Brasil bate recorde na abertura de pequenos negócios no 1º trimestre

País subiu em ranking mundial de empreendedores estabelecidos O Brasil bateu recorde na abertura de pequenos negócios nos três primeiros meses deste ano, com mais de 1,4 milhão de registros. Os microempreendedores individuais (MEIs) chegaram a 78% dos novos Cadastros Nacionais da Pessoa Jurídica (CNPJs). Os dados são do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e indicam, ainda, um aumento de 35% no número de MEIs em comparação com igual período de 2024, além de um crescimento de 28% nas micro e pequenas empresas. De acordo com a pesquisa, a expansão do empreendedorismo formalizado vem acompanhada de medidas governamentais voltadas à simplificação, incentivo, inovação e ampliação do acesso ao crédito para pequenos negócios. Em março deste ano, o setor de serviços obteve o melhor desempenho, com 63,7% do total de pequenos negócios abertos, seguido por comércio e indústria da transformação. No recorte por regiões, a pesquisa do Sebrae aponta que Sudeste, Sul e Nordeste lideram a abertura acumulada de pequenos negócios, sendo São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro nas primeiras posições entre os estados. Empreendedores Segundo o estudo, o país tem 47 milhões de pessoas à frente de algum negócio, formal ou informal. Entre os fatores que justificam o indicador está o aumento na Taxa de Empreendedores Estabelecidos, aqueles com mais de 3 anos de operação, que saltou de 8,7%, em 2020, para 13,2% no ano passado. Com o resultado de 2024, o Brasil avançou duas posições – da oitava para a sexta – no ranking de países com a maior Taxa de Empreendedores Estabelecidos, na frente de países como Reino Unido, Itália e Estados Unidos. (Agência Brasil)

Governo Lula propõe aumento real de 2,5% do salário mínimo em 2026

Salário mínimo proposto por Lula é de R$ 1.630 O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encaminhou nesta terça-feira (15) ao Congresso Nacional o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, prevendo um aumento real de 2,5% do salário mínimo. A informação é do portal Metrópoles, que destacou o envio do documento como parte das obrigações constitucionais do Executivo. Caso aprovado, o valor do salário mínimo passará dos atuais R$ 1.518 para R$ 1.630 no próximo ano — um acréscimo de R$ 112. O reajuste projetado considera a reposição da inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), acrescida de um ganho real de 2,5% no poder de compra. A política de valorização do salário mínimo foi retomada pelo atual governo como estratégia para fortalecer a renda das famílias mais pobres e estimular a economia doméstica. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é o instrumento que estabelece os parâmetros para a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA), prevendo metas fiscais e orientando a gestão dos gastos públicos em todas as esferas do Poder — Executivo, Legislativo e Judiciário. Além do reajuste do piso salarial, o PLDO de 2026 também apresenta as estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a taxa de inflação, os juros básicos da economia (Selic) e as diretrizes para os investimentos públicos. O valor do salário mínimo tem impacto direto sobre uma série de benefícios e programas sociais. Entre eles, o Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade, e os pagamentos realizados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), como aposentadorias, pensões e auxílios. A elevação do piso nacional, portanto, também altera o montante destinado a essas políticas públicas, exigindo planejamento orçamentário criterioso. O projeto ainda autoriza o aumento de despesas com pessoal, incluindo servidores ativos, inativos e pensionistas, o que reforça a necessidade de equilíbrio fiscal. Embora o governo busque ampliar a capacidade de investimento e a cobertura social, a meta continua sendo compatibilizar essa expansão com o controle do déficit primário e a sustentabilidade das contas públicas. A proposta do Executivo será agora analisada pelas comissões permanentes do Congresso e deve ser votada até julho, conforme determina a Constituição. A partir da LDO, o governo poderá avançar na formulação detalhada do Orçamento Geral da União de 2026, a ser apresentado até o fim de agosto. A valorização do salário mínimo é uma das bandeiras históricas dos governos Lula. Ao longo de seus mandatos anteriores, o petista defendeu uma política de reajuste com ganho real atrelado ao crescimento da economia. A retomada dessa diretriz marca uma ruptura com o congelamento salarial observado em anos anteriores, quando a política de correção esteve restrita à inflação. O envio da LDO também sinaliza os próximos passos da política econômica. A proposta será analisada em meio a um cenário fiscal desafiador, com pressões por aumento de gastos e necessidade de manter a trajetória de responsabilidade orçamentária. Ao definir um novo patamar para o salário mínimo, o governo busca conciliar justiça social com sustentabilidade fiscal, tema que deve ocupar o centro do debate legislativo nos próximos meses

