‘Galípolo é pior que o Roberto Campos Neto’, diz Berzoini

Ex-ministro diz que atual política de juros prejudica o país e cobra reação do governo Lula Em entrevista ao programa Fórum Onze e Meia, o ex-ministro Ricardo Berzoini fez duras críticas à política monetária brasileira, classificando a atuação do Banco Central como um obstáculo ao desenvolvimento do país. Para ele, a instituição vem operando em favor do mercado financeiro, penalizando a economia real com juros elevados e metas consideradas inalcançáveis. Berzoini direcionou suas críticas especialmente ao presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. “O Galípolo está pior que o Campos Neto”, afirmou. Segundo ele, o governo precisa reagir a decisões consideradas como técnicas, mas que afetam o crescimento, sem se calar por razões políticas. “Não dá para engolir erro calado só porque o governo é nosso”, disse. Metas irreais, juros sufocantes e silêncio preocupante Para o ex-ministro, a atual meta de inflação é “inexequível” e serve apenas como justificativa para manter a taxa Selic em níveis desproporcionais. “Estamos com uma inflação de cerca de 4,5% e juros reais perto de 10%. Isso não existe no mundo. Só no Brasil”, criticou. Ele comparou a política a uma dieta impossível: “É como querer emagrecer 30 quilos quando só dá para perder 10. A culpa não é da balança, é da meta.” Berzoini apontou o descompasso da política atual com as necessidades do país. “Tesouro Direto está pagando 15% ao ano. Só perde para o tráfico de drogas e pedágio em São Paulo.” Segundo ele, essa lógica beneficia apenas rentistas, enquanto comerciantes, empresários e trabalhadores enfrentam as consequências. Ele também refutou a ideia de que a inflação atual seria causada por excesso de demanda, atribuindo a alta de preços a fatores externos, como secas em países produtores de alimentos. “Não falta consumo. Falta coordenação”, afirmou. Berzoini alerta para o risco político de o governo não se manifestar diante desse cenário. “Quando era o Campos Neto, o PT criticava. Agora, com Galípolo, reina o silêncio. Isso é incoerente.” Ele defendeu a revisão urgente da meta de inflação pelo Conselho Monetário Nacional, composto por Fernando Haddad, Simone Tebet e o próprio Galípolo, e concluiu: “O Banco Central virou o sindicato dos rentistas. Decide contra quem trabalha e a favor de quem vive de renda.” Fonte: Revista Fórum
Copom eleva juros para 15% ao ano e amplia sabotagem ao Brasil

Mesmo com inflação menor e desaceleração da economia, BC aprova aumento de 0,25 ponto percentual e coloca a Selic no maior patamar desde julho de 2006 O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central optou pelo aumento da taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, elevando a Selic a 15% ao ano. A decisão desta quarta-feira (18) mantém ritmo de alta iniciado em setembro do ano passado, quando os juros passaram de 10,50% para 10,75%. Agora, já são sete aumentos seguidos. A votação entre os membros do Comitê foi unânime. Na justificativa que acompanha o anúncio, é afirmado que o Copom “entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”. Ainda segundo o comunicado, “o Comitê segue acompanhando com atenção como os desenvolvimentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. O cenário segue sendo marcado por expectativas desancoradas, projeções de inflação elevadas, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho. Para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado.” A decisão encarece ainda mais o crédito em um cenário de inflação menor e desaceleração do crescimento econômico. Parte considerável de analistas econômicos apostava na manutenção dos juros, não em um aumento. A Selic em 15% ao ano representa o maior patamar desde julho de 2006, quando marcava 14,75% depois de ser reduzida em 0,5% após a reunião de maio daquele ano, que a havia fixado em 15,25%. Ao elevar mais uma vez os juros, o Copom ultrapassa até as expectativas do mercado financeiro para 2025. Por meio do Boletim Focus do próprio BC, as instituições financeiras indicam que o ano deverá encerrar com taxa que estava antes desse novo aumento, 14,75% a.a. Portanto, um corte deverá ocorrer para se enquadrar ao que o próprio mercado acredita. A elevação de 0,25% atrai descontentamento generalizado: sociedade, governo e setor produtivo. Somente investidores do mercado financeiro têm ganhado com os juros nas alturas. Na última terça-feira (17), as centrais sindicais e movimentos sociais realizaram protestos pela redução dos juros. Apesar dos clamores, o Copom manteve