolvidos, a pagar R$ 30 milhões em danos materiais. Os ministros Zanin e Flavio dino seguiram o voto de Moraes na condenação da golpista que deverá pegar pelo menos 15 anos de cana. Moraes vota para condenar a bolsonarista 'Fátima de Tubarão' a 17 anos de prisãohttps://t.co/EKlUcNOr5dEla é julgada pelos crimes de abolição violenta do Estado de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, deterioração do patrimônio e associação criminosa pic.twitter.com/WO2WR3UkeG — Marciano Brito ☆ 🚩☆🚩☆🚩 (@MarcianoBrito13) August 2, 2024

Lula faz pronunciamento: “O Brasil se reencontrou com a civilização”

Presidente usou as redes sociais para falar à nação e fazer um balanço dos 180 dias do novo mandato; Leia e assista ao discurso na íntegra O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou as redes sociais na noite deste domingo (28) para fazer um pronunciamento à nação em que ofereceu um balanço dos 180 dias do seu novo mandato. O discurso, que durou pouco mais de 7 minutos, abordou praticamente todas as áreas pertinentes à administração pública. Lula começou falando sobre a destruição do país proporcionada pelos governos Temer e Bolsonaro, que jogaram milhões de famílias na pobreza enquanto deixavam um rombo bilionário para o Estado brasileiro. O presidente falou sobre as dificuldades em começar a governar, justamente pela necessidade de reverter o legado da direita e da extrema direita. A seguir, o petista acenou aos setores populares, mostrando o retorno de importantes programas sociais como o Minha Casa Minha Vida e o Farmácia Popular. Em aceno também à classe média, falou sobre a reforma tributária que promete diminuir os preços dos alimentos e de outros itens básicos de consumo. Por fim, como um verdadeiro conciliador, também acenou aos ricos, dizendo que não abre mão da chamada responsabilidade fiscal. Lula também falou sobre o retorno do Brasil ao cenário internacional, especialmente com a proposta de taxação de grandes fortunas feita por meio do G20 e que já ganha a adesão de uma série de países. Leia o discurso na íntegra Minhas amigas e meus amigos, Acabamos de completar um ano e meio de governo, graças a Deus e à confiança do povo que nos ajudou a derrotar a tentativa de golpe de 8 de janeiro, e a democracia venceu. É hora de prestar contas a cada família brasileira. Quando terminei o segundo mandato há 14 anos, a economia crescia 7,5%. A geração de empregos, os salários e a renda das famílias aumentavam e a inflação caía. Tiramos o Brasil do mapa da fome. De lá para cá, assistimos a uma enorme destruição do nosso país. Programas importantes para o povo, como a Farmácia Popular e o Minha Casa Minha Vida foram abandonados. Cortaram os recursos da Educação, do SUS e do Meio Ambiente. Espalharam armas ao invés de empregos. Trouxeram a fome de volta. Deixaram a maior taxa de juros do planeta, a inflação disparou e atingiu 8,25%. O Brasil era um país em ruínas. Diziam defender a família, mas deixaram milhões de famílias endividadas e empobrecidas e desprotegidas. Mas é sobre reconstrução e futuro que eu quero falar. Antes mesmo de começarmos a governar, tivemos que buscar os recursos para cobrir o rombo bilionário deixado pelo governo anterior. Apostavam que o crescimento do PIB não passaria de 0,8%, mas crescemos quase 3% (2,9%) no ano passado e vamos continuar crescendo. O salário mínimo voltou a ter aumento acima da inflação e quase 90% das categorias profissionais tiveram aumento real de salário. Aprovamos a igualdade salarial entre mulheres e homens. Mais de 2 milhões e 700 mil empregos formais foram criados. E a taxa de desemprego é a menor dos últimos 10 anos. Isentamos do Imposto de Renda quem ganha até 2 salários mínimos. 24 milhões de pessoas ficaram livres do pesadelo da fome. Reforçamos o SUS, a Farmácia Popular está de volta e agora com novos remédios de graça. O Mais Médicos praticamente dobrou com 25 mil médicos atendendo em todo o país. Aumentamos o número de vagas nas creches, ampliamos os recursos para as universidades e estamos abrindo 100 novos Institutos Federais. Lançamos o Pé de Meia, uma poupança para dar às famílias a certeza de que os seus filhos não serão obrigados a abandonar a escola para trabalhar. Já garantimos 1 milhão de novas vagas no ensino de tempo integral, para dar aos pais e às mães a tranquilidade de saberem que os seus filhos passam o dia em segurança na escola. A proteção do meio ambiente voltou a ser prioridade e reduzimos em 52% o desmatamento na Amazônia. Resgatamos as políticas de proteção dos direitos das mulheres, do povo negro, dos indígenas, das pessoas com deficiência e LGBTQIA+. O Brasil se reencontrou com a civilização. Minhas amigas e meus amigos, lançamos o maior Plano Safra da história para financiar a agricultura brasileira. O novo PAC está destinando grandes investimentos para obras de infraestrutura: ferrovias, rodovias, energia, drenagem e prevenção de riscos, mais policlínicas e creches e escolas. A Petrobrás está produzindo mais e importando menos. Combatemos o crime organizado com apreensão recorde de armas, drogas, dinheiro e equipamento de garimpo ilegal. Queremos um Brasil que cresça para todas as famílias brasileiras. Não abrirei mão da responsabilidade fiscal. Entre as muitas lições de vida que recebi da minha mãe, Dona Lindu, aprendi a não gastar mais do que ganho. E é essa responsabilidade que está nos permitindo ajudar a população do Rio Grande do Sul com recursos federais. Aprovamos uma reforma tributária que vai descomplicar a economia e reduzir o preço dos alimentos e produtos essenciais, inclusive a carne. Depois de anos de estagnação, a indústria brasileira está voltando a ser o motor do desenvolvimento. Com investimentos recordes na indústria automobilística, de siderurgia, de alimentos e celulose. Isso significa mais empregos, salário e oportunidade para o nosso povo. Já temos uma das matrizes de energia mais limpas do mundo. Demos início à transição energética, ampliando os investimentos em biocombustíveis, hidrogênio verde e geração de energia solar, eólica e de biomassa. Seremos uma potência mundial em geração de energia renovável e no enfrentamento à crise climática. Abrimos 163 novos mercados internacionais para nossos produtos. Nossas exportações bateram recordes. O Brasil recuperou seu protagonismo no cenário mundial. Participamos de todos os principais fóruns internacionais. O Brasil voltou ao mundo, e o mundo agora vai passar pelo Brasil. Em novembro vamos sediar a reunião de cúpula do G-20, o grupo das economias mais importantes do mundo. Vamos colocar no centro do debate internacional a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Não podemos nos calar diante