Dólar sobe para R$ 5,83 após retaliação da China a tarifas de Trump

Bolsa cai 2,96% e tem maior recuo diário desde dezembro Agência Brasil – Em um dia agitado em todo o mercado financeiro global, o dólar teve a maior alta diária em pouco mais de dois anos e superou os R$ 5,80, após a China anunciar uma retaliação ao tarifaço do governo de Donald Trump. A bolsa de valores caiu quase 3% e teve o maior recuo em um dia desde dezembro do ano passado. O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (4) vendido a R$ 5,836, com alta de R$ 0,207 (+3,68%). Na máxima da sessão, por volta das 16h20, a cotação chegou a R$ 5,84. A moeda norte-americana está no maior valor desde 10 de março, quando tinha fechado a R$ 5,85. Essa foi a maior alta diária do dólar desde 10 de novembro de 2022, quando a divisa tinha subido 4,1% em apenas um dia. O dia também foi turbulento no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 127.256 pontos, com recuo de 2,96%. No menor nível desde 14 de maio, o indicador teve o maior recuo diário desde 18 de dezembro. A bolsa acompanhou o mercado financeiro global. Nos Estados Unidos, as bolsas tiveram a pior semana desde março de 2020, início da pandemia de covid-19. Os países emergentes que tinham sido poupados da instabilidade no mercado financeiro global na quinta-feira (3) acompanharam o mercado global e tiveram forte turbulência na sexta-feira. O anúncio de que a China retaliará os Estados Unidos com sobretaxas de 34% desencadeou o receio de uma recessão em escala planetária. Outros dois fatores afetaram fortemente os países emergentes. O primeiro foi a divulgação de que a economia norte-americana criou 228 mil postos de trabalho em março. Apesar de a estatística ainda não refletir os temores de contração na economia norte-americana, o número veio acima das expectativas e mostra que o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) pode adiar o corte de juros da maior economia do planeta. A queda no preço internacional do petróleo também atingiu os países produtores de commodities (bens primários com cotação internacional). O barril do tipo Brent, usado nas negociações internacionais, fechou em US$ 64, o nível mais baixo desde 2021. Novamente, houve temor de que a demanda nos Estados Unidos caia após o tarifaço de Trump. * com informações da Reuters

Petrobras anuncia redução do preço do diesel nas refinarias

Para o consumidor final, o valor do diesel, atualmente em R$ 6,40, deve cair para pelo menos R$ 6,25 A Petrobras anunciou nesta segunda-feira (31) a redução de 4,5% do preço do diesel que a estatal vende a distribuidoras. Esta é a primeira redução desse combustível anunciada pela empresa desde outubro de 2023 e acontece após uma redução da cotação do dólar durante os primeiros meses deste ano. O novo preço será praticado pela Petrobras a partir desta terça-feira (1º). Em média, as refinarias da estatal repassarão diesel a distribuidoras por R$ 3,55 por litro. Hoje, repassam a R$ 3,72 –R$ 0,17 a mais por litro. Segundo a Petrobras, considerando a mistura obrigatória de 86% de diesel A e 14% de biodiesel para composição do diesel B vendido nos postos, o preço do diesel nas bombas de combustível deve cair pelo menos R$ 0,15 a cada litro de diesel B. Assim, para o consumidor final, o valor do diesel, atualmente em R$ 6,40, deve cair para pelo menos R$ 6,25. Desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou à Presidência, a Petrobras já reduziu o preço do diesel em R$ 0,94 por litro, quase 21%. Lula fez campanha eleitoral prometendo “abrasileirar o preço dos combustíveis”, o descolando de variações no mercado internacional e do dólar. A redução do diesel, contudo, acontece depois de o dólar baixar de cerca de R$ 6,25 para cerca de R$ 5,70 do final do ano passado até hoje. Até a redução, a Petrobras vendia diesel cerca de 2% mais caro do que o importado, de acordo com a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).