a linha dura na política monetária herdada pelo ex-presidente Roberto Campos Neto e mantida pelo atual presidente, Gabriel Galípolo. A meta para a inflação é de até 4,5%, tendo como centro 3% (o IPCA de 12 meses acumula 5,4%). ‘Dose errada’ A taxa básica de juros é elevada sob o pretexto de enfraquecer a demanda ao encarecer o crédito, com repercussão em diversos segmentos. A sequência de nove meses de aumento de juros no Brasil já é sentida pela economia, com a inflação em desaceleração no mês de maio (0,26% frente a 0,46% do IPCA de abril) e retração industrial (-1,1%) em abril, conforme o IBC-BR, a prévia do PIB, o que levou o índice a reduzir o ritmo de crescimento do país a 0,2% no mês. Com estes números, uma nova elevação dos juros é mais uma ‘dose errada’ do remédio que o Copom impõe ao Brasil. Assim, permanece o descontentamento da sociedade, que anseia por um custo de vida mais barato, e dos setores produtivos, que pedem crédito mais acessível como forma de ampliar investimentos e manter o crescimento econômico – que tem se superado, apesar da Selic nas alturas. Outro prejudicado é o governo. Segundo o próprio BC, a cada aumento de um ponto percentual na taxa de juros, o custo da dívida pública federal cresce cerca de R$ 50 bilhões. Dessa maneira, é possível dizer que o aumento de 0,25% representa R$ 12,5 bilhões a mais de perdas nas contas de um governo que também é sabotado a todo momento pelo Congresso Nacional na tentativa de cumprir o seu orçamento
Acordo revê IOF, taxa bets e elimina isenção para fundos de investimento

Medida provisória prevê aumento de tributação sobre apostas, fim de isenção no IR para títulos imobiliários e corte de benefícios não constitucionais Após uma maratona de cinco horas de negociação na noite de domingo (8), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e líderes do Congresso Nacional chegaram a um acordo para a substituição parcial do impacto arrecadatório do recente decreto que elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A informação foi publicada originalmente pelo jornal Valor Econômico. As principais mudanças serão encaminhadas por meio de uma medida provisória (MP), que entra em vigor de imediato, embora ainda precise ser aprovada pelo Legislativo. Entre os pontos centrais da MP está o aumento da tributação das chamadas “bets” (apostas esportivas e jogos on-line), com a alíquota sobre a receita bruta do jogo (Gross Gaming Revenue – GGR) subindo de 12% para 18%. Segundo Haddad, essa era a proposta original do governo. “Na verdade, a proposta original do governo era 18%. Nós apresentamos para os parlamentares o tamanho desse mercado. Ponderamos sobre a necessidade de repensar o projeto original. Isso também vai ser matéria desta medida original”, declarou o ministro. Outra mudança significativa será o fim da isenção do Imposto de Renda para Letras de Crédito Imobiliário (LCI) e Letras de Crédito do Agronegócio (LCA). Hoje, esses títulos são isentos para pessoas físicas. A partir de 2026, serão taxados em 5%. Haddad explicou: “Títulos isentos vão deixar de ser isentos, mas continuarão bastante incentivados. A diferença de zero para 17,5% vai ser reduzida. Vai ser 5%”. O governo também promoverá ajustes na alíquota da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para instituições financeiras. A cobrança diferenciada de 9% que hoje beneficia as fintechs será eliminada, restando apenas as alíquotas gerais de 15% e 20%. Essas medidas buscam compensar parcialmente a perda de arrecadação esperada com a revisão do decreto do IOF, especialmente no que diz respeito à cobrança sobre o chamado “risco sacado” – modalidade de crédito amplamente utilizada por empresas. Atualmente, essa cobrança é de 3,95% ao ano, mas será recalibrada. “O IOF mais afetado pela MP vai ser justamente o risco sacado. A parte fixa do risco sacado desaparece. E foi recalibrada a parte do diário para manter coerência com todo o sistema de crédito da forma que ele é hoje”, afirmou Haddad. Além disso, a MP incluirá um corte linear de pelo menos 10% nos chamados gastos tributários, ou seja, benefícios fiscais não previstos na Constituição. O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, ressaltou, contudo, que o percentual final ainda está em aberto. “10% é uma sugestão”, afirmou. Segundo Haddad, a medida provisória também foi desenhada a partir do diálogo com os presidentes da Câmara e do Senado e líderes das bancadas. “Concordamos aqui na redução do gasto tributário, de pelo menos 10%. Tudo vai ser objeto de deliberação do Congresso como um todo. A iniciativa do Executivo está sendo feita com base no que foi ouvido dos dois presidentes e dos líderes que participaram da reunião”, explicou. Ainda sem acordo ficaram as medidas relacionadas à redução de gastos primários e à tributação de criptomoedas, que continuarão a ser debatidas nos próximos dias. