Minas pode ajudar a salvar a lavoura de arroz

Colheita do grão no estado tem resultado quase sete vezes maior na safra 2023/2024 O cultivo de arroz está em destaque na agricultura de Minas Gerais. Cerca de 78 mil toneladas do grão foram produzidas em terras mineiras na safra 2023/2024 – o número representa um aumento de mais de 600% em relação à colheita anterior, que atingiu 10 mil toneladas. Segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a área de cultivo também cresceu e ultrapassou os 3 mil hectares registrados em 2022, alcançando 17 mil hectares. O crescimento pode se transformar em alternativa para a descentralização produção no país, que é dependente do Rio Grande do Sul – a calamidade pública que o estado enfrenta com as enchentes exigiu ações para evitar o desabastecimento. As razões para o fortalecimento do interesse dos produtores no cultivo de um dos grãos mais tradicionais no prato do brasileiro são diversas, entre elas, o aumento do preço internacional. Uma saca de 50kg custa em média R$ 105. O pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Alcido Wander, ressalta a contribuição do arroz de sequeiro ou de terras altas, feita em Minas, para que a concentração dos cultivares não esteja restrita ao Rio Grande do Sul, responsável por 70% da produção nacional. “A diferença entre o arroz irrigado e o arroz de terras altas está na forma e local de cultivo. No primeiro caso, comum no Sul do país, o grão é produzido em áreas planas e baixas, onde a irrigação é feita pela inundação da lavoura. O sistema do arroz de terras altas é encontrado em Minas, Goiás, Maranhão, Mato Grosso e Tocantins e é cultivado sem irrigação. Por isso costuma ter um custo menor”, explica. A irrigação é com a água da chuva e, em alguns casos, usa sistema suplementar por aspersão. Na década de 1970, Minas cultivou 635 toneladas de arroz e chegou a ficar entre os cinco maiores produtores do país. Atualmente, apesar do crescimento, registra cerca de 0,75% da produção nacional e ocupa a 12ª posição. “O arroz perdeu a importância em Minas ao longo do tempo. Os produtores começaram a investir em outros grãos mais vantajosos à época, como soja e milho”, esclarece Alcido. Além do baixo custo de produção e compatibilidade com o relevo e clima do estado, o sistema de cultivo do arroz de terras altas permite que o grão seja implementado com outras culturas. “Na região tropical do Brasil, o arroz entra como uma segunda cultura, já no Sul, as plantações são de cultura única”, diferencia o pesquisador. O arroz como segunda cultura, ou cultura consorciada, é apontado como uma técnica assertiva de melhoramento do solo. A pesquisadora e coordenadora do Programa Melhor Arroz da Universidade Federal de Lavras (UFLA), no Sul de Minas, professora Flávia Botelho, destaca que o arroz de sequeiro foi levado ao Cerrado na década de 1970, durante a expansão da fronteira agrícola, para corrigir solos. “O arroz tem uma alta relação carbono-hidrogênio e deixa a matéria no solo para a outra cultura se beneficiar. Além disso, o grão atinge áreas profundas, garantindo aeração do solo, ou seja, o solo fica mais poroso. Isso contribui para o desenvolvimento das outras culturas e garante um sistema particular mais profundo”, diz a professora. Para cultivar o arroz de terras altas com a irrigação da chuva e suplementar, de forma que pudesse ser consumido, foram necessários anos de pesquisa em melhoramento genético. Em Minas, a UFLA promove o estudo de mais de 5 mil tipos e busca hibridizar as melhores plantações de acordo com as características de cada região do estado. A qualidade, adaptação e resistência à doença são fatores levados em consideração durante dois anos antes que as sementes sejam entregues aos produtores parceiros do Programa Melhor Arroz. PROTETOR DO CAFÉ Nas plantações de café, o cultivo do arroz atua como um protetor. O extensionista da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), Geraldo José Rodrigues, afirma que o grão faz parte do que os produtores chamam de planta de cobertura. O arroz ainda atua no combate a parasitas e outros tipos de plantas que possam crescer no local. “O principal objetivo é não deixar o solo exposto. Por causa do clima tropical, precisamos trabalhar sempre pensando em cobrir o solo, ainda mais porque na cafeicultura o uso de máquinas é muito intenso e essas plantas vêm para diminuir o índice de compactação. A gramínea reestrutura o solo”, completa. No Sul de Minas, a Emater-MG, a UFLA e a Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig) implementaram unidades demonstrativas de arroz de sequeiro em consórcio com o café. Na Fazenda Pimenteiras, em São Sebastião do Paraíso, foi plantado cerca de 1km em linha de arroz, com mil plantas de café. O administrador da propriedade, João Eduardo Vieira, relata que a produção é destinada ao consumo local. “Como foi um teste, a primeira vez que plantamos, é para o consumo mesmo aqui da fazenda. Mas já estou com um projeto para o ano que vem e vamos ampliar a área”, conta O agricultor Elton Silva, de Guaxupé, também aderiu ao arroz na produção de café. Para ele, o crescimento da produção em Minas veio para ficar. “Na minha visão para o futuro, daqui um tempo muita gente vai começar a cultivar arroz, porque nós temos uma crise chegando com essa tragédia no Rio Grande do Sul”, aponta. Diante dos estragos no Rio Grande do Sul e do comprometimento de parte dos cultivares, a Conab foi autorizada a importar até um milhão de toneladas de arroz por meio de leilões públicos, ao longo deste ano. Com a portaria assinada pelos ministérios do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), da Agricultura e Pecuária (Mapa) e da Fazenda, a primeira aquisição, de até 104 mil toneladas, está agendada para terça-feira (21/5). O estado produziu, na última safra, 7,27 milhões de toneladas de arroz em casca. Em Minas, atualmente 280 municípios produzem arroz, em sua maioria cultivado por pequenos agricultores