Congresso aprova orçamento da União para 2025 e prevê teto de R$ 2,2 trilhões

Bolsa Família, Farmácia Popular, auxílio-gás e ações de cultura perderam orçamento em relação a 2024 Após intensas costuras políticas, o Congresso Nacional aprovou a proposta de orçamento da União para 2025 na tarde desta quinta-feira (20). A votação da medida estava atrasada desde dezembro, prazo constitucional para a análise do texto, por falta de acordo em relação ao conteúdo. O texto chancelado por deputados e senadores é o parecer do relator, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), que prevê para as despesas públicas um teto de R$ 2,2 trilhões, limite definido pelo arcabouço fiscal, fixado pela Lei Complementar nº 200/2023. A proposta recebeu sinal verde por meio de votação simbólica, método em que não há computação individual dos votos, e contou com ressalvas contrárias apenas do partido Novo e do deputado Kim Kataguiri (União-SP). A medida tramita formalmente como Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) 26/2024, de autoria do Poder Executivo. Um dos destaques da proposta é o fato de o relatório ter sido aprovado com uma projeção de superávit bem acima do esperado: o texto inicial do governo previa R$ 3 bilhões de sobras nas contas da União após o pagamento das despesas, enquanto o texto final do Congresso calcula um total de R$ 15 bilhões. “Foi fruto também da inflação do período, da alta do SM [salário mínimo]. Teve ainda a questão do dólar, porque nós exportamos vários produtos e, quando você exporta com dólar em alta, a receita de impostos se torna automaticamente maior. E foi uma luta muito grande. Eu não me recordo de quando o orçamento teve um superávit desse grau de R$ 15 bilhões”, afirmou o relator, enaltecendo ainda o fato de o PLN ter sido aprovado sem obstrução, técnica legislativa utilizada por opositores para dificultar a votação de um texto. Em linhas gerais, o PLN prevê R$ 160 bilhões para o Bolsa Família; R$ 4,2 bilhões para o programa Farmácia Popular; R$ 2,2 bilhões para o reajuste do funcionalismo federal; R$ 3 bilhões para a política de auxílio-gás; R$ 233 bilhões para a pasta da Saúde; R$ 167 bilhões para a Educação; e R$ 60 bilhões para o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). As políticas Bolsa Família, auxílio-gás e Farmácia Popular perderam orçamento em relação ao ano de 2024. Houve, respectivamente, queda de R$ 9 bilhões, R$ 200 milhões e R$ 1,2 bilhão. A Política Nacional Aldir Blanc, voltada a investimentos na área de cultura, tinha R$ 3 bilhões e agora ficou com apenas cerca de R$ 400 milhões, uma queda de 85%. Já o PAC teve previsão de acréscimo de R$ 13,1 bilhões para 2025 em relação ao ano anterior. Críticas Um ponto sensível da proposta é a previsão de cerca de R$ 50 bilhões para emendas parlamentares, política por meio da qual os deputados federais e senadores participam do orçamento da União definindo o destino de algumas verbas. O dinheiro costuma ser usado para irrigar projetos de instituições ligadas à base política