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que retorna da França na noite desta segunda-feira (9), terá a palavra final sobre o pacote. Com a nova configuração proposta, o impacto fiscal do decreto do IOF, que hoje projeta arrecadar R$ 19,1 bilhões em 2025 e R$ 38,2 bilhões em 2026, será reduzido em um terço. A expectativa do governo é que a perda seja integralmente compensada pelas medidas da MP. A disputa agora se desloca para o Congresso, onde o texto ainda passará pelo crivo político das lideranças e poderá sofrer ajustes
Desemprego cai; ocupações com carteira assinada e salários crescem

Taxa de 6,6% de desempregados é o menor para o trimestre terminado em abril desde 2012; formais têm recorde de 39,6 milhões e rendimento cresce 3,2% sobre igual período de 2024 O desemprego no Brasil atingiu seu menor índice em 13 anos para o trimestre encerrado em abril, ficando em 6,6%. Com isso, o contingente de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu patamar recorde de 39,6 milhões. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta quinta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O atual patamar de pessoas empregadas resulta de um crescimento de 0,8% em relação ao trimestre anterior e de 3,8% ante igual trimestre do ano passado. Quanto ao desemprego, a taxa de 6,6% indica estabilidade sobre o trimestre de novembro de 2024 a janeiro de 2025 — quando ficou em 6,5% — e queda de um ponto percentual frente ao mesmo trimestre do ano anterior. No que diz respeito à taxa composta de subutilização da força de trabalho, o índice ficou em 15,4%, resultado também considerado estável na comparação trimestral (15,5%). Na comparação anual, houve queda de dois pontos percentuais. Essa taxa é a forma como o IBGE nomeia o percentual de pessoas desempregadas e subempregadas por insuficiência de horas trabalhadas e a força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada. De acordo com a pesquisa, de fevereiro a abril de 2025, cerca de 7,3 milhões de pessoas estavam desempregadas no país, indicador que também aponta para estabilidade quando comparado ao trimestre móvel anterior (novembro de 2024 a janeiro de 2025), no qual 7,2 milhões de pessoas não tinham ocupação. Por outro lado, quando esse número é analisado frente a igual trimestre do ano anterior — com 8,2 milhões de pessoas desocupadas — houve recuo de 11,5%, uma redução de 941 mil pessoas desocupadas na força de trabalho. O cenário positivo do mercado de trabalho pode também ser constatado pelo dado inverso da pesquisa. A quantidade de pessoas ocupadas no trimestre encerrado em abril deste ano era de aproximadamente 103,3 milhões, marcando estabilidade sobre os três meses anteriores. Já na comparação anual, ocorreu alta de 2,4%, com mais 2,5 milhões de pessoas trabalhando. O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar), por sua vez, atingiu 58,2%, ficando estável ante o trimestre de novembro de 2024 a janeiro de 2025 (58,2%). Confrontado ao mesmo trimestre do ano anterior (57,3%), esse indicador também teve variação positiva de 0,9 p.p. De acordo com William Kratochwill, analista da pesquisa, “a estabilidade nas taxas de desocupação e subutilização confirma o que o primeiro trimestre apontou, ou seja, uma boa capacidade de absorção dos empregos temporários constituídos no último trimestre de 2024”. Caged Os dados da Pnad convergem com os que foram apresentados nesta quarta-feira (28) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) relativos ao Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged). Segundo essas informações, o Brasil fechou o mês de abril com saldo positivo de 257,5 mil empregos com carteira assinada. No ano, o acumulado foi superior a 922 mil vagas geradas. Ao todo, no mês de abril, houve de 2.282.187 admissões e 2.024.659 desligamentos. Nos últimos 12 meses (de maio de 2024 a abril de 2025), o saldo positivo é de 1.641.330 novas vagas formais. Ainda segundo o MTE, em relação à quantidade total de vínculos celetistas ativos, o país registrou, em abril, um saldo superior a 48 mil vínculos, o que representa uma variação de 0,54% em relação ao estoque do mês anterior. O setor que registrou maior avanço nos empregos formais em abril foi o de serviços, com a criação de mais de 136 