Governo Lula mantém desoneração das prefeituras em 2024

O custo do benefício para as prefeituras será de aproximadamente R$ 7,2 bilhões. Os planos visam a discutir uma reoneração gradual a partir de 2025. Após intensas negociações, o Congresso e o Governo Lula chegaram a um acordo sobre a desoneração da folha de pagamentos, abrangendo tanto empresas quanto municípios. O anúncio foi feito pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, após uma reunião realizada nesta quinta-feira (16) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Este acordo visa manter a desoneração ao longo de 2024, com planos de discutir uma reoneração gradual a partir de 2025. A reunião, realizada na residência oficial do Senado, contou com a presença do ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e do líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues. Embora Haddad tenha demonstrado inicialmente resistência à manutenção da desoneração até mesmo em 2024, acabou cedendo durante o encontro com Pacheco. Os termos do acordo foram previamente discutidos com o presidente Luis Inácio Lula da Silva. De acordo com Pacheco, parte da resolução depende de uma decisão favorável do Supremo Tribunal Federal (STF). A Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou ao STF a suspensão por 60 dias da ação que questiona a prorrogação da desoneração para as empresas até 2027, e o acordo agora inclui os municípios no mesmo pedido, com a expectativa de uma decisão que suspenda os efeitos da reoneração. O prazo para evitar que os municípios e os setores produtivos voltem a pagar 20% de impostos sobre a folha salarial encerra-se na segunda-feira (20). Com uma decisão do STF sobre o tema, será possível incluir a questão dos municípios no projeto do senador Efraim Filho (PB), que consolida o acordo sobre a desoneração das empresas. O presidente Lula pressionou sua equipe para encontrar uma solução para o impasse em torno da desoneração para uma agenda positiva durante o evento dos prefeitos. A redução da alíquota paga pelas prefeituras foi inserida pelo Congresso em um projeto que prorrogou a desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia. Contudo, essa medida foi suspensa pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Cristiano Zanin. Condições do acordo O acordo visa a garantir a desoneração das prefeituras ao longo de 2024 e buscar uma solução gradual nos anos subsequentes, com a perspectiva de aumento gradual. Este movimento ocorre em meio a uma corrida contra o tempo para fechar o acordo antes da Marcha Anual de Prefeitos, programada para a próxima semana em Brasília, que deve reunir cerca de 8.000 pessoas, segundo a Confederação Nacional dos Municípios (CNM). O custo do benefício para as prefeituras será de aproximadamente R$ 7,2 bilhões, somando-se aos R$ 10 bilhões provenientes da desoneração da folha para empresas de 17 setores, totalizando uma perda de arrecadação de R$ 17,2 bilhões com as duas iniciativas. Padilha informou que a Advocacia-Geral da União (AGU) vai acionar o STF para suspender os efeitos da decisão de Zanin que sustou o benefício tanto para as prefeituras quanto para os 17 setores da economia. A ideia é buscar uma solução para os próximos anos por meio do projeto de lei apresentado pelo senador Efraim Filho (PB), que estabelece a reoneração gradual no setor privado. A CNM solicita não apenas o pagamento de 8% neste ano, mas também um aumento gradual entre 2025 e 2027, com um teto de 14%. Padilha afirmou que a proposta final será elaborada pelo relator do texto, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA). O acordo também prevê uma série de medidas para beneficiar os