de cada parlamentar e tem gerado sobressaltos na relação do Legislativo com o governo e o Supremo Tribunal Federal (STF). A bancada do Psol votou favoravelmente ao PLN, mas fez duras críticas ao montante destinado às emendas no texto. “Nós nos recusamos a naturalizar essa lógica fiscalista, que amarra o governo Lula na tarefa urgente de ampliar investimentos e garantir os direitos da população. Portanto, o nosso voto favorável aqui hoje – que se sustenta na necessidade de aprovar a peça orçamentária e, ao mesmo tempo, de cumprir os acordos com o funcionalismo, garantir os investimentos necessários e os programas que corretamente o governo colocou no orçamento –, não pode esconder que nós seguimos naturalizando uma lógica que, essa, sim, precisava ser debatida, não só no dia da votação da peça orçamentária, mas na própria lógica como lidamos com o dinheiro público”, criticou o deputado Tarcísio Motta (Psol-RJ). O parlamentar destacou que a previsão de gastos públicos com as emendas ultrapassa o aumento previsto para algumas políticas públicas. “O orçamento da saúde em 2024 girou em torno de R$ 214 bilhões. Em 2025, está previsto um aumento de 8,6%. A educação sai de R$ 180 bilhões para 197 bilhões, um crescimento de 9,5%. São crescimentos acima da inflação, um acerto do governo, porém, quando olhamos as emendas parlamentares, o que nós vemos? Saúde cresceu 8%; educação, 9%, e as emendas crescem 16%. Seguimos aqui a denunciar o fato de que cada vez mais parte do orçamento, e sobretudo do gasto discricionário do governo, segue amarrada na lógica fisiológica deste parlamento, e isso está errado.” Governo Em entrevista concedida logo após a votação, o líder do governo Lula no Congresso Nacional, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), destacou que o texto foi chancelado após muito debate entre as lideranças e o governo. A proposta foi fechada somente na madrugada desta quinta-feira (20). “É uma peça que foi aprovada de acordo com as diretrizes que o governo apontou. É uma peça que preserva R$ 60 bilhões de reais para o PAC, a principal ação do programa do governo, que mantém a margem de remanejamento de 25 a 30% tanto das despesas discricionárias quanto das despesas do próprio PAC. Isso agilizará a implementação das medidas e das ações do PAC pelo Brasil inteiro. E é o resultado de uma discussão longa, mas profícua, ocorrida entre o Congresso Nacional e o governo. Acho que ficou uma peça adequada para esse ciclo virtuoso que está em curso no Brasil, para o Brasil que está crescendo a uma média de 3%”, avaliou. O senador também reconheceu que o resultado final gerou críticas por conta de cortes em áreas sensíveis. “O cobertor é curto, é verdade. Tem algumas questões que vão ter que ser ajustadas ao longo do tempo, como os recursos da Cultura, sobretudo os da Lei Aldir Blanc, os recursos relativos ao meio ambiente, os recursos necessários para o combate à violência contra a mulher, mas foi por isso que a grande conquista do dia de hoje foi preservar para o governo a margem de