mil postos. Em seguida veio o comércio, com 48 mil, enquanto a indústria respondeu por 35 mil. Em seguida figuram os segmentos da construção, com 34,3 mil vagas, e da agropecuária, com pouco mais de 4 mil. Informalidade menor, rendimento maior Outro dado positivo trazido pela Pnad do IBGE trata da taxa de informalidade na população ocupada, que foi de quase 38% 37,9%, equivalente a 39,2 milhões de trabalhadores. O índice representa redução quando comparado ao trimestre móvel anterior (38,3%), assim como ao mesmo trimestre de 2024 (38,7%). Segundo o IBGE, “a queda na informalidade é consequência da estabilidade do contingente de trabalhadores sem carteira assinada (13,7 milhões), acompanhada da estabilidade do número de trabalhadores por conta própria (26,0 milhões) na comparação trimestral e aumento de 2,1% no confronto anual”. “O mercado de trabalho apresentando níveis mais baixos de subutilização da população em idade de trabalhar, como vem acontecendo, naturalmente impulsiona as contratações formalizadas, uma vez que a mão de obra mais qualificada exige melhores condições de trabalho”, argumenta Kratochwill. Esse conjunto de dados positivos levou também a um incremento da massa salarial. O rendimento real habitual dos trabalhadores foi R$ 3.426 no trimestre de fevereiro a abril de 2025, ficando estável, mas com crescimento de 3,2% quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior. Já a massa de rendimento real habitual (a soma das remunerações de todos os trabalhadores) atingiu R$ 349,4 bilhões, novo recorde, ficando estável no trimestre e aumentando 5,9% (mais R$ 19,5 bilhões) no ano. “A massa de rendimento alcançou esse pico devido à estabilidade do nível da ocupação, além de aumentos pontuais da população ocupada com carteira de trabalho assinada nos setores privado e público”, pontua o pesquisador do IBGE. Também segundo o Caged, divulgado pelo MTE, os dados relativos aos salários foram favoráveis, com os salários crescendo em abril. O valor médio real de admissão foi de R$ 2.251,81, aumento de R$ 15,96 (+0,71%) em relação a março de 2025. Na comparação com abril do ano anterior, o ganho real foi de R$ 6,62, representando uma alta de 0,28%, já descontados os efeitos sazonais
Brasil descobre caixa-preta de renúncia fiscal de R$ 800 bilhões, diz Haddad

O ministro da Fazenda disse que população paga mais impostos em razão de lobby. “Enquanto aquele que paga imposto fica prejudicado por aquele que fez do lobby a sua profissão de fé”, diz O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (26) que a pasta descobriu no orçamento uma caixa-preta de subsídio e renúncia fiscal da ordem de R$ 800 bilhões. A fala foi feita durante o evento “Nova Indústria Brasil”, no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro. Haddad não especificou quais subsídios e renúncias fazem parte desse cálculo. “Falava-se muito da caixa-preta do BNDES e hoje a gente descobriu uma caixa-preta no Orçamento federal de R$ 800 bilhões em subsídios. Ao invés de oferecer uma alíquota média de tributos menor para todo mundo, a gente resolve escolher lá no orçamento os campeões nacionais que levam o grosso do orçamento. Enquanto aquele que paga imposto fica prejudicado por aquele que fez do lobby a sua profissão de fé”, afirmou. O ministro elogiou o trabalho do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, na questão do fomento. “A gente precisa entender isso, e eu penso que o presidente Mercadante tem dado ao BNDES um toque de muita engenhosidade, no sentido de recuperar com instrumentos novos a capacidade de fomentar a indústria do nosso país, o emprego industrial e assim por diante”, disse. Para ele, muita coisa tem por ser feita, mas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, nos dois anos de trabalho, “demonstrou uma capacidade e um compromisso com a indústria que precisa ser, no seu dia, muito valorizado”. Com a aprovação da reforma tributária no Congresso, Haddad projetou efeitos positivos no ambiente de negócios no país. “Começando pelo fato de que a desoneração do investimento vai ser de 100%, A desoneração da exportação vai ser de 100%, a guerra fiscal vai acabar entre os estados, inclusive a guerra fiscal dos estados com a União também vai acabar, em benefício do bom empresário”, diz. O ministro lembrou também que há desafios a enfrentar, sobretudo em relação ao equilíbrio orçamentário. “Com apoio de parte do Congresso, estamos conseguindo avançar no sentido de estabilizar o orçamento e criar as condições macroeconômicas para a indústria voltar a se desenvolver”, disse.