municípios, incluindo o parcelamento das dívidas previdenciárias, com a redução do índice de juros e a limitação do pagamento da parcela da receita corrente líquida de cada município. Outra medida acatada pelo governo é a implementação de um novo regime de pagamento de precatórios. O projeto de lei deve ser votado pelo plenário do Senado na próxima terça-feira (21), segundo o senador Efraim. Pacheco, por sua vez, não confirmou a data, apenas indicou que a proposta será discutida nos próximos dias. O modelo de desoneração da folha, suspenso pelo STF, permite o pagamento de alíquotas reduzidas sobre a receita bruta, em vez de 20% sobre a folha de salários para a Previdência, beneficiando setores como comunicação, calçados, call center, entre outros. O projeto propõe que a reoneração da folha para as empresas comece gradualmente a partir de 2025. O requerimento de urgência para votação da matéria em Plenário já foi apresentado, e o texto deve ser votado na próxima semana. O relator é o líder do governo no Senado, senador Jaques Wagner, que agora terá que trabalhar para incluir no texto uma solução para a reoneração da folha dos municípios. Todas as medidas, assegura Pacheco, serão realizadas com responsabilidade fiscal e com compensações financeiras para evitar desequilíbrios nas contas públicas. Durante a entrevista coletiva, Padilha expressou gratidão pelo esforço e rapidez do Congresso em aprovar medidas de socorro ao Rio Grande do Sul, que enfrenta os impactos devastadores das enchentes.

Brasil bate novo recorde de trabalhadores com carteira assinada

Tudo indica que o segundo ano do governo Lula será ainda melhor que o primeiro A celebração do Dia do Trabalhador de 2024 coincidiu com o momento de maior alcance do trabalho formal no Brasil. Em março, de acordo com o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o País teve saldo de 244,3 mil novos empregos com carteira assinada, totalizando 46,24 milhões de brasileiros contratados via CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). É o maior estoque da série histórica, que mostra a diferença entre admissões e demissões a cada mês. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, que divulgou os novos números do Caged na terça-feira (30), os 15 meses de governo Lula já acumulam quase 2,2 milhões de empregos com carteira assinada. O índice de março representa um avanço em relação ao mês anterior. Ao final de fevereiro, havia 45,99 milhões de trabalhadores formais, após uma alta de 306,7 mil trabalhadores ao longo do mês. O desempenho de dois meses atrás também foi recorde. Tudo indica que o segundo ano do governo Lula será ainda melhor que o primeiro, quando o Brasil teve um saldo de 1,48 milhão de empregos formais. A diferença entre os resultados dos três primeiros meses de cada é expressiva: foram 536,9 mil postos gerados no primeiro trimestre de 2023 e 719,03 mil no primeiro trimestre de 2024 – um salto de 33%. Em pronunciamento à Nação no dia 30, véspera do Dia do Trabalhador, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, ressaltou o bom momento no mercado de trabalho. “Este 1º de Maio é também um dia de festa – dia de comemorar a geração recorde de empregos com carteira assinada”, disse Marinho. Com exceção da agropecuária, todos os setores tiveram mais empregos com carteira assinada em março. O melhor desempenho foi o de serviços, com 148,7 mil novas vagas com carteira assinada. Na sequência, aparecem o comércio (37,5 mil) e a indústria (35,8 mil) Entre as regiões, as que mais geraram postos formais de trabalho foram o Sudeste (148,3 mil) e o Sul (42,2 mil). O saldo foi menor no Norte, mas ainda assim positivo (9,6 mil).