Banco Central elevará Selic e colocar juros no maior patamar desde 2016

Expectativa é que Comitê de Política Monetária do BC aumente, na tarde desta quarta-feira (19) a taxa básica de juros em 1 ponto na segunda reunião do ano O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deve elevar a taxa básica de juros da economia nacional em um ponto percentual nesta quarta-feira (19), após sua segunda reunião do ano. Com o aumento, a chamada Selic subirá de 13,25% ao ano para 14,25% ao ano – maior patamar verificado desde 2016, ano em que a ex-presidenta Dilma Rousseff foi retirada da Presidência pelo Congresso Nacional. Naquela época, a economia brasileira estava em recessão e com inflação alta. Em 2015 e 2016, o Produto Interno Bruto (PIB) nacional caiu 3,5% e 3,3%, respectivamente. O Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a 10,7% ao 2015. A situação atual é bem diferente daquela. O PIB brasileiro cresce desde 2021. Só em 2023 e 2024, a alta foi de 3,2% e 3,4%, respectivamente. A inflação de 2023 foi de 4,62%, dentro da meta de até 4,75% definida para o ano. Em 2025, ela subiu para 4,83%, superando o limite de até 4,5% fixado para o índice, mas ainda ficou abaixo do verificado durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por exemplo, quando a Selic não chegou a casa dos 14% ao ano. O Copom, entretanto, entende que a inflação no país precisa voltar para dentro da meta. Por isso, já antecipou, ainda em dezembro do ano passado, que a Selic deve chegar a 14,25% após a reunião deste mês. “A Selic vai chegar a 14,25% ao ano. Isso aí já havia sido ‘contratado’ em dezembro. Naquela época, a Selic estava em 11,25% ao ano. O Copom avisou que faria três altas de um ponto percentual nas suas próximas reuniões”, afirmou José Luis Oreiro, economista e professor da Universidade de Brasília (UnB). O que é Selic? A taxa Selic é referência para a economia nacional. É também o principal instrumento disponível para o BC controlar a inflação no país. Quando a Selic cai, os juros cobrados de consumidores e empresas ficam menores. Há mais gente comprando e investindo. A economia cresce, criando empregos e favorecendo aumentos de salários. Os preços, por sua vez, tendem a aumentar por conta da demanda. Já quando ela sobe, empréstimos e financiamentos tendem a ficar mais caros. Isso desincentiva compras e investimentos, o que contém a inflação. Em compensação, o crescimento de toda a economia tende a ser prejudicado. Sabendo disso, desde que assumiu o governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defende uma redução da Selic. Diretores indicados por Lula para o BC, incluindo o presidente Gabriel Galípolo, têm contrariado visões do Planalto. “O maior inimigo da economia brasileira é o BC”, reclamou Eric Gil Dantas, economista do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps). “Você não precisa subir tanto a Selic [para conter uma inflação originada em altas de alguns produtos], ainda mais em um momento em que o país pode entrar em recessão.” Efeitos da alta Weslley Cantelmo, presidente do Instituto Economias e Planejamento, disse que a economia brasileira já dá sinais de desaceleração – ou seja, continua crescendo, mas num ritmo menor do que o anterior. “Isso está acontecendo e a tendência é que se intensifique”, afirmou ele, que também já conta com uma nova elevação da Selic. Segundo ele, indicadores da indústria e do setor de serviços mostram essa redução do ritmo de crescimento já por conta dos primeiros aumentos da Selic, em 2024. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no último trimestre do ano passado, a economia brasileira cresceu menos do que em todos os outros trimestres do ano. A taxa ficou em 0,2% na comparação com o trimestre anterior. No primeiro trimestre do ano passado, o crescimento havia sido de 1%; no segundo, de 1,3%; e no terceiro, de 0,7%. As comparações são sempre com o trimestre anterior. “Nos próximos meses, devemos ter uma combinação cruel dessa desaceleração, com um aumento do desemprego, ainda com a permanência da inflação”, previu. Pedro Faria, economista e doutor em história, vê malefícios causados pela Selic ao crescimento econômico. Ele pontua que, no Brasil, a atividade tem se mostrado resiliente aos juros por conta de medidas do governo para impulsionar a economia.