Lula anuncia crédito para reforma de casa na Marcha dos Prefeitos

“O cidadão que quiser reformar a sua casa, fazer uma garagem, um quarto, um banheiro, terá direito a um crédito com juros mais barato possível”, assegurou o presidente Além do reforço do programa Minha Casa, Minha Vida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta terça-feira (20), em Brasília, durante a abertura da 26ª Marcha dos Prefeitos, um novo programa na área de habitação para que o povo tenha acesso ao crédito com juros menores para reformar sua casa. “Vamos anunciar um outro programa, diferente do Minha Casa, Minha Vida, que é uma política de crédito para reforma de casas. O cidadão que quiser reformar a sua casa, fazer uma garagem, um quarto, um banheiro, terá direito a um crédito com juros mais barato possível. A gente vai dar chance da pessoa ter uma casinha”, explicou. Dessa forma, o presidente diz que a medida beneficiará parte da população que não pretende adquirir imóvel, mas apenas melhorar sua condição de moradia. Lula também criticou os dados sobre habitação no país. “Estava vendo que o Brasil tem um déficit de sete milhões de casas. Eu sou o presidente da República que mais fiz casas nesse país, mas alguma coisa está errada [porque o déficit continua alto]”, afirmou. O presidente também fez um apelo para que os parlamentares, governadores, prefeitos e governo federal resolvam os problemas por meio do diálogo. “É preciso que a gente aprenda de uma vez por todas que os problemas que nós temos deveriam ser resolvidos em uma mesa de negociação, e não no Judiciário. As coisas só podem ir para o Judiciário quando a nossa capacidade política for exaurida, quando a gente se demonstrar incapaz de continuar em uma mesa de negociação tentando encontrar uma negociação pacífica”, afirmou. No seu discurso, Lula disse ainda que a Marcha em Defesa dos Municípios é sempre uma boa oportunidade de fortalecer a relação federativa. “Este governo respeita, ouve e valoriza todos os governos municipais e estaduais”, frisou. “Fico muito feliz de constatar que nosso governo tem dado as respostas adequadas a maior parte das demandas que chegam dos municípios. Quando uma política pública é implementada, é o Brasil quem ganha. Ganhamos todos nós”, prosseguiu. Para ele, é nas cidades que a vida acontece, e os resultados das políticas públicas se tornam mais evidentes. “Sigamos nesse rumo fortalecendo ainda mais nossa parceria e construção coletiva”, disse.
INSS: balanço aponta 1,345 milhão pedidos de reembolso

Já foram feitos 34.960.465 de acessos à plataforma Meu INSS Aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) registraram 1.345.817 pedidos de reembolso de descontos não autorizados feitos por entidades associativas, segundo balanço divulgado pela instituição nesta sexta-feira (16), com dados apurados até as 17h. Até quinta-feira (15), 1.051.238 segurados haviam feito o pedido de reembolso. Em números totais, 1.370.635 segurados consultaram a plataforma Meu INSS ou o canal 135 de atendimento telefônico para obter informações sobre descontos de entidades associativas, sendo que 24.818 informaram que o desconto foi autorizado. Segundo o INSS, foram feitos 34.960.465 de acessos à plataforma Meu INSS. Desse total, 5.997.999 de segurados buscaram informações sobre consulta dos descontos no Meu INSS, e 2.836.350 buscaram a plataforma para informar que não tiveram descontos. Esta sexta-feira foi o terceiro dia de funcionamento do serviço que permite ao beneficiário consultar quanto teve de descontos ao longo dos últimos anos e informar se foram autorizados ou não, abrindo, assim, um processo administrativo para receber o dinheiro de volta. São 41 entidades associativas contestadas em todos esses lançamentos, abrangendo todas que têm ou tinham algum credenciamento com o órgão para fazer o desconto. Cerca de 9 milhões de segurados começaram a ser notificados desde terça-feira (13) sobre descontos por entidades e associações. Agora, é possível saber o nome da entidade à qual o aposentado ou pensionista que teve desconto, por meio do serviço Consultar Descontos de Entidades Associativas, disponível no aplicativo. Investigação