Desemprego em baixa e vagas formais em alta atestam avanços na economia

Entre janeiro e março, o Brasil teve a menor taxa de desemprego para o período desde 2014. E o saldo de postos formais em março, 244 mil, foi o segundo melhor desde 2002 Enquanto parte do Congresso e bolsonaristas tentam inviabilizar o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a economia, sob sua gestão, segue mostrando bons sinais que se refletem diretamente na vida da população. Com 7,9% de desemprego no primeiro trimestre, o Brasil teve a menor taxa para esse período desde 2014. Além disso, em março foram geradas mais de 244 mil vagas com carteira assinada. Considerando de janeiro de 2023 a março de 2024, foram quase 2,2 milhões de empregos formais. Os dados sobre o desemprego — que fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada nesta terça-feira (30), pelo IBGE — atestam a melhora contínua que vem sendo registrada no mercado de trabalho. O menor patamar de desemprego em dez anos foi atingido mesmo com leve o crescimento de 0,5 ponto percentual em relação aos três meses finais de 2023, variação comum devido ao encerramento das vagas temporárias de fim de ano. Cabe destacar, ainda, que o índice também está abaixo do registrado no mesmo trimestre de 2023, de 8,8%. Pelas redes sociais, o presidente Lula comemorou os números: “Governo trabalhando para todos: menor taxa de desemprego para o período desde 2014, queda de quase um ponto percentual em relação a 2023. E vamos seguir avançando”. De acordo com o levantamento, o número de ocupados no primeiro trimestre de 2024 ficou em 100,2 milhões de pessoas, uma queda de 782 mil (-0,8%) em relação ao último trimestre de 2023 e um acréscimo de 2,4 milhões (+2,4%) quando comparado aos três primeiros meses de 2023. A alta da desocupação na comparação trimestral foi puxada pelo aumento no número de pessoas em busca de trabalho, a chamada população desocupada, que cresceu 6,7% frente ao trimestre encerrado em dezembro de 2023, um aumento de 542 mil pessoas em busca de trabalho. Apesar da alta, a população desocupada permanece 8,6% abaixo do contingente registrado no mesmo trimestre móvel de 2023. “O aumento da taxa de desocupação foi ocasionado pela redução na ocupação. Esse panorama caracteriza um movimento sazonal da força de trabalho no primeiro trimestre de cada ano, com perdas na ocupação em relação ao trimestre anterior”, explica Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE. Ela salienta que “o movimento sazonal desse trimestre não anula a tendência de redução da taxa de desocupação observada nos últimos dois anos”. Quanto aos empregados com carteira de trabalho no setor privado, o total foi de 37,984 milhões, mantendo-se estável no trimestre e crescendo 3,5% (mais 1,3 milhão) no ano. Já o número de empregados sem carteira no setor privado (13,4 milhões) ficou estável no trimestre e cresceu 4,5% (mais 581 mil pessoas) no ano. Na avaliação de Adriana, “a estabilidade do emprego com carteira no setor privado, em um trimestre de redução da ocupação como um todo, é uma sinalização importante de manutenção de ganhos na formalização da população ocupada”. Outro dado positivo diz respeito ao rendimento médio das pessoas empregadas em consequência da manutenção do emprego formal. O valor chegou a R$ 3.123, com alta de 1,5% no trimestre e de 4% na comparação anual. O aumento no rendimento se deu, sobretudo, nos setores de transporte, armazenagem e correio (4,3%, ou mais R$ 122), outros serviços (6,7%, ou mais R$ 158) e serviços domésticos (2,1%, ou mais R$ 25). Novas vagas formais Cabe destacar, ainda, que com um quadro positivo no cenário econômico — marcado, entre outros fatores, por juros menos altos e inflação controlada, investimentos federais em obras de infraestrutura e aquecimento de atividades econômicas como nos setores automobilístico e de turismo — mais empregos com carteira assinada foram gerados em março, segundo dados do Novo Caged, apresentados também nesta terça pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Março teve 244.315 postos formais de trabalho gerados. Com isso, segundo o governo, em 15 meses — de janeiro de 2023 a março de 2024 — quase 2,2 milhões de empregos formais foram criados no Brasil, dos quais 1,64 milhão abertos nos últimos 12 meses. Um outro desdobramento é que o país chegou a um total de 46 milhões de pessoas atuando com carteira assinada, o maior estoque de toda a série histórica. “Estamos felizes com esse panorama que estamos apresentando, colhido nesses três meses de 2024, nos 15 meses de governo e no cenário de futuro. Temos uma janela de oportunidade no processo de reindustrialização do país, com anúncios recordes de investimento como resultado de medidas de política, seja econômica, fiscal, tributária, de relações internacionais, para abrir ao país novos mercados”, afirmou o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho. Conforme o MTE, os dados de março de 2023 são os segundos melhores da série histórica desde 2002, ficando atrás apenas de março de 2010, quando foram criadas 266 mil vagas. No acumulado dos três primeiros meses de 2024, o Brasil somou 719.033 novos empregos com carteira assinada, 34% a mais em relação ao mesmo período de 2023, quando houve 536 mil novos postos no primeiro trimestre. Todos os cinco principais segmentos econômicos tiveram saldo positivo, com destaque para o de serviços, com mais de 419 mil postos formais, o que representa mais de 58% do saldo. Aqui, a maior parte diz respeito às atividades de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, com mais 179 mil vagas. Já na Indústria, o saldo foi de 155.461 postos, com destaque para a fabricação de veículos automotores (13.605) e de produtos alimentícios (13.540). O setor da Construção gerou 109.911 vagas, com elevações na construção de edifícios (45.630) e obras de infraestrutura (27.286). De acordo com Luiz Marinho, “há um conjunto de ações planejadas que têm gerado oportunidades, aliado à valorização do salário mínimo, à isenção do Imposto de Renda para até dois salários mínimos. Tudo isso leva ao crescimento”. Com agências