Governo Lula zera imposto de importação para alimentos essenciais

Alckmin ressaltou que a redução tarifária não obriga os estados a diminuírem o ICMS sobre os alimentos, mas defendeu que os governos estaduais sigam esse caminho, pelo menos para alguns produtos como o ovo O governo federal anunciou a redução a zero das tarifas de importação de alimentos considerados essenciais, como carne bovina, café, azeite e massas. A decisão foi tomada pelo Comitê Executivo de Gestão (Gecex) da Câmara de Comércio Exterior (Camex) e começa a valer imediatamente, sem necessidade de prazo adicional para implementação. O impacto fiscal da medida é estimado em R$ 650 milhões por ano. A medida entra em vigor hoje (14/03), conforme publicação da resolução pela Camex. O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, afirmou que a medida não tem um prazo definido, mas a expectativa é que seja transitória. “Como a gente espera que seja por menos tempo, o impacto vai ser menor”, declarou. Produtos com alíquota zerada A decisão abrange um conjunto de produtos da cesta básica e alimentos de alto consumo no Brasil. Entre os itens com alíquotas zeradas estão: Carnes desossadas de bovinos, congeladas (antes 10,8%, agora 0%) Café torrado, não descafeinado, exceto em cápsulas (antes 9%, agora 0%) Café não torrado, não descafeinado, em grão (antes 9%, agora 0%) Milho em grão, exceto para semeadura (antes 7,2%, agora 0%) Outras massas alimentícias, não cozidas, nem recheadas (antes 14,4%, agora 0%) Bolachas e biscoitos (antes 16,2%, agora 0%) Azeite de oliva extravirgem (antes 9%, agora 0%) Óleo de girassol, em bruto (antes 9%, agora 0%) Outros açúcares de cana (antes 14,4%, agora 0%) Conservas de sardinha (antes 32%, agora 0%) A medida também inclui a ampliação da quota de importação do óleo de palma, passando de 60 mil toneladas para 150 mil toneladas em um período de 12 meses, mantendo o imposto de importação zerado. Já no caso da sardinha, foi estabelecida uma quota de 7,5 mil toneladas. Objetivos e impactos da medida O governo justifica a decisão como uma estratégia para ampliar a oferta de produtos essenciais e evitar a alta dos preços dos alimentos, contribuindo para o controle da inflação medida pelo IPCA. A iniciativa também tem como foco a segurança alimentar, especialmente para as famílias de baixa renda, que destinam até 40% da sua renda para alimentação. Alckmin ressaltou que a redução tarifária não obriga os estados a diminuírem o ICMS sobre os alimentos, mas defendeu que os governos estaduais sigam esse caminho, pelo menos para alguns produtos como o ovo. A decisão tem sido interpretada como uma resposta do governo às pressões por medidas que ajudem a conter a inflação dos alimentos. No entanto, economistas apontam que o impacto pode ser limitado se não houver uma redução de custos ao consumidor final. Com a resolução publicada pela Camex, a isenção entra em vigor imediatamente, sem necessidade de regulamentação adicional

Efeito Lula: os dados econômicos que enfurecem bolsonaristas e o mercado financeiro

Apesar da alta sazonal, resultado do desemprego é o melhor da série histórica para o trimestre A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta quarta-feira (27) pelo IBGE, revelou que a taxa de desocupação no Brasil ficou em 6,5% no trimestre de novembro de 2024 a janeiro de 2025. O resultado, embora represente um aumento de 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre anterior (6,2%), é o melhor da série histórica para o período, igualando o índice registrado em 2014. Os dados superaram as expectativas do mercado financeiro e da oposição, além de corroborar as informações do Novo Caged. A alta do emprego, segundo alguns veículos especializados em economia, motivaram uma flutuação negativa na bolsa e um aumento do valor do dólar. O número de desocupados chegou a 7,2 milhões de pessoas, um aumento de 5,3% (364 mil indivíduos) em relação ao trimestre anterior. No entanto, comparado ao mesmo período de 2024, houve uma redução de 13,1%, o que significa 1,1 milhão de pessoas a menos desempregadas. Já a população ocupada atingiu 103 milhões de trabalhadores, uma queda de 0,6% (641 mil pessoas) em relação ao trimestre anterior, mas um aumento de 2,4% (2,4 milhões de pessoas) na comparação anual. A taxa de informalidade caiu para 38,3%, o equivalente a 39,5 milhões de trabalhadores informais. Esse índice é menor que o registrado no trimestre anterior (38,9%) e no mesmo período de 2024 (39,0%). O setor privado com carteira assinada manteve estabilidade no trimestre e cresceu 3,6% em relação ao ano anterior, atingindo 39,3 milhões de trabalhadores. Os dados mostram avanços significativos no mercado de trabalho, com redução da informalidade e aumento do rendimento dos trabalhadores. No entanto, setores como administração pública, educação e saúde registraram queda na ocupação, reflexo de desligamentos sazonais no início do ano. Apesar disso, esses setores estão 2,9% maiores em comparação ao mesmo trimestre de 2024.