Os descontos dos aposentados e pensionistas são alvo de investigação pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU), que apuram a atuação de organizações criminosas para fraudar os benefícios previdenciários, associando de forma não autorizada os segurados do INSS. Ao todo, desde quinta-feira (15), mais de 4,3 milhões de usuários consultaram a plataforma Meu INSS para verificar quanto tiveram de desconto. O prazo para solicitar um eventual reembolso é indeterminado. As associações que tiverem seus descontos contestados por um segurado terão de apresentar uma documentação individualizada, no prazo de 15 dias úteis, para comprovar a adesão voluntária do beneficiário aos descontos ou efetuar o recolhimento do dinheiro devido. Em caso de pagamento, o valor será repassado ao Tesouro Nacional para posterior devolução na conta do segurado. Essas organizações poderão usar uma plataforma própria disponibilizada pela Dataprev. Desde a semana passada, quem não teve descontos associativos recebeu a mensagem “Fique tranquilo, nenhum desconto foi feito no seu benefício”. Alerta de golpes Em seu site, o INSS alerta que não tem feito ligações telefônicas nem enviado mensagens SMS, por e-mail, WhatsApp ou outro canal diferente dos oficiais para informar sobre os descontos de entidades associativas. “É preciso redobrar o cuidado com golpes! O contato oficial com os beneficiários do INSS será feito exclusivamente por meio de notificação no aplicativo Meu INSS. Evite clicar em links suspeitos e não forneça dados pessoais se receber alguma ligação”, alerta a autarquia. As informações de interesse dos cidadãos serão divulgadas pelos meios oficiais do instituto: site do INSS redes sociais oficiais do INSS com o símbolo de conta verificada Em caso de dúvidas, o cidadão deve ligar para a central de teleatendimento 135.
Desemprego no primeiro trimestre atinge menor nível da série histórica

Taxa de 7% reflete melhora no mercado de trabalho, com aumento no rendimento médio e crescimento em setores-chave da economia Os dados mais recentes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), divulgados nesta quarta-feira (30 de abril) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que a taxa de desemprego no primeiro trimestre de 2025 caiu para 7% — o menor índice já registrado para o período desde o início da série histórica, em 2012. O resultado representa uma queda significativa em relação aos 7,9% do mesmo trimestre em 2024 e supera o anterior recorde de 7,2%, observado em 2014. Apesar do leve aumento sazonal de 0,8 ponto percentual em comparação com o último trimestre de 2024, o mercado de trabalho mantém trajetória positiva. “O bom desempenho dos últimos trimestres não é comprometido pela variação sazonal. A taxa atual é a mais baixa já registrada para um primeiro trimestre”, destacou Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE. Mercado formal estável, mas informalidade recua O número de trabalhadores com carteira assinada permaneceu estável (39,4 milhões), enquanto o emprego sem carteira no setor privado recuou 5,3%, com 751 mil pessoas a menos nessa condição. “A retração ocorreu principalmente em setores como construção, serviços domésticos e educação”, explicou Beringuy. Por outro lado, houve crescimento em diversos segmentos na comparação anual: Indústria geral: +3,3% (431 mil pessoas) Comércio e reparação de veículos: +3,1% (592 mil) Transporte e armazenagem: +4,4% (253 mil) Tecnologia e serviços profissionais: +4,1% (518 mil) Administração pública e saúde: +4% (713 mil) Rendimento médio atinge recorde O rendimento médio do trabalhador brasileiro alcançou R$ 3.410, valor mais alto da série histórica, com alta de 1,2% no trimestre e 4% no ano. Os maiores aumentos foram observados em: Agricultura e pesca: +4,1% (R$ 85 a mais) Setor público e saúde: +3,2% (R$ 145) Na comparação anual, os destaques ficaram com construção civil (+5,7%, ou R141)eservic\cosdomeˊsticos(+3,6141)eservic\cosdomeˊsticos(+3,6 45). Os números reforçam a recuperação gradual do mercado de trabalho, com geração de empregos formais e melhora na remuneração, embora desafios como a redução da informalidade ainda persistam.