Após decisão de Zanin, Pacheco irá ao STF para manter desoneração da folha

Segundo Cristiano Zanin, a norma não prevê o impacto orçamentário e financeiro do benefício O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), vai recorrer da decisão do ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que anulou a desoneração da folha de pagamento de pagamento de empresas e prefeituras, uma medida que havia sido prorrogada pelo Legislativo até 2027, informa a revista Veja. Pacheco classificou como um “erro” a decisão do Poder Executivo de pedir ao Supremo a suspensão de trechos da Lei 14.784, de 2023. Na quinta-feira (25), o ministro Cristiano Zanin atendeu ao pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por entender que a norma não prevê o impacto orçamentário e financeiro do benefício. Por meio de nota, Rodrigo Pacheco disse que o governo federal “erra ao judicializar a política”. Para o presidente do Senado, a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7633, que questiona a validade da desoneração, representa um “aparente terceiro turno de discussão sobre o tema”. “O governo federal erra ao judicializar a política e impor suas próprias razões, num aparente terceiro turno de discussão sobre o tema da desoneração da folha de pagamento. Respeito a decisão monocrática do ministro Cristiano Zanin e buscarei apontar os argumentos do Congresso Nacional ao STF pela via do devido processo legal. Mas também cuidarei das providências políticas que façam ser respeitada a opção do Parlamento pela manutenção de empregos e sobrevivência de pequenos e médios municípios”, escreveu Pacheco. O presidente do Senado vai se reunir nesta sexta-feira (26) com representantes da Consultoria Legislativa e da Advocacia do Senado. Ele anunciou ainda que vai convocar uma reunião de líderes para debater o assunto. A data do encontro com os representantes partidários ainda não foi definida. (Com informações da Agência Senado).