“Mão boba” de Jorginho Mello em Michelle sacode a Internet

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) está no centro de uma controvérsia envolvendo a convenção do PSD realizada em Florianópolis na manhã de sábado (27). Imagens que circulam na web mostram o governador de Santa Catarina Jorginho Mello em um gesto polêmico com Michelle, conhecido popularmente como “mão boba”. O evento também foi marcado pela oficialização do apoio entre o bolsonarismo e o prefeito Topázio Neto (PSD), apesar das resistências internas. A presença de Michelle Bolsonaro na convenção do PSD levantou preocupações para a campanha de Topázio Neto, que busca a reeleição como prefeito de Florianópolis. O principal marqueteiro do prefeito tentou evitar a participação de Michelle, temendo a perda de votos do eleitorado antibolsonarista. Mesmo com as preocupações, Michelle Bolsonaro não só compareceu ao evento, como também discursou e tirou fotos, sinalizando um fortalecimento da aliança com o bolsonarismo na região. Alguém sabe me dizer se essa cena entre Jorginho Mello e Michelle é normal nas famílias evangélicas conservadoras? 🤔 pic.twitter.com/RgTewOMrUf — Paulo de Andrade ⚖️ (@e_legalmente) July 27, 2024 E o Governador Jorginho com a Michele Bolsonaro, heim? Quanta intimidade… pic.twitter.com/sb9oyOuz3f — Tatuador Roger 🇪🇪 (@rogerbrgs) July 27, 2024 A suposta “apalpada” está fazendo com que ela seja chamada de “corrimão” na web. Houve momentos de tensão, revelando que a aliança tem suas dificuldades. Jorginho Mello chegou ao evento no Centro Sul apenas após a saída de João Rodrigues (PSD). O prefeito de Chapecó deixou o local mais cedo, acompanhado do presidente do partido, Eron Giordani, para participar da convenção do Novo em Joinville. MICHEQUE CORRIMÃO DO PLpic.twitter.com/hb0Faysm63 — Carl Luck (@Cria764728751) July 27, 2024