Superávit primário de janeiro bate recorde histórico em valor nominal

Ideia do governo é alcançar superávit fiscal em 2025 haddO governo federal anunciou que registrou superávit primário de R$ 84,88 bilhões em janeiro, um aumento real de 2,2% em relação ao mesmo mês do ano passado. Esse é o maior saldo positivo para janeiro desde o início da série histórica em 1997, considerando valores nominais. Mesmo acima das previsões do mercado, o superávit ficou atrás de 2022 e 2023 quando ajustado pela inflação. O resultado reflete maior arrecadação, impulsionada por tributos sobre combustíveis e aumento do IRPJ e CSLL, além da valorização do dólar sobre o imposto de importação. As receitas líquidas cresceram 3,7% acima da inflação, enquanto os gastos avançaram 4,4%. O principal impacto veio da Previdência, que subiu 2,4%, e do BPC, que teve alta de 14,8%, devido ao crescimento do número de beneficiários e ao aumento do salário mínimo. Mesmo com revisão cadastral do Bolsa Família, despesas obrigatórias subiram 6,3% acima da inflação, puxadas pelos gastos com saúde. Investimentos, que incluem obras públicas, cresceram 73% em termos reais, atingindo R$ 3,2 bilhões no mês. A previsão para 2025 é de superávit primário de R$ 3,7 bilhões, desconsiderando precatórios. Caso esses pagamentos sejam incluídos, o governo pode fechar o ano com déficit de R$ 44,1 bilhões. O Congresso ainda precisa votar o Orçamento para consolidar essas projeções.

Governo anunciará três novas medidas de crédito para a população

Use as setas para cima ou para baixo para aumentar ou diminuir o volume. O governo federal planeja lançar três novas medidas para ampliar o acesso ao crédito para a população. De acordo com o presidente, a iniciativa visa impulsionar a economia por meio da oferta de mais crédito acessível a trabalhadores, pequenos agricultores e empreendedores individuais. “O Brasil vai crescer mais porque há uma série de fatores positivos em andamento, como o menor nível de desemprego da história, o aumento da massa salarial e uma oferta de crédito sem precedentes. Vamos anunciar mais três políticas de crédito para fortalecer esse cenário”, afirmou. Uma das medidas em estudo prevê a criação de um novo modelo de crédito consignado privado, sem limite para os juros cobrados. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, informou que o projeto será enviado ao Congresso antes do Carnaval, com expectativa de implementação até meados de março. O governo defende a ampliação do crédito para setores estratégicos da sociedade, garantindo condições mais acessíveis para trabalhadores formais e autônomos. “Dinheiro bom não é aquele que se concentra na mão dos mais ricos, mas sim o que chega aos trabalhadores, pequenos produtores rurais e microempreendedores”, enfatizou. A proposta em elaboração permitirá que bancos ofereçam esse crédito diretamente por meio de seus aplicativos e demais canais. Inicialmente, a operação será viabilizada pelo eSocial, plataforma do governo que registra informações trabalhistas de funcionários com carteira assinada. A iniciativa atende a demandas do setor bancário, mas contraria a posição do ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que defende um modelo semelhante ao consignado do INSS, com maior regulação dos juros. O projeto que será encaminhado ao Congresso prioriza a operacionalização básica da nova modalidade, permitindo que trabalhadores formais tenham acesso facilitado a linhas de crédito por meio da base de dados do eSocial.