Rendimento domiciliar atingiu patamar recorde em 2023, diz IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou hoje os novos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Segundo o IBGE, o governo Lula contínua revelando recordes históricos em diversas categorias de rendimento no Brasil. Em 2023, a massa de rendimento mensal domiciliar per capita alcançou R$ 398,3 bilhões, um aumento de 12,2% em comparação a 2022 e de 9,1% frente a 2019. O rendimento médio mensal real domiciliar per capita também registrou o maior valor da série histórica da pesquisa, atingindo R$ 1.848, com um crescimento de 11,5% sobre o ano anterior. Esse indicador havia alcançado R$ 1.744 em 2019, que até então era o valor máximo. De acordo com a pesquisa, o rendimento de todas as fontes para a população residente com rendimento subiu 7,5% em relação a 2022, chegando a R$ 2.846. O rendimento médio de outras fontes, diferentes do trabalho, aumentou 6,1%, alcançando R$1.837. A proporção da população com rendimento habitualmente recebido do trabalho cresceu de 44,5% em 2022 para 46,0% em 2023, enquanto a proporção de domicílios com algum beneficiário do programa Bolsa-Família aumentou de 16,9% para 19,0% no mesmo período. O 1% da população com maior rendimento domiciliar possui renda média equivalente a 39,2 vezes a dos 40% com menor renda. O índice de Gini, que mede a desigualdade de renda, se manteve em 0,518, o menor da série histórica, indicando uma desigualdade ainda significativa apesar do aumento dos rendimentos. Os dados ressaltam uma melhora significativa no mercado de trabalho e no aumento dos beneficiários de programas sociais, refletindo-se no crescimento dos rendimentos em diversos estratos da população brasileira.

Plano nacional de ferrovias terá R$ 20 bi de recursos

O ministro dos Transportes, Renan filho, confirmou a jornalistas em evento nesta semana que o Plano Nacional de Ferrovias do Governo Federal somará mais de R$ 20 bilhões. O ministro informou ainda que os recursos serão captados de repactuações contratuais de renovações antecipadas de concessões. Segundo reportagem do Valor Econômico, as renegociações serão feitas com a Vale, Rumo e MRS. O primeiro acordo deverá ser fechado com a Vale. Inclusive, de acordo com o ministro, há até proposta formal. Também está para ser fechado um acordo de renovação antecipada da Ferrovia Centro Atlântica da VLI. A maior parte dos recursos deve vir de repactuação de contratos com a Vale. O ministério cobra a empresa por valor abatido nas renovações antecipadas de ferrovias em Carajás (R$ 21,1 bilhões) e em Vitórias-Minas (R$ 4,6 bilhões). O ministro dos Transportes não revelou detalhes sobre os projetos que serão realizados com o dinheiro, contudo adiantou que o Governo mira na conclusão da Ferrogrão, que ligará o Mato Grosso ao Pará. Outro interesse é a Ferrovia de Integração Centro-Oeste e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste. Ambas apresentam potencial para transportar produtos da indústria de agronegócio para regiões litorâneas. Avanço das ferrovias Um estudo da Fundação Dom Cabral, o qual o portal Transporte Moderno teve acesso, mostrou que, de maneira inédita, o modal ferroviário do país responde por cerca de 27% no volume de carregamento de cargas (em Toneladas Úteis). Considerando apenas o transporte de longa distância, a pesquisa focou nas variáveis Volume de Cargas (TU) e Produção de Transporte (TKU). Segundo os responsáveis pelo levantamento, pela primeira vez, a malha ferroviária responde por mais de ¼ deste transporte. Os modais considerados na pesquisa representam a grande logística brasileira: ferroviário, rodoviário, hidroviário, dutoviário e navegação de cabotagem. O professor e coordenador do núcleo de infraestrutura e logística da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, diz que houve um aumento no modal ferroviário, sobretudo no transporte de granel agrícola. Contudo, Resende alerta para o fato de que, apesar de existir carga disponível para os trilhos, é preciso uma malha ferroviária que suporte essa demanda. “Caso contrário, o aumento poderá, inclusive, retroceder até 2035”, conclui