Violações à liberdade religiosa no Brasil chegam a 1.940 no 1º semestre

Número representa 91% do total de violações de 2023; “É extremamente alarmante”, diz deputado Daniel Almeida sobre o crescimento de casos, destacando aumento de 300% na Bahia O número de violações à liberdade religiosa no Brasil atingiu 1.940 registros no primeiro semestre deste ano, segundo dados do Disque 100, canal de denúncias do Ministério dos Direitos Humanos. Esse total representa 91% do número total de violações registradas em 2023. As religiões afro-brasileiras são as mais afetadas, com 276 das 525 violações identificadas envolvendo adeptos dessas crenças. O candomblé lidera com 166 violações, seguido pela umbanda com 124, e registros que envolvem ambas as religiões somam 22. Correntes evangélicas são predominantemente acusadas de cometer essas violações, com 55 casos distribuídos em 34 denúncias. Os estados com maior número de violações são São Paulo e Rio de Janeiro, com 434 violações cada um, seguido da Bahia com 145, Distrito Federal com 132 e Minas Gerais com 121. O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), autor da Lei 11.635/07, que institui o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, expressou preocupação com o aumento significativo dessas denúncias. “É extremamente alarmante que as denúncias de intolerância religiosa tenham crescido mais de 300% na Bahia nos últimos dois anos. Esse dado nos chama a reforçar a luta contra o ódio e a discriminação. A Bahia é um estado de grande riqueza cultural e religiosa. Atos de intolerância como esses precisam ser erradicados. Garantir o respeito às crenças de cada cidadão é um dever de todos nós para vivermos em harmonia”, destacou Daniel. Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa Sancionada em 2007, a Lei 11.635 estabelece o dia 21 de janeiro como o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa. A data homenageia a Iyalorixá baiana Gildásia dos Santos, conhecida como Mãe Gilda, fundadora do Ilê Axé Abassá de Ogum, que faleceu após sofrer violência física e verbal devido à destruição de seu terreiro. Disque 100 O Disque 100 é um serviço ligado ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC). O canal recebe demandas relacionadas a violações de Direitos Humanos, principalmente ataques contra grupos em situações de vulnerabilidade social. O serviço funciona diariamente, incluindo sábados, domingos e feriados, e pode ser acessado por meio de discagem direta e gratuita, email ou WhatsApp (61 99611-0100). __ com agências

Perdeu, mané – PGR denuncia mulher golpista que pichou estátua do STF

Flagrada por fotógrafos, Débora Rodrigues dos Santos foi presa em 17 de março de 2023, durante a 8ª fase da Operação Lesa Pátria A Procuradoria-Geral da República (PGR) apresentou denúncia contra Débora Rodrigues dos Santos por sua participação nos atos golpistas do dia 8 de janeiro de 2023, destaca a CNN Brasil. Débora foi flagrada por fotógrafos escrevendo a frase “Perdeu, mané” na estátua da Justiça, localizada em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF). A frase escrita por Débora na estátua faz referência à resposta do ministro do STF, Luís Roberto Barroso, a bolsonaristas que o hostilizaram durante uma viagem aos Estados Unidos. Débora foi presa pela Polícia Federal (PF) em 17 de março de 2023, durante a 8ª fase da Operação Lesa Pátria, que investiga os envolvidos no ataque golpista do 8/1. Além dela, outros 31 suspeitos foram presos na ocasião. Até o momento, a operação já totaliza 28 fases, sendo a última realizada em junho. A denúncia, apresentada no dia 2 deste mês, encontra-se sob sigilo. Débora é mencionada em um relatório divulgado no aniversário de um ano da invasão, no qual consta que sua prisão preventiva foi renovada em junho de 2023. O documento, assinado pelo gabinete do ministro do STF Alexandre de Moraes, relator do caso na Corte, aponta os crimes supostamente cometidos por Débora, incluindo associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado. A defesa de Débora alega que “todos os prazos foram extrapolados sem qualquer justificativa plausível” e que a prisão da cliente, que já dura mais de 480 dias, “ultrapassa o princípio da razoabilidade”. O advogado também argumenta que a transferência de Débora para o presídio de Tremembé (SP), a 229 quilômetros de distância de Paulínia (SP), onde reside, “fere de morte a proteção integral da criança”, visto que Débora tem dois filhos menores. No último dia 12, circulou nas redes sociais de parlamentares e influenciadores bolsonaristas um vídeo em que as duas crianças pedem ajuda para que a mãe saia da prisão. O ex-procurador da Lava Jato e ex-deputado federal cassado Deltan Dallagnol e a deputada federal Bia Kicis (PL-DF) compartilharam o vídeo em suas redes. A parlamentar afirmou que a anistia aos presos, bandeira defendida por Jair Bolsonaro (PL), “precisa ser aprovada” neste ano. Em junho, o ministro Alexandre de Moraes sinalizou que o Judiciário terá a palavra final sobre a proposta de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023.