Brasil bate recorde na abertura de pequenos negócios no 1º trimestre

País subiu em ranking mundial de empreendedores estabelecidos O Brasil bateu recorde na abertura de pequenos negócios nos três primeiros meses deste ano, com mais de 1,4 milhão de registros. Os microempreendedores individuais (MEIs) chegaram a 78% dos novos Cadastros Nacionais da Pessoa Jurídica (CNPJs). Os dados são do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e indicam, ainda, um aumento de 35% no número de MEIs em comparação com igual período de 2024, além de um crescimento de 28% nas micro e pequenas empresas. De acordo com a pesquisa, a expansão do empreendedorismo formalizado vem acompanhada de medidas governamentais voltadas à simplificação, incentivo, inovação e ampliação do acesso ao crédito para pequenos negócios. Em março deste ano, o setor de serviços obteve o melhor desempenho, com 63,7% do total de pequenos negócios abertos, seguido por comércio e indústria da transformação. No recorte por regiões, a pesquisa do Sebrae aponta que Sudeste, Sul e Nordeste lideram a abertura acumulada de pequenos negócios, sendo São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro nas primeiras posições entre os estados. Empreendedores Segundo o estudo, o país tem 47 milhões de pessoas à frente de algum negócio, formal ou informal. Entre os fatores que justificam o indicador está o aumento na Taxa de Empreendedores Estabelecidos, aqueles com mais de 3 anos de operação, que saltou de 8,7%, em 2020, para 13,2% no ano passado. Com o resultado de 2024, o Brasil avançou duas posições – da oitava para a sexta – no ranking de países com a maior Taxa de Empreendedores Estabelecidos, na frente de países como Reino Unido, Itália e Estados Unidos. (Agência Brasil)
Governo Lula propõe aumento real de 2,5% do salário mínimo em 2026

Salário mínimo proposto por Lula é de R$ 1.630 O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encaminhou nesta terça-feira (15) ao Congresso Nacional o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, prevendo um aumento real de 2,5% do salário mínimo. A informação é do portal Metrópoles, que destacou o envio do documento como parte das obrigações constitucionais do Executivo. Caso aprovado, o valor do salário mínimo passará dos atuais R$ 1.518 para R$ 1.630 no próximo ano — um acréscimo de R$ 112. O reajuste projetado considera a reposição da inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), acrescida de um ganho real de 2,5% no poder de compra. A política de valorização do salário mínimo foi retomada pelo atual governo como estratégia para fortalecer a renda das famílias mais pobres e estimular a economia doméstica. A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) é o instrumento que estabelece os parâmetros para a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA), prevendo metas fiscais e orientando a gestão dos gastos públicos em todas as esferas do Poder — Executivo, Legislativo e Judiciário. Além do reajuste do piso salarial, o PLDO de 2026 também apresenta as estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), a taxa de inflação, os juros básicos da economia (Selic) e as diretrizes para os investimentos públicos. O valor do salário mínimo tem impacto direto sobre uma série de benefícios e programas sociais. Entre eles, o Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência em situação de vulnerabilidade, e os pagamentos realizados pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), como aposentadorias, pensões e auxílios. A elevação do piso nacional, portanto, também altera o montante destinado a essas políticas públicas, exigindo planejamento orçamentário criterioso. O projeto ainda autoriza o aumento de despesas com pessoal, incluindo servidores ativos, inativos e pensionistas, o que reforça a necessidade de equilíbrio fiscal. Embora o governo busque ampliar a capacidade de investimento e a cobertura social, a meta continua sendo compatibilizar essa expansão com o controle do déficit primário e a sustentabilidade das contas públicas. A proposta do Executivo será agora analisada pelas comissões permanentes do Congresso e deve ser votada até julho, conforme determina a Constituição. A partir da LDO, o governo poderá avançar na formulação detalhada do Orçamento Geral da União de 2026, a ser apresentado até o fim de agosto. A valorização do salário mínimo é uma das bandeiras históricas dos governos Lula. Ao longo de seus mandatos anteriores, o petista defendeu uma política de reajuste com ganho real atrelado ao crescimento da economia. A retomada dessa diretriz marca uma ruptura com o congelamento salarial observado em anos anteriores, quando a política de correção esteve restrita à inflação. O envio da LDO também sinaliza os próximos passos da política econômica. A proposta será analisada em meio a um cenário fiscal desafiador, com pressões por aumento de gastos e necessidade de manter a trajetória de responsabilidade orçamentária. Ao definir um novo patamar para o salário mínimo, o governo busca conciliar justiça social com sustentabilidade fiscal, tema que deve ocupar o centro do debate legislativo nos próximos meses