Petrobrás volta a apostar na reindustrialização do país

Companhia prepara contratações de barcos de apoio marítimo e apresenta ao mercado novas oportunidades para atendimento às suas atividades de exploração e produção A Petrobras autorizou processos de contratação de embarcações de apoio para a logística de exploração e produção, com objetivo de atender a demanda de curto prazo para os anos de 2025 Também está prevista a contratação de navios de cabotagem, FPSOs, embarcações para execução de atividades submarinas e de poços, além da atividade de descomissionamento de plataformas. “Estamos em contato permanente com o mercado fornecedor e estudando as melhores estratégias de contratação que permitam suprir a demanda da Petrobras, mantendo a competitividade dos processos. Estamos também comprometidos com o desenvolvimento do nosso mercado fornecedor local, promovendo iniciativas que possam criar oportunidades para a indústria nacional”, declarou Jean Paul Prates, presidente da Petrobras. Os projetos que serão implementados pela Petrobras aquecerão a demanda da indústria offshore nacional. De acordo com o Plano Estratégico 2024-2028+ da companhia, o investimento em todas as suas atividades, de US$ 102 bilhões, vai gerar 280 mil empregos diretos e indiretos por ano. Está prevista, até 2028, 14 novos navios-plataformas, em diferentes etapas de construção, com oportunidades para a indústria offshore brasileira. Atualmente, a companhia conduz, considerando o cenário 2028+, seis processos de contratação de navios-plataforma do tipo FPSO (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência, da sigla em inglês). Quatro são relacionados a afretamento (aluguel) de plataformas e dois são para unidades próprias da Petrobras, com demandas para construção de módulos no Brasil, atividade alinhada com a vocação da indústria offshore nacional. A Petrobras contará com uma frota de, aproximadamente, 25 navios-sonda em 2024, usados em atividades de pesquisa de petróleo. Até 2028, a companhia prevê que a sua frota chegue a 30 sondas. Nas atividades submarinas, as novas contratações de embarcações para o período 2024-2027 já estão em fase avançada de negociação nos processos de contratação vigentes, além da avaliação de oportunidades de longo prazo para esse segmento. Na atividade de cabotagem, ou seja, o transporte de carga feito por navios nos limites da costa brasileira, para a recomposição de frota, existem estudos para aquisição de novos navios além dos tradicionais processos competitivos de afretamento. A frota atual da Petrobras é de 26 navios, e estão sendo estudados mais dezesseis entre diversos tipos, com potencial para serem construídos no horizonte do plano 2024-2028. Os navios-plataforma de produção encerram o seu ciclo produtivo por meio de uma atividade chamada descomissionamento, da qual faz parte a reciclagem sustentável de seus materiais. Essa atividade também gera demanda para a indústria nacional. Até 2028, a Petrobras prevê descomissionar 23 plataformas, sendo 9 fixas e 14 flutuantes. A variedade de demandas da Petrobras abre muitas oportunidades para a indústria offshore brasileira. Neste sentido, a companhia vem apresentando sua carteira de projetos, desde o ano passado, em diversos fórum de fornecedores, para que o mercado se prepare para as encomendas futuras.

Governo Lula lançará pacote de crédito para microempresas e MEIs

Iniciativa visa valores ainda maiores para empresas lideradas por mulheres e também renegociação de dívidas do Pronampe O governo Lula está planejando um pacote de crédito voltado para pequenas empresas, de acordo com informações do Estadão. A medida inclui três principais pontos: uma nova linha de crédito para microempresas e microempreendedores individuais (MEIs) com taxas de juros abaixo da média de mercado; renegociação de dívidas do Pronampe, Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte; e condições especiais para empresas lideradas por mulheres. As propostas serão colocadas em uma Medida Provisória (MP) e fazem parte de uma ampla iniciativa que visa impulsionar o crédito no Brasil. Isto inclui a criação de um mercado secundário de títulos imobiliários e de hedge cambial, assim como financiamentos para beneficiários do Bolsa Família. De acordo com o Ministério da Fazenda, o Brasil conta com 15,6 milhões de MEIs e a linha de crédito batizada como ProCred 360 visa oferecer financiamento com taxas menores que as encontradas no mercado. Isto somente será possível pois o Tesouro Nacional irá assegurar a linha de crédito pelo Fundo de Garantia de Operações (FGO). Além disso, as empresas comandadas por mulheres poderão ter acesso a linhas de crédito maiores. O outro ponto de benefício trazido é voltado aos microempreendedores e empresários de pequeno porte, universo de empresas que faturam anualmente até R$ 4,8 milhões. Para eles será promovida a renegociação do Pronampe, pela qual o governo observa que a inadimplência está em cerca de 8%. A previsão é de lançamento da MP em abril com outras medidas, como a de securitização de dívidas imobiliárias de carteira dos bancos e para proteção cambial para investidores de longo prazo. *Informações Estadão.

BNDES vai investir R$ 100 mi em favelas para reduzir desigualdades

“Vamos reforçar atuação na redução das desigualdades a partir da estruturação de polos culturais e iniciativas para geração de emprego e renda”, diz Mercadante Com foco em geração de trabalho e renda, educação, cultura e inclusão social, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social deve investir R$ 100 milhões nas favelas brasileiras por meio do BNDES Periferias, lançado nesta quinta-feira (21), na sede do banco, no Rio de Janeiro. Para reduzir as desigualdades e promover a diversidade, o banco vai investir R$ 50 milhões não reembolsáveis para projetos de inclusão produtiva urbana em favelas e periferias. Outros R$ 50 milhões virão das captações de parceiros privados e públicos. São duas frentes: Polos BNDES de Desenvolvimento e Cultura e Trabalho e Renda da Periferia. “A iniciativa BNDES Periferias é pioneira no BNDES. Vamos reforçar nossa atuação na redução das desigualdades a partir da estruturação de polos culturais e iniciativas para geração de emprego e renda. A periferia precisa de um espaço público onde você possa fazer atividade, formação profissional, que tenha equipamentos e um ambiente adequado”, explica o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. De acordo com a Agência de Notícias do banco, poderão participar da chamada entidades privadas sem fins lucrativos, atuando em rede ou não, que tenham experiência na implantação e operação de projetos similares nos territórios contemplados pela iniciativa. Serão apoiadas as favelas e comunidades periféricas incluídas nos municípios identificados pelo Programa Periferia Viva do Ministério das Cidades. “Hoje, estamos abrindo a chamada permanente pública para esse primeiro ciclo, que abrange os polos e a ação de trabalho e renda. Vamos dar apoio para empreendedores, valorizando mulheres, jovens e população negra, prioritariamente”, disse a diretora Socioambiental do banco, Tereza Campello. O secretário nacional de Periferias do Ministério das Cidades, Guilherme Simões, considera o momento um marco no reconhecimento da existência desses territórios e sobretudo dessa população. “Estamos aprendendo a fazer política pública para as favelas e para as periferias”, disse. Ele explicou que o conceito geral do programa Periferia Viva é justamente levar política pública para os lugares deficitários. “Quando o BNDES nos procura para fazer essa parceria, a gente contribui apontando onde estão esses territórios e quais devem ser priorizados nesse primeiro momento e nessa primeira abordagem”, disse. Serviço A chamada desse primeiro ciclo ficará aberta até 31 de maio. As inscrições para apresentação de projetos podem ser feitas pelo link: https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/onde-atuamos/social/bndes-periferias No âmbito do Polo BNDES de Desenvolvimento e Cultura, serão criados espaços multidisciplinares de inovação, cultura e geração de trabalho e renda. O BNDES apoiará a implantação de espaços adaptáveis, em territórios periféricos, para integração e oferta de serviços à comunidade, como cursos, práticas esportivas e culturais etc. Cada polo terá característica própria, adaptado para funcionalidades e usos definidos coletivamente pelas comunidades, com base em suas potencialidades e vocações. A segunda frente, Trabalho e Renda da Periferia, apoiará projetos que visem a realização de capacitação, mentoria e aporte de recursos de “capital semente” para negócios periféricos que priorizem mulheres, jovens e população negra. O objetivo do Banco é contribuir para melhoria do resultado dos negócios, ampliação de mercados e acesso a financiamentos. Com informações do BNDES